1. Spirit Fanfics >
  2. De Cero (CNCO AU) >
  3. A decisão.

História De Cero (CNCO AU) - A decisão.


Escrita por: klangdon

Notas do Autor


Oi mores! Desculpem pelo tempo sem atualizar. Estou trabalhando muito com essa pandemia. Sou da área da saúde e fico diretamente na parte diagnóstica do covid.
ENFIM, espero que gostem. BOA LEITURA!

Capítulo 8 - A decisão.


POV ZAB

Assim que alcancei a rua senti extremo alivio. Por mais que aquela prisão tenha sido um showzinho de Alexia, a sensação ruim era real. Estar dentro daquele prédio cercado por policiais, naquela cela fria e desconfortável tinha me deixando inquieto e me fez pensar sobre meu pai. Os vários anos dele naquele inferno sem esperanças de sair, longe da nossa família, fazendo minha mãe ter dificuldade para nos criar... Eu nunca quis me envolver naquele mundo, e agora estava repensando nas circunstancias que me levaram ali.

Caminhei um pouco sentindo a brisa fresca da madrugada. Em algumas horas o sol nasceria e um novo dia se iniciaria. Uma nova oportunidade.

Assim que alcancei a esquina, longe da delegacia, liguei para Christopher.

– Oi cara, você está bem? – Ele atendeu aflito.

– Estou sim. – O tranquilizei. – Será que você pode me buscar?

– Claro cara! Já estou dentro do carro. Só me fale onde você está.

Expliquei alguns pontos de referência para Chris. Não tinha nenhum lugar da cidade que ele não conhecesse. Sentei-me no meio fio e esperei. Senti minha cabeça doendo pelos muitos acontecimentos. Massageei minhas têmporas na tentativa de aliviar a tensão, mas não funcionou. Tantas coisas para serem resolvidas e eu não tinha a mínima ideia por onde começar. Alexia estava fodendo com minha vida dias depois de ter voltado para ela.

Não sei quanto tempo passou, mas fiquei mais calmo ao ver o carro de Chris alcançando a esquina.

– E aí? Você está bem? Aqueles merdas fizeram alguma coisa com você? Te bateram? – As muitas perguntas de Chris deixaram claro o quanto ele estava preocupado e os outros garotos certamente também estavam. – Me diz, Zab.

– Está tudo bem. – Consegui responder depois de uma longa pausa. – Me trataram consideravelmente bem. Alexia deve ter pedido para eles não serem os mesmos escrotos de sempre.

– Entendo. – Meu amigo relaxou no banco e respirou fundo.

– Nem fui fichado. Ela só queria conversar. – Expliquei melhor.

– Aquela garota é doida! O tempo passou, mas isso não mudou. – Divagou encarando o pouco movimento da rua. – O que ela queria conversar, afinal?

A pergunta de Chris me fez gelar. Eu não podia contar toda a verdade para ele. Não podia contar que a polícia, mais precisamente Alexia, estava a um passo de nos prender. Seria demais para digerir. Conhecendo o temperamento quente de Chris ele agiria de forma pouco cautelosa.

– Parece que a polícia reabriu um caso antigo, e meu pai tinha envolvimento. – Pensei numa desculpa rapidamente. – Como ela não pode perguntar nada para ele, porque ainda não descobriram um jeito de interrogar os mortos... Ela me procurou. – Tentei soar divertido, mas não consegui.

– É fodido pensar que deixaram seu pai ser morto na cadeia e não fizeram nada... – O ressentimento na fala de Chris era ainda maior no meu coração. – Por isso eu odeio esses merdas.

– Alexia não tem nada a ver com o que aconteceu ao meu velho. Ela só queria me fazer umas perguntas. Está tudo bem Chris. Já passou. Vamos para casa?

Dei o assunto por encerrado e Chris entendeu que continuar falando sobre meu pai abriria ainda mais uma ferida que nunca cicatrizava.

Rapidamente o carro parou em frente à minha casa e para minha desagradável surpresa minha mãe já esperava na varanda com a pior expressão do mundo.

– Christopher... Eu não acredito! – O repreendi. Meu único pedido ao ser preso foi que minha mãe não soubesse e ele com certeza não tinha cumprido com isso.

– Desculpa cara! Sua mãe sabe como intimidar alguém, você sabe muito bem. Como você não voltou para casa ela ficou preocupada... Eu não tive outra alternativa.

– Merda... – Xinguei entre os dentes e puxei o ar com força. – Tudo bem. Obrigado pela carona.

– Desculpa mesmo cara. Te vejo mais tarde, ok?

Assenti e saí do carro me preparando mentalmente para aquele confronto. Realmente minha mãe botaria medo em qualquer um. Sempre foi uma mulher forte e soube se impor. Chris acenou para ela com um sorriso amarelo e ela não fez questão de responder. Estava furiosa.

– Bom dia mãe. – Usei o meu tom de voz mais simpático e despreocupado tentando desmanchar a carranca dela, mas o efeito foi contrário.

