História Darkness and Love - Sobrenatural - The Wolves

Irene abriu seus olhos com dificuldade, não queria acordar, mas foi obrigada ao escutar o despertador. Era sábado e esqueceu de desligá-lo, queria bater em si mesma por isso. O desligou com preguiça e levou a mão ao lado esquerdo da cama, o encontrando vazio. Seulgi não estava mais alí. Levantou levemente o lençol e viu que estava nua.

Irene - Isso realmente aconteceu... - disse para si mesma e sorriu, suas bochechas corando.

Pegou seu celular em cima da cômoda e viu que havia uma mensagem de seu pai.

"Pai: 23:30

Filha, infelizmente terei que passar a noite no trabalho, aqui está um caos e eles não vivem sem mim. Irei voltar para o almoço, espero esteje em casa para almoçarmos juntos. Beijos meu bem."

Aquilo queria dizer que seu pai não estava em casa e que está sozinha. Respondeu a mensagem e disse ao mesmo que iria preparar algo pra eles no almoço.

Mesmo com muita preguiça, levantou da cama. Se arrumou, arrumou o quarto bagunçado e se preparou para descer e tomar café da manhã. Só não esperava encontrar Seulgi na cozinha... cozinhando.

Irene - Achei que vampiros não comiam. - disse enquanto descia as escadas, indo de encontro a namorada.

Seulgi - E realmente não comemos. Gosta de omelete?

Irene - O que? Está realmente cozinhando pra mim? - perguntou sorrindo.

Seulgi - Não posso fazer o café da manhã para a minha namorada? - perguntou brincalhona e abraçou Irene, que sorriu ainda mais e selou seus lábios em um beijo calmo, entrelaçando seus braços ao redor do pescoço da namorada.

Mas, Seulgi se afastou de repente e voltou sua concentração na panela.

Irene - Por que você você recuou? - perguntou confusa ao a forma que Seulgi recuou ao beijo.

Seulgi - Eu não recuei.

Irene - Sim, você recuou. - escutou o barulho da colher batendo na panela. - Aconteceu alguma coisa? Você se... arrependeu? - perguntou meio cabisbaixa.

Seulgi - O que? - a olhou e se aproximou novamente da mesma, levando as mãos ao seu rosto. - Você acha mesmo que me arrependi? Irene, ontem foi a melhor noite da minha existência. - viu o rosto da jovem corar e sorriu de leve a dando um selinho. - Só recuei porque me odeio pelo fato de ter te machucado.

Irene - Mas você não me machucou. - disse confusa.

Seulgi - Você não está sentindo dor? - negou ainda mais confusa. - Vem. - segurou suas mãos e a levou para frente do espelho.

Abaixou de leve a alça da blusa de Irene, mostrando o grande ematoma alí presente. Depois, levantou levemente a blusa, mostrando os grandes ematomas em sua cintura.

Seulgi - As pernas estão ainda piores. - se afastou da jovem.

Irene continuou a se olhar chocada no espelho. Enquanto trocava de roupa, não havia se olhado no espelho. O mais estranho é que não estava sentindo dor. Abaixou sua blusa e foi até Seulgi.

Irene - Não liga pra isso, não foi nada.

Seulgi - Não foi nada? - a olhou incrédula. - Irene, meu maior medo era te machucar e sem perceber, foi exatamente isso que eu fiz. Talvez você realmente não esteja sentindo dor, mas são ematomas... Disse que iríamos tentar e tentamos, mas acho que não poderá mais se repetir.

Irene - O que? Como assim?

Seulgi - Foi realmente o que você entendeu. - disse e voltou para a cozinha, terminando de fazer a omelete.

Irene ficou alí, parada. Tocou levemente seu pescoço e fechou os olhos, se lembrando dos lábios frios de Seulgi percorrendo todo seu corpo, a causando sensações que nunca havia sentido antes. Abriu novamente seus olhos e então entendeu que não sentirá mais aquelas sensações…

[…]

Estava na aula de química e mesmo sendo uma matéria que Irene gosta muito, não estava nem um pouco concentrada. Não parava de pensar na noite que teve com Seulgi... A mesma continua a tratando normalmente, mas percebeu que suas mãos tentam ao máximo não tocar seu corpo, toca somente seu rosto. Tinha que admitir que estava um pouco frustrada... e pra piorar, já tinha dois dias que não a via, o sol resolveu aparecer e a mesma não poderia se apresentar ou todos iriam ver sua pele brilhando.

