História Dark Paradise - Dr. Tyler

Selena on 

Já eram cinco da manhã e eu sem dormir, com Hope em meu colo, chorando sem parar. Ela passou a madrugada assim, e eu já tinha dado a mamadeira e feito tudo que imaginei que poderia fazê-la parar de chorar. Minha mãe não estava em casa, tinha ido dormir na casa do seu novo namorado misterioso e eu estava desesperada porque ela havia levado o carro. Então não teve jeito, tive que ligar para ele. 

- Alô? - sua voz estava rouca. 

- Zayn, desculpe por ligar a essa hora, mas preciso de você. 

- O que aconteceu? 

- Hope não para de chorar desde uma e meia da manhã e eu não sei mais o que fazer. 

- Já levou ela no médico? 

- Não, minha mãe levou o carro e eu estou sem dinheiro aqui pra pegar um táxi. 

- Ok, estou indo aí. 

Desligou o telefone e eu troquei de roupa e coloquei um agasalho em Hope. Arrumei sua bolsa e fiquei sentada no sofá da sala, esperando. Quando ouvi uma buzina, joguei a bolsa rosa sobre o ombro e me levantei com a pequena em meu colo. Avistei o carro preto com os vidros fechados e abri a porta de trás. A cadeirinha da Hope ainda estava ali, prendi a pequena e entrei no banco da frente. 

- Como você está? 

- Bem... - abaixei a cabeça. Eu não conseguia olhá-lo nos olhos, porque ele ainda tinha efeito sobre mim e eu não queria jogar fora o pouco progresso que fiz. Logo chegamos no hospital e saímos do carro. Fomos até a recepção e a mocinha disse que o doutor estava nos esperando. Abri a porta e vi um homem moreno, alto e de jaleco branco, ele estava de costas. Me sentei em uma cadeira com Hope em meu colo e Zayn sentou-se ao meu lado. Levei um susto quando o doutor se virou. Pensei que não veria aquele sorriso bonito tão cedo. Ele sorriu para mim e se sentou na cadeira à nossa frente. 

- Selena... que surpresa você por aqui.

- É... - sorri sem graça e vi o olhar ciumento do Zayn queimar sobre mim. 

- O que essa princesinha tem? 

- Eu não sei, ela está chorando desde uma e meia da manhã, estava com febre, eu dei o remédio, mas não adiantou. 

- Coloque ela na maca, vou examiná-la. - coloquei Hope na maca e Tyler começou a examinar minha pequena. Olhei para o lado e Zayn estava com a cara mais feia do mundo. 

- Ela está com uma hérnia umbilical. 

- Meu Deus, isso é grave? 

- O caso dela não. Apareceu há poucos dias, vou passar um medicamento e vai sair sozinha. - Falou me entregando minha pequena. 

- Vou levá-la para o carro. - Zayn pegou a garotinha dos meus braços e saiu da sala, com raiva. Tyler me olhou risonho e eu sorri de volta.

- Parabéns, tem uma filha muito linda. 

- Obrigada. 

- Acho que o pai dele não gostou muito da situação. 

- Ele não tem que gostar de nada porque não estamos mais juntos. 

- Aqui está o medicamento que precisa tomar. - me entregou um papel. - Que dia eu vou poder te ver de novo? 

- De sexta à domingo a Hope fica com o pai. 

- Tudo bem, eu te ligo. Até mais, Sel. - aquele sorriso de canto de boca mexia comigo. 

- Até. - saí da sala e caminhei em passos lentos até o estacionamento. Foi bom ver Tyler e foi bom ver Zayn com ciúmes. Entrei no carro e o entreguei o papel. Ele puxou da minha mão e deu a partida, saindo dali. Paramos na farmácia para comprar o remédio e depois ele me deixou em casa. 

- Obrigada. 

- Ela é minha filha também, não ia deixá-la com dor. - suas palavras foram ríspidas. Tirei o cinto e quando ia abrir a porta, ele segurou o meu braço. - Quem era o caro do hospital? 

- Uma pessoa que eu conheci. 

- Será que ainda não percebeu que me deixa doente de ciúmes? 

- Nós não estamos mais juntos, Zayn, você fez sua escolha. Obrigada por tudo, mas preciso ir agora. - saí do carro e peguei Hope no banco de trás. Abri a porta de casa e vi ele arrancar com o carro. Entrei, coloquei minha pequena no berço e fui dormir um pouco, eu estava morta. Foi difícil dizer aquelas coisas ao Zayn, porque minha única vontade era de beijá-lo. Por outro lado, tinha o Tyler que era um homem maravilhoso e estava a fim de mim. Eu não sabia se ficava só na amizade ou se dava o próximo passo. Não sabia se iria parecer muito desesperada. De tanto pensar, acabei pegando no sono.