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História De Paris, com amor - Amélie e Cavani - Caos.


Escrita por: CookieHanz

Notas do Autor


Como prometido mais um capzin. E esse vai deixar cês felizinhas, tá? hahaha <3

Capítulo 16 - Amélie e Cavani - Caos.


Fanfic / Fanfiction De Paris, com amor - Amélie e Cavani - Caos.

Amélie Bouvier

O céu de Paris estava tomado por nuvens enegrecidas, do jeito que prevê temporal. E eu comecei a tirar todos os brinquedos de Cami do quintal, pra que no outro dia não precisasse tirá-los da lama. Meu celular apita e eu o puxo rápido do bolso. Vejo uma mensagem de Elena, e solto um suspiro frustrado.

Era quarta feira e faziam quase três dias que eu não falava com Edi. Ele não falava comigo e nem eu com ele. Depois de uma pequena discussão com August sobre ter ciúme ou não de Cavani, as coisas tinham ficado estranhas entre nós. Eu não gostava daquela sensação.

Eu gostava de Edi. Não queria que ele se afastasse pela ceninha estranha em que August nos colocou. Edi, e por consequência, Emily e David, foram o maior círculo de amigos que tive desde que virei mãe. E eu gostava da sensação de tê-los por perto.

Ainda assim, eu não tinha mandado nenhuma mensagem pra ele e eu não sabia explicar porquê.

- Mamãe, já acabei! – Cami disse e eu andei até seu quarto. Ela já estava vestida no pijama, e eu penteei seu cabelo, amarrando-o em uma trança. – Posso assistir a Princesa Sophia? – ela pergunta eu assinto puxando-a para meu colo. Cami se agarra a mim como uma macaquinha e eu beijo sua testa.

- Eu já falei que amo você de montão? – pergunto enquanto ando pra sala de televisão.

- Hoje não. – ela diz manhosa e eu sorrio.

- Eu amo. Muitíssimo.

- Também te amo, mamãe. – ela abre um sorriso pra mim e eu a coloco entre as almofadas. Ligo a televisão.

- Vou terminar de limpar a cozinha, certo? – eu digo e ela assente já entretida com o desenho.

Vejo um raio cortar o céu pela janela da cozinha, e a fecho sentindo algumas gotinhas de chuva respingarem em minhas mãos. A campainha toca e eu largo a bucha de prato pra andar até a sala.

- Vai cair o céu! – Elena diz passando por mim depois que eu abro a porta e eu assinto.

- Nem me fale.

- Posso acampar aqui hoje? – ela pergunta jogando sua bolsa em meu sofá.

- Claro, El.

- A princesa já dormiu? – eu assinto.

- Tava assistindo desenho, mas já deve ter dormido. Você já jantou? – pergunto e ela senta à mesa.

- Comi um hambúrguer vindo pra cá.

- Você vai morrer com tanta gordura. – eu digo e ela dá de ombros.

Meu celular apita em cima do balcão e El o pega.

- Quem é? – pergunto e ela abre um sorrisinho.

- É o Edi. – estende o celular pra mim e eu abro a conversa.

Edi: Mel? Preciso de você.

Abro um sorriso enquanto digito.

Eu: Oi. Estou aqui.

Edi: O Bauti está queimando de febre.

Edi: Eu o levei pro médico de tarde, mas o médico dele não estava. O médico de plantão o medicou e nos mandou pra casa, mas ele ainda está com febre. E já vomitou duas vezes.

Edi: Soledad precisou viajar pro Uruguai ontem. Não sei o que fazer.

Edi: Bauti não para de chorar.

- O que foi? – Elena me encara e sei que não estou com uma cara boa.

- Bauti está doente. Edi não sabe o que fazer.

- Já levou pro hospital?

- Sim, mas o mandaram de novo pra casa. Mas a febre não cede. – eu digo e sacudo a cabeça indo em direção ao meu quarto.

Tiro minha calça de moletom e visto uma jeans. Coloco um suéter por cima da blusa de alcinha do pijama e volto pra cozinha.

- Pode ficar com a Cami até eu voltar? – pergunto pra Elena que me olha confusa. Eu procuro minhas chaves.

- Claro que posso. Mas você vai atravessar a cidade pra cuidar do Bauti?

- É uma emergência, El! Não iria se não fosse. – Elena continua me encarando de um jeito estranho, mas então ela sorri e assente.

- Vai lá. Eu cuido da Cami.

- Obrigada.

Passo pela porta da frente e tiro a minivan da garagem buzinando pra El. E antes de arrastar com o carro, envio uma mensagem pra Edi.

Eu: Me dá seu endereço.

 

 

Edinson Cavani

- Papai... – Bauti choramingou e eu apertei mais o cobertor ao seu redor.

- Tô aqui, filho. – tento soar tranquilo, mesmo estando apavorado por vê-lo daquele jeito.

