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História De Paris, com amor - Amélie - Dia ruim.


Escrita por: CookieHanz

Notas do Autor


OOOOOOOOOOOOOOOOOOLÁ CHUCHUZINHOS!!!!!!!
Tia Hanna voltou e trouxe um capzinho cheio de revelações pra vocês que queriam algo pra odiar o Auggie. HAHAHAHA
Segurem a marimba aí que agora nossa mocinha vai sofrer um cadinho. ;/

Capítulo 18 - Amélie - Dia ruim.


Fanfic / Fanfiction De Paris, com amor - Amélie - Dia ruim.

Amélie Bouvier

Meus olhos estão ardendo e quando eu levanto o corpo da cama sinto dor nos ombros. Uma dor de quem passou a noite em claro relembrando cada minuto dos momentos turbulentos de sua vida há quatro anos atrás. É como se eu não tivesse dormido. E acho que não dormi mesmo. Olhei Cami na cama umas cem vezes, como se de repente ela fosse sumir dali. Meu coração parecia pequenininho.

Eu não sabia porque estava tão agoniada.

Eu tinha me sentido mais leve depois de contar a Emily, David e Cavani sobre minha história com Cami. Eu tinha ficado feliz com o apoio. Tinha gostado de ficar minutos e minutos no meio do abraço carinhoso de Edi que não parava de repetir que eu era mãe da Cami. Mas enquanto eu arrumava as coisas de Cami numa mochilinha pro dia com o vovô eu só conseguia me sentir agoniada. Inquieta.

Ouço a porta da frente abrir e mesmo antes que Cami grite “Vovô!!!” eu sei que é ele. Pego a mochilinha da minha filha e ando até a sala já ouvindo a risada alta do meu pai.

- Quem é a menina mais linda desse mundo? – meu pai mima Cami e eu rio pra ele.

Vejo Sue beijar a bochecha de Cami e passar por meu pai pra vir me abraçar.

- Como cê tá, Sue?

- Estou ótima e você? – ela diz enquanto me abraça.

- Estou bem. – sorrio e ela assente me entregando uma vasilha.

- Fiz torta ontem, mas seu pai fica querendo comer toda. Esse velho não se preocupa com a saúde dele, mas eu não quero que ele morra cheio de açúcar no sangue. Então tenho que me livrar dessa torta antes que ele a devore de uma só vez. – eu rio alto e vejo meu pai revirar os olhos, com Cami no colo.

Ele anda até mim e beija minha bochecha.

- Não escute essa louca. Quer que eu coma só folhas. Eu lá sou tartaruga?! – ele dá de ombros e eu rio mais ainda. – Mas e então, o que vai fazer hoje? – meu pai pergunta aumentando a voz à medida que eu ando até a cozinha pra guardar a vasilha na geladeira.

- Vou ficar com a El na casa dela.

- Dia de meninas, não é? – ele arqueia uma sobrancelha e eu assinto. – Muito bem. Divirta-se e aproveite sua folga. – ele pisca pra mim e eu assinto já de volta a sala.

Sue pega a mochila de Cami e me beija o rosto outra vez antes de sair com meu pai.

- Qualquer coisa me liga, tá? – eu digo e ele assente.

Beijo o rosto da minha filha.

- Se comporta com o vovô.

- Tá, mãe. – ela sorri e corre com Sue pro carro. Meu pai ainda me olha mais uma vez antes de se virar pra sair.

- Se divirta mesmo, bonequinha. Você merece. – ele sorri me lançando uma piscadela.

 

                                                                                                       ******

 

- E então, hein? Você e o David... – eu digo um pouco alto pra que Elena me escute por cima do som da voz de Janis Joplin. A vitrola antiga que Elena acha super charmosa faz a voz da cantora ecoar pela salinha do apartamento pequeno da El.

- Que que tem? – ela pergunta se fazendo de desentendida enquanto tira mais uma caixa de um quarto pequeno, escuro e mofado que ficava embaixo da escada que dava pro terraço.

- Quando vocês vão assumir que tem alguma coisa?

- Não temos nada.

- Cala essa boca. – eu bufo e engulo um longo gole direto da garrafa de vinho barata. Eu não gostava de beber, mas eu estava estranhamente com vontade naquele momento.

