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História De Joelhos (Malec) - Uma criança de Yakutsk.


Escrita por: coracoesvazios

Notas do Autor


Quero agradecer por todos os comentários ❤️ eu não me canso de dizer o quanto vocês são maravilhosos!

Capítulo 21 - Uma criança de Yakutsk.


Fanfic / Fanfiction De Joelhos (Malec) - Uma criança de Yakutsk.

MAGNUS

Ele quebrou minha mandíbula.

Aquele filho da puta realmente fez isso. Eu não pude acreditar!

Eu abri e fechei minha boca com cuidado, aliviado quando os tendões obedeceram. OK. Não estava quebrada. Apenas machucada e doendo demais.

Nada de mais boquetes para ele, isso era certo.

Como estava tão frio aqui? E por que estava tão escuro? Eu não conseguia nem ver minha mão na frente do meu rosto.

Um raio de luz do outro lado da sala mal iluminava alguma coisa, mas não era onde eu me lembrava da porta do banheiro. Aquilo era estranho. E tinha um cheiro diferente. Eu deveria ter sentido o cheiro de fumaça de cigarro e ar viciado e bolorento, mas em vez disso estava... úmido.

Assim que coloquei minhas pernas para baixo da cama, houve uma onda de pesados ​​elos de metal caindo no chão. 

Eu não sabia com o que me preocupar mais, a corrente, ou o fato do próprio chão ser de concreto de novo, não o carpete áspero do motel.

Me agachando, agarrei meu tornozelo e xinguei no segundo que senti uma algema de couro presa a uma corrente grossa. Não havia como escapar disso. Seguindo os elos para cima, tateei no escuro para ver ao que estava apegado. Minhas mãos deslizaram por um poste de metal áspero, com pelo menos quinze centímetros de diâmetro.

Seguindo o mastro para baixo novamente, meus dedos arranharam parafusos no cimento sob meus pés.

Um porão. Eu estava em um porão, acorrentado a uma porra de um poste como um cachorro raivoso.

— Alec! Onde você está? — Eu puxei a corrente, metal contra metal retinindo em meus ouvidos. — Seu filho da puta! Desça aqui!

Passos soaram no alto, junto com as tábuas do piso rangendo, mas eu não sabia se ele estava indo ou vindo.

— Eu sei que você pode me ouvir, seu idiota! — Gritei para cima, batendo a corrente contra o mastro com toda a força que pude.

Os passos soaram em outra direção. A casa acima de mim ficou em silêncio. Acho que a resposta era indo.

— Vou estrangular você com essa merda! — fervi, deslizando a corrente entre minhas mãos, tentando perceber que tipo de alcance eu tinha.

A resposta era: não muito.

Eu poderia alcançar a cama em que ele me largou tão graciosamente, junto com um banheiro aleatório no meio do porão. E era isso. 

Era melhor do que o canil, suponho, mas eu estava congelando. Tremendo por causa do frio úmido, voltei para a cama e me enfiei embaixo do cobertor, grato por ele ser pelo menos mais grosso, para não dizer mais limpo, do que o do canil.  

Aparentemente, Alec não sentiu a necessidade de colocar minha camiseta de volta antes de me deixar aqui.

Alec... Merda!

Achei que estava chegando a algum lugar com ele. Quer dizer, Jesus Cristo. A porta do motel estava aberta! Estava bem ali! E como um idiota, eu fiquei, porque a vozinha assustada em minha cabeça me segurou. 

Eu poderia ter fugido, mas nem tentei. E é isso que ele me dá em troca?

Eu não dei a ele nenhum motivo para não confiar em mim. Inferno, eu até me ofereci para conseguir o que quer que ele quisesse do meu pai. E não nos esqueçamos do boquete que ele se recusou a reconhecer.

Lágrimas quentes e raivosas escorreram do canto dos meus olhos.  

