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História De Joelhos (Malec) - Azul-gelo chocante


Escrita por: coracoesvazios

Notas do Autor


Oi gente! Voltei com mais uma história MALEC pra vocês.

Por favor, antes de ler, leia os avisos.

Essa história é um dark. Vai ser uma história com temas bem pesados, então por favor, não leia se algum dos temas abaixo te der gatilho.

— Violência, morte, sequestro, estupro, prostituição, tortura, homofobia.

Essa história vai ser longa, a mais longa que escrevi até agora, e vai ter duas partes.

A primeira parte terá 47 capítulos, e vou postar 1 todo o dia.

Lembrando que é um dark, então é para maiores de 18 anos.

Por favor, o aviso foi dado, a história não é clichê, é uma história pesada, com acontecimentos e temas bem pesados. Se te der gatilho, não leia.

Vamos lá ❤️

Capítulo 1 - Azul-gelo chocante


Fanfic / Fanfiction De Joelhos (Malec) - Azul-gelo chocante

MAGNUS

— Não estou tendo esta discussão com você outra vez! – Meu pai fechou e trancou sua pasta, junto com qualquer esperança de que essa conversa terminasse pacificamente.

— Não, claro que não. Por que você gostaria de ter uma conversa adulta e razoável sobre qualquer coisa? – Eu sabia que provocá-lo não ajudaria no meu caso a longo prazo, mas não me importava com isso agora. 

Eu estava cansado dele fugindo toda vez que eu tentava falar com ele, porque ter uma verdadeira conversa franca com seu filho de 22 anos era aparentemente a coisa mais horrível do planeta.  

É por isso que nunca me incomodei em tentar dizer a ele que sou gay. Sua cabeça provavelmente teria explodido.

— Magnus, eu tenho que estar em um avião em... – ele socou o braço esquerdo no ar, olhando para o relógio em seu pulso. – Uma hora.

— Você disse que estava saindo às seis.

— Eles mudaram o voo. Isso está bem pra você?

— Não. – eu bufei exasperado. – Vim aqui falar com você! Eu aguentei o tráfego por mais de uma hora e meia para chegar aqui a tempo. 

— Agende algo com Dot e conversaremos sobre isso quando eu voltar. E tire essa merda da sua cara antes que sua mãe veja.

Bufando, revirei os olhos, tendo um vislumbre do piercing em minha narina direita que o deixava tão irritado. Era isso ou os pequenos aros de prata em minhas orelhas. Considerando todas as coisas, alguns piercings eram as forma de modificações corporais menos rebeldes disponíveis nos dias de hoje.

— Ela não vai voltar para casa de até domingo, lembra? – Eu respondo, meio tentado a ir para casa e trocar o piercing por um mais perceptível naquele mesmo minuto.

Ele não reconheceu o fato de não estar ciente do paradeiro de sua própria esposa. A calculadora que funcionava como seu cérebro provavelmente estava muito ocupada calculando as últimas despesas de minha mãe. Voo, refúgio de luxo, compras, refeições. Ela facilmente gastaria dezenas de milhares de dólares no final da semana.

— Você sempre tem que brigar comigo? – ele retrucou após um momento de silêncio tenso.

Isso dificilmente se qualifica como briga, mas dizer isso dificilmente serviria de alguma coisa. Então, cruzei meus braços sobre o peito e o observei recolher o resto de seus pertences da mesa.  

— E se eu apenas cansar? E se eu me levantar e for embora um dia desses?

Ele zombou, nem mesmo se preocupando em olhar para cima.  

— Fique à vontade, meu filho. 

Eu engoli em seco, totalmente despreparado para o quanto isso doeu.

Balançando a cabeça, tentei recuperar alguma aparência de confiança. 

— É realmente mais uma cortesia neste momento. Vou me formar em três semanas. Eu não preciso de sua permissão para adiar a pós-graduação. 

— Não, você só precisa do meu dinheiro. – Papai me lançou um olhar frio, se movendo para a porta de seu escritório.

A raiva subiu à superfície, obliterando minha compostura. Meu discurso cuidadosamente ensaiado se desfez em pedaços sob o peso de sua indiferença.  

— Eu não preciso de merda nenhuma sua.

Ele permaneceu na porta, lançando um olhar impressionado por cima do ombro. 

— O que quer que você diga a si próprio para se sentir melhor, Magnus. – Com aquela farpa de despedida, ele saiu, latindo para Dot em seu caminho.

— Que idiota. – eu sibilei baixinho, saindo do escritório.  

Dot e eu quase colidimos quando ela dobrou a esquina. Ela gritou e deixou cair uma pilha de arquivos, papéis espalhados pelo chão de mármore.

