1. Spirit Fanfics >
  2. De Repente Pai >
  3. Papel de Pai

História De Repente Pai - Papel de Pai


Escrita por: taianezinha

Notas do Autor


Obrigada por favoritarem e comentarem a fic <3
Espero que gostem!

Capítulo 3 - Papel de Pai


Christopher

 

 Eu nunca vou esquecer-me do dia em que nos conhecemos.

Eu estava em um evento beneficente em Monterrey ao lado de outros cantores da The Family e entrei em uma lanchonete que tinha ali perto para comprar uma bebida. Dulce estava atendendo e a beleza dela me chamou a atenção; naquela época os cabelos dela eram vermelhos como fogo e ela tinha um piercing no nariz.

Resolvi puxar uma conversa com ela.

- Uma pena você ter que estar trabalhando ao invés de curtir o show.

- Não acho.

- Não? – Franzo o cenho. – Por quê?

- Não curto a maioria daquela gente.

- Nem Christopher Uckermann?

- Você sempre se chama em terceira pessoa? – Ela franze o cenho e me entrega a bebida.

Seguro o sorriso com a observação dela.

- Você não curte minhas músicas? – A questiono.

- São chatas. – Responde, sem cerimonia.

Dessa vez, acabo rindo. Pela primeira vez desde que comecei minha carreira, vi uma garota que não curtia minhas músicas.

- Mais alguma coisa que queira me dizer? – A incentivo. Aquilo estava interessante.

- Deve ser uma merda namorar alguém que você não é apaixonado.

- E você entende tudo sobre paixão, eu imagino.

- Sei o suficiente pra saber que esse seu namoro com a Anahí, não passa de uma jogada de marketing.

- Pra alguém que não curte minhas músicas, você deve ler muitas notícias sobre mim.

- O fato de eu não gostar de você, não significa que eu não leia coisas sobre a Anahí. – Respondeu ela, grosseiramente.

Por obra do destino, durante várias vezes naquela viagem acabamos nos esbarrando. E então nos cinco anos seguintes, minhas férias eram em Monterrey, ao lado dela...

- CHRISTOPHER! – Minha mãe Marie me tira dos meus devaneios, ao bater as duas mãos na minha mesa. – Estamos tratando de algo sério, concentre-se! A mídia não pode saber dessa garota, por pouco ela não arruinou a noite de ontem!

- Você a encontrou? – Ignoro minha mãe e foco meu olhar em Christian.

- Sim, ela estava sentada em um banco de praça. Ela não queria que eu a ajudasse, mas quando falei que seria o melhor para a garotinha, ela concordou. As levei pra um hotel e dei o meu cartão caso ela precise de algo, mas você sabe que é mais fácil eu virar um padre do que a Dulce Maria pedir minha ajuda.

- Qual hotel?

- Ah Christopher, o que importa o hotel que essa mulherzinha está? Você pode assinar um cheque generoso e ela nunca mais vai lhe incomodar. – Marie bravejou. – Isso é tudo o que ela vai ganhar ao mostrar essa bastarda e dizer que é sua filha!

- Não a chame de bastarda! – Exclamo e levanto-me da poltrona onde estava sentado.

- Pare de defender alguém que nem conhece! Faça um exame de DNA e comprove pra essa interesseira que você não é o pai! – Minha mãe fala de uma forma que me faz ter certeza que se alguém passou no corredor naquele momento, ouviu tudo.

 – Por favor, mãe... Saia agora daqui! Se for tratar algo referente a gravadora, pode vir aqui. Mas da minha vida, cuido eu! Preciso resolver isso com o Christian. Por favor, saia.

- Isso não é maneira de tratar sua mãe! – Ela se levanta. – Mas já que quer resolver isso sozinho, se vire. Seu pai e eu, sempre falemos pra você que essa história com essa garota nunca daria certo. Agora aguente as consequências! – Marie sai e bate a porta.

Volto a sentar-me e fecho os olhos.

- Devo ir atrás da Dulce agora? – Questiono Christian, ainda de olhos fechados.

- Você está exausto. Vá pra casa e descansa um pouco, amanhã de manhã vocês conversam com calma.

- Chris... – Resmungo.

- O que?

- Você acha que a filha é minha? – Abro os olhos para ver sua resposta a minha pergunta. – Seja sincero.

- Ela é parecida com a sua família materna. Dona Marie não a viu, mas tenho certeza que se visse a bebê ia achar que ela tem os olhos de sua avó, mãe da sua mãe.

- Dona Marie jamais confessaria isso.

