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História De Paris, com amor - Amélie - Grande dia - Parte 2


Escrita por: CookieHanz

Notas do Autor


VOLTEI!

Capítulo 27 - Amélie - Grande dia - Parte 2


Fanfic / Fanfiction De Paris, com amor - Amélie - Grande dia - Parte 2

Amélie Bouvier

 

Meu coração está batendo muito forte. Não me lembro de alguma vez ter batido tão forte assim. Eu inspiro e solto o ar pela boca, tentando me manter calma pra não enfartar antes de conseguir falar com ele.

Emily para o carro num estacionamento privado e não sei como consegue fazer isso, e quando pergunto ela só ri e diz que são jeitinhos da Emily. Agradeço aos céus por não ter nenhum jornalista ou fotógrafo por perto. Não acho que uma mulher vestida de noiva ia passar despercebida por eles.

Elena e eu corremos por um caminho que desconheço apenas seguindo Emily, e então nós entramos por uma porta que dá num corredor extremamente comprido.

- Onde diabos nós estamos? – Elena pergunta enquanto nós ainda seguimos Emily pelo corredor. Eu estou segurando a saia do meu vestido com as duas mãos pra conseguir correr melhor.

Descemos escadas e entramos por portas, e uma vez nos escondemos de dois seguranças que passam. E isso tudo faz a adrenalina aumentar ainda mais. Meu coração bate descompassado e eu só sei que preciso vê-lo logo pra sentir paz.

O som de gente gritando invade nossos ouvidos e Emily diz que estamos quase lá. Me pergunto como ela conhece tão bem aquele lugar enorme, mas não reclamo.

- O primeiro tempo já acabou, eles entraram no vestiário. – Elena anuncia com os olhos no celular.

Nós paramos num corredor com quatro seguranças e eu sinto meus ombros caírem.

- O quê? – Elena olha pra Emily. – Nunca vamos passar.

- Confiem em mim, gatinhas. – ela sorri e então nos olha. – Eu vou conversar com eles, vocês vão dar a volta e sair naquele lado. Entrem por aquela porta enorme que tem escrito VESTIÁRIO PRINCIPAL. Não dá pra errar. Encontro vocês em cinco minutos lá dentro. Corram ou vão perder o halftime. – ela diz apontando os caminhos e então se vira e anda até os seguranças.

- Ela é uma maldita doida. – Elena diz e eu estou estática. Então ela me puxa e me faz seguir o caminho que Emily indicou.

Nós corremos e quando paramos em frente às duas portas com o nome Vestiário Principal meu coração para.

Eu consigo ouvir o barulho lá dentro e ele se mistura ao som do meu coração que explode em meu peito. Eu sou maluca. Eu não devia vir agora. Eu sou louca. Vão me enxotar dali.

- Não. Nada disso. Não vai dar pra trás. Entra. – Elena diz e eu travo. – Eles estão perdendo de 2 a 0.

- E o que eu vou fazer? Vão me enxotar.

- Sou sua madrinha de casamento e melhor amiga.  Meu dever é dizer pra você fazer o que o seu coração mandar, mesmo que isso seja muito brega. – Elena me faz rir. 

Eu respiro fundo e passo as mãos na saia do vestido.

Elena empurra as portas e nós entramos sendo atingidas pela lufada de ar quente do vestiário. Duas dúzias de homens estão espalhadas pelo lugar, e parece que eles acabaram de ouvir um sermão porque estão de cabeça baixa. Uns sem camisa e suados, outros com casacos grossos do time. Vejo alguns homens que parecem ser da comissão técnica me verem. Eles franzem o cenho e então um a um os jogadores me notam. Eu os reconheço do álbum de figurinhas de Cami. O goleiro, Kevin Trapp. Thiago Silva, Maxwell, Matuidi, Verrati, Zlatan Ibrahimovic, Javier Pastore, Ezequiel Lavezzi... Eu gravei cada nome enquanto brincava com Cami e ali vendo suas expressões de surpresa pra mim, me sinto um pouquinho idiota. Meus olhos caem em David que está em pé e me nota antes de abrir um sorriso grande.

