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História De Repente É Amor - Ajuda Retribuída.


Escrita por: VitoriaAlex

Capítulo 3 - Ajuda Retribuída.


"Na vida é assim: A gente se machuca até encontrar um espinho que faça marca, mas não fure."— Allax Garcia. 

 

Ponto de vista:Florence Elliott.

   Depois do meu breve— quase minúsculo — diálogo com Dake. Decidi que o melhor que eu tinha a fazer era pagar minhas compras e assim o fiz.Sem nem ao menos me virar para trás para saber se o mesmo ainda estava lá.Carreguei as sacolas sem dificuldade,em direção ao estacionamento do super-mercado e me surpreendi ao encontrar Dakota encostado no capô do meu carro,com uma expressão despreocupada em seu rosto.Cantarolando uma música enquanto mexia em seu celular.Arqueei uma sobrancelha,diante da atitude ousada dele,e suspirei antes de ir até lá,me arrependendo cada vez mais por ter dado uma de “namorada defensora” lá dentro.Soltei uma tosse forçada,para atrair a atenção dele e aquilo surtiu efeito,tanto que o loiro me encarou,com um sorrisinho de lado.

—Vem cá,você sempre persegue as pessoas que te ajudam? Sabe! É bem mais simples só dizer "obrigado" — comentei irônica,sem entender o motivo para que o surfista,tivesse me esperando no estacionamento.

—Calma Fernanda,eu estava exatamente aqui para isso,para agradecer...Sabe você não me deu a oportunidade de fazer isso,já que praticamente fugiu de lá de dentro — ele disse um tanto sínico,me fazendo avalia-lo de cima a baixo.Mania de jornalista!

—Meu nome é Florence não Fernanda ! E eu não fugi,só estava apressada...E a propósito “de nada” Agora pode me dar licença,e mover seu traseiro para que eu pegue meu carro e vá para  casa? — indaguei ácida,fazendo com que ele risse.

—Se eu soubesse que minha vizinha era tão espirituosa já teria falado com ela a muito tempo —ele comentou divertido,mas eu não vi a mínima graça naquilo.

—Agora que eu já explodi em gargalhadas,pode por favor me deixar sair ? — indaguei gesticulando com as mãos.Irritada,talvez por finalmente estar falando com alguém que sempre pareceu inalcançável para mim. Dake sempre foi algo parecido com aqueles atores de TV que você tem total noção de que existem ,mas que você não vai conhecer.Mas agora  ele estava ali,falando comigo.

—Ahnn...Você pode me dar uma carona? Sabe, seguindo a política da boa vizinhança? — ele perguntou com um sorriso estranho.Tentador,perigoso e possível quebrador de corações é nisso que você tem que focar Flore.Reunindo todo meu auto controle,o encarei,me forçando a não prestar atenção no quão cristalinos aqueles olhos eram.

—Você está de carro,a chave está no bolso direito de trás ,da bermuda — falei com esperteza,e para minha surpresa aquilo o divertiu,ao invés de frustá-lo.

—Você é muito observadora — constatou ele.

—Sou uma pseudo jornalista,ser observadora é meio que uma obrigação minha — respondi na lata.Apontando para o meu carro,como se indicasse que a minha ideia de ir embora ainda estava de pé.Ele me olhou sorrindo,e pegou suas chaves,e loucamente as jogou no lixeiro mais próximo.O encarei como se ele fosse louco e esperei uma explicação,e ela veio :

—Agora  que eu estou sem o carro.Acho que você é meio que obrigada a me dar uma carona —ele disse com um sorriso convencido.Quase ri diante daquela estupidez.

—Você tem noção de que você pode perder seu carro por isso ? — indaguei querendo saber se ele estava ciente dos riscos.Ele afundou suas mãos no bolso de sua bermuda e sorriu sacana.

—Tem noção de que eu não me importo ? — retrucou,dei ombros,e destravei o alarme,abrindo a porta do meu carro em seguida,quando ele liberou espaço para que eu passasse.Dirigi meu olhar para ele e indiquei com os olhos para que ele ocupasse seu lugar.Assim ele o fez,e colocou o cinto,joguei as sacolas para o banco de trás e olhei Dake pelo canto dos olhos.

—Sabe que o fato de eu ter aceitado te dar uma carona,não quer dizer que eu vou transar com você ,não é? — perguntei querendo informa-lo do fato.Dake apenas me ignorou e na maior cara de pau ligou o meu rádio,enquanto eu acelerava rumo as nossas casas.

[...]

         Estacionei próximo a praia.Estranhamente havíamos conversado no carro,sobre assuntos aleatórios,e rimos bastante.E agora Dakota e eu estávamos caminhando pela areia,em direção as nossas residências.Já havia abandonado minhas sapatilhas,e as levava na mão.Gostava do cenário daquela noite,o céu escuro,o barulho do mar agitado,o cheio de maresia.Dake numa tentativa de ser cavalheiro estava carregando minhas compras.

