História Days - Bakudeku - Euphoria.

A notícia da minha gravidez foi um tanto inesperada, assustadora eu diria, o medo me engolia, eu era apenas um jovem que tinha completado 18 anos a pouco tempo. Como eu iria imaginar?1 em 1000. 

O aborto passou pela minha cabeça diversas vezes, mas me senti mal, era meu filho, meu pequeno feto, inocente sem culpa dos erros dos pais.

Shoto, o médico que me atendeu, acabou se tornando próximo de mim, como um irmão. Minha mãe estava longe e meu pai? Bom, nem sinal daquele velho maldito.

Naquele mesmo dia, sentei-me na cama e apreciei meu abdômen, ainda sem nenhuma diferença. Dava para acreditar que tinha um pequeno ser ali?

Levei minha mão delicadamente ao local, e deslisei suavemente olhando com carinho.

- Olá meu amorzinho, é o mama Izuku, está quentinho aí? --Sorri.

[...]

A descoberta de que eu esperava um menino me trouxe alegria, nunca imaginei que estaria passando por isso, essa criança nem mesmo nasceu, mas eu já o amava muito.

Itadori, kaido, que nome colocar? A dúvida flutuava pela minha cabeça, indecisão tomava conta do meu interior. Me senti ansioso, "e se eu não conseguir me decidir a tempo?", era o que eu pensava.

- No que tanto pensa? -- Shoto perguntou colocando chá em uma xícara, e servindo.

- Arigato. -- Tomo um gole. -- Estive pensando em qual seria o nome dele, e não consigo me decidir. -- Bati minha cabeça contra a mesa, ato que provavelmente causaria um inchaço mais tarde.

- Não precisa se preocupar, quando nascer você saberá.

- Certo... O que acha de shoyo? Ou talvez...

Shoto apenas ria negando como a cabeça. "Quando nascer, você saberá." Essa frase me deixou pensativo, será mesmo?

[...]

Não sei qual o problema, mas esse bebê não quer parar. Estou em meu oitavo mês de gestação e essa criaturinha já parecia querer saltar do meu útero. Minhas costas pareciam querer me matar, meus pés? Mal os sentia direito, estavam inxado e vermelho.

Passar por uma gravidez, sem um marido ou parente por perto, é extremamente solitário. 

Eu me sentia triste, sem a presença de alguém, era como se eu não tivesse apoio algum, por mais que minha mãe ligasse quase todos os dias e as visitas de shoto fossem constantes, não é a mesma coisa.

Sentei-me na cama, sentindo pequenas gotículas de água descerem de meus olhos. Estou sozinho, em uma casa escura e friam, sem ninguém, apenas com a companhia de meu amado filho.

- Filhote, o que está acontecendo aí, hm? Você quer sair? Espere um pouquinho, filho, só mais um pouquinho. Seja paciente, não machuque o mama Izuku. -- Sorri triste.

Senti a minha barriga se acalmar, era como se ele entendesse exatamente o que eu estou falando ou sentindo. Passei a mão, suavemente, pelo meu abdômen, agora carregando meu grande garotinho.

- Bom menino, o mama te ama.

[...]

O nascimento do meu filho, ocorreu em um dia chuvoso, em que o vento frio assoprava as folhas que aos poucos caiam no chão.

Escolhi um parto normal, sem cirurgia alguma. Lembro-me de ser levado por Shoto para o hospital as pressas, ele fazia carinho em minhas costas e dizia palavras positivas.

Em um certo momento, tivemos que nos separar. Eu fui para uma maca, onde me fizeram abrir as pernas e fazer força. Aquela foi a pior dor que eu ja senti na vida, como se eu fosse me partir no meio.

Era como se meus ossos se quebrassem todos de uma vez, uma dor agonizante. Enquanto chorarava baixinho, pedia para que aquilo acabasse logo. Sentia vontade de ir embora, deitar na minha cama e navegar na Internet por horas e horas.

Me recordo de ouvir um choro escandaloso, o que me fez suspirar. Amor, foi a última coisa que senti antes de apagar.

Acordei algumas horas depois,e abri os olhos lentamente. Tive a visão do todoroki balançando um bebê que insistia em chorar, a face do ômega estampava preocupação.

- Shoto? -- Minha voz soou baixa.

- Você acordou, se sente melhor?

- O que aconteceu?

- Você desmaiou de exaust- -- O meio a meio foi cortado por um grito alto, o que me fez despertar completamente. -- Acho que...alguém quer a mamãe. -- Sorriu.

Ele se aproximou estendendo o bebê, o encarei e desviei o olhar para minhas mãos que tremiam. Eu tenho um filho, o que faço agora? Vai ser difícil? Como se cuida de uma criança? Eu não consigo, eu-

- Izu, o seu filho precisa de você. -- Disse, me fazendo sair do transe, estiquei meus braços, ainda trêmulos, e finalmente o peguei no colo, pela primeira vez.

O seu, pouco, cabelo parecia espetado, os fios esverdeado balançaram quando minha respiração os atingiu, seu corpinho era pequeno e molhinho. Quando seus pequenos olhinhos verdes me encararam, foi quando senti uma corrente elétrica atravessar meu corpo. O bebê não tardou de se aquietar, parecia me conhecer a muito tempo, seus olhos brilhavam. Sorri e o aconcheguei em meu peito. 

- Você está vendo o mama pela primeira vez, meu amorzinho? -- Perguntei com carinho. Meus olhos se molharam. - Meu pequeno Kiichi.

- Kiichi, ótima escolha. Vou deixa-los sozinhos por um tempo, logo a enfermeira chegará para coloca-lo em seu peito e ensinar a amamenta-lo corretamente.

- Certo.

Naquele dia não consegui tirar os olhos daquele pequeno ser, eu estava apaixonado por aquele rostinho e seus olhos de esmeralda. 

Bem-vindo ao mundo, Midoriya Kiichi.