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História De Janela para Janela - Papo sério


Escrita por: crazymichaelis

Notas do Autor


Oi 👉👈
Alguém lembra de mim…?

Uma OS curtinha só pra mostrar que ainda tô viva KKKK, se tudo der certo (r eu não tiver com preguiça) eu faço um especial de natal junto de outra fic, mas sem promessas e.e

Relevem os erros, tô com preguiça de corrigir agora u.u

Capa feita pela @sehunmyeon através do apoloproject

Boa Leitura~

Capítulo 1 - Papo sério


              De Janela para Janela

                   por crazymichaelis

Estava decidido. Iria colocar aquela ideia em prática ou não se chamava Eren Jaeger! Se bem que removeria essa última parte, sabia que poderia ser covarde o suficiente para não realizar o plano, e perder seu nome encontrava-se fora das opções.

Tal situação até mesmo virara piada entre seus amigos — estes que cansaram de ouvir o moreno só falar uma única coisa, ou melhor, nome: Levi Ackerman — que o mandavam tomar coragem, mas poxa, era difícil! 

Entendam, ele estava apaixonado pelo seu vizinho do apartamento da frente, um baixinho de cara enfezada que colocava medo em todos, inclusive no próprio Eren. Tudo bem que o acastanhado possuía (nem tanto) incríveis  dez centímetros de vantagem, porém Levi com certeza devia praticar academia ou algum esporte; o homem tinha músculos salientes e assustadores, que ficavam justos nos ternos apertados que ele usava, e talvez, só talvez, eles tenham servido como materias para as noites quentes do Jaeger. Entretanto também havia aquela aura que o rodeava, quase negra e palpável, funcionando como um repelente e afastando todos quem ele considerava insetos. Aquele alfa — porque o cheiro de limão e cravos o entregava — tacava o terror com apenas um olhar.

O de olhos verdes era sim extrovertido e falante, mas somente com aqueles que tinha afinidade, o que  — infelizmente — não se aplicava naquela situação.

Mas daria um basta naquilo! Oras, era um ômega grandinho para chorar por um amor que nem fazia noção da sua existência, mudaria isso.

Se atrapalhava ao dizer quando e como se viu preso na teia de sentimentos, porém possuía uma breve noção. Sua janela ficava de frente para a do Ackerman, e da sua casa ele conseguia ver o interior da do outro. Vejam bem, não era um pervertido invasor da privacidade alheia, jamais, só era incapaz de evitar dar uma olhadinha ‘pro apartamento do menor.

Enfim, já havia virado uma espécie de ritual; todas as tardes ele sentava-se na sua janela (com um puta medo de cair e se desmontar todo, mas valia a pena), para admirar o pôr do sol e o calor morninho que ele trazia consigo, tudo na companhia da voz grave e arrastada do vizinho e seu fiel companheiro, o violão. Céus, era uma junção harmônica demais para descrever em palavras.

Seus dedos longos e finos coçavam para pintar uma tela daquela imagem, pegar os mais sutis detalhes: a xícara de café que sempre estava cheia, o gatinho preto que ficava em cima de uma mesa e outros pormenores. Ansiava para misturar os tons de laranja e tentar recriar o céu, porém mais que isso seria tentar reproduzir a cor dos olhos de Levi. Eram únicos, uma mistura perfeita entre o cinza e azul, me recuso a tentar explicá-los pois é algo impossível de ser descrito.

Notava-se de longo como o pobre ômega caía de amores pelo alfa marrento do apê da frente, e tomaria atitudes. As coisas ficariam sérias agoras, seria de janela para janela!

Correu porta à fora, pouco importando-se com o conjunto de moletom que usava, precisava providenciar alguns itens.

                              [...]

Chegou ofegante em casa. Sedentário como era, cansava-se rapidamente com as mínimas corridas, não que tivesse a necessidade de ir correndo, porém queria voltar rápido, estava quase no período da tarde, onde o baixinho chegava do trabalho e minutos depois tocava alguma música no violão.

Pegou um papel colorido, da cor roxa, logo em seguida indo até seu estojo onde guardava as canetinhas com tinta brilhosa — que usava para os diversos trabalhos de arte da faculdade. Sim, iria fazer o clichê de cartinhas secretas, mas não o culpem, sua criatividade era unicamente exclusiva para quadros.