—Ainda continua sendo estranho o fato de nunca termos nos falado — ele disse subitamente,me fazendo sorrir.Minha noite estava sendo surpreendente,e tudo por que tia Agatha deixou de comprar algumas velas.

—A gente não tinha sobre o que falar.Somos diferentes não é obvio? Peças de um quebra cabeça que não se encaixam — expliquei o quase inexplicável,por que eu me baseava naquilo,para entender o por que de eu não consegui manter contato com certas pessoas.

—Claro que não ,poderíamos falar sobre o fato de você ser uma garota extremamente respondona — ele disse como se aquele assunto fosse muito interessante,acabei não me segurando e gargalhei diante de suas palavras.

—Ou poderíamos falar,sobre o fato de eu sempre ver você partindo o coração de várias meninas,depois de transar com elas — pontuei outro assunto e ele arqueou uma sobrancelha.

—Vem cá Florence,isso te incomoda ? Por que já é a segunda vez que você menciona algo sobre eu transar com alguém   — ele perguntou brincalhão e eu me fiz de ofendida.

—É claro que não ! Quer dizer...Tenho uma dúvida...por que nunca me paquerou?...Não era bonita o suficiente para você,a ponto de você quebrar o gelo? — a minha pergunta o pegou de surpresa,ele passou alguns segundos tentando conseguir uma resposta.

—Você é linda Florence...Eu só não te paquerei por que...Sei da sua história...De tudo que você passou...Sempre quebro os corações das pessoas...Meio que quis te poupar disso — foi devastador pra mim saber que mais uma pessoa no universo sentia pena de mim.Disfarcei minha dor diante daquelas palavras,e adotei uma pose de indiferença.

—Deveria saber que não pode se quebrar,algo que já está quebrado — fui irônica,como forma de me defender dos meus sentimentos. Dake sorriu diante do que eu disse.

—O que está tentando dizer?Que aceitaria meu flete,se eu tivesse te paquerado antes? —ele perguntou achando aquilo inacreditável.

—Só disse que você saberia se tivesse tentado — deixei a reposta no ar.E agradeci mentalmente por já estar chegando em casa.

—A cada minuto você fica mais interessante — ele elogiou e eu tomei as sacolas da mão dele.Quando cheguei na minha varanda.

—A garota interessante precisa entrar em casa — avisei sem dar tempo para despedidas,subi a escadinha de maneira.Indo em direção a porta. Dake me chamou,mas eu não atendi seu chamado,mas aquilo não fez ele desistir.

—Queria ter conversado com você antes —ele contou.E eu não me virei pois não queria que ele visse que eu estava sorrindo.Apenas girei a maçaneta,e adentrei a minha casa,e o sorriso continuava em meu rosto.

[...]

       Ponto de vista: Dake West.

     Sempre fui um galinha assumido.Meu tio Bóris afirma que acha que eu já nasci assim.Sempre peguei e paquerei todas.Mas nunca cogitei a possibilidade de seduzir minha vizinha Florence Elliott,quando ela mudou-se para casa ao lado eu era só um moleque no auge dos meus 13 anos,meu tio me explicou por que a garota iria morar com a louca da Agatha e eu me sensibilizei com a situação.Perder os pais tão cedo deve ser horrível,eu não convivia muito com os meus,por que eles viajavam muito,então decidi morar com tio Bóris,era mais prático para mim e para eles,mas isso não quer dizer que eu não os amava.O fato é que eu vi aquela garota crescer acuada no canto dela,ela pode até achar que eu não prestava atenção nela,mas foi algo magnético,desde que encostei meus olhos nela pela primeira vez.Não queria partir seu coração,e por isso decidi que era melhor não contamina-la com minha sujeira.Vivemos vidas completamente diferentes como a mesma disse.Mas aquilo nunca me impediu de olha-la enquanto ela lia no refeitório,ou quando fotografava os jogos de basquetes da escola.

        Até então o destino estava me ajudando no objetivo de me manter afastado,só que ontem ele resolveu brincar comigo.Ao gerar uma aproximação entre mim e ela.Percebi que Florence era completamente diferente do que eu tinha idealizado,ela não era tímida.Era firme,atrevida e decidida.A garota com medo de se comunicar era só uma máscara,então durante a noite,a única coisa que eu consegui pensar foi em quanto eu estava sendo estúpido por ficar reparando essas coisas na minha vizinha.Resolvi que na manhã seguinte,iria voltar para o meu eu normal,e iria fingir que aquela noite não aconteceu pro resto da minha vida.

