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História De "Vassoura Arriada" por um Texugo - Petrificus Totalus - Cleansweeps e as vestes.


Escrita por: sukisaturn

Notas do Autor


oi bebe, vamos conversar nas notas finais? (é importante) ^-^

Capítulo 2 - Petrificus Totalus - Cleansweeps e as vestes.


Fanfic / Fanfiction De "Vassoura Arriada" por um Texugo - Petrificus Totalus - Cleansweeps e as vestes.

Seria mentira dizer que eu estava animado para o início da semana desta vez. Faltava pouco mais de um mês para o baile de inverno, depois disso seriam as férias. O que isso significava? Um ano letivo completamente perdido de novo, minhas chances e meu tempo estavam acabando para ter ao menos uma mera possibilidade com o garoto da Lufa-Lufa.

Droga, eu só queria ter a coragem suficiente para chegar lá e jogar as cantadas baratas do Jamie. Dar uma jogada aqui no cabelo, fazer uma pose máscula acolá, era pedir demais? Talvez mostrar os poucos músculos que estavam escondidos por baixo de toda aquela vestimenta verde pesada.

Era pedir demais ter coragem o suficiente para chegar lá e jogar logo de cara um “é o seguinte, Jimin, a gente tem tudo em comum e seríamos um puta par bonito para aquele baile enjoado. Então, fechou?”. Tudo bem, eu admitia não ter nenhum jeito com tiradas legais, eu não saberia chegar e me impor, eu não era o típico Sonserino legal em tudo. A verdade era que Jimin me acoava, eu achava ele tão bonito e especial que sentia que quaisquer atributos que eu pudesse ser naquele casal estavam acabados. Eu não poderia contribuir com a beleza, a inteligência ou até mesmo o carisma.

Não era como se eu não me achasse nem ao menos um pouco bonito, na verdade, uma lista rolava por toda a Hogwarts dos caras mais bonitos, e eu me sentia bem o suficiente para estar logo na primeira página. Mas, por Dumbledore, Jimin era tão mais. Ele ocupava o quarto lugar.

Outro problema que eu não teria seria o de gênero, diziam as más línguas pelos corredores – incluindo até os fantasmas e as pinturas – que o Park era bissexual, e talvez até gay, e eu não poderia agradecer o suficiente por isso. Eu tinha chance, não tinha? Por mais que fosse tão mínima e provavelmente rápida quanto o pomo de ouro.

Eu nunca tive problemas em conquistar quem eu queria –  apesar de ser um trasgo quase todo o tempo, eu era até bem desejado –, era só chegar e jogar as frases mais clichés possíveis: “Seu sorriso não é Expelliarmus, mas me deixou completamente desarmado” ou “você não precisa usar o Accio para me trazer até você” e pronto. Eram frases vergonhosas mas geralmente funcionavam, eu ganhava quem queria. Mas com Jimin Park era completamente diferente, qualquer idiotice de daquele inglês praticamente albino de meia tigela julgo meu melhor amigo não me ajudaria agora. Mas não ia mesmo.

Ele era diferente no nível de eu desejar me fundir aos tijolos dos corredores em vergonha quando o garoto passava, ou cogitar implorar para trocar de casa – mesmo sabendo que era impossível – só para ver aquele rostinho acordando amassado todos os dias no salão comunal amarelo e preto. De preferência, bem do meu lado.

Eu sabia, por todos os bruxos na minha família, que Jimin era diferente. Jimin era o cara – ou melhor, o bruxo – pra mim. Seria o genro perfeito para minha mãe, e eu tinha certeza absoluta que meu pai cairia de amores por uma pessoa tão bondosa quanto o mais novo. Aquele meio coreaninho meio inglês seria o sonho dos meus pais.

Tudo bem, talvez eu fosse um pouco apressado e sonhador demais. Pensar no que meus pais achariam do loirinho só aumentava minha ansiedade. Tudo o que eu tinha que fazer naquele momento era me concentrar nas lições de voo, por mais que aquilo fosse extremamente difícil.

Querendo ou não, por ter ao menos o mínimo de experiência no campo com o quadribol, fui convidado pela Madame Hooch, junto a outros jogadores a ajudar os alunos um pouco mais atrasados nas lições, e Jimin estava lá. Nas escolas dos trouxas aquilo seria praticamente a recuperação.

Na verdade, Jimin tinha medo de voar. Não podia tirar os pés do chão e logo apertaria o cabo e xingaria palavras em coreano que somente eu entendia muito mal, e meu coração se apertava tanto. O Park era o garoto perfeito, bom em absolutamente tudo e extremamente estudioso, sabia os feitiços, as poções e as questões mais avançadas em Transfiguração e Herbologia, mas tinha muito medo de altura. Aquilo, na verdade, se assemelhava muito mais a algum tipo de fobia e ficara bem claro desde a primeira vez em que o vi subir no ar e suar, tremer e praticamente chorar pedindo pra por os dois pés pequenos no chão.