- Nós ficamos. Estamos ficando todos esses dias. Ficando mesmo. Ficando gostoso. – ela diz e faz uma cara que me faz gargalhar bem alto.

- Ai meu Deus! Vocês já...

- Bom...

- Ai meu Deus! – eu rio mais alto ainda e Elena sacode a cabeça rindo também. Ela larga mais uma caixa de papelão lacrada do lado de várias outras e se joga do meu lado no sofá, puxando a garrafa de vinho da minha mão.

- Ele é gostoso. – ela diz com o olhar na janela a nossa frente e eu rio.

- Não finja superficialidade, mocinha. Sei que é mais do que um corpinho bonito. – eu digo e ela ri prendendo o cabelo novamente num rabo de cavalo, depois de me devolver a garrafa.

- Eu gosto dele...

- E?

- Porque tem que ter um ‘e’? Eu gosto da companhia, das conversas, dos beijos, da coisa... – eu dou um tapa em sua perna e ela ri antes de voltar a falar sério. – Mas não vou fazer isso. Fantasiar a coisa toda. Vou curtir. O que der deu. – ela dá de ombros.- Também não tô afim de sair por aí me exibindo com ele. Ainda não consegui assimilar que David é um jogador famoso. Brasileiro, gente boa, que é o queridinho das câmeras. Não quero pensar em merdas de papparazzis idiotas em cima da gente.

- Você sempre quis ser famosa. – eu brinco e ela revira os olhos.

- Isso foi quando eu tinha 17 anos e queria ser estrela do rock. Agora eu só quero conseguir pagar minhas malditas contas. – ela diz e eu rio me levantando.

Ando pela sala e chuto devagar uma das caixas.

- Porque tá tirando essas caixas daqui? – pergunto e olho pra trás, mas Elena não está mais no sofá.

- O velhote disse que eu devia limpar de vez em quando. – ela grita do banheiro e eu rio.

Velhote era o “sindico” do prédio. Elena morava ali há mais de cinco anos e provavelmente tinha a mesma quantidade de tempo que não limpava aquele maldito quartinho.

- Vou ver se abro pra jogar umas coisas fora. Tem muita tralha aí. Mas sou apegada, cê sabe. – ela grita ainda no banheiro e eu reviro os olhos conhecendo bem minha amiga.

Ajoelho do lado de uma das caixas e coloco a garrafa de lado depois de beber mais um gole. Puxo a fita adesiva e rio vendo alguns cds, caixinhas de madeira e coisas do nosso tempo de colégio.

- Meu Deus, porque você guarda essas coisas? – eu pergunto mais ela não responde porque está cantando alto junto com o Freddy Mercury da vitrola.

Abro outro caixa e puxo alguns álbuns. Várias fotos de uma Elena gordinha e de sua família grande. Lembro do Sr Louie, seu pai que morava em Maincy e que ela as vezes ia visitar. Eles moravam em Paris quando a El tinha 15 anos e a gente estudava juntas. Mas depois ele quis voltar pra perto da família na cidadezinha de Maincy. El gostava da agitação de Paris e quis ficar, como já tinha 19 o Louie não vetou, com a promessa de que ela o visitasse sempre.

Passo mais algumas fotos e depois reorganizo os álbuns na caixa. Já estou quase fechando quando vejo uma foto perdida no fundo, solta dos quase seis álbuns ali dentro. Puxo-a pra cima e viro.

Meus olhos se fixam na imagem meio estragada pelo tempo. Sinto minha testa franzir e é como se eu pudesse sentir meu cérebro tentando fazer as conexões. Minha boca se abre um pouco enquanto eu observo o casal abraçado e sorridente na foto.

- Se você me ajudar a limpar eu jogo tudo fora. – Elena volta pra sala e eu sacudo a cabeça enquanto me coloco de pé pra esticar o braço em sua direção. – Não me diga que encontrou alguma foto do meu tempo de patricinha de beverlly hills? – Elena brinca antes que eu consiga abrir a boca e perguntar.

- Quando tirou essa foto com o August?

Elena abaixa os olhos pra minha mão e encara a foto, e então sua cara fica mais pálida que o normal.

Eu volto a olhar a foto.

Um August usando uma camisa da faculdade está agarrado a uma Elena alguns anos mais nova. Elena está com um sorriso gigantesco e tem os braços ao redor do pescoço dele.

