História De repente 4 - Página 13

Em meio a montanha russa de sorte e azar que rodeava Park Sooyoung, pelo menos o hospital não era longe da escola onde os dois estudantes estavam. O representante apareceu poucos minutos depois, com as duas mochilas em mãos.

O dois pegaram um ônibus e em menos de dez minutos já estavam no lugar. Joy se sentia tão quente que parecia que podia sufocar! O pescoço coçava assim como seu rosto e braços. Vendo a situação, Jin passou o braço dela em volta dos seus ombros, a fim de dar apoio a garota. Com a proximidade, o rapaz pode perceber que a temperatura dela estava tão quente que Seokjin estava realmente ficando preocupado.

- Por favor! Ela está tendo uma crise alérgica, precisa ser atendida rápido! - Falou com os olhos escancarados no balcão. Assim que enfermeira fitou a morena de rosto e pele vermelha, não hesitou e logo se levantou para atendê-la.

- Venha comigo! - A enfermeira deu a volta e foi até Sooyoung que olhava para ela sentindo o peito descompensado e garganta inflada para conseguir dizer alguma coisa. - Você é o que dela?

- S-sou amigo! - Jin estava visivelmente nervoso.

- Sabe o que ela comeu ou inalou pra ficar assim? - Eles entraram numa sala, e ajudaram Joy a se sentar.

- Eu vi que ela comeu um bolinho. - ele olhou para Sooyoung e a mesma queria falar, mas infelizmente não conseguia. Tudo o que Jin sabia é que quem deu aquele bolinho de presente para ela foi Hoseok, ela comeu e após uma meia hora começou a passar mal.

- C...c-castanha - ela conseguiu falar colocando em seguida a mão na boca. Uma crise de tosse invadiu Sooyoung e naquele momento a enfermeira voltou rapidamente com um anti-alérgico forte.

- Tome isso! - Ficou de frente a garota e deu o copo para que ela bebesse. Jin estava de pé acompanhando a cena aflito. - Vou ter que te deixar no soro também, está afetando sua respiração e na veia é mais rápido. - Joy concordou com a cabeça entregando o copo para Jin e logo a mulher de branco começou a se mobilizar trazendo um soro com medicação para perto da morena. 

Só de tomar aquele líquido ela começava a sentir a garganta se aliviar e a tosse se afastar, mas ainda sentia o seu corpo ferver! - É só uma picadinha. - disse e furou o braço de Joy na veia, ela olhou para Jin o fitando, ele estava de braços cruzados sem tirar os olhos dela.

- C-como eu estou?

- Está parecendo um tomate. - falou e ela respirou fundo no momento jogando a cabeça para trás, o líquido ardia e queimava no braço dela, nunca que imaginou que a sua segunda feira fosse se tornar naquilo. Ela fechou os olhos numa tentativa de se concentrar e controlar a dor, mas logo um sono começou a invadir.

Passado um tempo Joy abriu os olhos, percebeu que estava reclinada na cadeira, aparentemente havia dormido. Quando começou a mover a cabeça de um lado para o outro, Jin logo se aproximou para ver como ela estava. Ele havia ficado ao lado dela por mais de uma hora enquanto ela tomava medicação. Os olhos um pouco perdidos encararam o representante bonito e que tinha um olhar preocupado. Ele logo se levantou se aproximando para vê-la.

- O que aconteceu?

- Você dormiu. Mas em compensação está melhor. - Sorriu de ladino olhando para o rosto dela, naquele instante ela levou devagar a mão no próprio rosto e constatou que sua temperatura havia normalizado.

- Não estou mais vermelha? - um pequeno sorriso esperançoso apareceu ali.

- Não, está tão linda quanto antes. - disse sem medir as palavras. O rapaz realmente ficou preocupado, mas só de vê-la melhor já se sentia aliviado. - Está sentindo alguma coisa?

- Não, só meu braço que está doendo por ficar esticado. - olhou para o membro e começou a se sentar direito. - Quanto tempo eu dormi?

- Tem mais de uma hora..

- Aigo! - Ela sorriu sem graça e olhou para baixo - Você perdeu aula por minha causa….

- Isso foi sério, sabia?! - Como Sooyoung podia pensar em escola estando naquela situação? - Além disso, não vai fazer diferença pra mim.

- Você tem sorte de ser tão inteligente….

- Você também é, Joy! - Disse tentando animá-la - Além disso eu ainda vou estudar com você.

- Acho que só estou dando trabalho nessa semana pra você...

- Está falando besteira, deve ter melhorado então. - Ele suspirou e se levantou do lado dela. Foi até a enfermeira avisar sobre a paciente e não demorou para a mulher entrar na sala novamente. Tirou a medicação do braço dela lhe pondo um curativo no lugar. Além de tudo, Joy ganhou um atestado que permitia que ela faltasse naquele dia e também na terça feira, dia seguinte para que pudesse descansar.

Sooyoung tentou convencer Jin para que ele pegasse o ônibus certo para a sua casa, já que já tinha acabado a aula, mas o mais velho se recusou, ele pegou o mesmo ônibus que Soo para levá-la em casa. O efeito do remédio ainda perdurava pelo corpo da morena que, passado uns dez minutos no ônibus simplesmente ‘tombou’ no ombro do mais alto. 

O Kim se surpreendeu com aquilo, mas sinceramente gostou. Ele não pensou no jogo e nem na aposta naquele momento. Joy estava cansada e desgastada, sem pensar duas vezes Jin acomodou ela em seu torço para que descansasse por aquele caminho. Podia sentir o perfume dos cabelos negros dela em suas narinas. Ele acariciou os braços dela percebendo que ela simplesmente estava a vontade se apoiando nele, ficou assim por cerca de uns quinze minutos. Quando o ônibus chegou, Jin lhe cutucou de leve e a garota se levantou um tanto surpresa por ver que estava praticamente abraçada com o representante de turma.

