1. Spirit Fanfics >
  2. De Repente aconteceu >
  3. A parte em que descobri que vou ser pai

História De Repente aconteceu - A parte em que descobri que vou ser pai


Escrita por: Mara-Kuchiki

Capítulo 5 - A parte em que descobri que vou ser pai


No capítulo anterior:

Assim que eu e Rukia chegamos em casa notei que meu pai não estava sozinho, pois no hall de entrada tinha um par de sapatos masculino que  não reconheci.

Caminhamos até a sala de estar e tal foi meu espanto ao ver quem era a pessoa que se encontrava sentado no sofá ao lado de meu pai.

— Nii-sama? — disse Rukia com os olhos arregalados. Ela ficou tão surpresa quando eu.

O que será que essa visita inusitada de Byakuya tinha de tão importante para meu pai me tirar da faculdade? Ao julgar pela expressão séria na face deles eu já ia ficar sabendo.

 

A parte em que descobri que vou ser pai

 

—  Nii-sama, o que faz aqui? Aconteceu alguma coisa?

— Sente-se, Rukia. Precisamos conversar. — Byakuya até então não dirigiu seu olhar para mim e sua cara não era das melhores. Apesar de que ele sempre está com a mesma expressão fria.

— Vou para meu quarto, não quero atrapalhar a conversa em família.  Queria sair daquele clima pesado o mais rápido possível, mas...

— Onde pensa que vai, Ichigo? Pode se sentado ai que um dos motivos do capitão Kuchiki ter se movido até aqui tem a ver com você também. — E lá estava meu velho falando novamente sério comigo. O que diabos está acontecendo aqui?

— Ichigo, o que você fez? — Rukia me perguntou como se eu fosse um delinquente.

— Quem, eu? Por que acha que sou o culpado? Você quem deve ter aprontado e a culpa caiu para cima de mim. Bem a sua cara fazer algo do tipo. — Eu não sei o que Rukia fez para deixar Byakuya tão zangado e ainda por cima me envolver, mas espero que ela não livre a própria pele e me deixe como o único culpado.

Culpado? Como assim? Do que to falando? Eu não fiz nada. Sinto-me como uma criança que aprontou algo de errado e vai ser castigado. Tudo culpa dessa baixinha. Aff.

— Tem como os dois se calarem? O assunto que me trouxe aqui é de extrema urgência e não estou de bom humor para ficar escutando suas briguinhas. — Foi a primeira vez que vi Byakuya tão desestabilizado. Ele até deixou sua pose de grandeza.

— Desculpe, Nii-sama. A culpa é toda do Ichigo que fica me irritando. —Olhei para a sonsa que estava sentada na poltrona ao meu lado. Que vontade de esganá-la. Como essa baixinha me irrita.

Já ia me defender quando meu pai falou primeiro.

— Eu dei um jeito de falar com o capitão Kuchiki na Soul Society depois que peguei o resultado de uns exames de sangue que fiz ontem em Rukia-chan. O resultado não foi surpresa para mim. Já tinha certeza do que ela tinha e só queria confirmar.

— Então era os exames da Rukia que te deixou tão preocupado? O que ela tem? Deve ser grave para chamar Byakuya aqui.

— Eu vou morrer? — Ela disse assustada.

— Você já está morta, sua tonta... Ai... — Deveria existir uma lei que proíba Rukia de me bater.

— Pode dizer, eu estou preparada para o que for. — E mais drama. Será que Rukia não se cansa?

— Fala logo pai. Já que perdi minhas aulas quero pelo menos dormir um pouco antes de ir para o trabalho.

Vi quando meu velho olhou para Byakuya e ele abaixou a cabeça depois de dar um longo suspiro. Aquele suspense estava acabando comigo.

— Não vai morrer, Rukia-chan. Você só está gravida. — Ele disse com um sorriso tranquilo no rosto.

De inicio respirei aliviado. Rukia não vai morrer, de novo, e isso era uma coisa boa, mas quando absorvi o que meu velho disse algo dentro de mim disparou um alerta. Será que entendia certo? Meu velho disse...

— Rukia está gravida, ela vai ter um bebê. — Ele disse novamente, acredito que deve ter percebido que tanto eu quanto Rukia ainda não tínhamos entendido bem o que ele falou. Ou só não havíamos entendido o que “grávida” queria dizer devido o choque.

