História Daylight - What the fuck, Dad?

“Aparentemente, o mundo não é uma fábrica de realização de desejos.”

Por alguns instantes eu achei que aquele barulho de celular tocando era o meu despertador, então, estiquei o meu braço até a cômoda do lado da minha cama e peguei meu celular que estava lá, pronta pra desligar o despertador, mas parei imediatamente quando avistei o nome do meu pai no visor do próprio.

Fodeu.

- Alô? – Atendi no mesmo instante, curvando o meu corpo e ficando com a cabeça levantada.

Olhei para o outro lado da cama e abri um sorriso ainda maior.

Justin estava dormindo do meu lado.

- Skylar? – Meu pai falou do outro lado da linha. – Onde você está?

- Em casa. – Falei com preguiça. – Por que?

- Eu estou em Los Angeles. – Ele disse. A sua voz estava seca.

Senti o meu estomago embrulhar.

- Los Angeles?

- Sim, e eu estou indo ai pra sua casa em... 15 minutos. A gente precisa conversar.

- Aconteceu alguma coisa? – Perguntei, me sentando na cama.

- A gente precisa conversar. – Ele repetiu, finalizando a ligação.

MERDA!

Eu estava pronta pra acordar o Justin e mandar ele ir embora. O que o meu pai falaria se visse ele em casa? Sozinho comigo? Bem o Justin Bieber?

Mas o meu olhar deu de encontro ao seu rosto. Ele ainda dormia em um sono profundo. O seu braço esticado perto do meu corpo, dormimos assim a noite toda: ele abraçado comigo. E nada rolou. Nada demais, digamos. Foi uma noite quente, quase passamos dos limites a não ser quando vimos que o quarto estava claro o suficiente porque já havia amanhecido e era hora de dormir. E ele dormiu assim: com o seu braço envolvido no meu corpo.

Sim, o Justin Bieber dormiu comigo!

Obrigada. Meu sonho sempre foi acordar e ver ele do meu lado pra ver como ele realmente dormia ou como era a sua carinha logo cedo.

Obrigada mais uma vez!

Estou soltando fogos internamente.

Mas, eu não podia esperar muito. Ele teria que acordar e ir embora. Eu podia sim deixa-lo dormir, trancar a porta e conversar com o meu pai, mas a Ferrari de oncinha de Justin estava do lado de fora de casa e sem dúvidas meu pai reconheceria.

Que vida injusta. Por que?

Aproximei o meu rosto do Justin e notei mais detalhes de toda aquela perfeição.

A sua sobrancelha alinhada perfeitamente, os seus olhos fechados transparecia uma leveza maravilhosa, a sua boca rosada em formato de coração. Ele parecia um anjo.

Aproximei os meus lábios dos seus e selei com calma, vendo Justin se mexer devagar e me separei dele. Ainda de olhos fechados, ele sorriu. Ai, o seu sorriso logo cedo é a melhor coisa do mundo.

- Bom dia. – Falei, passando o meu dedo no seu cabelo que estava bagunçado. Eu tinha um sorriso nos meus lábios também.

- Bom dia, Sky. – Ele disse, abrindo os seus olhos devagar.

Justin Bieber é definitivamente o homem mais lindo em todos os sentidos, mas ele supera logo pela manhã.

- Que horas são? – Ele perguntou.

A sua voz saia rouca e em um sussurro. Ele estava morrendo de preguiça, eu sabia disso.

- 11:35h. – Falei. – Mas eu não te acordaria caso...

- Caso? – Ele perguntou, franzindo a testa.

- O meu pai está vindo pra cá.

Justin engoliu seco e arregalou os olhos.

- Ele que te ligou?

- Sim. Em 15 minutos ele está aqui.

- E agora?

- Eu acharia melhor você ir embora. – Falei, já querendo me bater por estar fazendo aquilo. – Eu até poderia te deixar aqui trancado, sem que o meu pai visse, mas o seu carr...

- Relaxa Sky. – Ele sorriu. – Está tudo bem.

Ele se levantou da cama com calma, todo preguiçoso. O seu cabelo bagunçado e a sua cara amassada, então, ele foi até o meu banheiro e ouvi a torneira ligar.

Fiquei sentada na minha cama olhando o travesseiro que ele havia dormido. Eu nunca lavaria aquele travesseiro, nunca mesmo.

Rapidamente, peguei ele em mãos e cheirei. Tinha o cheiro do Justin, sim.

