1. Spirit Fanfics >
  2. De Repente É Amor >
  3. I

História De Repente É Amor - I


Escrita por: h3lli

Notas do Autor


Bom gente,
eu adoro a história desse filme, então pensei, por que não fazer uma versão Caminah?
Espero que curtam assim como eu to curtindo escrever.
Boa leitura!

Capítulo 1 - I


Fanfic / Fanfiction De Repente É Amor - I

7 anos atrás...

POV Dinah Jane

Era fim de tarde e eu estava chegando ao aeroporto em um carro velho e pequeno, sinceramente não sei como eu cabia naquele carro, uma das minhas irmãs havia aceitado me dar uma carona, ela era mais nova que eu poucos anos e fazia questão de dirigir da forma mais irresponsável possível, isso me dava nos nervos. Em meio a freadas bruscas ela estacionou o carro na entrada do aeroporto.

- A mamãe sabe que você dirige assim?

- Cai fora, eu já fiz o favor de te trazer aqui. – Responde a pirralha.

- Sorte sua que usa aparelho nesses dentes, pois vai facilitar na identificação.

- CALA A BOCA! Você é uma babaca. – Retrucou ela acelerando o carro para longe e me dando a tão sonhada paz que eu precisava.

Voltando o olhar para o que estava a minha volta, enquanto terminava de ajeitar a mochila nas minhas costas, percebi um casal logo mais à frente que acabava de chegar em outro carro. A garota era tão linda e ganhou “facinho” a minha atenção, era baixinha de cabelos escuros medianos, olhos castanhos e vestia uma roupa digamos que bem louca: duas camisas surradas, botas, meia calça preta e saia xadrez. A relação dos dois não estava nada bem, o que era para ser uma despedida romântica acabou virando um barraco, ali mesmo na rua e eu não pude deixar de parar e assistir tudo de camarote.

- Calma, não é bem assim... – Ele falava.

- Se não quer que eu vá, eu não vou. – Ela respondia e tirava as mãos do homem que estavam tocando sua pele na intenção de alguma espécie de carinho.

- Você não me apoia, nem apoia a minha banda. – Ele continuou e caminhou para mais longe dela.

- Eu apoio a banda. Adoro a banda. Entre logo no carro. – Ela falava já sem paciência com ele.

- Não tenha pressa de voltar. – Ele finalizou e ela literalmente começou a tacar objetos no carro feito uma louca chamando mais ainda atenção de todos que passavam na rua – Ainda não acertou aqui.

Apesar das provocações dele, ela deu de ombros e entrou em passos firmes para dentro do aeroporto com a sua mala. Eu continuava parada e só conseguia achar toda essa reação dela o máximo, mas vida que segue, fiz o mesmo que ela logo em seguida. Eu tinha um voo para Nova York logo, logo. Sentei em uma das cadeiras desconfortáveis da área de embarque, coloquei meus fones de ouvido como de costume e quando menos esperei a mesma garota que eu havia avistado alguns minutos atrás sentava agora na minha frente. Aparentava estar ainda balada pela discussão com o namorado, não consegui desviar meus olhos dela e foi aí que ela percebeu... nossos olhares se cruzaram pela primeira vez e eu me senti sem jeito com a forma que seu rosto se expressava. Aquela cara de “Tá me olhando, por que? Sai fora. ”

O clima foi ficando cada vez mais estranho e eu olhei para o chão, mas era possível sentir ela me encarando descaradamente. Comecei a pensar em todas as coisas ridículas que ela poderia estar pensando ao meu respeito, meu estilo largado nunca pareceu tão idiota e eu estava insegura, uma grande merda por que eu não sou assim, eu não devia estar me sentindo uma babaca, como dizia minha irmã. Olhei para o relógio e o tempo não colaborava, eu tinha que encarar os 30 minutos mais longos da minha vida.

Já no avião, o voo estava tranquilo e tentei relaxar. Devorei alguns amendoins e bebia um refrigerante com gelo quando a aeromoça se aproximou da minha poltrona arrastando seu pequeno carrinho.

- Posso limpar, senhora? – Falou ela se referindo as embalagens espalhadas pela mesinha portátil à minha frente.

Assenti com a cabeça e ela começou a pegar uma por uma.

- Quer mais amendoins?

- Não, obrigada. – Respondi.

