Querida Elizabeth,
O clima é congelante, adentra minhas vestes com a força de uma rajada de vento e arrepia minha pele ao mesmo tempo em que me aconchega. Sinto como se o frio me petrificasse por fora e me queimasse por dentro.
Sinto saudades de quando corríamos pelos campos verdes e nos esgueirávamos por entre as plantações, em busca de um esconderijo. Lembro-me do cheiro das preciosas rosas que colhíamos nos mais belos e solitários jardins, do quão formosas eram.
Estou perdida entre as frágeis linhas que a vida me proporcionou, tentando encontrar o caminho certo para me livrar deste labirinto sem fim, enquanto me esforço para não sair machucada da batalha que travei com os malditos espinhos.
Querida Elizabeth. Não deixe que o mundo corroa sua inocência, estraçalhe seus sonhos e dilacere suas esperanças. Lembre-se que seus atos têm consequências, que suas escolhas influenciam em acontecimentos futuros e que sua fé nem sempre será o bastante.
Continue sendo uma bela criança com um belo sorriso estampado no rosto, usando vestidos floridos e botinas azuladas que iluminam seus olhos. Continue com sua alma bondosa e palavras encorajadoras, mesmo que os outros lhe digam que nunca valerá a pena ser otimista em uma sociedade como essa.
Minha afável e querida Elizabeth, apenas continue do jeito que está, pois o futuro lhe guarda decepções e lamentos que nunca esperou ter que sentir.
Com esperança e pesar,
sua doce alma rancorosa.
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