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História De Joelhos (Malec) - Ele era como uma maldita estátua


Escrita por: coracoesvazios

Notas do Autor


Vamos ao capítulo de hoje ❤️

Capítulo 50 - Ele era como uma maldita estátua


Fanfic / Fanfiction De Joelhos (Malec) - Ele era como uma maldita estátua

ALEC 

Na manhã seguinte, o lugar ao meu lado na cama estava vazio. 

Cerrando os dentes, joguei as cobertas para trás, tentando pensar em alguma explicação plausível para a ausência de Magnus, enquanto marchava para a sala de estar. Eu parei quando vi que Magnus estava lá, dormindo no sofá.

Alívio e irritação guerrearam no centro do meu peito.

Ele estava em casa e estava seguro. Mas ele estava me evitando. Estava acontecendo cada vez mais, a ponto de eu prender a respiração todas as noites quando chegava em casa, esperando para ver se ele estava lá e, se estivesse, em que humor ele estava. 

Por mais que eu tentasse dar a ele o que ele precisava, eu dizia a coisa errada, fazia a coisa errada, e ele desaparecia para outra parte do apartamento – ou ia embora completamente, como na noite passada.

Eu fiz o café da manhã o mais silenciosamente que pude, mas Magnus ainda acordou. Ele se sentou e esfregou os olhos enquanto verificava seu telefone. Abrindo um sorriso para o que quer que estivesse na tela, ele digitou algum tipo de resposta e então se levantou. 

Se eu não o conhecesse melhor, teria jurado que ele evitou propositalmente até mesmo olhar para a cozinha, apesar de estar caminhando em direção a ela.

— Café da manhã? – Eu perguntei, passando um pouco de manteiga na fatia de pão antes de colocar as salsichas cortadas ao meio.

Magnus balançou a cabeça, pegando a cafeteira em vez disso. Ele jogou o café no topo e ligou, indo embora sem uma palavra, um olhar ou um gesto de qualquer tipo.

Exalando uma respiração longa e lenta, eu apoiei minhas mãos contra o balcão e fechei meus olhos. 

Eu sabia que as coisas seriam... um ajuste. Acho que fui embalado por uma falsa sensação de segurança durante aquelas primeiras semanas aqui.

 

Inicialmente as coisas estavam bem. Não, elas estavam ótimas. Ele estava feliz. Estávamos vivos, para começar, e estávamos juntos. Eu não poderia ter pedido por mais.

Então voltei ao trabalho e esse outro lado de Magnus apareceu... o lado escuro, quieto e mal-humorado. Não era preciso ser um gênio para ver que os dois estavam relacionados. 

Junto com tudo o que ele suportou, esse novo peso caiu sobre seus ombros e não iria embora. Eu não tinha ideia de como voltar no tempo, não tinha ideia de como não irritá-lo esses dias, porque tudo o que eu fazia, ou não fazia, estava errado.

Seu celular tocou de onde ele o deixou, ao lado da cafeteira. Eu roubei um olhar para o corredor antes de atravessar para o outro lado da cozinha. Pegando seu telefone, eu escaneei a notificação, meus dentes rangendo.

Era uma mensagem de alguém de quem eu nunca tinha ouvido falar — alguém chamado Josh. Sem sobrenome.

“Você é brilhante!! Se você estivesse aqui, eu te beijaria!”

Se havia mais alguma coisa, não estava exibido na notificação. Colocando o telefone para baixo, eu me afastei, antes que quebrasse a porra da coisa ou irrompesse no banheiro para exigir respostas.

Quem diabos era Josh?!

Toda vez que seu telefone tocava ou ele trocava mensagens de texto, eu pensava que era um dos Loss, alguém do trabalho, ou até mesmo a mãe dele. 

Repassando os últimos meses na minha cabeça, comecei a duvidar de tudo o que ele me disse. Nunca houve qualquer menção a alguém chamado Josh. Nunca.

No momento em que terminei o café da manhã e completamente chateado, Magnus voltou em uma roupa nova com cabelos úmidos e desgrenhados. Ele preparou seu café do jeito que gostava com creme e açúcar e se dirigiu para a porta da frente, verificando seu celular novamente no caminho.

— Eu vou te levar. – eu disse, bebendo o resto do meu chá e correndo atrás dele.

— Eu não tenho dúvidas disso. – ele murmurou, mais para si mesmo do que qualquer coisa. Pegando o estojo do violino do chão, ele abriu a porta e saiu furioso.

Mantendo minha boca fechada, eu apertei meus molares juntos e bati a porta atrás de mim. Talvez eu devesse tê-lo apresentado a James logo de cara, para que ele pudesse lidar com a irritação de Magnus em vez de mim. 

Mas, novamente, eu queria ir para ver se Magnus estava realmente indo ao teatro e com quem diabos ele estava falando quando chegasse lá.

O tratamento silencioso continuou no elevador. Surpresa surpresa. O espaço entre nós era apenas cerca de 20 centímetros, mas essa fronteira invisível podia muito bem ser a porra da muralha da China. 

