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História De Joelhos (Malec) - Eu queria que ele sofresse.


Escrita por: coracoesvazios

Notas do Autor


Vamos lá ❤️

Capítulo 68 - Eu queria que ele sofresse.


Fanfic / Fanfiction De Joelhos (Malec) - Eu queria que ele sofresse.

MAGNUS

— Vamos. — Empurrando o lado de Alexander, olhei para ele com a expressão mais séria que pude. — O que você achou? 

 

— Você não quer saber. — Ele nem olhou para mim enquanto pegava a tigela de pipoca e se retirava para a cozinha.

 

— Alexander! — Peguei as latas de Coca vazias e fui atrás dele. — É um clássico! Bem, um novo clássico de qualquer maneira. E havia apenas um anão desta vez.

   

— Toda a missão foi uma gigantesca perda de tempo. Por que o velho não subiu em um pássaro no começo e jogou o anel no vulcão? Em vez disso, ele deu para a pessoa mais fraca do grupo. É ilógico.

 

— É sobre a jornada, não apenas destruir o anel. E Frodo teve a força emocional para realizar a tarefa. Ninguém mais tinha.

 

— Prefiro ter força física do que força emocional. Você não viu nenhum dos humanos sendo pegos por uma aranha gigante e quase comidos.

  

— Não podemos todos ser assassinos durões, ok? Alguns de nós, meros mortais, precisam confiar em nossos outros talentos. — Eu me aproximei dele e beijei a parte inferior de sua mandíbula, a barba áspera contra meus lábios. — Você pelo menos gostou da música?

 

— Você e sua maldita música. É só nisso que você pensa?

— Existe algo melhor? — Fingi um sorriso inocente.

 

Ele me deu um sorriso predatório antes de cobrir minha boca com a dele, chupando meu lábio inferior suavemente antes de mordê-lo.

— Você nunca vai me contar sobre seu apelido? — Eu soltei a pergunta antes que o filtro na minha boca pudesse impedi-la.

 

Ele inclinou a cabeça. 

— “Alec”?

 

— Não. O outro. Seu nome de rua, ou o que é.  

Dessa vez, suas sobrancelhas se ergueram. 

— “O lobo?” — Ele perguntou e eu balancei a cabeça. — Você vai me dizer como conseguiu os alicates para fugir de mim? — ele jogou de volta com um sorriso.

 

— Se você me contar primeiro.

 

Sua cabeça rolou para trás com um gemido. 

— É uma piada. A coisa toda. Não tem sentido.

 

— Uma piada? — eu não acreditava. — As pessoas ficam literalmente assustadas apenas pelo seu nome. Isso não soa como uma piada para mim.

 

Em vez de responder, ele tirou o telefone do bolso e começou a digitar. Encontrando o que queria, ele me entregou com um suspiro resignado.

 

Era uma manchete de notícias de 2010.

 

“400 LOBOS TERRORIZAM CIDADE RUSSA”

 

— Que porra é essa? Mataram trinta cavalos em quatro dias? — Continuei lendo, os olhos se arregalando quando cheguei à parte sobre o quão completamente remota Yakutsk era, e quão fria. — Sério? Foi aí que você cresceu? Com supermatilhas de lobos correndo em um dos lugares mais frios da Terra? — Ele assentiu, imperturbável pela descrição aterrorizante de sua pitoresca cidade natal. — Ok, mas o que isso tem a ver com o seu apelido? 

 

— Jace. — Ele sorriu e balançou a cabeça. — Aquele idiota começou a me chamar de Lobo como uma piada depois que a notícia saiu. Então, quando as pessoas viram o que eu fiz pelos Morgenstein... — Suas sobrancelhas negras se juntaram. — Bem, não era mais uma piada. Os humanos não foram feitos para fazer isso uns com os outros. Então o nome meio que pegou.

 

Estendi a mão para ele, mas ele se afastou.

 

— Jonathan. — eu disse, respondendo sua pergunta anterior e tentando não vomitar. Esse nome era como ácido na minha língua, mas pelo menos eu poderia dizer em voz alta. Finalmente. — Ele me deu os alicates.

Alexander parou de repente, os músculos de suas costas visivelmente se contraindo sob sua camiseta branca.

