De todas as pessoas do mundo, apaixonei-me por você.
Éramos distintos demais, desde a primeira vez que lhe vi pude sentir.
Na verdade estava estampado.
De longe percebi.
Eu amava o céu. Sua cor azul claro salpicado por borrões brancos, que por acaso, lembrava-me o mar. E as estrelas, que surgiam quando o sol resolvia descansar.
Você amava os livros. A cor amarelada de algumas páginas daquele conto clássico de literatura, mosqueado de tons mais escuros, mostrando o quão antigo era.
Eu amava as cores. O rosa de seus lábios, o castanho de seu cabelo, e a negritude de seu olhar. Também aquelas escondidas. Como o amarelo da sua alegria, ou o vermelho que era te amar.
Você amava a caligrafia. As mais rabiscadas como as do tal Lee, e as mais limpas e bem desenhadas como as do outro Lee, ou era Choi? Sinto-me triste por não recordar.
Eu amava balões. Das cores vibrantes que possuíam, e das milhares de crianças que eu atraia por vende-los.
Você amava versos. Das rimas sincronizadas e das tonantes, rimas pobres e ricas, ou até mesmo das esdrúxulas. E dos significados belos que cada uma possuía.
Eu amava sua forma de falar. Utilizando palavras rebuscadas, mostrando o verdadeiro estudante de literatura que você é
Você odiava meu vocabulário chulo. De como eu xingava demasiadamente, e da forma em que gaguejava de nervosismo. Nervosismo que apenas atacava ao falar com você.
Eu amava quando você ia na minha casa. Da forma de como você deixava os livros de literatura, ou do seu artista favorito, Van Gogh, por míseros segundos para dar-me atenção.
Você amava quando eu tentava escrever um verso sequer. De como eu me irritava por não conseguir, e da forma que eu vibrava vitorioso por escrever duas sílabas boas.
Eu amava quando você segurava meu rosto, acariciava minha bochecha, e trazia seus lábios aos meus. Amava sentir a textura leve de sua boca.
Você amava quando eu apertava sua cintura com leveza, e te trazia para mais perto. Também amava quando eu aprofundava o beijo, e demonstrava todo meu amor pelo simples ato.
Mas no final de tudo.
Eu amava tudo em você, e você amava tudo em mim.
Da forma de como lhe fiz flutuar com meus balões, e de como você me fez flutuar nos versos.
••
– Uau, parabéns Jeongguk, ficou deveras lindo! – Eu disse sorrindo para meu namorado que mantinha sua cabeça abaixada de vergonha, e tinha suas bochechas pintadas de um vermelho leve. – Mas agora chega de versos ou balões.
E fiz como ele escreveu.
Selei nossos lábios.
E deixei-o comandar.
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