Me aconcheguei melhor na cadeira e quando já ia fechando meus olhos, um homem que estava sentado à minha frente inclinou mais ainda sua poltrona, amassando o meu copo de refrigerante e derramando todo o líquido escuro que restava no meu moletom.

- Vou pegar um papel para você. Eu sinto muito, senhora. – Falava a aeromoça, enquanto eu só conseguia pensar em dar um soco na cara do culpado, mas mantive a calma e ao invés disso me levantei rumo ao banheiro, para me limpar.

Quando estava lá, ouvi batidas na porta.

- Está tudo bem, obrigada. – Respondi imaginando ser a aeromoça e as batidas continuaram.

- Tem papel aqui dentro... – Respondi mais uma vez e abri a porta sendo surpreendida pela garota de olhos castanhos.

Fiquei assustada e ela na mesma hora me empurrou de volta para o pequeno espaço, nos trancando logo depois. Que ousadia! Pensei e não consegui evitar a tentação, acabei deixando rolar o que ela queria e alguns minutos depois, não sei quantos, saímos do banheiro como se nada tivesse acontecido. Ela foi a primeira, saiu um pouco descabelada e com a mesma cara descarada de antes. Já eu fui uma tragédia na minha volta para a poltrona, eu não soube disfarçar minha falta de jeito, nem pude controlar meu riso ao ver os outros passageiros me encarando. Com certeza havia sido a maior loucura que eu já fiz na minha vida até então com alguém e internamente não poderia estar me sentindo melhor.

- Está tudo em ordem, senhora? – A aeromoça perguntou logo quando sentei.

- Sim, obrigada. – Tentei ser a mais séria possível, mas estava difícil.

E a viagem seguiu.

Quando chegamos no aeroporto de Nova York, tentei não perder a garota de vista e vi ela de longe, sentada sozinha de cabeça baixa e sem pensar duas vezes me aproximei dela.

- Turbulência... – Ela falou sem levantar a cabeça ao perceber minha presença.

Sorri, a reparando.

- Sou Dinah. Pensei... que poderíamos conversar.

- Blá, blá, blá... já sei.

- Qual é o problema? – Perguntei confusa.

- Nosso segredinho. – Respondeu ela me olhando.

- Acho que a aeromoça percebeu.

- Então teremos que matá-la.

Dei uma gargalhada e ela se levantou para pegar a sua bagagem.

- Sou Dinah.

- Você já falou.

- Não fazemos algo assim e depois esquecemos.

- Acho que facilitei bastante para você, Dinah. – Ela falou e foi embora, me deixando mais uma vez sem palavras.

Não desisti e a segui. Fomos para um metrô e continuei puxando assunto com a pequena.

- E então, o que o “Bon Jovi” faz?

- Quem? – Ela perguntou.

- Seu namorado.

- Ex-namorado.

- Eu percebi.

Trocamos olhares.

- O que houve? – Perguntei.

- Somos amigas agora?

- Um pouco mais do que amigas. – Respondi com um sorriso debochado - O “Bon Jovi” conseguiu um contrato com a gravadora?

- O nome dele não é Bon Jovi, é Austin.

Sorri mais uma vez ao perceber que ela estava começando a se abrir.

- Ele toca guitarra.

- Todo mundo toca.

- Você toca?

- Não...

Olhei para o horizonte me perguntando por que eu fui falar isso.

- Segunda bola fora.

- Segunda? – Questionei confusa – Qual foi a primeira?

Ela não respondeu, me deixando mais confusa do que eu já estava e o metrô parou para embarcarmos. Sentamos afastadas no banco, separadas por uma senhora simpática que percebeu meus olhares para a garota a cada dez segundos.

- Quer sentar do lado da sua namorada, jovenzinha? – A senhora quebrou o silêncio e me lançou essa pergunta, arregalando os olhos da pequena ao seu lado e me fazendo dar uma risadinha vitoriosa.

- Eu adoraria. Muito obrigada. – Respondi e trocamos de lugar.

Sorri de canto para a morena e não fui correspondida, ao contrário ela mordeu seus lábios sem acreditar no que tinha acabado de acontecer. Isso tornava as coisas ainda mais engraçadas para mim.

- O que você faz, Dinah?

- Eu? Obrigada por perguntar. Na verdade, vim visitar uma amiga. Ela é advogada. Quer dizer, será. Ela está na universidade.

Nos entreolhamos.

- É o tipo de coisa que você gostaria de seguir também?

- Não sei. Acabei de terminar o segundo grau.