Eu via Magnus, mas não conseguia chegar até ele, não importava o que eu fizesse.

A viagem de carro não foi muito melhor. Magnus estava lá, bem ali, ao meu lado, mas não me reconhecia. Ele não fazia nada, aliás. Nada de cantar junto com a música, nada de balançar a cabeça. Ele era como uma maldita estátua, olhando pela janela, mas não vendo nada.

Ele não poderia estar assim tão chateado por causa de Oleg. Eles mal se conheciam. Por outro lado, ele também não conhecia Katya há muito tempo e também levou a morte dela para o lado pessoal.

Estacionando no beco ao lado do teatro, saí e dei a volta na traseira do carro. Magnus já estava fora e a meio caminho da porta do palco quando cheguei ao seu lado. 

Há um tempo atrás, ele esperaria que eu abrisse a porta e me lamentasse por cavalheirismo. Agora? Ele não se incomodava em esperar que eu abrisse ou fechasse qualquer porta, carro ou qualquer outra coisa.

— Te mando uma mensagem quando terminar. – disse ele, abrindo a porta para a entrada lateral.

— Vou ficar um pouco.

Parando no limiar, ele me atirou um olhar cortante. Em vez de dizer o que estava em sua mente, ele balançou a cabeça e desapareceu no teatro escuro. 

Eu definitivamente ficaria ali depois daquele olhar de merda. O fato de ele não me querer por perto era uma bandeira vermelha gigante.

O Idris Theatre era um dos poucos lugares em que eu sabia que sua segurança estava garantida, então não senti necessidade de correr atrás dele. No momento em que cheguei à frente do auditório, ele havia desaparecido em algum lugar nos bastidores de qualquer maneira.

Eu estalei meu pescoço de cada lado e me aventurei em direção ao saguão para esperar por James. Colocar uma porra de distância entre mim e Magnus também não faria mal.

Dez minutos antes da hora, James apareceu, parecendo uma versão um pouco menor de seu tio, vestido com um terno preto simples, menos todas as tatuagens.

— Alec. – disse ele com um aceno de cabeça, estendendo a mão. 

— Por aqui. – Eu joguei minha cabeça em direção ao auditório.

— Este é o teatro de Lubomir, não é? – James perguntou, estudando o interior ornamentado enquanto caminhávamos.

— Você o conhece? – Eu não ficaria surpreso. Lubomir era filho do primo de Rhysand, mais como um sobrinho do que qualquer outra coisa. Como bailarino da companhia Bolshoi, ele era reverenciado como o melhor dançarino da Rússia, sem dúvida. Até que alguém deu uma marreta na perna dele em três lugares.

James balançou a cabeça. 

— Pessoalmente não. Eu o vi dançar em Moscou uma vez. Uma pena o que aconteceu.

— Sim, foi. – Abri a porta do auditório e deixei que ele andasse pelo corredor primeiro.

Magnus estava no palco com Lubomir e os outros diretores artísticos, ouvindo Lubomir explicar o que queria enquanto gesticulava com uma mão – a outra o apoiava em uma bengala. 

Nenhum deles prestou atenção em nós quando entramos em uma das fileiras perto, mas não muito perto do palco e sentamos.

— Sim? – Lubomir perguntou com um aceno de cabeça, olhando entre Magnus e outro cara, um que eu não reconheci. – Os dançarinos não podem fazer muito. Trabalhem juntos. Façam a atmosfera cantar. Luzes, som, ah, cadê meu cliente? – Lubomir se virou e começou a falar com uma mulher de cabelo encaracolado com um bloco de desenho.

O cara ao lado de Magnus se inclinou e disse algo. Da minha posição, parecia que sua boca realmente tinha roçado a orelha de Magnus. 

Magnus mordeu os lábios e balançou a cabeça, mantendo sua atenção em Lubomir. O cara continuou sussurrando de qualquer maneira, até que a compostura de Magnus começou a desmoronar. Ele riu e empurrou o ombro do cara.

Foi preciso todo o autocontrole que eu tinha para não pular naquele palco e quebrar a porra do braço de alguém.

Quem quer que fosse esse cara novo, ele sofreria um mundo de dor se não aprendesse seu maldito lugar. Ele receberia um aviso meu, e isso era apenas para o benefício de Magnus.

Visões de socar o cara novo em sua garganta foram interrompidas pela voz calma de James.

— Esse é ele? – James perguntou, deslizando para frente na beirada de sua cadeira e cruzando os braços nas costas do assento na frente dele.

— Hum hum. – Fiquei feliz em ver que ele se concentrou em Magnus, já que minha atenção estava fixa no homem misterioso parado ao lado dele, aquele que parecia tão decidido a fazer Magnus rir, como se fosse a porra do seu trabalho e não o que Lubomir estava pagando.

— O que mais eu preciso saber? – James perguntou, lançando um olhar para mim. – Alguma coisa que não esteja em seu arquivo?