Coloquei de volta no lugar antes que ele visse aquela cena e iria rir de mim. Ri fraco, balançando a cabeça.

- No que está pensando? – Ele perguntou, saindo do banheiro e me fitando.

Engoli seco quando vi que agora, ele vestia apenas o shorts de pijama. O seu peitoral todo nu, cheio de tatuagem estava bem na minha frente.

Puta merda, ele é muito gostoso!

- Nada. – Falei, rindo fraco.

Justin andou até o sofá perto da janela e pegou a sua roupa que estava ali. Ele se virou de costas pra mim e tirou a calça.

A sua bunda. Ela realmente parecia uma lua.

Ele vestia uma cueca vermelha que era bem colada no corpo. Deus, que homem!

Então, ele colocou a sua calça jeans e a sua camiseta de ontem, bagunçando ainda mais o cabelo. Ele virou de frente pra mim.

- Você poderia me levar na porta?

- Sim. – Falei, me levantando da cama.

Justin me acompanhou no corredor, chegando até a sala e indo pra porta.

- Skylar... – Ele me chamou em um sussurro e eu me virei, fitando-o.

Ele ainda tinha uma cara imensa de sono. Ri fraco.

- Você vai me dar sinal de vida? Eu quero saber se acontec...

- Relaxa, baby love. – Falei, rindo fraco e me aproximando dele. – Eu te ligo.

- Obrigado! – Ele sorriu, me puxando pela cintura e colando os nossos lábios rapidamente. – Se cuida.

- Você também. – Falei, dando um passo pra trás e abrindo a porta pra ele.

Céus, a cada passo que ele dava e se distanciava de mim, eu queria puxa-lo pra dentro de casa e pedir que ele ficasse eternamente lá. Por que diabos meu pai teve que arruinar tudo? Merda!

Justin entrou no seu carro e pude ouvi-lo ligar, em seguida, buzinar e acelerar. Acenei, mesmo sabendo que ele não iria ver.

Ele havia partido.

Merda!

Eu queria passar a tarde com ele.

O dia.

A vida.

Fechei a porta de casa com um bico maior do mundo e fui até a sala, me jogando no sofá. A casa ainda parecia ter o cheiro dele, o meu corpo ainda tinha o cheiro dele, o meu cabelo, todo o seu perfume impregnou em mim, parece até que ele havia feito isso de propósito pra eu não esquece-lo.

Que comédia! Como se eu fosse capaz de esquecer dele alguma vez nessa vida.

Ouvi um carro sendo estacionado na frente de casa e vozes conhecidas surgirem. Porta de carro batendo, alarme sendo desligado e passos vindo atrás a porta de casa, em seguida, duas batidas na porta.

- Eu já vou. – Falei, saindo do sofá e indo até a porta, abrindo a mesma e vendo meu pai com a minha mãe ali. – QUE SAUDADE! – Falei, abraçando a minha mãe em primeiro.

Mesmo eles terem arruinado o meu dia, eu estava feliz de vê-los. Fazia um bom tempo que eu não os via.

- Oi querida! – Minha mãe me abraçou. – Como você está?

- Bem mãe, e você? – A soltei, indo abraçar o meu pai dessa vez.

Ele me abraçou mais ou menos, e deu um beijo mais ou menos na minha testa.

Ele estava estranho. Definitivamente.

Me separei dele e pude notar o seu rosto fechado. Havia acontecido alguma coisa.

Ele tinha uma pasta em suas mãos, preta.

- O que aconteceu? Vocês nem me falaram que iriam vir me visitar.

- Mas não iríamos vir mesmo, querida. – Minha mãe disse.

- E o que aconteceu?

Meu pai riu fraco quando eu perguntei isso, o fitei rapidamente.

- Skylar, qual foi o pedido que eu fiz pra você da nossa ultima conversa?

- Eu não lembro nem qual foi a nossa ulti...

- Skylar, pelo amor de Deus. – Ele disse, balançando a cabeça negativamente. – Eu pedi que você se distanciasse do Justin, mas eu vi que você não fez nada disso.

- Pai, cl...

- Não vem me falar que se distanciou dele porque até ontem a noite vocês estavam juntos.

- Como você sabe?

Meu pai jogou aquela pasta que estava em mãos em cima da mesa de vidro, fazendo um barulho enorme. A pasta caiu aberta, então, me aproximei dela e comecei a ver que eram todas as reportagens que continham ‘’Skylar e Justin’’.

Merda mais uma vez.

