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História Darling, how could you be so blind? - Chapter Three - Part II


Escrita por: NameInvalid

Notas do Autor


Estou na maior dúvida sobre ter captado ou não a essência da Korra, mas tentei e me esforcei. hehe
Fora iss, não tenho muito a dizer, se não, esperar que gostem da narrativa deste episódio!

Capítulo 4 - Chapter Three - Part II


Korra's POV

Eu quase não sentia dor, havia sido deflagrado tantos golpes pelo meu corpo que os ferimentos pareciam se unir, tornando um todo. Era como se estivesse me acostumado com a dor constante e ela não mais incomodava. Parecia anestésico, pra dizer a verdade. Além disto, minha visão ainda não era capaz de focar com muita nitidez. Identificava Naga a minha frente, e, era patético a fragilidade que me invadia neste momento. Angustiava-me vê-la amordaçada.

- Garota... N-Naga. – Ela mal abria os olhos. A culpa é toda minha.

O lugar estava escuro ao redor de nós, não podia identificar nada além do que a luz sobre aquela região mostrava. E, também não parecia interessante. Apaguei novamente, por não sei quanto tempo. 

Um cheiro forte me despertou, parecia... Conhaque? Sobressaltei em movimentos bruscos ao identificar a mulher a minha frente. Ela tampou a garrafa quando viu que o efeito tinha atingido o objetivo. Meu olhar era baixo e eu buscava não manter nenhum contato visual com ela.

- Me desculpe por te caçar, deve ter sido ruim pra você, mas o pingente é realmente importante pra mim. – Pareceu esperar eu responder e como não o fiz, suspirou e prolongou o discurso. – Olha, eu vou lhe soltar, está fraca demais para usar sua dominação contra mim. Quer dizer, quanto mais te deixo ai, mais covarde me sinto. – Se estivesse me encarando, teria visto a sobrancelha arqueada. Ela já não tinha ultrapassado os limites da covardia quando mandou um batalhão me achar?

As algemas não apertavam meu braço mais, até fui auxiliada a manter o equilíbrio pela mulher.  Ela parecia franca, mas também soava como uma ótima mentirosa. Eu só não sou descartável por ter uma informação que a interessa. Acredito até que o meu estado de exaustão foi propósito dela para me fazer facilitar.

- Você deve estar com fome, não é? Eu estava comendo um noddle quando acordou, quer? – De relance a vi arrastar um recipiente descartável até próximo a mim.  Minhas mãos tremiam e eu não hesitei em tomar o copo em mãos, mas também não tinha força para manter o contato. A morena percebeu e, novamente, foi prestativa. Ela me alimentava e eu explodia por dentro querendo afundar minhas unhas em seu pescoço. Era uma cínica e brincava comigo como se eu fosse sua boneca.

- Me chamo Asami. – Ela disse, parecendo não se importar em revela-lo.  

- Eu... Não vou dizer o meu. – Dei de ombros e ela riu.

- Korra, seu nome é Korra, não é? – O que?! Engasguei com macarrão e olhei espantada a ela.

- Acertei?! Então eu deduzi certo?! – DE-BO-CHA-DA. Minha feição se fechou em resposta.

- Eu não sei aonde “tá” o seu pingente, ok? – Disse, num rompante. A vi arquear a sobrancelha enquanto ainda me servia.

- Tem certeza? – Indagou, olhando no fundo dos meus olhos. Apertei os lábios e desviei o olhar.

- Sim, eu não costumo perguntar o nome dos compradores. – Não que eu tenha mentido, realmente não sabia.  Entretanto, jamais me esqueceria de como fui abordada para conseguir aquele pingente, foi bem especifico. Mas não me importei muito, no inicio, era uma boa quantia em dinheiro e precisava... Eu e Naga estávamos famintas.  

- É uma pena. – Ela não insistiu? Até o exato momento, tinha a impressão de que a morena seria capaz de tirar membro por membro meu, numa tortura lenta e dolorosa para fazer-me dizer algo. Mas, ao invés disso Asami desistiu? Estava boquiaberta, incrédula. Não. Com certeza era jogo dela. Quem era aquela mulher, afinal? 

- O que vai fazer agora? Me matar? – Disse, a voz raspou na garganta, machucando-a. Eu temia por uma afirmação.