- É claro que não. – Christian concorda. – Agora vai pra casa, vai. Esse dia foi longo demais!

- Concordo plenamente.

...

O relógio não havia marcado sete horas da manhã e mesmo assim, eu estava na pracinha em frente ao hotel onde Dulce está hospedada. Eu deveria ter agido diferente com ela na noite anterior, mas depois de meses sem vê-la, eu fiquei perdido sobre essa novidade inesperada. Meus sentimentos estavam uma bagunça. Eu queria ter a abraçado, a beijado e dito que podíamos viver uma vida juntos, entretanto a raiva me dominou e fiz merda.

Quando deu a hora do hotel estar oficialmente aberto, entro e espero Dulce aparecer na recepção. Isso leva poucos minutos para acontecer e ela demora alguns segundos para notar minha presença.

- O Chris já pagou todas as despesas. – Diz ela sem olhar para mim. – Não precisava ter vindo.

- Sim, eu precisava ter vindo. – Levanto para ficar na sua frente. - Dulce, nós precisamos conversar.

- Nós não temos mais nada para conversar. Tudo o que tinha que ser dito já foi dito. – Ela entrega as chaves para a recepcionista e logo vira as costas pra mim.

- Não, não foi. Eu não estava raciocinando direito! Vamos conversar com calma e então eu vou poder entrar de cabeça na... – Olho para a garotinha em seus braços. – Paternidade.

Ela vira-se para voltar a ficar na minha frente e me mira seriamente.

- Se dessa vez não der certo, eu juro que nunca mais iremos nos ver e muito menos conversar sobre isso!

Balanço a cabeça em forma de concordância e estendo o braço para dar passagem para ela passar, pego sua mala e só então saímos do hotel para tomarmos café da manhã juntos.

O caminho até a cafeteria foi silencioso. O que foi bem desconfortável, pois sempre quando Dulce e eu estávamos juntos, conversávamos muito, mesmo que fosse para nos provocar sobre nossas diferenças. 

Quando chegamos, sentamos em um lugar mais reservado e Dulce colocou a pequena em uma cadeira para bebês que tinha ali.

- Antes de tudo me desculpe por ontem. – Começo dizendo.

- Eu também preciso te pedir desculpa. – Dulce umedece os lábios, o que faz com que minha atenção fique em sua boca.

Foco Ucker. Foco.

-... sinto muito pela morte de seu pai. E parabéns pela posse da gravadora, me desculpe entrar daquele jeito...

- Por que Luna? – A interrompo.

- Como? – Dulce franze o cenho, mas logo responde. – Olhar pra lua... Minha música... – Ela dá de ombros.

A música que compomos juntos em uma das noites que passamos vendo a lua e as estrelas iluminarem o céu, também foi a noite que demos o nosso primeiro beijo.

Acaricio suavemente as bochechas de Luna e sinto meu coração disparar. Minha filha. Minha e de Dulce.

- Ela é linda! – Sorrio ao notar que Christian estava certo. Luna tem os olhos da minha avó materna.

- Se você quer realmente fazer o que sugeri, pode começar depois desse café da manhã. – Dulce olha para Luna e em seguida para mim.

- Como assim?

- Preciso entregar currículos, lembra?

- Mas... – Dulce ergue as sobrancelhas ao ouvir a palavra. – Como vou cuidar dela e trabalhar ao mesmo tempo?

- Era isso que eu fazia na lanchonete da minha mãe.

- Você quer que eu faça isso também? – Resmungo.

- Se não for enquanto você trabalha, quando você vai ter tempo pra sua filha?

- Depois do horário comercial?! – Sugiro. – Olha Dul, eu a levo para o trabalho, fico com ela, mas posso, por favor, contratar alguém pra cuidar dela quando eu precisar ficar em uma reunião, por exemplo?

Ela parece pensar no assunto.

- Tudo bem.

Respiro, aliviado ao ouvir a resposta.

- Mas eu quero que você aprenda tudo sobre ela nesse período.

- Tudo?

- Trocar a fralda; dar banho; alimentar; fazer dormir; coisas assim...

- Tudo isso enquanto eu trabalho? – Aquilo só podia ser brincadeira.

- Não tem outro horário pra você fazer o papel de pai dela, se não for nesse período. Por enquanto vai ser o dia todo, mas se eu conseguir um emprego de meio período, você só vai cuidar dela meio dia.

- Enquanto eu trabalho? – A questiono.

- Enquanto você trabalha. – Afirmou ela, em resposta.

Qual é a chance disso dar certo? A Dulce Maria pirou de vez e eu não sou capaz de dizer “não” pra ela.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...