 “Será que eu disse algo estranho enquanto dormia?”. 

- Obrigada, Jin! - Ela sorriu timidamente e saiu do ônibus que parou em frente a casa dela. O rapaz apenas acenou naquele momento, vendo-a entrar finalmente. 

A expressão dele ficou mais séria, já estando ele sozinho no ônibus. O autor daquela patifaria tinha um nome e sobrenome, Jung Hoseok. Ele sabia que o “amigo” não deve ter feito por mal, mas isso não iria impedi-lo de ouvir umas poucas e boas.

[…]

Não sendo suficiente o sono que ela tirou no hospital e nos ombros largos do representante de turma, Park Sooyoung passou a tarde inteira dormindo em seu quarto. Todavia, quando se levantou no início da noite se sentia tão desperta como se tivesse tomado um energético.

- Olha só, a bela adormecida despertou! - brincou a mãe da garota enquanto terminava de passar pano no andar debaixo.

- Desculpe, mãe... era pra eu te ajudar hoje.

- Fique tranquila, eu vi seu atestado e se você não for pra aula vai ter tempo o suficiente pra me ajudar aqui dentro!

- Aish.. - Joy fez uma careta acariciando os braços - e quem disse que eu já estou boa o suficiente para fazer serviços domésticos? - Ela até que tentou convencê-la.

- Eu disse. Enquanto você estava hibernada eu medi a sua temperatura, constatei que não está com nenhuma mancha e confio no laudo médico também. - fez uma pausa e se aproximou da filha pegando no rosto dela. A Sra. Park tentava não demonstrar, mas realmente ficou preocupada quando soube do que aconteceu. - Não acredito que dei uma receita pra aquele garoto e ele quase matou a minha filha!

- Não fale assim, foi sem querer. - tentou defendê-lo. - Ele trocou o amêndoas por umas castanhas! Na boca é tudo igual mesmo, difícil de distinguir….

- … - a mulher pôs a mão na cintura e respirou fundo - você é muito ‘cabecinha’ Sooyoung, até parece que não sabe que é alérgica a castanhas.

- Na hora eu nem consegui distinguir. Estava uma delícia. - fez um bico pensativa e a mãe relevou. - Eu deveria ter contado também, ele não iria adivinhar.

- O importante é que está bem.-  A mulher de meia idade pareceu mais aliviada.- Aproveitando que está aqui, me ajuda no jantar? - A Wendy ligou falando que ia vir aqui te ver.

- Ah, claro. - Sorriu ao se lembrar da amiga - Já vou adiantar as coisas então.

Quando Wendy chegou, parecia que a casa se encheu rapidamente. Elas mais falavam do que comiam durante o jantar. Seungwan conseguia ser engraçada até falando de coisa séria.

- Eu falei pra ela que esses meninos vão acabar a matando daqui a pouco… Primeiro bolada, agora essa...

-Mas que exagero, Wannie! - recriminou Sooyoung e a mulher riu das duas.

- O amor as vezes faz coisas absurdas.

- Não sei se a Joy ‘tá preparada pra tanto amor assim. - A loira disse balançando a cabeça. - Eles podem ser bonitos e inteligentes, mas com as mulheres… - Deu de ombro e Sooyoung revirou os olhos.

 A noite foi realmente agradavel.Joy se sentia melhor e nem parecia mais carregar os sintomas terríveis que lhe atormentaram pela manhã.

Seungwan não pôde demorar pois tinha que ir pra casa cedo para dormir e acordar a tempo pra escola, já Sooyoung… aproveitou de sua brecha para ficar assistindo filmes até tarde. Assim como já estava previsto, o sono de Joy perdurou por mais tempo que normal.

[…]

Na terça feira de manhã, Wendy se encontrava mais melancólica do que esperava ficar sem sua melhor amiga. Na hora do intervalo a loira pensou em ir conversar com Seokjin, ela queria agradecê-lo por ter cuidado de sua ‘best’ e até saber melhor dos detalhes da parte dele, até porque Joy já havia falado sua versão. Contudo, Jin saiu mais rápido do que Wendy esperava. Ela foi caminhando atrás dele não com o intuito de espionar, mas acabou parando o passo assim que viu ele bloquear o caminho de Hoseok, que caminhava na direção da sala deles.

- A gente precisa conversar. - Jin disse ainda segurando no braço de Hoseok, que logo estranhou.

- Agora não dá. - Desviou sutilmente para continuar a andar.

- Não adianta ir atrás da Joy, ela não veio hoje. - Hoseok voltou a olhar para o amigo, recuando um passo.

- Ah é? - ele realmente não sabia do que havia acontecido.

- E sabe por que ela não veio? Por que passou mal ontem com o seu ‘querido’ bolinho.

- O Quê? - Ele riu nervoso.

- Ela teve uma crise alérgica. Fomos para o hospital e tudo-  Jin falava um tanto nervoso enquanto Hoseok se sentia como se tivesse tomado um soco no estômago. Não queria lhe fazer mal de forma alguma, e precisava consertar aquilo, o mais rápido possível.

 - Tente ser mais cuidadoso da próxima vez, ok? - Ironizou antes de sair andando. 

O representante saiu tão depressa, que sequer viu a presença de Wendy que permaneceu parada atrás de um armário, apenas processando aquela diálogo vago e incisivo.