— Oh, me desculpe, querido. – disse ela, tocando minha bochecha suavemente com a mão enrugada antes de pegar a primeira pasta. – Eu não vi você.

— Não, foi minha culpa. Eu não estava prestando atenção. – Eu me ajoelhei e peguei o máximo de papéis possível, tentando mantê-los em algum tipo de ordem.

— Como foi com o seu pai? – Ela parecia tão esperançosa que me senti um idiota por matar essa esperança.

— O mesmo de sempre. – respondi com um sorriso sombrio, lhe entregando a pilha de paparia. – Se não for sobre Georgetown, ele não quer ouvir.

— O que sua mãe disse?

— “Conheça a sua verdade” – Revirando os olhos, peguei o resto das pastas e me levantei. – O que diabos isso queira dizer. Suponho que ela aprendeu isso com seu último ‘guru’.

— Bem, isso é um monte de besteira. – Seus lábios cor de coral se torceram em uma carranca.  – Você contou a ele sobre o show na próxima semana?

Eu lancei um olhar para ela.  

Música, e qualquer coisa a ver com música, estava no topo da lista de coisas que papai se recusava a discutir.  

Não importava se eu fosse realmente bom em compor ou atuar, ou se já tivesse conseguido empregos como colaborador de músicos em Nova York, ou se agora estivesse aprendendo o lado da produção também. 

Para Asmodeus Bane, o detentor do controle acionário e presidente do conselho da Bane Bank & Trust, a única coisa que importava era o dinheiro e acumulá-lo em massa.

— Bem, eu estarei lá. – disse Dot com um sorriso.

Antes que eu pudesse responder, uma série de tiros soou.  

Meu sangue gelou antes mesmo que meu cérebro registrasse qual era o som.

As pessoas começaram a gritar enquanto homens armados gritavam comandos.

— No chão! Cale a boca, porra. Não se mexa, porra!

Foi um ataque de barulho e comoção que revirou meu estômago.

Era um roubo.

Agarrando Dot pelo braço, a puxei para o escritório de papai e a empurrei em direção à mesa. Eu apaguei as luzes e tranquei a porta, esperando que eles ignorassem a sala se pensassem que estava vazia.

— Meu Deus! – Dot sussurrou, agarrando minha mão e me puxando para trás da mesa. – Eu não posso acreditar que isso está acontecendo. Nunca fomos roubados! 

— Nós ficaremos bem. Apenas fique quieta. Eu apertei sua mão ossuda na minha, esperando que ela acreditasse em mim.

Mais tiros ecoaram no saguão, junto com gritos e uivos.  

Eu podia ouvir a voz de Tessa claramente, reconhecendo a ordem de fazer algo. Como contadora-chefe, ela tinha acesso a todo o dinheiro que não estava trancado no cofre. Claro que eles a agarrariam.

Botas pesadas balançavam para frente e para trás, gritando comandos que eram difíceis de entender com a distância.

— Você apertou o botão? – Sussurrei, olhando para o alarme de pânico embaixo da mesa de papai.

Dot assentiu enfaticamente.

Eu balancei a cabeça também, acariciando sua mão.  

Então, nós apenas tínhamos que esperar pela polícia. Há quanto tempo? Já um minuto? A resposta da polícia a esta hora do dia seria rápida. Os ladrões sabiam que tinham que agir rápido. Nós apenas tínhamos que ficar quietos e fora de vista.

Eu não tinha mais como me tranquilizar quando a maçaneta da porta balançou.  

Prendendo a respiração, me esforcei para ouvir qualquer coisa além dos choramingos de Dot e as batidas selvagens em meu peito.

Algo pesado bateu contra a porta. Algo voou na parede, empalando a alça na parede de gesso.

Dot gritou, suas mãos batendo em seu rosto.

A próxima coisa que eu sabia, uma mão enluvada agarrou a gola da minha camisa e me puxou verticalmente.  

Eu vi o flash de uma arma em meu rosto e pouco mais. O homem me empurrou para fora do escritório e agarrou Dot, a forçando a sair atrás de mim.

— Vá com calma! – Eu disse, a pegando antes que ela tropeçasse nos próprios pés no chão brilhante.

— Cale a boca e venha aqui. – disse o homem em um inglês com sotaque, usando a arma para apontar na direção que ele queria que fôssemos.

Mantendo um braço em volta de Dot, a levei para longe e a ajudei ao sentar ao lado de Tessa.  

Algumas pessoas estavam deitadas no chão com os braços sobre a cabeça. Outros estavam ajoelhados, alguns chorando, alguns orando. Eu estava mais preocupado em observar os ladrões enquanto eles se moviam.

Havia quatro deles, vestidos de forma idêntica com moletons pretos e jeans, com polainas pretas puxadas para cima. 