- Cachinhos? – ele diz alto e é só aí que consigo ver o número 9. Cavani está sentado de costas pra mim. Não é um dos sem camisa. Ele veste um casaco grosso por não ter jogado o primeiro tempo. Ele levanta a cabeça assim que ouve a voz esganiçada de David e então vira o rosto em minha direção. Sua expressão é de confusão quando ele levanta rápido e vira o corpo, ainda meio estático.

Faz-se um silêncio absurdo quando ele olha pra mim. E então como se fosse coreografado todos na sala me analisam da cabeça aos pés. 

- Me deixem passar, caramba! – a voz alta de Emily interrompe a tensão e faz todo mundo olhar pra porta antes de ver ela passar com um sorriso vitorioso. – Edi, diz pra eles que sou sua melhor amiga, vai. – ela aponta pros dois seguranças que parecem querer fuzilar ela.

Edi está meio boquiaberto, mas faz um movimento com a cabeça dispensando os seguranças.

Acho que não fui expulsa ainda porque ninguém acredita na cena em que tem uma noiva dentro de um vestiário de time de futebol. É bizarro demais pra alguém sair do transe, e sei que preciso falar alguma coisa antes que o jogo recomece.

Meus olhos voltam pra Edi que engole em seco e me encara.

- Oi. – minha voz quase não sai e chego a duvidar que tenha conseguido chegar nele que está a alguns metros de distância de mim.

- Você não devia estar num casamento agora? – sua voz é firme e sei que ele está tentando ser duro comigo.

- É... Eu devia. – eu digo com um sorriso sem humor. – Mas não podia estar lá.

- Ah é? E porque não? – ele franze o cenho e sua expressão ainda é muito dura. Eu temo em chegar mais perto dele, mas ainda assim o faço. Dou alguns passos lentos em sua direção, de repente me esquecendo dos vários homens ao meu redor.

- Você já deve ter escutado a história... Da mulher que... hum.. estava noiva e tinha tudo que achava que precisava pra ser feliz o resto da vida e então conheceu um jogador de futebol. – eu digo e vejo ele cruzar os braços e sacudir a cabeça em negação.

- Na verdade não. Nunca ouvi. – ele diz e sei que não vai facilitar as coisas pra mim.

- Eu também não ouvi não.

- Nem eu.

- Nunca ouvi. – David, Lavezzi e Marco provocam e eu os olho sentindo meu rosto queimar.

Engulo em seco e volto a olhar Edi que espera que eu continue.

- Bom, basicamente é sobre essa mulher que está noiva e conhece esse jogador que faz ela questionar tudo que achou que queria pra sua vida. – eu dou mais um passo em sua direção. – E ele é bom, doce, carinhoso, bonito e tem um sotaque incrivelmente sexy... – eu digo a última frase fechando os olhos numa careta fazendo todo mundo rir. Edi morde o lábio inferior contendo uma risada. – E ele faz ela se sentir segura e especial. Ele traz a ela uma paz absurda que a faz esquecer de todo o resto a cada minuto que passa com ele. Mas ela o afasta porque morre de medo. De repente ela se sente incrivelmente confusa por saber que tem que sair da sua zona de conforto e o afasta. – as palavras saem muito fácil e eu continuo andando para perto dele. Paro a um metro de distância. – Só que a zona de conforto fica insuportável e ela percebe que na verdade o conforto e a paz dela estão com o tal jogador. – tem um vislumbre de sorriso no rosto de Edi e isso me faz continuar. – E bom, ela podia ter percebido isso antes e cancelado o casamento. Mas ela é maluca e só se deu conta da merda que ia fazer no último segundo... E aí ela abandonou o noivo, uma sogra furiosa, mais de 200 convidados na Catedral e um buffet incrível num dos maiores hotéis de Paris... – eu rio de lado ouvindo risadinhas e sacudo a cabeça em negação. – Só pra dizer pra esse jogador que...