Seus pensamentos foram interrompidos ao escutar uma voz grossa e familiar. Olhou para a porta e viu quem não imaginava ver.

Taehyung - Me desculpe o atraso professor, não irá se repetir.

Professor - Espero muito. Por hoje sente-se ao lado de Irene. - disse e o jovem assentiu, caminhando até ao assento ao lado de Irene.

O assento que normalmente é de Seulgi, estava ocupado por Taehyung e Irene continuava a o olhar fixamente.

Taehyung - Oi pra você também, não pensei que seria recebido com um olhar tão bizarro.

Irene - Desculpa, é só que não acredito que você está na minha frente. Você literalmente sumiu.

Taehyung - Eu sei, é só que... tinha muitas coisas para resolver, mas estou de volta. - levantou as mãos, mas ao o fazer, o vidro da experiência caiu no chão, quebrando em mil pedaços. - Ops...

Professor - KIM TAEHYUNG! - gritou e Irene simplesmente riu, o rapaz não havia mudado em nada.

[…]

Taehyung - Você não está usando o medalhão. - disse ao olhar o pulso de Irene, enquanto caminhava ao seu lado no corredor da escola.

Irene - Taehyung, você sabe quem eu namoro e também sabe que o medalhão faz mal a ela.

Taehyung - Eu sei... só quero que tome cuidado.

Irene - Por que sumiu?

Taehyung - Já disse, tinha coisas a resolver.

Irene - E que coisas eram essas? Te achei bem estranho aquele dia. Ainda acho impossível que você não estava sentindo frio. - escutou a risada do rapaz.

Taehyung - Tudo bem Irene, você venceu. Venha em um lugar comigo hoje a noite.

Irene - Onde?

Taehyung - Você não quer saber as coisas que eu tinha que resolver? Então venha comigo.

Irene - Ok, eu vou.

Taehyung - Ótimo, passo na sua casa às nove. - se virou para ir embora.

Irene - Espera, mas você não sabe onde eu moro.

Taehyung - Você que acha. - riu e foi embora, deixando alí uma Irene confusa.

[…]

Irene - Por que está me levando para o meio do mato? - perguntou estranhando o caminho.

Taehyung - Na verdade, estou te levando para uma reunião, avisei meus pais que traria alguém, tive que dizer a eles que essa pessoa anda com vampiros.

Irene - O que? Você disse aos seus pais que ando com vampiros? A existência dos vampiros tem que ficar escondida.

Taehyung - Confia em mim, meus pais sabem o que fazem.

Caminharam por mais alguns minutos, até avistarem uma fogueira e algumas pessoas sentadas ao redor. Todos olharam para os dois jovens que haviam acabado de chegar e que se aproximavam.

Taehyung - Pai, mãe, essa é Irene.

Senhora Kim - A garota dos vampiros. - disse fazendo Irene se engasgar com a própria saliva.

Senhor Kim - Não a assuste querida. - disse à esposa. - Sentem-se, iremos começar. - os jovens assentiram e se sentaram junto aos outros em volta da fogueira.

Taehyung - Preste atenção na história, é muito interessante. - disse a amiga, que assentiu.

Senhor Kim - Como todo dia primeiro do mês, esse é mais um dia de uma reunião. No dia 4 de fevereiro 1932, um pacto foi feito entre a alcateia de lobos e os frios, também conhecido como vampiros. Os lobos e vampiros nunca deram certo, pois o concelho não aprovava a união e os vampiros nunca protegeram os humanos, pelo contrário, sempre os matavam. Matavam pessoas inocentes somente para sentirem o gosto do sangue humano. Mas, muito tempo atrás, não havia necessidade de ter um pacto com os frios. No dia 10 de janeiro de 1860, havia uma alcateia de lobos na zona sul, havia cabanas para todos os lados por aquela parte, uma pequena cidade. Tudo andava tranquilamente, até em um certo dia, uma criatura aparecer. A pele não era como a nossa, era pálida, parecia um cristal. Os olhos eram vermelhos e as roupas eram como as de um nobre. Aquela criatura, começou a atacar todos na aldeia, matando pessoas inocentes e o que nos restou, foi matá-la... matar aquele ser, que até então não sabíamos o que era, sabíamos somente que era forte, muito forte. Após aquele ataque, indetificamos aquela criatura como um frio, vampiro. Um jovem rapaz da aldeia, após muitos estudos, conseguiu criar algo para destruir os vampiros após aquela criatura ter matado o seu pai. Um medalhão. Aquele objeto ajudou a alcateia de lobos a destruir os vampiros que invadiram a aldeia, criando assim um acordo, um pacto, no qual dividiam as terras em duas, as terras dos lobos e as terras dos vampiros. Não se pode ultrapassar as terras. Os frios são seres não vivos, seus corações não batem, o sangue não circula, fazendo a pele ser fria como gelo. Já nós, somos quentes, nosso coração bate, somos feitos de carne e osso.