Eu não era um jogador tão experiente assim, mas sabia do básico e a alguns meses eu estava com lugar cativo no time de Sonserina. Eu era um dos três chasers e a minha função no time era de única e exclusivamente marcar gols em qualquer outro time que estivesse jogando contra minha casa, e isso não era tarefa fácil.

Depois de toda a vergonhosa experiência no campo da primeira vez – aonde Jimin quase me fez sujar minhas vestes e me fazer ficar com o apelido quase inesquecível de “quedinha” por culpa da minha quase queda, plus duplo sentido que apenas eu e Jamie entendiamos – eu me esforcei mais, cada vez mais até chegar no time principal. Sem mais peça reserva, sem mais banco. E com isso eu ganhei certa fama.

Não que fama me fizesse mais feliz ou realizado – por que não fazia – mas era mais uma pequena chance de me aproximar do mestiço, e eu iria usa-la. Mesmo que minhas vestes pagassem o preço.

E eu estava lá, ajudando os alunos novos, de cerca de onze, doze e treze, e Jimin Park, com seus dezesseis. Respirei fundo enquanto olhava diretamente para ele, tomando coragem. Se ele precisava de um bom tutor, eu faria aquilo por ele, mesmo que isso significasse correr riscos de ser um péssimo professor e afasta-lo ainda mais. Eu deveria tentar, e ainda mais, deveria tentar me manter próximo para enfim convida-lo como meu par. O baile de inverno estava logo ali, e eu não poderia ser um duende sobre isso, não de novo. Então e aproximei com passos lentos e preguiçosos, pensando em dar as costas a cada meio segundo, tremendo como um paspalho.

 – Jimin? – O garoto logo me mirou com aqueles dois olhinhos azuis brilhantes – Vo-você quer ajuda? – Questionei enquanto coçava a nuca, num movimento de completo constrangimento. Já esperava sair de lá com um chute na bunda até ver aquele sorriso enorme no rosto bonito, sorri junto.

– Você me ajudaria? – Ele perguntou baixinho. Os olhos manhosos brilharam.

– Claro, quero dizer... Eu estou aqui para isso.

– Aish, estou com tanta vergonha, Jeonggukie. – Aquele apelido. Ah, como aquele apelido me dava esperanças, eu não fazia ideia se aquele apelido provinha do seu sotaque forte, mas eu gostava de pensar que não – No meio de todas essas crianças, e ainda não consigo levantar um voo reto – Ri soprado.

– Não precisa se preocupar com isso, é normal ter medo. Fobias não são fáceis. – Murmurei enquanto o ajudava com a vassoura, a pondo em sua mãozinha pequena.

– Como sabe da minha fobia?

Droga. Como era aquele feitiço para aparatar mesmo? Pus a mão sobre um dos bolsos das minhas vestes instintivamente procurando por minha varinha. E aonde está minha varinha nas horas que eu mais preciso?

– Ah, é que estudamos juntos a muito tempo, sabe? Eu deduzi – Engoli em seco e murmurei baixinho – Não é como se eu te vigiasse...– O barulho saído da minha boca depois disso tinha sido tão vergonhoso e babado que questionei, de novo, todas as minhas habilidades mentais.

– Huh? – Jimin perguntou enquanto ajeitava a vassoura entre as pernas e flexionava os joelhos.

– Na-nada. Eu só deduzi mesmo – Ele deu de ombros – Na verdade, eu mesmo tenho fobia de répteis – Jimin focou em mim com espanto, dei um meio sorriso – Só prometa não contar meu segredo para os sonserinos, eles vão me zoar tanto – Nós dois acabamos por rir juntos no meio daquela situação tão estranha. E eu parecia enfim tê-lo deixado confortável com o próprio medo.

Estava tudo bem perto de mim, e eu queria mais do que nunca que ele visse isso. Nada vindo de Jimin seria vergonhoso e estranho, tudo era tão singularmente bonito que eu cogitava realmente trocar minhas figurinhas holográficas do Professor Snape com Jamie para recuperar minha dignidade de apaixonado de volta. Afinal, apaixonados não tinham a mínima dignidade. Ao menos eu já a tinha perdido a tempos.

Durante mais meia hora eu o ajudei na postura, ajudei com as pernas e as coxas. E, por Merlin, que coxas. Eu tentava me aproveitar da situação hora ou outra, tocando nas vestes pretas com amarelo do lufano sem tremer, mas era quase impossível. Eu tinha que ajuda-lo na postura, passando as mãos pelas costas pequenas, sentindo a cintura fina. Tinha que flexionar mais seus joelhos com meus dedos, e tantos toques e proximidade estavam me fazendo suar.