Eu sei que todos os olhos estão em mim, mas agora não me importo mais. Só vejo um par deles e é o que me interessa. Edinson Cavani espera que eu termine e eu sorrio quando digo.

- Eu estou completamente apaixonada por você. – minha voz soa clara, como meu sentimento recém admitido. Cavani abre um sorriso e eu mordo o lábio. – Eu sei que eu fui ridícula e idiota em demorar pra admitir isso, mas... Eu não posso mais fingir ou esconder... Eu amo você, Edi. – encolho os ombros e escuto assovios e gritinhos ao meu redor. Tem um sorrisinho de canto em seu rosto. – Então... Hmm... Se você não tiver nada melhor pra fazer depois do jogo, sabe... A gente podia sair pra... Tomar um café? – eu rio com o que digo e então ele abre um pouco a boca pra falar.

- Tá me convidando pra um encontro? – eu assinto com um sorriso e ele meneia a cabeça me analisando. - Você sempre vai assim a encontros? – ele aponta pro meu vestido e eu o olho. Passo as mãos na saia bordada.

- Ah, isso aqui? – dou de ombros. – Foi a primeira roupa que vi no armário. – Todo mundo ri ao nosso redor, mas eu só consigo sentir meu coração bater mais forte quando ele anda em minha direção e fica a centímetros de mim. Tão perto que sinto seu cheiro. Tão perto que tenho que levantar um pouco o rosto pra olhá-lo.

- Então quer dizer que a noiva não casou mesmo? – ele pergunta e eu sorrio levantando a mão esquerda pra mostrar o anelar vazio. Edi sorri. Um sorriso grande daqueles que me faz derreter. – Eu amo você. – ele sussurra e então é paz. Uma paz absurda me invade e eu sei que é aquilo. Eu sinto em cada pedaço do meu corpo que era aquilo que eu precisava.

Suas mãos encontram as laterais do meu rosto e ele sorri antes de levar seus lábios aos meus. Quando nos beijamos ouço os gritos e palmas ao redor. Dou risada com os lábios dele ainda nos meus e seguro seu casaco na altura do seu peito o mantendo perto de mim. Retribuo o beijo com saudade.

- É isso aí, Matador!

- Arrasou!

- Até que enfim!

Os gritos não param e eu rio junto com Edi, afastando o rosto só um pouco.

- Ok, ok, tudo muito lindo, mas tá na hora! – a voz que ecoa atrai meu olhar e eu encontro Laurent Blanc com um sorrisinho de lado no rosto. – Já que Cavani agora está tão inspirado, vai voltar no segundo tempo. Mesma formação! – Laurent diz e eu tento me afastar de Cavani pra sair de fininho, mas ele me mantem colada ao seu corpo. – Amélie! – Laurent fala meu nome alto e eu dou um pequeno salto no lugar pelo susto. – Só vai ter encontro se ele fizer gol, tá? – Blanc brinca e eu rio junto com os outros. – Agora todos de volta no campo.

Os jogadores acenam pra mim e brincam com Edi antes de voltarem pro campo. David me abraça todo suado e eu rio quando ele diz um “Você arrasou, Cachinhos!”.

- Me espera? – Edi se vira pra mim e eu assinto. – Tô com medo de ir e você fugir de mim.

Sacudo a cabeça em negação e seguro seu rosto entre as mãos.

- Entra lá, faz um gol pra mim e volta pro nosso encontro. – eu digo e ele sorri antes de me beijar.

- Cavani! – a voz de Laurent nos separa e então Edi corre novamente pro gramado. Laurent me olha e sorri. – Espero que você nos dê sorte, garota. Vamos precisar. – ele pisca e volta pro campo.

- MULHER! – Emily berra atrás de mim e eu viro pra olhá-la. – Você tá deixando minha vida muito emocionante! Que que foi isso?!

Nós gargalhamos e seguimos Emily que fez piadinha com os seguranças antes de berrar pelo corredor.

- Vamos lá esperar seu amado.

Eu ri. Ri alto e abracei Elena me sentindo feliz como nunca antes. 