- A formatura não foi em junho? Faz quase um ano. Ainda não arrumou emprego?

- Você é minha mãe? – Zombei.

- Você vê sua mãe em mim? – Rebateu ela me fazendo repará-la de cima a baixo.

Incontrolavelmente, lembrei na mesma hora do que fizemos no avião às escondidas e definitivamente a resposta era não. Não precisei responder e ela riu da minha cara. Seu sorriso era lindo. Mas, durou pouco, estava chegando na sua parada e antes que ela tirasse sua mala daquele piso sujo do metrô em que estávamos eu peguei primeiro, despertando nela outra curiosidade a mais sobre mim.

- Qual é o seu signo?

- Signo?

- Câncer. – Respondi.

- Terceira bola fora. – Ela mais uma vez sorriu.

E eu não vi a menor graça naquela constatação dela, apenas caminhei calada para a porta de saída do metrô e lhe entreguei a mala.

- Obrigada. Sou Camila.

- Nunca teria adivinhado que esse era seu nome.

Nos encaramos por mais alguns segundos, seu olhar era tão profundo que me fazia viajar facilmente.

- Até mais. – Foi o que ela disse e as portas do metrô se fecharam, nos separando.

Continuei olhando para ela pelas janelas até não ser mais possível vê-la. Mais tarde, continuei pensando nela a cada passo que eu dava pela cidade. Até que avistei a minha amiga à minha espera com uma placa escrito em tons garrafais “perdedora”. Demos risadas.

- Otária. – Xinguei ela e em seguida a abracei o mais forte que pude.

Eu estava morrendo de saudades dessa criatura e creio que ela também, mesmo não demonstrando seus sentimentos. Lauren era uma garota maravilhosa apesar de mais fechada, é a minha amiga mais próxima. Ela é linda, com um par de olhos claros, cabelos negros e uma pele branquinha.

- Fez uma boa viagem?

- Sim, correu tudo bem.

Ela me jogou um olhar desconfiado, me conhecia melhor que ninguém e sabia que havia ocorrido algo a mais nessa viagem. Mas, mudei de assunto, logo atrás dela havia uma garota em pé calada. Uma negra bem gata, de cabelos cacheados, volumosos, assim como os meus.

- Quem é ela, Lauren? – Perguntei curiosa.

- Não seja tímida, venha cá. Quero te apresentar minha mana. – Lauren fala animada voltando a atenção para a garota.

- Achei que quisessem conversar... – Ela se aproximou de mim com um sorriso fofo e tímido no rosto.

- Essa é a minha amiga. – Lauren falou envolvendo a moça com um de seus braços por trás.

- Olá, me chamo Dinah. Muito prazer. 

- O prazer é meu. Sou Normani, ouvi muito a seu respeito.

Nos cumprimentamos e resolvemos dar uma volta na cidade para colocar o papo em dia. Não demoramos muito juntas pois Lauren lembrou que precisava terminar um trabalho chato para a faculdade, fora ter que ler dois livros gigantes que só de olhar me dava preguiça. Ela e Normani se despediram e eu continuei sozinha explorando a cidade. Parei em um brechó com casacos de couro incríveis, os casacos eram a cara da Lauren, ela adorava. Comecei a prova-los, um por um na frente do espelho e a atendente já estava ficando sem saco para me aturar. Não eram todos que aturavam meus surtos de autoestima alta. Quando resolvi ir embora percebi que havia sido roubada, meu moletom não estava aonde eu tinha colocado.

- Cadê? – Falei frustrada olhando ao redor.

- O quê? – A atendente se assustou com o meu alvoroço.

- Meu moletom estava bem ali. – Apontei na direção do lugar que eu o tinha colocado.

- Que moletom?

Fiquei desnorteada e para a minha sorte estava muito frio. Comecei a verificar cada canto daquele brechó feito louca, mas nada encontrei.

- Não vi nenhum moletom. – A atendente continuou falando e eu me rendi.

- O que compro com 20? – Meus lábios já tremiam.

- Dólares?

Assenti com a cabeça temendo a resposta, que não foi das melhores. Sai do brechó usando uma camisa moletom verde água, velha e ridícula. Acompanhado de um cachecol de listras, bem colorido. Continuei minha aventura pelas ruas de Nova York e umas guitarras na vitrine de outra loja me chamaram a atenção, lembrei da Camila e da nossa conversa mais cedo e como se fosse coisa do destino, ao me virar de costas eu a vi do outro lado da rua. Escorada em uma parede, sozinha. Caminhei até ela devagar, tentando me esconder para provocar um susto e eu consegui exatamente o que queria.