- VOCÊ QUER MENTIR MAIS PRA QUEM? – Meu pai gritou e eu o fitei, vendo o quão enfurecido ele estava. – VOCÊ ESTÁ AJUDANDO O PRODUTOR DO JUSTIN BIEBER A FICAR RICO, SENDO QUE ELE É O MEU INIMIGO.

Peguei uma reportagem onde tinha uma foto minha e do Justin andando na rua e pergunta da manchete era:

‘’Será que o novo CD que está por vir do astro Justin Bieber é feito para a Skylar? Eles parecem não se desgrudar’’.

Maldita seja a mídia.

- SKYLAR, EU NUNCA IMAGINEI QUE VOCÊ FARIA UMA COISA DESSAS COMIGO. – Ele disse, abaixando o tom de voz dessa vez. – Eu deixei você vir pra Los Angeles pra fazer a faculdade, não virar amigo do Justin Bieber. Tudo bem conhece-lo algumas vezes, mas sair com ele pelas ruas? Ir a festas? DIRIGIR EM ALTA VELOCIDADE SENDO QUE NEM CARTA VOCÊ TEM?

Ótimo, agora eu falaria o que? ‘’Pai, eu dirigi porque o Justin estava bêbado e não tinha condições’’.

Parabéns Skylar!

Abaixei a minha cabeça. Por que ele estava tão bravo? Eu entendo que o novo produtor do Justin seja o cara que o meu pai mais odeie, mas...

- Tudo bem, pai. E você quer que eu faça o que agora?

Meu pai riu fraco.

- Se distanciei do Justin. – Ele disse como se fosse obvio. Como se fosse a coisa mais fácil.

- SE DISTANCIAR DO JUSTIN? PAI, PELO AMO...

Meu pai é tão diferente do pai que eu imaginei nessa situação. Todo aquele sonho que eu tive de um minuto, o George, meu pai, era tão compreensivo, me queria sempre perto do Justin. Céus, e agora?

- Skylar, não é muito o que eu te peço. Vocês nem tem nada. – Ele riu debochado. – SE DISTANCIE DO JUSTIN BIEBER!

- NÃO DÁ, EU NÃO POSSO! EU O AMO! EU NÃO CONSIGO! NÃO DÁ! - Senti o choro começar a vir e embaçar toda a minha visão.

- VOCÊ O AMA? – Ele perguntou no mesmo tom que eu e gargalhou. – POUPE-ME FILHA! VOCÊ AINDA NEM 17 ANOS. POUPE-ME! Eu te avisei na nossa ultima conversa que o melhor seria você se afastar dele, falta de aviso não foi. Eu não estou sendo mau com você, mas você é a minha filha, você deveria ter consideração...

- NÃO FALA DE CONSIDERAÇÃO PRA MIM! Quem é inimigo de quem aqui é você e o produtor do Justin, eu não tenho nada a ver com isso.

- VOCÊ É A MINHA FILHA SKYLAR! – Ele gritou nervoso. – COMO VOCÊ TEM CORAGEM DE DIZER QUE NÃO TEM NADA A VER COM ISSO?

- George, fica calmo... – Minha mãe sussurrou.

- MAS SE HOUVE ALGUMA BRIGA EU NÃO TENHO NADA A VER COM ISSO. EU SÓ ESTOU SAINDO UM POUCO COM O JUSTIN. VOCÊ ACHA QUE É FÁCIL FICAR TRANCADA NESSA CASA SEM VOCÊS? PELO AMOR DE DEUS!

- Então volta pra Nova York. – Ele disse, abrindo um sorriso.

- NÃO. – Falei. – Eu não vou voltar. E não vou me distanciar do Justin.

- SKYLAR, ELE É UM MERDA!

- POR QUE O SENHOR ESTÁ DIZENDO ISSO? ATÉ NA MINHA FESTA QUANDO VOCÊ O LEVOU, VOCÊ O AMAVA!

- ELE PREFERIU O PRODUTOR DE MERDA DELE CHAMADO ROB DO QUE EU. FOI ISSO!

Agora tudo estava mais esclarecido. Justin Bieber não quis que o meu pai lhe produzisse, então?

- E O QUE EU TENHO A VER COM ISSO, PAI? Você está querendo que...

- Eu não quero ouvir mais nada. – Ele me interrompeu. – Ou você se distancia do Justin...

- Ou...? – Franzi a testa, engolindo seco.

- Ou você volta pra Nova York.