 

Edinson Cavani

 

- I C’EST PARIS! I C’EST PARIS! I C’EST PARIS! – Todos gritavam dentro do vestiário. Champanhe sendo derramado por todo lado e gritos de comemoração da taça da liga francesa. Tínhamos virado o jogo e ganhado, com um gol meu e dois do Ibrah.

Mal entrei no vestiário e já corri pra pegar minhas coisas no armário.

- Calma aí, hermano! – David diz rindo e me puxa pra folia.

- Ela... Tá me esperando. – eu digo quase ofegando e ele ri mais.

- Eu sei que cê tá louco pra ir atrás da cachinhos. Só toma um banho antes, tá? Ela não vai mais fugir. – ele faz piada e eu reviro os olhos correndo pro chuveiro.

Tomo um banho rápido e me visto na velocidade da luz.

- Tchau, tchau, tchau! – passo correndo pelos caras e eles gritam piadas sobre eu correr atrás da noiva.

E eu corro mesmo. Acelero pelos corredores e só paro pra ler a mensagem de Emily que diz que elas estão no estacionamento privativo. Corro pra lá sentindo meu coração bater na garganta. Mesmo com a mensagem e com a imagem dela ainda em minha cabeça, eu ainda não conseguia assimilar o que tinha acontecido mais de uma hora atrás.

Então eu precisava vê-la de novo. Precisava tocá-la.

Entrei no estacionamento privativo e ouvi as risadas. Diminuí o passo pra tentar normalizar minha respiração e como uma miragem eu a vi.

O vestido branco fazendo-a parecer uma princesa. O véu não estava mais na cabeça, e o coque tinha sido desfeito dando lugar à cabeleira loira.

- Olha só quem chegou! – o grito de Emily a fez virar em minha direção com o maior sorriso do mundo.

- Edi! – ela deu um gritinho e correu em minha direção. Larguei a mochila e abri os braços pra segurá-la. Não conseguindo conter um suspiro de alívio por tê-la de novo em meus braços. – Vocês ganharam! – ela diz com o rosto no vão entre meu pescoço e ombro. Eu fecho os olhos e sorrio. – Você ganharam o troféu.

- Eu ganhei você. – eu digo e sorrio mais. – Você está aqui.

Amélie se afasta só um pouco pra firmar os pés no chão e me olhar. Os dois mares castanhos me encontram e eu quero me afogar ali.

- Me desculpa por ter demorado.

- Valeu a pena. – eu sorrio quando ela segura meu rosto entre as mãos e conduz nossos lábios um ao outro.

- UHUUUUU!

- ISSO AÍ!

Elena e Emily batem palminhas e gritam nos fazendo rir.

- Vão embora! – Amélie zomba e entrelaça as mãos em meu pescoço, fazendo aquela cosquinha percorrer meu corpo. Ela me abraça com posse e eu adoro isso.

- Esnoba mesmo. Agora que tá aí com esse uruguaio esnoba. – Emily debocha e vem até nós dois. – Meu trabalho está finalmente concluído e os dois pombinhos podem seguir seu caminho. – ela fala convencida nos abraçando pelos ombros. – Vamos sair pra comemorar!

- Vem comigo? – eu sussurro mesmo sabendo que Emily também escuta e Amélie assente sorrindo. Seguro sua mão e pego minha mochila antes de puxá-la pro meu carro.

- Vocês estão fugindo da gente? – Emily berra vendo-nos entrar no carro. Amélie ri alto.

- Mel! Achei que íamos tomar umas cervejas por você ter se livrado da Dupont mãe! – É Elena quem grita.

Amélie bate a porta e abaixa o vidro da janela.

- Diz ao papai pra cuidar da Cami! – ela grita sorrindo enquanto eu arrasto o carro. – Amo vocês!

Quando ela encosta no banco ainda rindo e vira pra me olhar, eu sei que a vida é linda. E que toda espera é compensada com um final feliz.

E o melhor! Aquele ainda nem era o final. Era só o começo. Só o começo.

 


Notas Finais


Perdão pela demora absurda! Mas tô de volta! <3


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