E assim foi feita a primeira tentativa; um papel bonito, enfeitado por uma caligrafia bonita e cursiva — agradecia ao seu pai pelos cadernos da sua infância — que carregava sentimentos verdadeiros, assinando com a letra E. Com dor no coração, amassou a carta e fez uma bolinha, abriu a janela e jogou para a do outro. Tudo perfeito, só aguardar algum sinal 

                               [...]

Eren iria chorar. O motivo? No dia seguinte, enquanto procastinava em casa após a faculdade, três batidas foram dadas na sua porta. Preguiçosamente andou até ela, abrindo-a (e cometendo o gravíssimo erro de não perguntar quem era) e dando de cara com Jean, um vizinho chato ‘pra caramba de um dia primeiros andares do prédio do Ackerman. No início tentou fazer uma amizade com o outro, mas ele era grudento e insistia em dizer que o ódio do Jaeger na verdade era amor reprimido, irritantemente insistente e abusado.

— O que você quer, cara de cavalo? — o tom soava cansado, e de fato era, só queria seu sofá e tinha que lidar com aquele beta metido na à sua frente.

— Ora, não se faça de difícil, Jaeger. Principalmente depois de finalmente ter declarado essa paixão por mim — revirou os olhos, implorando a todas as divindades existentes para lhe darem paciência.

— Mas que merda ‘cê tá falando?! Enlouqueceu de vez, Jean?

— Como vai negar algo quando eu tenho isso aqui em mãos? — mostrou um papelzinho amassado e roxo, com um pouco de algo brilhoso, engraçado, parecia sua carta. — E nem venha dizer que não é seu, eu conheço o seu jeito caprichoso.

Não era possível. Não, não, não, não! Como diabos sua carta havia ido parar nas patas do Kirsten?! Será que era um sinal de que deveria parar de investir o alfa de olhos cinzentos? Só podia ser brincadeira.

— Olha, isso é mesmo meu — puxou da mão do beta — e não deveria estar contigo, cara. Sinto muito, mas você se iludiu sozinho, agora vaza — deu de ombros.

— Mas- 

E fechou a porta.

Respirou fundo, tentando recapitular tudo o que havia acontecido. Escreveu uma carinha, fez uma bolinha e jogou pela janela, okay. Sua mira era horrível mas o alvo era enorme, até mesmo ele conseguia acertar. Olhou ao redor, repensando no acontecido e sem querer esbarrou o olhar nos óculos para miopia. Óculos… óculos… óculos! Era isso! Sua miopia conseguia ser algo terrível, e quando mirou o papel estava sem o item, provavelmente a janela estava fechada — o que de fato acontecia, parando para analisar — e o papel bateu no vidro e caiu. Riu consigo mesmo, quais eram as chances daquilo acontecer com outro alguém que não fosse ele?

Mas tudo bem, um Jaeger nunca desistia facilmente.

Segunda tentativa, mesmo processo, porém a cor escolhida seria um rosa quase salmão e a canetinha amarela. Dessa vez fez um aviãozinho — não tinha coragem de amassar seus sentimentos novamente — e, com os óculos, jogou, olhando se de fato iria cair no quarto do alfa. Ah sim, teve de aguardar o outro chegar em casa, abrir a janela e ir para outro cômodo, de brinde deixou uma cantada ótima.

 “Você é tão lindo que se fosse um arquivo de extensão, seria .HOT”

 Próxima parte.

                               […]

Quando percebeu, já havia se passado um pouco mais de um mês, todos os dias repetindo a mesma coisa, lotando o quarto do alfa com aviões coloridos. E hoje seria o mesmo.

Tinha acabado de chegar da sua rotina exaustiva, indo direto para o banheiro, precisava urgentemente da água fria caindo no seu corpo suado. Demorou um pouquinho mais ao lavar os fios achocolatados, estes que estavam grandes e cobriam parcialmente os olhos esverdeados. Ao sair, vestiu roupas simples: uma camiseta de mangas curtas na cor branca e uma calça de pano leve e folgado de uma coloração escura.

Foi até a cozinha e preparou uma xícara de chocolate quente, o tempo não estava frio para isso, mas era sua bebida favorita — destetava café. O sol já despedia-se, deixado os característicos tons alaranjados, iria fazer o seu tão aguardado “ritual” da tarde, com exceção das cartinhas, infelizmente seu papel colorido tinha acabado e o estojo com as canetinhas havia ficado no seu armário da faculdade. O destino havia colaborado para que interrompesse sua rotina — jamais admitiria que tinha enrolado para comprar o bendito papel.