“Grávida”. Aquela palavra ficou ecoando em minha mente e eu tentava coordenar as ideias a fim de assimilar o peso que ela teve sobre mim. Voltei minha atenção para meu pai e ele fitava Rukia, talvez analisando sua reação.  Ela, por sua vez, tinha um olhar vago parecendo não ter compreendido bem o que acabara de ouvir. E Byakuya permanecia com sua cabeça baixa.

—  Grávida? — Ela falou em um fio de voz. — Como assim grávida?

— Você está esperando um filho, por isso tem se sentindo tão mal. — Disse meu pai. Ele virou-se para mim e completou. — Acho que não preciso perguntar quem é o pai, né Ichigo?

Por alguns segundos não sabia o que deveria dizer. Um filho. Rukia ia ter um filho. A ficha finalmente caiu. Se ela estava grávida isso significava que eu seria pai.  Aquela noite que decidimos ignorar gerou um fruto que crescia na barriga daquela que era apenas minha amiga. Se tivesse como descrever o que senti naquele momento a palavra exata seria pavor. Eu estava apavorado. Totalmente sem chão diante daquela revelação.

— Não. — Foi tudo que consegui falar. Dei uma olhada de canto para Rukia e ela ainda tinha aquele olhar perdido. Queria que falasse mais, gostaria muito de saber o que ela pensava, o impacto que aquela noticia teve em si. Mas aquele silêncio estava me deixando ainda mais apavorado. Fale alguma coisa, Rukia. Por favor.

— Isso facilita as coisas para mim. — Ouvi a voz grave de Byakuya. Ele não parecia estar nada satisfeito com a “novidade”. — Devo dizer que não me agradei em nada com a notícia. Se tinha interesse em Rukia deveria ter falado comigo para formalizar um compromisso e os filhos deveriam vir depois do casamento, mas agora que o estrago está feito espero que arque com suas responsabilidades e se casse com ela. É inadmissível uma Kuchiki ser mãe solteira. — Ele foi frio e direto em suas palavras.

Engoli em seco o que ele disse. Casar com Rukia? Mas somos só amigos. Até cogitei dizer para Byakuya o que aconteceu no dia que engravidei Rukia, talvez assim amenizasse um pouco sua fúria que era bem visível aos meus olhos. Porém achei que isso seria muito humilhante para ela, não faria isso, minha única opção foi:

— Logico que sim. Nunca a deixaria sozinha esperando um filho meu.

— Não esperava menos de você, filho. — Disse meu velho.

— Vou cuidar dos detalhes e assim que tiver uma data eu aviso. — Byakuya se levantou, cumprimentou meu pai e a única coisa que disse para Rukia foi: “Se cuida”. Ela apenas balançou a cabeça positivamente.

Meu pai foi acompanhar Byakuya até a porta e eu fiquei com Rukia sozinho na sala. Ela ainda estava do mesmo jeito. Confesso que me preocupou porque ela não falava nada, eu precisar saber o que tinha naquela cabecinha.

— Rukia...

— Eu acho que o professor não vai se importar se não voltarmos à aula mais, né Ichigo? — Ela murmurou sem direcionar seu olhar para mim.

— Não. — A única coisa que pude fazer foi vê-la se levantar e subir as escadas. Dei um longo suspiro. Nunca pensei na possibilidade de Rukia ficar grávida e agora por consequência de uma noite que nem me lembro bem o que aconteceu eu vou ser pai e terei de casar com minha melhor amiga.

Não digo que isso é a pior coisa do mundo. Lógico que não. Rukia é uma pessoa importante para mim e ela vai me dar um filho. O que me chateia é como as coisas aconteceram. Eu sei que ela não ta bem e com toda certeza está achando que decepcionou seu irmão. Isso sim me deixa mal.

Sinto ter sido o causador de uma situação que deixou minha amiga triste. Eu faria tudo que tivesse ao meu alcance para desfazer todo esse tumulto que causei, mas um filho não é um objeto que se eu não gostar posso devolver quando quiser.

— Onde foi Rukia-chan? — Indaga meu pai ao sentar-se no sofá.

— Ela subiu.

— Imagino que deve ter sido um choque descobrir que sua amiga espera um filho seu. — Ele falava como uma pessoa normal desprovido de suas gracinhas e confesso que me senti aliviado. Precisava mesmo conversar com alguém sobre tudo isso senão ficaria maluco.

