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História De quem você menos espera - Capítulo 6 - Passeio


Escrita por: divergentmars

Notas do Autor


Boa tarde gente!
Boa leitura.

Capítulo 7 - Capítulo 6 - Passeio


Fanfic / Fanfiction De quem você menos espera - Capítulo 6 - Passeio

Acordei esbaforida, me debatendo na cama, a coberta embolada nos pés. Não conseguia respirar direito, sentia como se estivesse me engasgando.

Na mesinha ao lado da cama, abri a gaveta e peguei um remédio. Havia deixado ali para emergências. Volta e meia isso acontece. Coloco ele embaixo da minha língua e tento respirar fundo para ver se volto ao normal.

No sonho, meu marido estava no Central Park, fazendo a sua corrida, e o tempo todo havia alguém seguindo ele. Alguém que tinha um pouco menos da sua altura. Eu tentava avisar para ele que essa pessoa se aproximava e estava seguindo, mas ele não me ouvia, apenas estava concentrado na sua corrida com seus fones de ouvido. Esse mesmo sentimento de que eu não podia fazer nada me assombra todas as noites.

Com a respiração voltando ao normal, vou ao banheiro e ligo o chuveiro no morno para não tomar um choque térmico. Deixo meu corpo embaixo dele por alguns momentos e tento me concentrar em algo que me dê paz.

Lembro-me do final de semana bem agradável que tive com o Bruno e seus amigos. Sorrio. Naquela noite, saímos de lá quase três da manhã. Aproveitamos ao máximo, e eu nem sabia que podia me divertir dessa forma. Bruno me colocou no carro e pediu que eu avisasse quando chegasse em casa, e assim eu fiz. Passamos o domingo conversando por mensagens, trocando conhecimento sobre filmes e séries. Dei uma olhada no seu Instagram no mesmo dia e vi que ele tocava violão. Não me arrisquei a segui-lo. Pode ser prejudicial para nossos assuntos fora. Ele até comentou comigo que seu amigo, Kevin, perguntou se eu estava solteira. Eu ri, nem sabia que podia chamar a atenção de alguém ainda no auge dos meus vinte e nove anos.

Pensando nisso, já me vem a mente que meu aniversário se aproxima e, com toda certeza, Angeline, minha irmã e minha amiga vão querer que eu faça uma festa para comemorar os trinta anos.

Desligo o chuveiro e me enrolo na toalha. Sento-me no sofá do closet para secar-me e aproveito para ver as horas no meu celular.

- Merda! - Balanço a cabeça.

Eram três da manhã. As nove preciso estar na empresa, mas agora para conseguir voltar a dormir após aquele sonho é praticamente impossível. Esbravejo, já pegando uma camisa para deitar novamente.

Sento na cama de pernas cruzadas e pego o MacBook sob a mesinha, coloco ele em cima de uma almofada e digito meu login e minha senha.

Eu estava engajando novos planos para a empresa e ao mesmo tempo tentando colocar o meu e-mail em dia. Também tinha a questão do meu encontro com o pessoal do governo. Muitas tarefas, pouco tempo. Ninguém na faculdade me disse que seria dessa forma.

××

Decidi no meio da semana que precisaria trabalhar no sábado, mas o que eu me esqueci era que tinha conversado com a minha irmã que iria com ela no shopping comprar algumas coisas e escolheríamos o nosso destino do ano novo. Minha irmã disse que precisa de roupas, e que a maioria dela doou para uma igreja, e sobre a nossa viagem, é algo nosso. Desde que viemos morar em Nova Iorque passamos o ano novo juntas, nos dois primeiros anos nem o natal conseguimos nos juntar com a nossa família, mas então nossa vida melhorou e no ano novo sempre vamos fazer algo diferente.

No momento ela estava me dando um sermão pelo telefone.

- Shelby, você prometeu. - Ela esbraveja.