- Quando tirou essa foto? – eu repito a pergunta sem conseguir tirar os olhos do papel.

- Isso... Isso é idiotice... Faz... Nossa, você fuçou mesmo. – Elena dá uma risada nervosa e puxa a foto da minha mão, jogando-a de novo na caixa antes de fechar e empurrar para o quartinho escuro.

Eu fico parada no meio da sala ainda tentando entender.

- Quando tirou essa foto? – é a terceira vez que eu pergunto. Elena está atrás de mim, e eu não preciso olhar pra ela pra saber que está quase ofegante.

- Faz muito tempo. – ela diz e eu engulo em seco.

Não consigo fazer as conexões.

Elena não suporta August. Eles mal se falaram nesse três anos em que eu namoro ele. Não tem como eles terem um foto parecendo tão... Tão... Tão íntimos juntos.

- Você odeia o August. – eu digo em voz alta agora. – Como tem uma foto com ele? Quando... Quando isso... – eu não consigo terminar.

Não entendo porque estou tão nervosa agora. Não entendo porque eu não consigo ficar tranquila e perguntar a minha amiga de um jeito simples porque ela tem uma foto com meu noivo que ela por acaso odeia.

Elena não responde e isso diz tudo. Meu cérebro parece de repente conseguir funcionar e as conexões aparecem em tela grande diante dos meus olhos.

- Vocês... – eu murmuro em voz alta. – Vocês...? – eu pergunto sem fazer sentido, e me viro. Elena está virada pra janela. – Fala Elena! – eu de repente falo alto demais, e isso faz ela se virar.

- Sim! Droga, Amélie! Sim! – ela diz e eu abro um pouco a boca. – Nós namoramos. Há muito muito tempo atrás! Faz tanto tempo! Não tem mais importância!

- Você e o August? – eu sei que estou franzindo o cenho. Estou andando pra trás e sacudindo a cabeça e Elena está vindo em minha direção. Ela segura meus braços. – Vocês nem se falam... Vocês... Você e o August? – eu repito ainda não conseguindo assimilar.

- Faz muito tempo, Mel... Não tem mais importância.

Eu abro a boca, mas não sai nada. Eu quero dizer alguma coisa mas não faz sentido. Não faz nenhum sentido. Elena e August. Não faz. Não faz.

- Fala alguma coisa, por favor.

- Você mentiu pra mim. – eu digo sem olhar pra ela. Tem uma amargura na minha voz e eu me sinto mal por isso, mas não consigo evitar.

- Não...

- Vocês dois... Você mentiram pra mim.

- Não... Não foi uma mentira...

- Vocês esconderam isso de mim...

- Não, Mel.

- Fingiram que não se conheciam...

- Achamos que seria o melhor!

- ''Achamos''? Vocês acharam? – dessa vez eu olho pra ela. Afasto suas mãos dos meus braços reconhecendo a expressão de desespero em seu rosto.

- Eu teria contado... Mas eu não pude. Não depois de ver você tão feliz. Eu não podia estragar aquilo. Mesmo depois de ver que era ele, eu não podia simplesmente correr o risco de deixar você triste.

- E a melhor opção foi mentir? Vocês fizeram uma reunião pra decidir o que fariam? – eu dou mais passos pra trás querendo ficar longe dela. Elena sacode a cabeça em negação. – Você é minha melhor amiga. Tinha que ter me contado... Porque não me contou?

- Foi difícil... – ela diz e de repente eu vejo uma lágrima escorrer em uma de suas bochechas.

- Espera... Foi o August o cara que te magoou e te deixou desse jeito. – não é uma pergunta e mesmo que fosse ela não nega. – Ah meu Deus.

- Me deixa explicar, Mel, por favor.

- Agora você quer explicar? Agora? – eu solto uma risada de escárnio e pego minhas chaves no balcão antes de andar até a porta.

- Mel, por favor... – ela ainda chama mais uma vez, mas já estou correndo apartamento afora.

Tem alguma coisa ligada em mim. Uma espécie de corrente elétrica que me faz fazer tudo rápido. Eu corro pro carro e entro, e acelero. Meu cérebro não para de trabalhar fazendo as malditas conexões. Tentando achar o erro. Tentando achar momentos, cenas em que eu poderia ter percebido. Descoberto aquilo tudo. Uma lágrima escorre por minha bochecha e eu a enxugo com as costas da mão. Eu preciso ouvir dele. Preciso...