- Claro... Toda a minha frustração vai embora com a sua morte. – Ela riu e depois, deu de ombros. Asami ergueu-se, tinha as mãos nos bolsos da jaqueta e me olhava novamente nos olhos. – Eu não sou assassina, Korra... Se pareceu por causa dos capangas – A morena fez questão de indicar com os dedos que a última palavra estava entre aspas. - Saiba que são só detetives particulares e, outros, seguranças... – Ela aproximou e estendeu a mão para me ajudar a levantar. Depois, vagarosamente se afastou, deixando-me tentar permanecer em equilíbrio.

- Posso te fazer uma pergunta? 

- Sim... Faça...! – Pareceu exaltada.

- Porque quer tanto o pingente? – A vi surpresa, mas não bastou muito para me responder.

- Era da minha mãe... Ela morreu quando em minha infância. Tinha o pingente como lembrança dela. – Engoli em seco, sentindo a culpa me invadir. Senti os papéis se invertendo, naquela situação, tinha acabado de assumir o papel de antagonista e não conseguia esconder a vergonha.

- Me perdoe. – Olhei para baixo, lamuriosa.

- Não é algo que eu possa fazer. – Me atingiu em cheio, doeu mais que os socos que havia recebido mais cedo. – Mas não importa, continuarei minha busca, independente de você. – Ela tinha o olhar vago, não tinha esperança no que dizia.

- Eu... Eu te ajudo! – Quase urrei, e, os orbes dela se iluminaram ao me encarar.

- Como...?

- Não sei, eu te ajudo a procurar. Só.  

Asami pegou a minha mão e a apertou, num gesto que deu sequência a um abraço. Ela manteve-me em seus braços, sentia ser um gesto de gratidão. E, sincero. Correspondi-a, mesmo que seu toque me incomodasse por causa dos ferimentos.

Saímos dali, Naga ainda estava bastante ferida e tive de aguentar Asami pedir perdão mil vezes pelo incidente. Entretanto, estranhei quando meu cão urso polar tratou a morena tão docilmente. Podia ter ciúmes por aquela cena; Naga nunca abanou o rabo pra ninguém além de mim.

Aquela noite era a primeira vez que andava em um automóvel, e o frio na barriga era constante. Ainda mais quando a velocidade se tornou tão anormal em comparação aos demais carros. Asami parecia gostar de adrenalina e não ligava muito para os sinais de trânsito. Assim que estacionamos, ela me ajudou com Naga. Estávamos de frente para um prédio, numa região do subúrbio. Ela bateu na porta e o.. Namorado dela nos atendeu. Arqueei a sobrancelha, e, ele pareceu me temer ao notar a presença dela.

- Mako..! Não é ótimo?! Korra vai nos ajudar!

- É... – Ele disse confuso. Coçava a cabeça e tentava ler o olhar de Asami. Eu não pude ver o que ele concluiu, afinal a morena estava de costas para mim.

- Korra e Naga, aliás. Elas podem ficar no quarto do Bolin, não podem?!

- Não! – Ele disse firme, virando de costas e indo em direção ao quarto, vi a morena caminhar em direção para tentar impedi-lo.

- Ei, tudo bem, eu fico na sala... – Disse, tentando quebrar aquela previsível D.R.. Não tinha intenção de atrapalha-los.

- Ótimo.

- Não!

Disseram em uníssono, arqueei a sobrancelha, confusa. Dei de ombros para a morena, reafirmando minha ideia de ficar na sala. Caminhei em direção ao sofá, mas Mako me impediu de sentar, segurou meu pulso e olhei-o assustada.

- Vá tomar um banho primeiro. – O que?! A ruga na testa deixava evidente que eu estava prestes a voar no pescoço dele.

- Você está coberta de sangue... Isso vai infeccionar se continuar sem cuidar. – Ele pareceu coerente, naquele instante, notei que Mako se importou mais comigo com que o estúpido sofá dele.

Apenas assenti, Asami me levou ao banheiro e buscou por uma toalha. Além disso, me deu roupas também. Pareciam ser do dono da casa o que me deixava um tanto... Masculina. Não me importei com aquilo, depois de muito tempo, era a primeira vez que sentia-me tão confortável. Quando sai do banheiro, a morena estava com um kit de primeiros socorros. Ela já havia tratado de Naga e, esta, dormia sobre o tapete. Mako já estava ausente naquele momento e a morena parecia exausta. Entretanto, permaneceu ao meu lado até que todos os ferimentos fossem tratados. 

- Durma bem, Korra. – Ela disse. – Qualquer coisa estou no quarto com Mako.

- Durma bem, Asami... E, tudo bem. – Sorri, enquanto me aconchegava no sofá. Ela caminhou em direção ao quarto e, antes, apagou as luzes. Estava tão cansada que não demorei mais que alguns minutos para adormecer.  



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