- Eu sei, mas preciso terminar essas coisas. - Olho para a mesa do meu escritório em casa cheia de papéis, notebook aberto com planilhas e relatórios empilhados. São nove e meia da noite.

- Você não consegue terminar isso outra hora?

- Eu... - Gaguejo. Poder, eu posso, mas eu não quero ficar adiando meus compromissos, mas parando para pensar, meu compromisso também é com a minha família.

- Nunca pensei que você iria se tornar a pessoa compulsiva por trabalho.

- Você sabe que eu não sou assim. - Rio e ela também.

- Então vamos! Ou vou entrar na sua casa e levar você a força pra fora dela.

- Você é doida. - Rio. - Ok. - Me dou por vencida.

- Ok?

- O nosso combinado de amanhã ainda está de pé. - Arrasto o mouse até o "salvar" da minha planilha e fecho meu computador. - Até desliguei o computador.

- Isso aí. - Ela comemora com um gritinho estranho. - Agora você vai sair da frente dos papéis.

- Sheron! - A repreendo seguido de um bocejo.

- Viu! Esse é o sinal que seu corpo está dando, dizendo que você precisa descansar.

- Meu corpo está certo. - Levo meus braços pra cima, esticando-os e não ouvindo o que ela falou por um tempo.

- Ok? - A ouço perguntar.

- Ok o que? - Pergunto.

- Amanhã, as onze horas para um brunch. Ok?

- Ok. - Concordo. - Boa noite. Amo você.

- Eu também te amo.

Levanto da cadeira, apago as luzes e deixo tudo exatamente como está. Como o Chord conseguia se organizar em não trazer trabalho para dentro de casa? Porque eu ainda não aprendi esse truque. 

Eu já estava vestida com meu pijama, então deito na cama praticamente me atirando. Largo o celular ao lado e fecho os olhos, pesados de cansaço.

Sinto meu celular vibrar, pois ele faz um barulho estranho. Abro apenas um olho e espio, uma luz aciona avisando que eu tenho uma mensagem. Pego o celular com os olhos apertados e olho a notificação por cima. Era uma imagem e de legenda uma mensagem do Bruno.

"Lembrei de você ��"

A imagem tinha uma camisa com frases de séries, assim como eu comentei no dia que saímos, que eu amava a camisa da música, mas também gostaria de  uma com frases de filmes.

"Só faltou ser de filme ��"

"A sua com músicas é mais legal"

"Já falei que pode pegar emprestado"

Rio com as mensagens dele. Por momentos como esse, eu esqueço que conheço ele porque ele está investigando a morte do meu marido. Bruno é uma pessoa contagiante, sua harmonia e alegria conseguem fazer com que todos a sua volta se sintam acolhidos.

Acordei às oito da manhã num pulo, meu celular permaneceu em minha mão a noite toda, dormi enquanto falava com o Bruno por mensagem. O cansaço me venceu. Ele havia mandado algumas mensagens.

"Ela serviria direito em mim, porque sou pequeno."

"Não querendo te chamar de pequena hahaha"

"Acho que dormiu... Boa noite, Seshel."

Seshel? Rio sozinha. Esse é um novo apelido. Estava tão acostumada as pessoas me chamaram de Shel ou quando menor Bibi. Verifiquei outras coisas que tinha para ver através das notificações e levantei para tomar um copo de leite.

Dou atenção para o meu gato e vou arrumando algumas coisas da casa que estavam bagunçadas. Quando menor, meus pais faziam com que limpássemos a casa, pequenas tarefas, pois como eram da igreja, queria nos ensinar autonomia. Eu, particularmente, gosto de arrumar a casa, a única coisa que tinha pavor era varrer. Então chegou o aspirador de pó e eu só usava isso.

Tiro uma foto do dia que faz lá fora e posto no meu Instagram. E então respondo o Bruno.