Enfim, apenas sentou-se confortavelmente na janela (ainda com medo de cair), as pernas cruzadas e a xícara na canhota. Estranhou o vizinho já ter chegado, considerando o horário mais cedo, deu de ombros. Logo pôde ver um gatinho de pelos escuros e olhos amarelos se aproximar de si, andando elegantemente e aparentava ter zero medo de cair por onde ele vinha.

— Gatinho, quanto tempo — há um tempinho que o bichano vinha lhe fazendo visitas, esgueirando para dentro do seu apartamento, particularmente não se importa, amava animais, e era uma companhia e tanto. De noite sempre voltando para o dono.

Enquanto perdia-se em devaneios, a voz doce e melódica pôde ser ouvida acompanhada do violão.

Glory
(Glória)

Glory
(Glória)

This is not another story
(Esta não é outra história)

This is not another drill

(Este não é outro furo)

I refuse to be another number now
(Eu me recuso a ser outro número agora)

Never staying down
(Nunca ficar para baixo)

This is something real

(Isso é algo real)

I'm a name that you'll remember

(Eu sou um nome que você vai lembrar)

I am more than just a thrill

(Eu sou mais do que apenas uma emoção)

I am gonna be the greatest ever now

(Eu vou ser o maior de todos os tempos)

Watch out

(Cuidado)

I'm a force that you will fear

(Eu sou uma força que você vai temer)


Não conhecia a música, porém era incrível como tudo ficava ótimo com o seu timbre, ou talvez fosse apenas o seu lado apaixonada pelo alfa. 

Fechou as orbes esmeraldinas e se envolveu no clima confortável que se instalou, a consciência indo para outro lugar, um totalmente utópico; ele e o baixinho casavam-se, moravam juntos, viviam intensamente e apaixonadamente, tendo muitos filhotes e um cachorro — porque Eren amava crianças e os seres de quatro patas. Suspirou fundo, como uma menininha apaixonada e abriu os olhos, se assustando (tendo que segurar-se no batente), consequentemente fazendo o mesmo com o gatinho em seu colo, quando notou que o Ackerman encarava-o fixamente.

Foram minutos de silêncio até que o menor deles se pronunciasse, falando um pouco alto pela distância.

— Sem cartas hoje?

E sua mente travou. Tela azul, branca, roxa, de todas as cores. Estava embasbacado, incrédulo. Como ele sabia? Sempre fora discreto (ou pelo menos achava). Tentou formular diversas respostas, mas nada saía, então, no desespero, despejou a melhor desculpa que pôde pensar.

— Que cartas? — sinceramente, Eren só queria pular dali naquele momento (também faria o mesmo se estivesse nessa situação). Bobo, bobo, bobo!

Em contrapartida, o alfa apenas arqueou uma sombrancelha e fez uma cara estranha, como se tentasse segurar o riso — e deveria estar fazendo isso mesmo.

— Posso ir até aí? — pronto, foi nesse ponto que a mente do Jaeger pifou de vez, se via incapaz de dar respostas sem que parecesse um retardado.

— Como?

— Se afasta.

E antes que pudesse tentar “dizer” mais alguma coisa, foi interrompido ao ver Levi largar o instrumento em qualquer canto do quarto, e simplesmente PULAR a janela. Só teve tempo de chegar para trás.

Pensou que ele se iria cair nos braços da morte naquele instante (sem nem antes se declarar decentemente), porém voltou a respirar quando viu o vizinho ir parar numa muretinha que unia os dois prédios, que por sinal era por onde o gatinho do dito cujo passava.

Meu deus, aquele homem era louco?

Andava de forma tão elegante quanto seu bichano, exalando confiança, e em passos rápidos e firmes ele pulou a janela do seu apê.

— Desculpe a intromissão, mas acho que não fomos devidamente apresentados ainda, não é, senhor E? — brincou com o pseudônimo que criou para manter sua identidade em segredo. — Levi Ackerman, alfa, vinte e seis anos.

Suspirou fundo, se recompondo. Era um ômega bem grandinho para entrar em pânico.

— Eren Jaeger, ômega, vinte e três anos — apertou a mão estendida para si, e pôde perceber como era muito maior que a sua, com uma textura macia, porém com alguns calos. Provavelmente de tocar violão.

— Sabia que meu admirador não tão secreto era lindo, mas vendo de perto é ainda mais encantador — o maior sentiu ss bochechas e orelhas esquentarem, sabendo que provavelmente estavam vermelhas. — Minhas cantadas são melhores que as suas, não? — deu uma risada.