Eles estavam todos armados com algum tipo de arma – um ficava de olho em nós, outro limpava os registros e o terceiro cara corria pegando os celulares, as chaves do carro e as carteiras de todos.

Aquele que nos encontrou desapareceu novamente.  

Vidro foi estilhaçado no escritório do papai.  

Um momento depois, ele ressurgiu, obviamente irritado. Ele chutou um vaso de planta, espalhando terra por todo o lugar, e gritou algo em um idioma que eu não entendi.

O que estava de guarda sobre as pessoas olhou para o relógio, mas não respondeu.

— Carteira! Celular! – outro gritou, empurrando uma mochila na minha cara.

Joguei os itens na sacola, catalogando mentalmente todos os cartões de crédito que precisaria cancelar assim que conseguisse um celular funcionando.

Se concentrando em Dot novamente, o cara irritado avançou, quase jogando seu parceiro para fora do caminho.  

— Onde está a chave mestra?

Dot se encolheu, todos os músculos de seu corpo estremecendo.  

— Eu, eu não sei!

O homem pressionou a arma em sua têmpora, baixando o rosto mascarado para mais perto do dela.  

— Cadê?!

Explodindo em lágrimas, Dot gritou.  

— Eu não sei!

— Você não sabe? – o ladrão zombou, empurrando mais forte com a arma. – Você não sabe?!

— Eles não deixam isso aqui. – Eu interrompi, como um idiota.  

Mas eu estava desesperado para que ele parasse de torturar Dot. Ela estava à beira de um ataque cardíaco e depois de seu problema de saúde no inverno passado, eu não queria vê-la cair morta por causa do estresse.

A atenção do homem se voltou para mim, junto com a arma.  

— Que porra você está dizendo?

— Não está aqui. – grunhi, tentando não ter meu próprio ataque cardíaco com o cano de uma arma a um milímetro do meu nariz. – A chave mestra do cofre? Não está aqui. E se você não sair agora, os policiais vão chegar e todos nós sabemos como isso vai acabar. – Forçando meu olhar para longe da arma e para os olhos do homem, eu segurei seu olhar duro.

O cara que estava de guarda assobiou bruscamente. Os outros dois foram para o seu lado, sem fazer perguntas.

O que estava na minha frente semicerrou os olhos, logo antes de agarrar a frente da minha jaqueta e me colocar de pé.  

Colocando sua arma na parte de trás da minha cabeça, ele me empurrou em direção aos outros três, dizendo algo na língua estrangeira.

Eu coloquei minhas mãos para cima e fui junto, embora eu sentisse que ia vomitar a qualquer minuto.

— Não, não! – Dot gritou.

— Magnus! – Tessa gritou ao mesmo tempo.

Qualquer pensamento de tranquilizá-las foi embora imediatamente quando o ladrão que assobiou deu um passo à frente, me parando em meu caminho.

Para começar, ele era enorme.  

Eu tinha um metro e oitenta e ele ainda estava vários centímetros acima de mim. 

Pela largura de seu peito, eu tinha certeza que ele poderia me matar com as próprias mãos se ele realmente quisesse. 

Seus olhos, de uma cor azul-gelo chocante, encontraram os meus, congelando o ar em meus pulmões.  

Felizmente, eles se desviaram passando pela minha cabeça para o cara atrás de mim, me permitindo respirar rapidamente.  

Ele também falou em uma língua estrangeira. Pelo menos, acho que ele falou. As sílabas guturais eram mais um rosnado, enviando um arrepio pela minha espinha.

A arma cutucou a parte de trás da minha cabeça, mas eu não poderia exatamente ir a qualquer lugar com o segundo cara bem na minha frente. 

Quando a arma empurrou novamente, tropecei um passo à frente, direto para aquele homem arrepiante.

Inclinando a cabeça, seu olhar pálido caiu para o meu quando eu quiquei em seu torso.  

Antes que eu pudesse decidir qual deveria ser meu próximo movimento, se eu deveria me desculpar ou apenas manter minha boca fechada, ele agarrou a frente da minha camisa e me puxou ainda mais perto. 

Sibilando algo para o cara atrás de mim, a arma dele apareceu, se virando para mim.

Eu agarrei a mão que me segurava com as minhas, tentando abrir seus dedos ridiculamente fortes, mas foi inútil.  

— Não, me desculpe! Eu não...

A arma desceu rapidamente, batendo contra o lado da minha cabeça. Eu desabei com o golpe. O chão se ergueu para me encontrar, dando boas-vindas à minha cabeça com um forte estalo.

A última coisa que vi foi um par de botas pretas se afastando.


Notas Finais


E esse foi o primeiro capítulo! Me contem tudo! ❤️

Obrigado por ler, você é especial ❤️🌻


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