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História De Cero (CNCO AU) - Detetive Castillo.


Escrita por: klangdon

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 3 - Detetive Castillo.


POV ALEXIA

Passei a noite praticamente em claro. Como conseguir dormir com uma briga constante na sua cabeça entre o presente e o passado? Minha vida agora era dedicada a minha carreira, mas Zabdiel tinha sido a melhor coisa do meu passado. Eu não podia simplesmente entregá-lo e prendê-lo.

Fui até a minha caixinha de joias e encontrei a pulseira no fundo. Limpei-a coma barra do meu blusão do pijama e a coloquei no braço. Voltei para cama e fechei os olhos deixando que minha mente vagasse pelo passado e só então consegui dormir.

Pela manhã eu tinha encontrado uma solução. Pelo menos o começo dela. Eu tinha que falar com Zabdiel e tentar entendê-lo.

Nossos pais sempre estiveram envolvidos na vida de crime e pagaram por isso. Os meus com a vida e o pai dele na cadeia. Nós sempre falávamos como não queríamos isso para nós. Como queríamos sumir e mudar de vida. Ser melhores. Ver ele trilhando os mesmos passos do pai não fazia sentido.

Saí de casa com tempo de sobra antes de começar meu turno na delegacia. Coloquei uma música alegre no som do carro tentando afastar os pensamentos ruins e quando cheguei a casa de Zabdiel e sua família travei.

O que eu diria para sua mãe? Depois de todo o tempo e do que fiz com seu filho ela devia me odiar agora. E pior, o que eu diria para Zabdiel? Eu nem sabia se ele ainda morava ali.

Encostei minha cabeça no volante e fechei os olhos tentando encontrar coragem em meu interior.

– Ei moça! – Uma voz infantil assustou-me. Rapidamente olhei e uma menininha fofa me encarava pendurada na janela. Minha expressão causou uma risada leve nela. – Porque está parada em frente minha casa?

– Ham... – Comecei a falar incerta. – Você mora aqui? – Apontei para a casa simples a minha frente.

– Sim... Foi o que eu disse. – Ela respondeu deixando claro o quanto eu estava sendo boba e ajeitou seus óculos de lentes grossas e armação rosa bebê. – Você quer falar com minha mãe? Se for, ela não está.

Respirei um pouco mais aliviada com a informação. Um problema a menos para encarar. E percebi que aquela era a irmãzinha mais nova de Zabdiel. Eu nunca a reconheceria já que era um bebê quando me afastei de sua família.

– Seu nome é Yizel, certo linda? – Forcei minha simpatia.

– Sim. Yizel. – Ela estendeu a mão pequenininha para que eu apertasse e eu o fiz. Mas o objeto em seu pulso me fez tremer ligeiramente. A pulseira de Zabdiel. A nossa pulseira. – Como sabe meu nome?

– Prazer, eu me chamo Alexia. – Continuei segurando a mãozinha dela e observando o objeto. – Linda sua pulseira.

– Obrigada! – Ela respondeu com um grande sorriso, mas logo ficou séria. – Ela não é exatamente minha... É do meu irmão. Peguei sem ele ver ontem a noite. – Confessou.

– Eu sei que é do Zab. – Contei e ela ficou sem entender. – É por isso que sei seu nome. Sou amiga dele. Olha só. – Tirei minha pulseira de dentro do bolso do terninho e mostrei para ela. Sua boca formou um grande “O”. – Eu dei essa pulseira para ele quando namorávamos. Vim aqui para falar com ele.

– Você e meu irmão já namoraram??? – Questionou incrédula. – Eu nunca vi ele com nenhuma garota assim, como namorados. Muito menos uma tão linda!

Sorri ainda mais com as novas informações. Nenhuma garota tinha o conquistado em todo esse tempo?!

– Você era um bebê quando isso aconteceu. Não poderia se lembrar.

– Então faz muuuuuuito tempo mesmo. Já sou uma mocinha, como minha mãe sempre diz.

– Sim. Uma moça linda. – Acariciei o rosto delicado dela. – Posso te pedir um favor? Coloca a pulseira dele aqui nesse saquinho para mim. Assim posso entregar para ele novamente. Quem sabe a gente volte a namorar. – Me aproveitei da confiança da pequena.

– Mas se ele souber que peguei vai ficar bravo... – Ela torceu a boca, relutante.

– Vou dizer para ele que pedi para você pegar. Ele não vai ficar bravo. Prometo. – Cruzei meus dedos em forma de comprometimento e assim ela cedeu. Jogou o objeto no saco plástico de provas. Lacrei e coloquei no bolso rapidamente. – Então, o Zab está em casa? – Quase não consegui terminar a frase, mas tomei fôlego.

– Sim. Pode bater lá. Aproveita e avisa para aquele dorminhoco que estou na casa da Gaby. – A garotinha devia estar com 5 ou 6 anos, mas tinha uma postura de adulta muito melhor que a minha. – Tchau moça bonita. Foi bom te conhecer. Espero que o Zab volte a te namorar. – Acenou antes de sair correndo e atravessar a rua. Observei-a até que a coleguinha abrisse a porta e a recebesse com um abraço carinhoso.

Voltei minha atenção para a casa e o que eu tinha ido fazer. Caminhei com passos hesitantes até a porta e fiquei parada ali. Sem saber o que fazer.

– Merda. – Praguejei-me baixinho e me virei para ir embora. Meu coração acelerado denunciava minha ansiedade e covardia. Eu estava prestes a desistir quando a porta atrás de mim se abriu.