A campainha é tocada e eu levanto o tronco muito rápido.

- Eu já volto, tá? – digo e corro pra sala, quase tropeçando. Ao abrir a porta meu peito se enche daquela mesma coisa que sinto toda vez que a vejo e eu solto o ar com força.

Amélie está toda molhada na minha frente e abre um sorriso que faz aquela noite escura ficar iluminada.

- Estacionei do outro lado da rua e passei meia hora na chuva tentando explicar pro carinha da guarida que você tinha me deixado subir.

- Me desculpa. Droga, eu devia ter avisado.

- Tudo bem.

- Vem, entra. – eu dou espaço pra ela passar encolhida.

- Como ele está?

- Ainda muito quente. – eu murmuro enquanto andamos pelo corredor. Nós entramos em meu quarto. – Vou pegar uma toalha pra você. – eu digo e ela assente indo pro lado de Bauti em minha cama.

- Oi, Bauti. – ela diz com uma voz doce. Procuro a toalha no armário do banheiro e volto pro quarto.

Amélie pega a toalha e se enxuga. Puxa os cabelos meio molhados pra cima e os amarra em um coque frouxo. Puxa as mangas do suéter úmido até os cotovelos e se agacha na frente de Bauti. Toca seu rosto fazendo meu filho estremecer.

- Me desculpa pela mão gelada, Bauti. – ela diz baixinho. – Ele tá muito muito quente, Edi. Você tem um termômetro? – ela pergunta e eu o pego na caixinha do lado da cama. – Quase 41 graus, meu Deus! – Amélie tira o cobertor de cima de Bauti que reclama. – Me ajuda a tirar a roupa dele. – ela pede e eu me ajoelho na cama ao seu lado, tirando a camisa e o short do pijama de Bauti. Ela o pega no colo. – Onde é o banheiro?

- Aqui. – Amélie me segue pro meu banheiro.

- Liga o chuveiro pra mim. Água fria. A gente tem que dar um choque térmico nele. Essa febre tem que abaixar agora. – ela diz e eu abro o chuveiro. Amélie coloca Bauti embaixo devagar e se molha mais nesse processo. Meu filho começa a chorar e eu sinto meu coração se partir. – Vai ficar tudo bem, Bauti.

- Tá frio. – ele chora e eu me agacho ao seu lado no box.

- Eu sei, meu amor. Mas é pra você ficar bom logo. – a voz de Amélie é doce. Pego uma toalha grossa e envolvo Bauti puxando-o pro meu colo quando Amélie diz que posso. Visto um pijama seco nele e o deito na cama. – O aquecedor está ligado?

- Sim.

- Aumenta um pouquinho. Não vou cobrir ele. – eu faço o que ela manda. – Ele já comeu?

- Consegui fazer ele comer um sanduíche mais cedo. – Amélie assente enquanto coloca o termômetro de novo em Bauti.

- Ele vai ficar bem, tá? – ela diz me olhando e eu assinto.

- Você tá toda molhada. – eu digo e ela sorri. – Vou pegar uma blusa pra você, se não é você quem vai ficar doente.

- Não precisa.

- Claro que precisa.

Abro meu armário e tiro um suéter preto grosso. Entrego a Amélie que agradece e vai até o banheiro se trocar.

Checo o termômetro e vejo que a febre de Bauti abaixou. Sorrio aliviado e beijo a testa do meu filho.

- Sei como é horrível. – Amélie diz quando volta do banheiro. Mordo meu lábio ao vê-la vestida no meu suéter. – A Cami teve um ataque alérgico uma vez. Foi a pior sensação da minha vida. – ela diz voltando pra se sentar do meu lado na cama.

Eu me jogo pra trás, deitando meu tronco na cama, soltando um suspiro alto. Pra minha surpresa Amélie faz o mesmo ao meu lado. Ficamos um do lado do outro olhando pro teto em silêncio.

- Porque você sumiu essa semana? – ela pergunta de repente e eu aperto os olhos.

Eu tinha sumido porque era a coisa mais certa a se fazer. Porque estava apaixonado por ela, mas isso era errado. Porque ela estava noiva.

- Você também não falou comigo. – eu digo na defensiva.

- Achei que não quisesse falar comigo.

- Porque? – pergunto virando o rosto pra olhá-la. Amélie não vira pra mim. Ela está de olhos fechados, mas sei que sabe que estou olhando pra ela. Porque minha respiração pesada faz seu cabelo mexer um pouco. Isso me faz perceber o quanto estamos perto um do outro.

- Não sei. August foi meio bobo com você naquele dia. – ela diz e eu assinto. Ele tinha ficado com ciúmes. E tinha motivo. Porque eu estava olhando pra noiva dele com a maior vontade de beijá-la. Do mesmo jeito que estava agora.