             Só que quando amanheceu e eu sai para fora de casa,com o intuito de dar um mergulho,meus planos perderam todo sentido,quando vi Florence correndo pela areia,com seu cachorro em seu encalço,ela gargalhava de uma maneira tão libertadora,que eu me senti tentado a gravar aquele riso.Droga ! Lá vou eu,imaginando coisas libertinas com a garota, prometi a mim mesmo que não tentaria seduzir uma garota como ela.Ela não merecia ser machucada e eu não faria isso.Voltei pra dentro com muito esforço,e encontrei meu tio na cozinha,fazendo o café da manhã.

—Achei que ia mergulhar — ele comentou,enquanto fritava algumas fatias de bacon.Peguei meu celular na bancada e suspirei.

—Planos adiados — respondi ,catando uma maça na fruteira.

—Sabe ontem conversei com o Faraize,sobre a faculdade,um amigo dele está conseguindo bolsas pra Harvad ,achei que talvez você quisesse tentar se inscrever lá... — ele deu a deixa para que eu continuasse,e desligou o fogão,virando-se para mim.

—Tio você sabe que eu quero cursar faculdade aqui mesmo na Austrália,não quero ir pra Nova York,eu amo esse lugar — expliquei o por que de minha negativa evidente e em seguida dei uma mordida na maça.

 — Outras pessoas não pensam assim Dake,Florence é um exemplo disso,ela está desesperada pela bolsa,mas para isso precisa escrever um belo artigo — não vou mentir que ao ouvir o nome Florence,achei a conversa mais interessante,e não vou mentir também que fiquei curioso sobre o motivo dela querer ir tanto para lá.

—Dizem que ela é uma boa jornalista,com certeza conseguirá fazer o artigo — dei minha opinião sobre o assunto.

—Não sei! Faraize disse que ela não gostou do tema que recebeu,acredita que ela tem que fazer um artigo tendencioso sobre a popularidade ? —meu tio perguntou balançando a cabeça negativamente e um ideia surgiu na minha mente.Sorri para ele,e bati em seu ombro animado,e corri para meu quarto pronto pra ir para a escola,ele me olhou sem entender nada,mas também não me questionou.

[...]

   Ponto de vista: Florence Elliott.

    Atrasada definiria bem como eu estava,corri desesperadamente em direção a sala dos representantes onde eu tinha combinado de encontrar Melody ,para ajuda-la a terminar de organizar alguns relatórios.Quando cheguei lá,nem me dei ao trabalho de bater na porta,encontrei minha amiga no meio de vários papeis,fazendo algumas anotações.

—Desculpa ? — pedi arqueando uma sobrancelha,ela suspirou e sorriu.

—Só se você me explicar por que o Nathaniel está um saco hoje — ela respondeu revirando os olhos,enquanto escrevia algo em sua caderneta.Me remexi um pouco desconfortável ao ouvir aquilo,eu já imaginava o motivo de Nath estar assim,e me sentia culpada por isso.

—O que aconteceu ? — indaguei me sentando a sua frente,querendo saber o que ele havia feito.

—É isso que eu queria saber,tentei perguntar algo sobre as provas que a diretora pediu,e ele simplesmente surtou do nada —ela explicou,e o sentimento de culpa se multiplicou.

—Vai ver ele só está estressado — desconversei,pois preferia acreditar nessa versão.

—Tomara que seja só isso — ela disse sorrindo pra mim.

      Iniciei meu trabalho,e em pouco tempo a pilha de relatórios havia diminuído.Estava pronta para ir ao refeitório lanchar quando Peggy me barrou no corredor.

—Você vai cobrir o jogo de basquete — ele avisou como se fosse a dona do mundo.

—Não vou não ! Cobri o jogo semana passada — relembrei ela.

—Não me importo queridinha,sou a chefe aqui — ela retrucou no tom de superioridade.

—Peggy você não está entendendo,não é algo discutível,eu simplesmente não vou cobrir o jogo — decretei,e ela viu firmeza em meus olhos.

—Você vai se arrepender disso — ameaçou antes de me dar as costas.Revirei os olhos,e caminhei em direção ao meu armário,onde guardei alguns livros,antes de ir lanchar.Senti uma presença ao meu lado,e me virei para ver quem era e encontrei Dake. O olhei esperando que ele dissesse o que queria.

—Achei um jeito de retribuir a ajuda que você me deu — ele afirmou convencido.

—Não me lembro de ter pedido para você retribuir a ajuda — falei ironicamente.

—O fato é que; Eu vou te ajudar — ele disse sem levar em conta minha opinião.

—E como pretende fazer isso ? — indaguei curiosa,testando até onde a idiotice dele iria.

—Vou te ajudar no seu artigo .



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