"Bom dia! Eu não dormi, eu apaguei... Aliás, eu não sou pequena hahaha o mundo que é grande demais"

Minha família toda tem pouca altura. Meu pai é o mais alto e ele não passa de um metro e oitenta. Minha irmã acho que vem em seguida com seus um metro e setenta, logo após eu e minha mãe que temos a mesma altura, um e sessenta e seis. Bruno deve ter a exata mesma altura que eu.

Começo a me arrumar para encontrar com a minha irmã. O inverno se aproxima, então aproveito para usar as roupas de verão agora. Visto um vestido azul, sandálias e bolsa preta. Fico pensando se devo sair de casa com o meu carro ou devo chamar um pelo aplicativo. Eu gosto de dirigir, mas as ruas de Nova Iorque são cheias, não suporto ficar parada no trânsito por muito tempo. Mas hoje, como é um sábado pela manhã, talvez não tenha tantas pessoas. Pego meu carro e vou até onde marquei o encontro com a minha irmã. Vejo-a vindo em minha direção na rua mesmo.

- Olha quem mostrou as pernas. - Ela fala alto, chamando atenção de um casal que passava ao meu lado.

- Está calor. - Olho para o céu aberto. - Bom dia. - A abraço.

- Estou com fome.

- Eu também, então vamos entrar.

Aproveitamos para conversar sobre muitas coisas, minha irmã e eu nos aproximamos bem mais desde que viemos para Nova Iorque, conseguimos sermos além de irmãs, melhores amigas. No inicio do relacionamento meu com o Chord, minha irmã foi contra, pois pra ela era extremamente prejudicial pra mim se envolver com meu chefe, até que ela viu que não estávamos brincando, nós realmente nos gostávamos.

No shopping, minha irmã fez eu parar em cada loja que ela achava a vitrine bonita, ou seja, em todas. Mas conseguimos fazer algumas comprinhas na Zara. Fiquei sentada num sofá enquanto ela experimentava algumas roupas. Usei esse tempo para mexer no celular.

“Está livre hoje? Meus amigos estão querendo ir em um stand-up”

Automaticamente eu sorri quando vi a mensagem do Bruno.

- Sorrisos. – Ouço minha irmã dizer. – Não via você sorrir assim há muito tempo.

- Vi um negócio engraçado. – Balanço a cabeça. – Essa saia ficou ótima. – Comento sobre a saia comprida que ela experimentou.

- O que era para notar era a blusa, a saia eu experimentei antes... Você está aérea. Está conversando com quem?

- Com ninguém. – Recolho meu celular rapidamente contra o meu peito, nervosa.

- Você não me engana, Shelby!

- Não é ninguém.

Ela não descansa, senta do meu lado e tenta ver meu celular, eu não deixo e vou me esquivando. Sheron diz que não vai me deixar em paz ate que eu fale pra ela com quem estou conversando. Eu começo a rir e prometo para ela que falo quando ela terminar as compras. Bom, isso foi um incentivo, pois minutinhos depois já estávamos no caixa.

- Agora você pode me falar! – Ela interrompe a minha passagem no corredor.

- Aqui não! Podemos ir, sei lá, para a praça de alimentação?

- Eu conheço você desde que nasceu, eu literalmente, troquei as suas fraldas. Acha que eu não sei os seus truques?

- Sheron, não são truques. E também não é nada demais.

-É um cara que você está saindo?

- O que? Não! – Balanço a cabeça. – Mas estou criando novas amizades, e essas pessoas me fazem rir. É legal. – Sorrio.

- Desde que você se envolva com pessoas legais, está tudo bem. – Prosseguimos andando e ela ao meu lado. – Eu conheço alguns dos seus novos amigos?

- Ah. – Penso duas vezes antes de falar o nome do Bruno. – Provavelmente não. – Dou de ombros.


Notas Finais


Ainda tem tanta coisa pra acontecer, e to tentando fazer do jeito que fique mais simples e intenso possível, por isso temos alguns capítulos um pouco mais mornos.
Volto em breve. Beijinhos.


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