Irene - Como se mata um vampiro? - chamou a atenção de todos presentes.

Senhor Kim - A única forma de matar um vampiro é arrancar a cabeça, esquartejá-lo e queimar.

Aquela resposta fez Irene entender porque naquela noite Chanyeol havia dito que deveriam esquartejá-los.

Senhor Kim - Ultimamente, tem uma nova ameaça que nos circula, não somente os lobos, mas também os vampiros. Recentemente temos seguido frios que invadiram nossas terras, mas que nas terras dos próprios vampiros também são procurados. Isso é algo grande, que no momento está sendo difícil lidar. Normalmente, vampiros perigosos são caçados pelo conselho, mas parece que a questão é diferente partindo do fato que parece que o conselho não sabe da existência deles ou o que estão fazendo. Mas o nosso medo é que um vampiro, trabalhando de forma externa, esteja criando um exército de vampiros. Se isso estiver realmente acontecendo, vamos ter que interferir, nem que tenhamos que ultrapassar as terras dos vampiros.

A reunião durou cerca de uma hora e Irene tinha que admitir, foi muito interessante. Iria ser acompanhada até em casa por Taehyung, então se despediu das pessoas presentes.

Senhora Kim - Já vai querida?

Irene - Sim, amanhã tem aula e já está ficando tarde. Obrigada por me aceitarem na reunião.

Senhora Kim - Não tem de quê. Será sempre bem vinda às nossas reuniões. - sorriu.

Irene - Obrigada. - devolveu o sorriso.

Também se despediu do pai de Taehyung e seguiu para casa com o jovem.

O caminho era tranquilo, escuro pois já era tarde e estavam ainda um pouco longe de casa. Irene não parava de pensar nas palavras ditas pelo pai de Taehyung, também não entendia o que a família dele tem aver com lobos. Era tudo muito confuso.

Taehyung - O que tanto pensa?

Irene - Não é nada...

Taehyung - Vamos, me conte.

Irene - Tudo bem. Como seu pai sabe todas aquelas coisas?

Taehyung - Minha família é um pouco... particular. Sabe, somos mais normais que os vampiros, nos escondemos bem, mas é difícil para nós perder o controle.

Irene - É aí que está a dúvida, seu pai continuava a se referir ao lobos com "nós". Por que? Por que quis me levar a reunião?

Taehyung - São histórias reais, que realmente aconteceram, e como você convive com vampiros, pensei que talvez poderia fazer bem a você ouví-las.

Irene - Sinceramente, tenho que admitir que foi bem interessante, mesmo que eu tenho muitas dúvidas sobre essa história de lobos.

Taehyung - Fico muito feliz que tenha gostado e sobre os lobos, eu acho que... - parou de falar.

Irene - Você acha que... - incentivou o rapaz a continuar ao notar que o mesmo parou de repente. - Taehyung? Está tudo bem? - perguntou confusa ao reparar que o rapaz estava parado como uma pedra.

Taehyung - Shhh... Tem alguém aqui. - disse olhando em volta e sentindo seja o cheiro que a presença. Podia ouvir o barulho de seus passos se aproximarem cada vez mais. - Corre Irene.

Irene - O-O que? - perguntou assustada.

Se assustou ainda mais ao ver um par de olhos vermelhos não muito longe deles.

Irene - Não estou com o medalhão, não podemos nos proteger.

Taehyung - Não preciso do medalhão.

Irene - Mas...

Taehyung - Corre Irene! - a empurrou, fazendo a mesma começar a correr mas acabou tropeçando e caiu no chão.

Taehyung correu em direção ao vampiro, mas no processo, pulou e suas roupas foram rasgadas, se transformando em um lobo, um grande lobo preto.

Irene ficou alí no chão em choque. Olhava a cena sem acreditar no que tinha acabado de ver.

"Taehyung realmente acabou de se transformar em um lobo?"