— Não. Isso é tudo. – Não era. Nem perto. Mas para seus propósitos, James sabia tudo o que precisava para fazer seu trabalho com eficiência.

James assentiu, rastreando Magnus enquanto ele se movia pelo palco e pulava no fosso da orquestra, conversando com seus colegas músicos. Seu humor jovial diminuía à medida que se afastava do homem misterioso, se transformando em um profissional que poderia ser melhor descrito como uma mistura de professor e músico. Era a mesma personalidade que ele tinha quando dava aulas de música na faculdade, partes iguais de paciente e perfeccionista.

Deslizando meu telefone, procurei no palco pelo novo amigo de Magnus e tirei uma foto rápida. Mandei uma mensagem para Jace com uma instrução simples.

“Descubra tudo.”

 

Jace respondeu com um emoji de polegar para cima.

 

Menos de uma hora depois, um e-mail apareceu com uma análise completa desse idiota.

 

Josh.

Este era Josh?

Primeiro a mensagem, depois aquela porra de demonstração de intimidade bem na minha frente? Consciente para não quebrar meu maldito celular, continuei rolando. 

De acordo com o arquivo, ele era um pouco mais velho que Magnus, solteiro, e levava para casa uma ninharia em relação ao meu salário, mesmo antes do aumento. Aparentemente, ele era o diretor de iluminação de Lubomir, já que o outro decidiu trabalhar em um programa de TV ou algo assim.

Sua rede social era uma mistura de besteiras de teatro, selfies estúpidas e alguma tentativa de merda de fotografia urbana ousada. Ao longo do mês passado, parecia que Magnus aparecia em mais e mais fotos, seja em segundo plano ou como único foco.

Havia uma foto de Magnus sentado ao piano, tocando, alheio mais uma vez ao fato de que ele estava sendo perseguido. 

Me doeu admitir que era uma boa foto dele. O cara teve sorte que não havia legenda, além de marcar a conta quase inativa de Magnus e um rosto sorridente estúpido com óculos de sol.

Eu bati no bíceps de James e mostrei uma foto de Josh.  

— Fique de olho nesse enquanto você está nisso.

James estudou a foto e olhou para o palco, mas Josh havia desaparecido. 

— Ele é uma ameaça?

Ele com certeza era agora. 

— Ele é novo. Eu não confio em pessoas novas. 

— Eu sou novo. – respondeu James com um sorriso torto, entregando meu telefone de volta. 

— Você é diferente.

— Porque sou sobrinho de Azriel?

— Porque você sabe o que vai acontecer se você mexer comigo. Eu te disse, não dou a mínima para quem é sua família. – Eu não estava blefando. Em absoluto. 

E depois da merda que vi esta manhã? Só esperava que alguém cruzasse essa linha.

James sabiamente parou de sorrir e inclinou a cabeça em compreensão.

Quando os músicos fizeram uma pausa, Magnus finalmente reconheceu que eu ainda estava no teatro. Ele murmurou algo para o pequeno grupo com quem estava conversando antes de sair do fosso da orquestra. Ele se aproximou de nós com cautela, seus olhos correndo entre James e eu quando nos levantamos para encontrá-lo. 

— Ele é o novo guarda-costas?

Limpei a garganta e gesticulei para o meu lado. 

— Este é James Venuste. James, Magnus Bane.

Magnus inclinou a cabeça para o sobrenome, estendendo a mão no entanto. 

— Como o...?

— Ele é meu tio. – respondeu James, apertando a mão de Magnus com firmeza.

— Isso significa que você não vai matar este? – O olhar estreito de Magnus estalou para mim.

— Ele sabe o que está em jogo. – eu disse, tentando não rosnar a resposta.

Magnus deu uma olhada em James, mas eu não sabia dizer se ele estava feliz com a substituição de Oleg ou não. Embora, ele nunca tenha ficado feliz com Oleg – ponto final. 

Magnus se ressentiu dele e eu tinha a sensação de que James não seria diferente, independentemente de seu sobrenome. Francamente, eu não dava a mínima, desde que Magnus estivesse seguro. James foi contratado para manter Magnus vivo e ileso. Ser gostado não era um requisito do trabalho.

James assentiu concordando comigo. 

— Sua segurança é tudo o que importa. – Parecia que Magnus estava prestes a discutir, mas eu o interrompi. – Eu tenho que ir. James vai te levar para casa.

Magnus assentiu, cruzando os braços sobre o peito. Ele mudou seu peso para o pé de trás, se afastando de mim. 

— Tome cuidado. – Foi tudo o que ele disse. Era tudo o que ele poderia dizer. 

Não houve abraço de despedida, nem beijo. Apenas um olhar resignado em seus olhos e essas duas palavras.

Suprimindo a vontade de gritar toda a minha frustração, ou apenas agarrá-lo e beijá-lo, eu me virei e me dirigi para a porta sem dizer uma única palavra.


Notas Finais


O que acharam desse Alec ciumento?

Obrigado por ler, você é especial ❤️🌻


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