A figura que encarei ali estava um pouco diferente de antes. Cabelos muito claros, platinados. Várias tatuagens espalhadas pelos braços, mãos, pescoço. Estava com a feição mais adulta do que eu conseguia me lembrar, e claro, muito mais bonito, se é que isso fosse possível. Meus olhos pegaram essas diversas informações em segundos e tenho certeza que ele também julgou minhas mudanças. Estava mais atlética devido aos exercícios da academia de polícia que haviam se tornado hábitos, o cabelo mais longo e loiro e obvio a postura dura de policial.

– Alexia? – Soltou boquiaberto.

– Oi Zab – chamei-o pelo apelido, mas rapidamente me lembrei que estava ali como policial. – diel. – Completei meio desajeitada. – Será que podemos conversar? – Mostrei meu distintivo deixando-o ainda mais confuso, mas logo um sorriso de puro sarcasmo iluminou seu rosto.

Ele sabia do meu desejo de trabalhar para “os mocinhos”, só não podia imaginar que tinha realmente seguido o sonho e conquistado.

Sem me responder ele apenas me cedeu passagem para o interior da casa. Entrei e observei o lugar. Nada tinha mudado muito.

– A que devo a honra de sua visita ilustre oficial Castillo? – Usou sua total ironia. Em diversas vezes eu achava isso um charme dele, mas agora estava me irritando.

– Detetive Castillo. – O corrigi e suas sobrancelhas grossas se levantaram em surpresa. – Hm, Yizel me pediu para avisar que está na casa de Gaby. – Dei o recado. – Ela está linda, a proposito. Cresceu muito... – Divaguei um pouco e ele continuou me encarando sério. – Eu vim para conversar com você... – Falei logo cortando a conversa trivial.

– Sobre? – Apontou-me o sofá para que eu sentasse. E acomodou-se numa das poltronas da sala.

Tentei sentar de forma confortável, mas não tinha jeito. A situação não tinha nada de confortável.

– Os recentes roubos de lojas de eletrônicos nesta região de Miami. – Falei firme e a expressão de Zabdiel mudou por uma fração de segundos antes de ficar dura novamente.  – Estou investigando os roubos há dois meses e agora no ultimo roubo deixaram uma pista... – Não fui específica. Não podia entregar meu trunfo de cara. – E essa pista me trouxe aqui.

– Deixa eu ver se entendi Alexia. – Zabdiel respondeu depois de um silêncio incômodo. – Você sumiu por anos. E agora aparece na minha porta insinuando que eu roubei essas lojas de eletrônicos?

– Você sabe muito bem que eu não simplesmente sumi Zabdiel. As circunstâncias me afastaram. – Defendi-me das acusações fortes dele. – E na verdade, não estou insinuando. Estou afirmando. Você está envolvido. Eu tenho uma prova irrefutável.

Zabdiel parecia nervoso. Provavelmente repassava todos os seus passos e dos amigos procurando o que poderia ser usado como prova contra ele.

– Que papo furado é esse? – Levantou o tom de voz. – Eu não sei do que você está falando. Sinceramente.

– A placa da van usada no ultimo roubo é fria. – Contei mantendo firmeza. – Nós dois sabemos muito bem que o pai do seu amigo Christopher diz que tem uma oficina, mas é um desmanche. O único da região.

– O pai do Chris morreu. – Zabdiel soltou a notícia como se me jogasse uma bomba. – Ele cuida da oficina agora e faço uns bicos lá. Você perdeu muita coisa nesse tempo Alexia. E não pode simplesmente nos acusar assim.

Respirei fundo me recompondo. Chris e eu nunca nos demos muito bem, mas ele adorava o pai e provavelmente tinha passado por um momento difícil por essa perda.

– Eu sinto muito. – Fui honesta. – No entanto, as atividades ilícitas continuam rolando lá. Nós só não conseguimos provar ainda que ele recebe carros roubados e se aproveita das peças. Mas temos certeza que a van saiu de lá. Posso jurar que ele está envolvido também.

Joguei minhas suspeitas e a expressão de Zabdiel só ficou pior.

– Besteira! – Alterou-se novamente. – Se você tivesse algo concreto mesmo não estaria aqui conversando comigo. Estaria aqui me prendendo.

– Não é papo furado, Zabdiel. E você sabe muito bem disso. A principal coisa que tenho para te dizer é para você parar. Não participe mais dos roubos. Caso contrário, vou ser obrigada a te indiciar e prender. Você não sabe como funciona, mas te garanto que o juiz vai aceitar minha prova e expedir o mandato. Eu não quero isso para você. – Terminei meu discurso esperando que fosse convincente o suficiente. – Estou fazendo isso como um favor para sua família. Sei que sua mãe sofreria muito em te ver preso. Não dê esse desgosto a ela.

– Agora você se preocupa? – Fitou os olhos amargurados em mim.

Eu já sabia que tinha o magoado, mas só agora via o quão profunda era a ferida. E sentia também, já que um buraco em meu peito que eu pensei que estivesse cicatrizado se abria agora diante daqueles olhos.

– Obrigada pelo seu tempo.

Finalizei nossa conversa e praticamente voei para fora da casa. Apressadamente entrei no carro e arranquei. Dirigi o mais rápido que pude enquanto sentia as lágrimas descerem pelo meu rosto. O gosto salgado invadindo minha boca.

Agora tudo que eu podia fazer era torcer para que meus conselhos e advertências colocassem juízo na cabeça do garoto que um dia foi a razão dos meus melhores sorrisos.


Notas Finais


Espero que estejam gostando.

PLAYLIST DA FIC:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLYoRkZiAoimUWEmBCIApMPSH4As7iwpPJ

Beijokas.


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