Eu sei que o efeito do álcool do vinho barato está me fazendo ficar mais elétrica e quando eu paro em frente ao Hospital Pediátrico sei que não estou bem.

Ando rápido pelo hall de entrada e pego o elevador pro andar dele. A recepcionista me lança um sorriso me reconhecendo e eu não consigo me forçar a retribuir.

- Posso ajuda-la, Sra Bouvier? – ela pergunta atrás do balcão.

- Preciso falar com August. – eu digo e ela sorri.

- O Dr Dupont está em reunião agora. – mais um sorriso e eu sacudo a cabeça.

- Diga a ele que eu estou aqui e preciso falar com ele.

- Sinto muito senhora, mas...

- Eu só preciso que você ligue e diga que a porcaria da noiva dele está aqui embaixo. Só isso. – eu puxo o telefone do gancho e estendo pra ela. Seu olhar me segue assustado e eu sorrio o mesmo sorrio falso dela. Ela pega o telefone e fala e então magicamente alguns minutos depois August aparece na recepção.

- Querida, qual o problema? Tem uma reunião importante acontecendo. Estou muito ocupado agora... – ele diz assim que fica em minha frente e isso de algum jeito me deixa irritada.

Sinto como se a porcaria do vinho estivesse mesmo fazendo efeito e não consigo controlar minha voz esganiçada e relativamente alta quando falo.

- Você sempre está ocupado, August. É por isso que não me contou que namorou com minha melhor amiga? – eu solto e vejo seus olhos se arregalarem.

- O quê?

- Porque não me contou? – eu pergunto e ele sacode a cabeça antes de segurar meu braço e me puxar mais pro canto, tentando se livrar do olhar da recepcionista.

- Ela não podia ter te contado assim...

- Ela não me contou! Eu descobri!

- Amélie, não podemos conversar agora... – ele diz com aquela maldita voz condescendente e eu puxo meu braço de sua mão.

- Não...

- Vá pra casa, conversamos quando eu chegar. – ele diz e eu solto uma risada enquanto dou alguns passos pra trás. – Não faça assim... Essa reunião é mesmo importante, amor...

- Vá à merda, August. – eu digo. – Vá á merda você e sua maldita reunião. Aproveite e case-se com ela! – eu grito a última frase e entro de novo no elevador deixando um August surpreso no salão.

Volto para o carro sentindo todo meu corpo formigar. Eu quero chorar, mas não consigo. Estou atônita. Estou confusa. Não consigo... Não consigo pensar direito.

Vejo meu telefone piscar e abro as mensagens de chamadas perdidas do meu pai. Meu coração de repente vem parar na minha garganta e eu sinto todo o peso da minha agonia de de manhã me atingir. Acelero em direção a minha casa enquanto ligo de novo pro meu pai. Ele atende na primeira chamada.

- Tá tudo bem com a Cami? – pergunto de uma vez.

- Ela está dormindo no quarto.

- Ai meus Deus, pai... – sinto o alívio me abraçar.

- Filha, venha pra casa agora, por favor. – ele diz e o tom de sua voz não me deixa espaço pra perguntar porque. Então eu jogo o celular no banco já dobrando a esquina da minha rua. Nem estaciono direito. Só tranco o carro e corro pra dentro de casa.

Demoro pra conseguir enfiar as malditas chaves na fechadura, mas quando consigo e abro a porta quase finalmente me permito cair pra trás.

A mulher de pele morena, cabelos compridos cacheados e olhos escuros me olha e eu dou um passo pra trás.

- Ela estava esperando por você, filha. – meu pai diz de pé encostado na parede. Sua expressão é de raiva, mas ele está tentando controlar. Sue me olha antes de dar as costas e seguir pro quarto de Cami e fechar a porta ficando lá dentro.

- Olá, Amy. Faz tanto tempo. – a morena me abre um sorriso e eu preciso me apoiar na parede pra não cair.

O dia não podia ficar pior. 


Notas Finais


E aíí? Auggie e Elena?? E quem é a pessoa misteriosa que chegou?? Deixem aquele comentário maroto com as apostas ;)


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