Eu estava oficialmente sem ideias e tinha perdido a única chance que tinha de escapar porque não queria correr o risco de ser espancado de novo. Esperar para morrer era a única coisa que eu podia fazer e a última coisa que queria.

— O que você quer?! — Gritei para o teto. 

Não sei se estava falando com Alec ou com Deus. No momento, Alec era Deus. Ele controlava tudo na minha existência e eu o odiava por isso.

🌻🌻🌻

O som de chaves tilintando me acordou.

Me sentei rapidamente e tentei avaliar de onde o ruído estava vindo. Tudo ecoava de forma tão estranha aqui, era difícil dizer.

Uma porta se abriu em algum lugar e alguém desceu as escadas, acendendo uma luz enquanto caminhavam.

Estremecendo, cobri meus olhos com a mão. Eles ainda ardiam com minhas lágrimas patéticas e a luz não ajudou.  

— Já era hora, seu idiota de merda. — Senti o cheiro de batata frita um segundo antes de um saco de papel pousar no meu colo. Apertando os olhos, abri um olho, surpreso ao ver Imasu parado ali e não Alec. — Oh, desculpe. — eu disse, limpando minha garganta. — Eu pensei que você fosse o outro cara.

Imasu ergueu uma bebida e se aproximou com ela. Ele a colocou no chão a um metro e meio de distância de mim e correu de volta para um lugar seguro como se eu fosse Hannibal Lecter.  

— Ele não está aqui.

Assim como antes, não fiz nenhum movimento para a bebida. Esse cara era muito nervoso, mas era muito mais conversador do que Alec.  

Talvez eu não estivesse totalmente sem opções, afinal. Eu não estava prestes a começar a distribuir boquetes de graça, mas se pudesse fazer esse cara simpatizar com a minha situação, talvez tivesse uma chance.  

— Onde ele está? — Eu perguntei e Imasu encolheu os ombros. — Algo mais importante do que seu refém?— Eu me aventurei, me surpreendendo com o quão amargo isso soou.

Ele bufou uma risada.  

— Você nunca sabe com o Lobo de Yakutsk. Ele é muito ocupado. Sempre alguém para matar ou... — Ele parou de falar e pigarreou.

 

— O quê? — A tatuagem de lobo gigante na barriga de Alec imediatamente veio à minha mente.  

Eu me perguntei o que veio primeiro, o nome ou a tatuagem. De qualquer forma, eu não sabia se deveria ficar impressionado que meu sequestrador tivesse um apelido criminoso... ou apavorado.

— É assim que o chamam. — disse Imasu baixinho, quase com reverência.

— Como um codinome?

— Como um aviso.

— Como se ele fosse o bicho-papão? — Eu ri da expressão de olhos arregalados de Imasu.

Ele balançou a cabeça enfaticamente.  

— Ele é pior.

A seriedade com que ele respondeu me deu um arrepio. Apavorado. Eu estava oficialmente de volta ao medo.  

— Como assim?

Imasu piscou solenemente.  

— Ele é real.

Eu não poderia exatamente argumentar contra isso. Alec era real e a dor que ele distribuía também era real. Minha mandíbula latejando era a prova disso, junto com os hematomas em meu rosto e abdômen.  

— Porquê um lobo? Isso é alguma coisa russa?

Imasu encolheu os ombros, enfiando os polegares nos bolsos.  

 

— Ouvi dizer que foi porque quando ele tinha nove anos, ele matou um homem com o dobro de sua idade. Eles disseram que ele o cortou em pequenos pedaços e deu para seu lobo de estimação.

— Isso é loucura. — respondi com uma risada, esperando que soasse natural. Tentei não imaginar um Alec pequenininho jogando pedaços de carne humana para um lobo e falhei miseravelmente. — Que criança de nove anos mata alguém?

— Uma criança de Yakutsk. — Imasu balançou a cabeça com a minha expressão confusa. — É um lugar terrível. A noite faz as pessoas... — Ele girou um dedo em sua têmpora, o movimento universal para louco”. Eu acho que você tinha que ser louco se você cortasse pessoas para alimentar um lobo na idade madura de nove anos.