- Você é boba mesmo.

Dei uma risada.

- Está me seguindo? – Ela perguntou.

- Sim.

Ela fez uma cara de riso reparando meu mais novo casaquinho de frio.

- Oh, alguém roubou meu moletom.

- O que está fazendo? Quer fazer algo? – Falou ela mudando e assunto, demonstrando nenhum pingo de interesse sobre o meu moletom roubado.

- Somos amigas agora? – Provoquei.

- Ela está aqui. – Um homem nos interrompeu e acompanhado de uma mulher se aproximaram – Achei que fosse ao banheiro, filha.

- Eu ia, mas... vim aqui fora pegar um ar.

- Olá, sou Alejandro. Pai da Camila.

O homem se apresentou e eu o cumprimentei.

- E essa é a minha madrasta. – Camila completou.

- Então, vamos ao museu? – O pai dela falou.

- Podemos deixar para outro dia, pai?

- Minha esposa tirou o dia de folga.

- Eu sei, mas... – Camila falou incomodada e tentando bolar algum plano para fugir daquela situação – .... Posso contar para eles, Dinah?

Todos me olharam.

- .... Vá em frente. – Falei com receio, mas preparada para levar na esportiva o que quer que fosse.

- Dinah está indo buscar uns exames e me pediu para ir com ela. Ela está com medo... – Camila falou fazendo uma cara de dó e fazendo carinho em meu braço - ...não vai demorar muito.

- Não se preocupe, não precisa ter pressa. Vai dar tudo certo. – Agora foi a vez da madrasta me dar uma força toda preocupada.

- Boa sorte. – Alejandro me deu dois tapinhas no ombro.

O plano da Camila havia funcionado direitinho.

- Nos vemos mais tarde. – Ela finalizou a conversa e os senhores foram embora.

Agora era só eu e ela mais uma vez, fomos andando para o parque jogando conversa fora.

- Aquilo não foi engraçado. Causou uma péssima impressão minha.

- Se importa com o que meu pai pensa?

- E se nós duas virarmos namoradas?

Ela deu uma risada me olhando.

- O que foi?

- Nunca seremos namoradas.

- Você se acha demais. – Falei sem controlar o riso.

- Por que eu namoraria uma mulher que fica com a primeira garota que aparece no banheiro de um avião?

Ah não, ela não podia ter falado isso.

- FOI VOCÊ! – Exclamei – Não quer ficar comigo porque eu transei com você?

- E você também não faz meu tipo. – Ela completou.

- Ah, eu também nem estou procurando namorada.

- E você pode ser hétero também. – Ela zombou da minha fala.

- Eu não disse que não quero uma namorada. – Me expliquei enquanto ela se acabava de rir - .... Sabe, tem coisas mais importantes agora.

- Que coisas?

- Tenho planos... acertar na vida.

- Quer dizer, vencer na vida?

- Isso! “Vencer na vida”.

- O que quer?

- O de sempre. Emprego, uma carreira, casa...

- E aí a pessoa dos seus sonhos vai te encontrar?

- Isso. Eu posso encontrá-la. Ou podemos nos encontrar. – Lancei um olhar sugestivo para ela que andava ao meu lado, bem junto a mim, prestando atenção a cada palavra que saia da minha boca.

Ela apenas riu debochada e eu continuei falando.

- Não se preocupe quanto a mim e as garotas, ok? Eu me saio bem.

- Venha cá, Dinah.

            Paramos de andar e ela segurou em meu braço, reparando todo o meu corpo. Tirou meu cachecol e quando ia ajeitar minha camisa eu fugi.

- Pare com isso! – Gritei.

- Até que você tem estilo. Adorei as meias.

Eu não conseguia levar a sério nenhuma palavra que saia da boca dela, tudo soava tão sarcástico, mas eu estava amando sua companhia, era diferente de todos com quem eu já havia saído.

Fomos parar em um bar.

- Vamos beber em plena tarde? – Questionei enquanto ela virava um shot de whisky.

Ela assentiu com a cabeça e eu a acompanhei. Mais dois shots foram preparados no balcão do bar em seguida.

- Tenho coisas para fazer ainda.

- Eu também. – Ela disse nem aí.