Os olhos de Amélie ainda estavam fechados. Ela solta um suspiro e eu fico olhando pra ela.

- Não me importo. – eu digo com sinceridade.

Eu realmente não me importava. Não me importava se August sentia ciúmes ou não. Se ela estava perguntando porque eu não tinha falado com ela era porque tinha sentindo minha falta, e era só isso que importava.

Amélie abre os olhos e vira o rosto pra mim. Então eu prendo a respiração. Seus olhos castanhos estão nos meus, e se eu inclinar meu rosto só um pouco pra frente nossos narizes vão se tocar. Aquele momento faz meu coração parar e eu tenho medo de me mexer e ela sair de perto de mim.

- Eu preciso ir. – Amélie levanta o tronco de repente e eu volto a respirar direito. – E-Eu deixei a Cami com a Elena. Eu... Eu preciso ir. – ela diz e começa a andar pra trás. – Ele vai ficar bem. – ela aponta pra Bauti e sacode um pouco a cabeça.

Eu não consigo dizer nada, porque estou meio atordoado, e Amélie quase corre e some do quarto. E então eu sei que ela sentiu. Ela também sentiu o que sinto toda vez que a vejo. Ela sentiu essa coisa estranha e gostosa que sinto quando chego perto dela.

Viro o rosto pra ver Bauti ressonar tranquilo e levanto da cama. Ao mesmo tempo que levanto, o quarto fica completamente escuro de repente. Eu só paro por um segundo entendendo que é uma queda de energia e então volto a andar rápido atrás de Amélie. Ouço-a se esbarrar no armário do corredor e ando mais rápido ainda, sabendo exatamente onde ela está.

- Amélie.

- Edi.

Nós falamos quase ao mesmo tempo e eu estico a mão a frente do meu corpo sem conseguir enxerga-la direito. Como se adivinhasse meus pensamentos Amélie também estica a sua e nós entrelaçamos nossos dedos, nos encontrando.

Eu não posso vê-la porque está muito escuro, mas sinto sua presença e é como se eu a enxergasse por dentro.

E então não falamos mais nada.

Não falamos nada quando minha mão escorrega da sua mão pra sua cintura. Não falamos nada quando a puxo devagar pra perto de mim. Não falamos nada quando suas mãos trêmulas param em meu peito. Não falamos nada porque estamos protegidos pela escuridão. Mas nós sabemos. Eu sei. Eu sei por que meu coração está batendo muito forte e sinto o dela bater tão forte quanto o meu.

Ela aperta minha camisa entre os dedos e eu aperto minhas mãos em suas costas, fazendo-a ficar na ponta dos pés. Eu encosto meu rosto no seu, e ouço seu suspiro enquanto passo de leve meu nariz por sua bochecha. E Santo Dío, como ela é cheirosa.

Amélie meneia a cabeça, quase que num pedido mudo pra que eu continue a tocar seu rosto com o meu, e eu quero gritar porque ela está correspondendo!

Quando eu viro meu rosto só um centímetro, sinto o ar quente que emana dos seus lábios tocarem os meus. Mas não nos movemos. Não nos movemos nem um centímetro. Porque parece que se nos movermos tudo vai pros ares. E eu não quero que aquele momento acabe.

- Eu tenho que ir embora agora. – Amélie sussurra vagarosamente e seus lábios tocam os meus de passagem. Um arrepio percorre todo meu corpo e eriça meus poros, eu a abraço ainda mais em reflexo. Se existia alguma sensação mais gostosa que aquela eu precisava experimentar.

- Fica... – eu peço e ela sacode a cabeça em negação, soltando o aperto em minha camisa muito devagar.

– Por favor, Edi... – eu sei que ela está pedindo que eu a deixe ir, mas eu não quero. Eu não posso. Porque agora que eu sei que ela sente pelo menos um pouquinho do que eu sinto. Meu corpo todo está eletrizado e ela é quem mantém essa corrente gostosa que me perpassa.

- Não...

- E-Eu... Eu tenho que ir embora agora. – ela diz e se afasta de uma vez, me empurrando pra longe no processo. E como se estivesse esperando, a energia volta e faz tudo desmoronar. A luz aponta o que acabamos de fazer, e de repente os olhos de Amélie se arregalam e suas bochechas ficam muito vermelhas. Ela sacode a cabeça parecendo envergonhada. – Tchau.

- Amélie. – ela não me olha mais e corre pra fora do meu apartamento. Quando ela fecha a porta eu só consigo ficar ali parado. Pensando que não tinha mais jeito. Que não era uma loucura só minha.

Era nossa.

E eu sorrio. Eu sorrio mesmo sabendo que tudo poderia virar um caos. Eu sorrio porque se eu tivesse mais momentos como aquele, o caos valeria a pena.

 


Notas Finais


até logo, chuchus.


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