Eu tentava, no meio do caminho, não pensar em trocadilhos impróprios envolvendo cantadas estúpidas e aquela vassoura, bem ali, mas era quase impossível. Eu era definitivamente um adolescente com os hormônios a flor da pele.

– Você poderia me ajudar demonstrando, Jeonggukie, eu não consigo – Jimin murmurou manhoso, fazendo um biquinho fofo. Avada Kedavra. Eu estava morto. – Jeonggukie?

– A-ah, claro – Estendi a mão esperando que o garoto me desse a vassoura e ele logo a entregou, ajeitei o objeto entre as pernas e logo percebi que era uma Cleansweeps Dez, uma vassoura muito boa fora do nível profissional – Você tem que se curvar dessa maneira, vê? Não pode segurar tão na ponta, se não a vassoura vai se inclinar e irá cair, certo? Então é só flexionar os joelhos desse jeito e impulsionar e pronto, vai voar como um profissional.

Entreguei sua Cleansweeps e eu pude jurar ver um sorrisinho de canto naquela boca tão bonita.

– Acho que entendi, Jeonggukie – Ele tentou repetir meus movimentos mas errou novamente, dessa vez no posicionamento das mãos – É assim?

– É quase isso, você só tem que – Foi automático, pus uma das minhas mãos por cima das mãos dele e gelei na hora, da mesma forma que “Glacio” poderia fazer com meu corpo grande e desajeitado.  Percebi que estávamos muito próximos, meu coração bombeava muito sangue, eu suava, tremia, e poderia colapsar naquele gramado, minhas vestes pareciam mais apertadas e apesar do frio do inverno, eu estava sufocando.

– Eu acho que ainda não entendi, Jeonggukie, pode subir comigo na vassoura? – Eu já disse Avada Kedavra hoje? Por que se não, agora sim eu estava morto. O dentinho torto do Park mordia o lábio inferior enquanto ainda tinha as mãos gordinhas em baixo de uma das minhas. Seria um sonho meu que aquilo fosse uma cantada?

Tão rápido quanto meu coração batia foi a vez do sino nas duas torres, minha boca abria e fechava e eu estava tão paralisado quanto as gárgulas que enfeitavam Hogwarts por todos os cantos. Ainda não assimilava com clareza alguma o que tinha acontecido, parecia bom demais para ser realidade.

– Bom, eu tenho que ir – Jimin logo se prostrou em minha frente com sua vassoura, recolhendo seus poucos livros do gramado – Nos vemos em História da Magia? – Da minha boca nada saia, apenas sons desconexos. Talvez um "ah" e um "huh" que me faziam parecer ainda mais lerdo. O mais baixo riu soprado arrumando o cachecol amarelo com preto ao redor do pescoço branquinho e frio – Até lá, Jeon – Park piscou para mim com um dos olhos, deu meia volta e foi embora. Simples assim.

Depois daquilo eu só consegui viajar dentro dos meus próprios pensamentos, por favor, que ele seja gay. E por favor, que esse simples jogador de quadribol apaixonado tenha uma mínima chance. Aquilo era tudo que eu repetia mentalmente, junto da nossa imagem dançando uma música lenta coladinhos no Salão Principal.

Que droga, aquele garoto poderia muito bem ser um simples trouxa e ainda assim continuaria fazendo magia com meus sentimentos. E eu torço para que minhas vestes se mantenham firmes até o baile de inverno.


Notas Finais


1. Chaser são os artilheiros. Existem três em cada time.

2. As figuras holográficas citadas aparecem (como um exemplo) logo no primeiro filme de Harry Potter (A Pedra Filosofal), são figuras colecionáveis, e fiz questão de adicionar o Snape a elas, já que a história se passa no tempo atual.

Primeiro de tudo, eu queria explicar a minha ausência: Estava viajando e no meio de tanta criança, como eu ia ter paz pra postar alguma coisa? Mas eu espero muito que tenha valido a pena a minha falta por aqui. Depois, tudo o que eu tenho a fazer é agradecer a cada um dos meus bruxinhos pelos mais de 200 favoritos, vocês foram as coisas mais lindas com tantos comentários maravilhosos. Foi Avada Kedavra no meu coração e eu sou frágil.

☾ DVAPUT no wattpad: https://www.wattpad.com/story/193539717-de-vassoura-arriada-por-um-texugo-jikook
☾ minhas outras histórias: https://www.spiritfanfiction.com/perfil/suki_machen/historias
☾ curious cat: https://curiouscat.me/sukisaturn


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