— Ei! Elas são ótimas! — bufou e cruzou os braços, fazendo um biquinho infantil, arrancando uma gargalhada do Ackerman, e céus, poderia passar horas ouvindo tal som.

— Desculpe, mas são horríveis, Eren.

Com o alfa tão perto de si, pode ver melhor os traços desse; o corte militar, com a nuca e laterias raspas, o cabelo liso e de fios negros que escorriam pelo rosto marcado e másculo, os olhos levemente puxados, indicando uma possível descendência asiática e outros detalhes.

— Então… — começou tímido — como soube que era eu quem mandava os aviõeszinhos?

— Você tentava esconder? — perguntou um tanto surpreso — É que era tão óbvio, você sabe, ninguém além de você conseguiria acertar a minha janela, mesmo que tivesse uma mira ótima. No início eu achei que poderia ser coincidência, mas todas as vezes que eu tocava você estava na sua janela. Além de que, não sei se você notou, mas aquela outra janela ali — apontou para uma do lado da do quarto do baixinho — é da minha cozinha, eu sempre vi você jogando as cartinhas de lá.

Era isso, foi inocente ao achar que estava sendo misterioso quando o outro já sabia de tudo desde o começo. Não sabia o que falar.

— Hum… você não se sente incomodado?

— Na verdade não, você é tão fofo quanto as cartinhas, óbvio que eu estranhei, a gente mal se conhece, mas deve haver um motivo para isso — se aproximou mais do maior. — E não dá ‘pra negar que com o tempo eu passei à te observar mais.

Um sorriso largo brotou nos lábios do ômega.

— O que você sugere?

— Sinceramente, eu sempre admirei o ômega de olhos bonitos e atrapalhado que faz uma bagunça no quarto dele com tinta e que ocasionalmente me manda cartinhas, não vou mentir e dizer que estou caindo de amores, mas podemos tentar, se você quiser, claro.

E Eren mal podia aguentar de tanta felicidade, no final das contas seu plano havia dado certo e agora teria a oportunidade de demonstrar diretamente tudo o que sentia pelo outro.

                              […]

— Amor, o que está fazendo aí? — perguntou enquanto se aproximava por trás do moreno, pondo gentilmente as mãos na cintura deste, logo subindo-as para a barriga grandinha.

— Lembrando de quando você pulou a sua janela ‘pra dizer que me ama — riu quando o marido revirou os olhos.

— Eu não disse que te amava, senhor convencido, e não tenho culpa se você tem fetiches em janelas.

— Mas eu não tenho! — cruzou os braços e virou indignado para o mais baixo.

— Devo te lembrar de como os gêmeos vieram? — sorriu maliciosamente, esquivando dos tapas que vinham em sua direção. — Nem parece aquele pirralho tímido e que se encolhia todo quando me aproximava.

— Talvez porque aquele pirralho seja o seu esposo e esteja carregando seus dois filhos que exigem toda a força dele.

Levi revirou mais uma vez os olhos, esperando o discurso dramático do moreno.

— Tudo bem, tudo bem, enquanto isso vou ler as cartinhas que essa mesma pessoa fazia questão de jogar no meu quarto e que tinham cantadas horríveis no verso.

— Você ainda as guarda? — ignorou a última parte.

— Como se fossem tesouro — beijou delicadamente os lábios cheinhos do seu ômega, pegando na mão dele. — Vamos deitar, já está tarde e você precisa dormir.

E com certeza sua ideia maluca de enviar papeis coloridos enfeitados com canetinha brilhosa fora eficaz. De janela para janela, em formato de aviãozinho, seus sentimentos foram ditos para o vizinho baixinho de cara enfezada por quem estava apaixonado. E bastou apenas um papo sério entre os dois para que se dessem uma chance e descobrirem serem feitos um para o outro. Um amor tão grande que se transformou em dois seres pesadinhos que Eren tinha o maior prazer de carregar. 

Ah, é claro! Na companhia de Lúcifer (o gatinho preto que fez o ex-Jaeger surtar quando Levi do nada disse “então é aqui que Lúcifer fica escondido?”) e Mike, o labrador espoleta que adotaram. E no final, todos aqueles sonhos e realidades utópicas e distantes se tornaram reais; Eren não podia estar mais feliz — menos os seus amigos, que ainda sofriam por ter que ouvir o nome Levi sair da boca do moreno mais de quinze vezes por dia.





Notas Finais


Gostaram? Sim, não? Me deixem saber~~


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