  

— Acho que ele fez isso só para foder com você. — Cruzei os braços sobre o peito e inclinei meu quadril contra o balcão da cozinha. — Eu não te contei porque não parecia importante. Além disso, é, tipo, a única coisa que eu poderia esconder de você. Você sabe tudo sobre mim. Eu sou um grande e patético livro aberto para você.

 

— Se ele não estivesse morto, eu o mataria, aquele pedaço de merda traiçoeiro.

 

Eu não tinha mais nada a dizer sobre o assunto. Era uma coisa boa, já que houve uma batida na porta. Bem, mais ou menos. 

Foi mais como um punho batendo contra a porta com tanta força que a corrente do lado de dentro chacoalhou.

 

A qualquer segundo, eu esperava ouvir Catarina gritando do outro lado. Achei que não tinha perdido nenhuma das mensagens dela recentemente, mas peguei meu telefone para verificar. Nada.

 

Alexander olhou para mim brevemente antes de abrir.

 

Olhei ao virar da esquina e meu coração congelou no meu peito.

 

Não havia absolutamente nenhuma razão para eles estarem aqui! Dois policiais uniformizados estavam do outro lado da porta. 

— Alexander Lightwood?

 

Os ombros de Alexander se endireitaram e eu não pude deixar de notar que ele ampliou sua postura, como se estivesse se preparando para enfrentar os dois. Infelizmente para eles, ele provavelmente poderia. 

— O que vocês querem?

 

Os policiais notaram a mudança em sua posição também. O que estava falando estendeu a mão, sua mão segurando o taser ainda no coldre do colete. 

— Você tem um mandado de captura. — disse ele enquanto o segundo retirava um par de algemas de seu cinto de serviço. — Sem fiança. Você tem que ir a um juiz.

 

Alexander inclinou a cabeça, mas fui eu quem soltou: 

— Para quê?!

 

A atenção dos policiais se voltou para mim por meio segundo, decidiram que eu não era uma ameaça e imediatamente voltaram para Alexander. 

— Agressão agravada, para começar.

 

— O que você quer dizer com ‘para começar’?

 

— Ouça, garoto, ligue pra nós amanhã e você vai saber de tudo, ok?

 

Enquanto isso, o policial com as algemas girou o dedo, indicando que Alexander deveria se virar. Com o maxilar cerrado, Alexander girou nos calcanhares e cruzou os braços atrás das costas, se estabelecendo em uma posição com a qual parecia muito familiarizado. 

Memórias de suas fotos russas passaram pelo meu cérebro como uma apresentação de slides. E agora ele teria mais uma para a coleção.

 

— Isso é uma merda! — Eu não podia acreditar que ele não estava dizendo nada em sua defesa. 

Alexander lutava contra tudo e todos e agora? Nada. Não que eu quisesse que ele lutasse com um policial, mas considerando do que ele era capaz, eu não podia acreditar que ele estava apenas concordando com isso! 

 

— Solnyshko. — Ele rosnou a palavra, puxando meu olhar para ele como um ímã.

 

Mordi o lábio, o pavor percorrendo minha espinha. Ele não precisava dizer mais nada. Seu tom era de reprimenda o suficiente e eu sabia que precisava calar a porra da minha boca antes de ser preso também.

 

— Para onde vocês estão levando ele? — Perguntei aos policiais, tentando controlar minhas emoções em espiral.

 

— Divisão 9, na 3ª Avenida.

 

Não significou nada para mim, mas a mandíbula de Alexander se apertou. A tatuagem em seu pescoço ondulou, enquanto os músculos de sua garganta se flexionavam.

 

— Eu vou ficar bem. — disse ele, respondendo à pergunta não dita provavelmente estampada em meu rosto. 

 

Os policiais o arrastaram para fora da porta e pelo corredor. Sem adeus. Sem nada. Apenas uma garantia vazia e um apartamento ainda mais vazio.

 

Minha respiração acelerou. O mundo ao meu redor girou tão rápido quanto os pensamentos na minha cabeça. O sangue em minhas veias zumbiu. 

Eu ia vomitar a qualquer segundo. Eu sabia. A Coca-Cola e a pipoca estavam voltando pelo meu esôfago. Engolindo, me virei e examinei a cozinha freneticamente.

 

Pegando meu telefone do balcão, percorri os contatos, debatendo para quem ligar primeiro.

 

Azriel era a escolha óbvia. Ele saberia o que fazer. Ele tinha acesso ao dinheiro, advogados e tudo o que Alexander precisava. 