E lá se foram mais dois copos esvaziados e ela estava se divertindo com aquela situação.

- Eu pago. – Fiz questão de falar quando a saideira foi servida.

- Eu sei.

Mexi a cabeça desapontada.

- Não me importo em pagar. Só não gostei de você dizer que já sabia. Podia fingir que ia pagar pelos menos. – Falei tirando as notas da minha carteira, mas ela não deu a mínima mais uma vez e mudou de assunto.

- E se não vencer na vida, Dinah?

- Eu vou vencer.

- E se levar 20 anos?

- Só vai levar 5 anos. Talvez 6. No máximo.

- Você não tem nem um emprego em perspectiva.

- Não é verdade, estou interessada nas coisas que rolam na internet.

- Hum, que bom, isso vai crescer muito.

- Vai mesmo.

- Claro.

- Está sendo sarcástica, Camila?

- Não! Acho que vai estar cercada de garotas.

- Acha mesmo que daqui a 6 anos, quando eu tiver um emprego, uma casa, um carro, um ótimo carro... terei problemas em encontrar alguém?

- Não. Acho que terá muitos problemas.

Ela riu e eu não deixei isso barato, peguei a primeira caneta que vi pela frente e em um guardanapo comecei a anotar um número.

- O que está fazendo?

- Anotando o telefone dos meus pais.

- Mora com eles?

- Não!... Aliás, sim, mas não daqui a 6 anos.

- O que isso tem a ver?

- Saberá se me deixar terminar. Ligue para esse número daqui a 6 anos. Peça para falar comigo. Eles te darão meu número. Ligue para a minha casa e quando minha linda esposa atender, pergunte como pode fazer para pagar as 20 Pratas que me deve.

- 20 Pratas? Achei que você fosse ser uma empresária.

- Tudo bem. 50. 50 pratas.

- Está bem.

O desafio havia sido aceito e para selar o momento, brindamos. Após a bebida chegar ao fim, voltamos para o parque e eu resolvi fotografar algumas coisas por lá enquanto Camila ficava sempre de olho em cada movimento que eu dava.

- Posso esperar até o Natal. – Zombou ela pela minha demora para encontrar o ângulo perfeito.

- A verdade é que estou economizando filme.

- Pra quê? Pra uma viagem? Essa é a sua viagem. Está acontecendo agora. – Ela falou se aproximando mais de mim e pegando a câmera das minhas mãos por pura pirraça.

- Ei, ei, ei pare, eu tenho que tirar fotos de outras coisas. – Falei preocupada tentando alcançá-la, mas a lente agora estava voltada para mim – Não tire foto de mim!

- Sorria. Aja como se estivesse curtindo o ambiente. Sensual, vamos ver a sensualidade da Dinah. Humm, gostei. - Ela falava enquanto dava cliques aleatórios e eu acabei me rendendo a sua brincadeira, acabei até exagerando - ... assim está bom, abrace a árvore Dinah.

- Agora chega, me dê a câmera. Me dá a câmera, Camila. Acabou? – Falei sério.

- Acabou o filme.

- Poxa Camila, por que acabou com o filme?

- Não podia? – Ela se fez de desentendida.

- Eu não te falei que estava economizando filme?!

Dessa vez eu acabei obrigando-a a ir comprar um novo filme para mim, sem mas. Acabamos o fim do dia próximo ao mar, o lugar era próximo a uma ponte, tinha uma visão incrível da cidade e os barcos passavam calmamente ao longe.

- Comprou o filme certo?

- Sei lá. Eu só pedi um filme, Dinah.

- Af... eles trocam?

- Fica quieta, me dê aqui.

Camila mais uma vez pegou a câmera de minhas mãos e fotografou toda a paisagem. Ao menos uma foto que eu não apagaria.

- Preciso ir. – Ela me disse assim do nada e devolveu a câmera.

Ficamos em silêncio nos encarando, sem saber o que falar uma a outra. Sem saber como agir. Mas ela tomou a iniciativa e delicadamente, de ponta de pé, me depositou um beijo de despedida nos lábios. Sorrimos.

- Então...

- Não fale. Vai estragar.

Foram suas últimas palavras. Sem prolongas, ela partiu e eu fiquei para trás calada, me recompondo antes de voltar para a minha realidade.


Notas Finais


Querem que eu continue?
Comentem aí em baixo, falem o que acharam desse primeiro capítulo.

Abraço de urso.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...