– Zabdiel de Jesús Colón! Entre agora! – Ela apontou para a porta com o indicador direito.

Me senti novamente uma criança arteira que tinha feito besteira na rua e ficaria de castigo. Eu odiava a sensação de decepcionar minha mãe.

– Mãe, não foi nada demais. Está tudo bem.

– Tudo bem? – Me interrompeu bruscamente. – Não está tudo bem mesmo! Christopher me contou tudo.

– E ele disse quem me prendeu? – Resolvi mudar o rumo da conversa um pouco. Minha mãe sempre amou Alexia e a tratava como uma filha. De certo ficaria desapontada por ela me prender daquele jeito. – A Alexia queria aparecer. Fez um showzinho desnecessário...

– A Alexia estava certa! – Me interrompeu novamente. Arregalei os olhos sem entender. Ela ia mesmo apoiá-la? – Desde quando você acha que desrespeitar um oficial da lei está certo?! Pelo amor de Deus, Zabdiel! Se um policial te pede para fazer algo, você faz! Você teve sorte que era Alexia. Se fosse qualquer outro teria feito muito pior. Poderiam até ter atirado para perguntar depois. Você tem noção que nossa comunidade passa nesse país, meu filho?! Tem noção do preconceito?! Do ódio?!

Lágrimas começaram a aparecer nos olhos cansados da minha mãe fazendo meu coração murchar no peito e quase parar de bater. Ela tinha razão quanto a nossa posição em relação a polícia. Nossas vidas não valiam muito. Tendo a mesma herança no sangue e saindo do mesmo lugar que eu, Alexia provavelmente também sentia os efeitos desse preconceito dentro da organização. E por ser mulher a coisa devia ser ainda pior.

– Desculpe. – Por mais que eu argumentasse no final das contas ela teria razão. – Foi estúpido da minha parte, mãe.

– O que ela queria com você filho? – Perguntou mais calma enxugando as lágrimas. – Depois desse tempo todo... Achei que nunca mais ela apareceria. Fico feliz que ela tenha se tornado policial. Lembro que ela adorava aquelas séries sobre crimes sendo resolvidos.

Realmente Alexia sempre teve pretensão de trabalhar com algo relacionado a lei e se encantava com o falso senso de justiça do sistema.

Dei para minha mãe a mesma desculpa esfarrapada que havia dado para Chris. Ela pareceu um pouco desconfiada.

– Ela não me deu detalhes. – Completei antes que ela fizesse várias perguntas. – Só me mostrou algumas fotos e perguntou se eu já tinha visto o pai com algum daqueles rostos. Não reconheci ninguém.

– Seu pai... – Ela começou o pensamento, mas se calou. Também doía nela pensar em como tudo aconteceu. Nunca aprovou os métodos dele para ganhar a vida, mas o amava muito acima de tudo. – Que bom que era só isso filho.

Mentir para ela era péssimo, mas necessário. Eu tinha que protegê-la.

– Desculpa mesmo mãe. Não queria te preocupar. Tudo aconteceu tão rápido.

– Não quero você metido nessas festas do Christopher. Sei que nada de bom acontece nelas. E quando um policial te abordar, seja obediente. Faça tudo que ele pedir e não faça movimentos bruscos. É só isso que eu te peço filho. Nada tira da minha cabeça que seu pai foi morto por um dos carcereiros e não por um preso qualquer. O modo como nada foi esclarecido... Zabdiel, – as mãos de minha mãe agarraram as minhas com força e seus olhos me encararam com urgência. – se você fosse preso eu morreria de desgosto.

Senti um golpe no meu estômago. Os olhos de minha mãe não mentiam. Ela realmente não suportaria me ver preso. Abaixei meu olhar envergonhado e deixei de encará-la. Era demais para mim. Todas as mentiras. Tudo que eu estava envolvido. Se ela soubesse nunca me perdoaria.

– Eu sei. – Respondi quase sem voz.

Um longo beijo em minha testa suada. Decepcionar minha mãe era a última coisa que eu queria.

– Tome um banho e descanse filho. Tenho que ir para a fábrica. Já está na hora. Acorde suas irmãs daqui a pouco, ok?

Balancei minha cabeça concordando e fui para o banheiro. Deixei que a agua morna levasse minhas lágrimas. A ideia de decepcionar a pessoa mais importante na minha vida doía muito. Alexia tinha razão. Eu simplesmente não podia continuar naquele caminho perigoso. Não podia correr o risco de desapontar minha família a deixá-los desamparados, como meu pai havia feito. Estava decidido. Ajudaria Alexia a prender o Sr. Rodrigues, protegeria meus amigos e sairia daquela vida pelo bem das pessoas que eu mais amo.


Notas Finais


Esse capitulo foi só para preparar o terreno pro que virá.

PLAYLIST DA FIC:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLYoRkZiAoimUWEmBCIApMPSH4As7iwpPJ

Beijokas!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...