Mas, novamente, ele poderia ficar chateado por Alexander ter sido preso em primeiro lugar. Evitar os policiais a todo custo era algo arraigado em todos eles. Azriel podia ver a prisão de Alexander como sua própria culpa, um problema que não valia a pena consertar. E isso, por si só, poderia comprometer a posição de Alexander, o que eu não podia deixar acontecer.

 

Rolei de volta para o topo dos meus contatos.

 

O telefone tocou três vezes antes de um homem muito confuso atender o telefone. 

— Magnus? Está tudo bem?

 

— Dean. — Engoli mais náusea, propositalmente desacelerando minha respiração para não vomitar palavras no telefone. — Eu preciso de sua ajuda.

 

— O que está errado?

  

— Os policiais vieram e prenderam Alexander. Disseram que ele tinha um mandado. E eu não posso vê-lo até amanhã na ligação de fiança. Eles disseram que era 'sem fiança' ou qualquer outra coisa e ele tinha que ir ver um juiz. Eles só me disseram uma acusação, mas acho que ele tem mais e tenho certeza que minha amiga o denunciou pelo que ele fez com... — A percepção me atingiu como uma marreta. Meu Deus! Aquele filho da puta! — Não! Foi a porra do meu pai! Tem que ter sido aquele filho da puta!

 

Dean arfou ao telefone. Tanto para não vomitar palavras. Quando parei de falar, ele limpou a garganta. 

— Você sabe para onde ele foi?

 

— Eles disseram 3ª Avenida. — Um suspiro profundo soou pelo alto-falante. — Porquê? O que há de errado com a 3ª Avenida?

Minha frequência cardíaca triplicou novamente, lembrando da cara que Alexander fez quando ouviu a notícia. Minha palma estava tão suada que parecia que ia deixar cair o telefone.

 

— É uma prisão de máxima segurança. O que significa que seu homem vai ser muito popular. Espero que alguns de seus companheiros também estejam presos, caso contrário, ele terá uma longa noite.

 

Afundei em um dos bancos da cozinha. 

Seu apelido assustador seria suficiente para mantê-lo seguro, pelo menos por uma noite? Deus, eu esperava que sim. 

Quero dizer, ele sobreviveu à prisão. Uma prisão russa. Certamente a prisão americana era mais branda do que isso. Certo? 

— Você pode ajudá-lo?

 

Dean ignorou a pergunta e atirou de volta outra. 

— Você já conversou com o pessoal dele?

 

— Não, você foi minha primeira ligação. Achei que ele precisava mais de um advogado do que de um chefe da máfia. 

 

— Boa. Vou ligar para Azriel e informá-lo do que está acontecendo. Mas vou te dizer agora para não esperá-lo em casa esta noite. Ok? A lei não funciona tão rápido. Mas eu vou trazê-lo de volta para você, Magnus. Eu prometo.

  

— Obrigado, Dean. Eu não posso agradecer o suficiente.

 

Ele desligou e eu caí sobre o balcão, descansando minha cabeça no meu braço. Raiva e medo retorciam meus intestinos como trepadeiras espinhosas. 

Isso era coisa do meu pai. Porra, eu sabia que era. 

Agressão agravada? Que puta besteira. Ele tem sorte que um nariz quebrado foi a única coisa que Alexander fez com ele, e então ele se vira e presta queixa porque seu ego foi pisoteado? 

Foi há mais de uma maldita semana! Ele denunciou isso naquela noite e os policiais levaram tanto tempo para alcançar Alexander, ou ele propositalmente deixou algum tempo passar para que achássemos que estávamos livres?

 

Independentemente da resposta, eu jurei ali mesmo que iria pegá-lo de volta por isso. 

Não havia como eu esquecer a facilidade com que ele mentiu sobre o pedido de resgate quando fui sequestrado, ou como ele me tratou por toda a minha vida. 

Mas meu plano original de fazer Alexander assustá-lo pra caralho? Foda-se. Eu não queria assustá-lo mais. 

Eu queria que ele sofresse. 

Suas ações, ou a falta de ações, tinham consequências e eu jurei garantir que ele sentiria todas as repercussões brutais delas.


Notas Finais


Por favor não me matem 🙃

Obrigado por ler, você é especial ❤️🌻


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