Ignorando o arrepio que percorreu minha espinha, forcei um sorriso no rosto e mudei de assunto abruptamente.  

— Então, de onde você é, Imasu?

— Kazan.

 

— Huh. — Sim, eu não tinha ideia de onde diabos isso ficava. Eu olhei para ele, tentando descobrir meu próximo movimento dado o novo ambiente e meu novo carcereiro. — Você está gostando da América até agora?

Ele sorriu e acenou com a cabeça.  

— É legal. Muito diferente. Mas bom.

— Você sabe o que eles querem de mim?

O sorriso no rosto dele desapareceu.  

— Eu não posso dizer. — Droga!

— Você não pode dizer porque não sabe, ou não pode dizer porque eles disseram para você não me contar?

 

— Eu não sei. — respondeu ele com um encolher de ombros. Por algum motivo, eu acreditei nele. Ele parecia o tipo de cara que não estava muito alto na hierarquia. — Todas as decisões vêm de Valentim. Alec faz o trabalho.

Esse era um novo nome.  

Imasu, Jonathan, Alec, Valentim.  

Eu os mantive na ordem em que os descobri, para que eu pudesse me lembrar o máximo possível quando finalmente rebocasse meu traseiro para a delegacia de polícia mais próxima. Se eu tivesse a porra da chance.

— E você trabalha para Alec? — Eu perguntei.

Imasu acenou com a cabeça e parou, fazendo uma careta.  

— Sim e não. Eu trabalho para Jonathan, mas você não diz não para Alec. 

— Uh-huh. — Provavelmente porque ele iria arrancar seu braço e bater em você com ele. — Então, a coisa do sequestro. Presumo que não sou o primeiro?

— Não é pessoal, são apenas negócios. — declarou Imasu com naturalidade. 

Bem, para a pessoa mantida em cativeiro, era muito pessoal, mas entendi o que ele estava tentando dizer.

O mais importante era a cadeia de comando. Achei que Alec estava no topo, mas havia outra pessoa. Isso complicava as coisas. Se Alec não era quem mandava, então a probabilidade de ele fazer algum tipo de acordo comigo provavelmente era quase nula.

 

— Bem, obrigado pela comida, Imasu. — Eu não queria abusar da sorte com ele.  

Ele já tinha me dado muito mais informações em uma conversa do que eu consegui arrancar de seu chefe ao longo de... merda, quatro dias? Cinco? O tempo era um borrão neste ponto.

Ele acenou com a cabeça novamente e subiu escada acima, felizmente deixando as luzes acesas.

Eu olhei ao redor do porão vazio e suspirei. Era tão desolado quanto imaginei no escuro. Havia algumas camas amassadas e empurradas contra a parede oposta. Cada poste de suporte tinha uma corrente presa a ele, mas eu era o único aqui embaixo. Pelo menos por enquanto. Se as correntes significassem alguma coisa, eles poderiam ter pelo menos quatro de nós aqui ao mesmo tempo.

Além do banheiro aleatório no meio do espaço, havia também um chuveiro fixo. Era apenas a casca de fibra de vidro e um chuveiro. Sem cortina ou porta, totalmente aberta e exposta, como o banheiro.  

Se essas fossem pessoas normais, eu presumiria que eles estivessem instalando um banheiro e, você sabe, se tivessem esquecido de colocar as paredes ou terminá-lo como um banheiro adequado.

Mas como eles eram criminosos russos do caralho, eu sabia que estava sentado no meio do que tinha quase certeza de que era uma extensão de sua rede de tráfico humano, esperando para ver qual seria meu destino.

Faça o melhor com isso, Magnus. Basta ter paciência e esperar pela próxima oportunidade.  E desta vez? Não hesite, porra.


Notas Finais


Me contem tudo ❤️

Obrigado por ler, você é especial ❤️🌻


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