— É exatamente isso que Rukia é minha, pai, uma amiga. Não existe nada entre nós, esse bebê é fruto de uma única noite em que estávamos bêbados. Nem eu ou ela nos lembramos do que aconteceu. — Acabei desabafando e já esperava que ele falasse alguma besteira, mas...

— E por que não disse isso para o capitão Kuchiki?

— Não seria legal com ela, percebi como Byakuya estava furioso. Ele mal falou com Rukia, agora imagina se eu contasse de que forma o bebê foi concebido? E por outro lado, nunca a deixaria carregar esse peso sozinha. Ela é de uma família nobre e muito tradicional, vou me casar com ela e assumir meu filho.

— Pode contar comigo, filhão. Vou te ajudar no que precisar. — Ele sorriu para mim e tenho que admitir que suas palavras acalmaram em parte meu coração. A outra só ficaria sossegada quando conversasse com Rukia, seu silêncio estava me incomodando.

— Arigatou, pai... Aii! Por que fez isso? — Aquele cretino deu um chute no rosto. O pai legal que estava sendo atencioso comigo desapareceu como fumaça ao vento.

— Você mereceu. Isso é por ter abusado da sua irmã.

— Do que ta falando, velho maluco? Rukia não é minha irmã. — Eu gritei revoltado. Como meu pai pode ter duas caras assim?

— Esqueceu que ela é minha terceira filha?  Você deveria ter respeitado a inocente da Rukia-chan. — Ele corre e começa a choramingar abraçado ao pôster da minha mãe. Eu não conseguia acreditar naquela cena. — Querida esposa, nosso filho virou um pervertido, aproveitador de irmã.

Decidi deixá-lo sozinho com seu drama, minha cabeça já estava pegando fogo com meus problemas para ter que me preocupar com as loucuras de meu pai.

Subi para o andar superior e ao passar pelo quarto das meninas parei. Fiquei olhando a porta me decidindo se entrava ou não. Estava tão preocupado com Rukia, mas achei melhor deixá-la sozinha digerindo a informação e depois conversamos.

Rukia não desceu para almoçar. Yuzu levou algo para ela comer, mas desceu desanimada falando que sua comida tinha deixado ela enjoada. Eu tentei algumas vezes falar com Rukia, até cheguei na porta do quarto, mas acabei desistindo. Talvez por covardia ou medo de incomodá-la, não sei explicar. O fato é que sei que em algum momento vamos ter que conversar e não acho que devo adiar por mais tempo, por isso estou eu mesmo preparando algo para Rukia comer. Me lembrei que ela disse pela manhã que não tinha tomado café porque até o cheiro da comida de Yuzu a enjoava. Ela não pode ficar muito tempo sem comer por causa do bebê. Bebê, meu filho. Sinto-me estranho em pensar sobre isso, ainda é muito surreal.

Voltando a comida. Ela vai ser minha deixa para entrar no quarto das meninas e conversar com Rukia e de quebra saber como ela está se sentindo. Quero ficar ao seu lado.

E cá estou eu novamente de frente para essa porta. Dou duas batidinhas e a escuto dizer para entrar. Ela estava sentada com as costas encostadas à cabeceira da cama, os joelhos dobrados e a cabeça sobre eles. Seus braços abraçavam as pernas.

— Eu trouxe algo para você comer. — Sentei na cama ao seu lado. Ela levantou a cabeça e me olhou assustada, estava na cara que não imaginava que era eu quem tinha batido na porta. — Eu mesmo que fiz, já que está enjoando das coisas que Yuzu faz. — Lhe dei a abandeja e percebi seu olhar sobre a refeição, acho que dessa ela não ia enjoar.

— Não precisava se incomodar.

— Você não pode ficar muito tempo sem comer. Por causa do... —Fiquei hesitante se falava ou não. —...do bebê. — Decidi falar logo assim entrava de vez no assunto.

 Ela me olhou quando eu disse essas palavras e naquele momento consegui ver o quanto Rukia estava confusa e angustiada. Meu coração ficou apertado no peito e eu tive vontade e abraça-la e dizer que tudo ia ficar bem, mas infelizmente eu não consegui.

Continua... 


Notas Finais


Oi gentem!
A Mara tá sem internet, então hoje eu vim trazer de novo o cap para vocês!
Um beijo! <3
~ Adolf0


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...