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História Dear Heart - SaiDa (G!P) - Capítulo treze


Escrita por: _Funth_

Capítulo 13 - Capítulo treze


O diner era exatamente como eu havia imaginado. Toalhas quadriculadas cobriam as mesas e bancos giratórios se enfileiravam diante de um longo balcão.

Sana e eu pegamos dois bancos vazios e quando eu comecei a girar o meu, assim que me sentei nele, ela riu. 

- Dahyun... 

- Sana? - eu disse, dando mais uma voltinha - Tudo bem, eu vou parar.

- Não pare por minha causa. Nem por causa desse cara aí - ela apontou para um homem musculoso sentado no banco ao lado do meu.

- Desculpe - eu disse ao rapaz, me sentindo uma idiota.

O homem se inclinou na minha direção e falou como se estivesse me contando um segredo:

- Eu entendo. Também costumava girar neles quando era criança.

Eu estava exibindo um sorriso de vitória quando Sana me entregou um cardápio, mas eu recusei.

- Hum... Não obrigado.

- Você não esta com fome? - ela perguntou desapontada.

Olhei para ela e sorri.

- Ah, não, eu estou com fome. Mas você disse que é o seu local favorito na cidade, então eu quero que você escolha para mim.

Essa atitude era novidade para mim. Eu nunca na vida havia permitido que uma pessoa escolhesse a minha comida. É claro que para tudo sempre há uma primeira vez, mas neste final de semana eu estava vivendo uma centena de "primeiras vezes".

- Ah, pode deixar comigo - ela piscou para mim, então cumprimentou a garçonete quando ela se aproximou.

Sana acabou pedindo a mesma coisa para nós duas: seu hambúrguer favorito, com algumas batatas fritas. Não sei dizer exatamente o por que daquele lanche estar absurdamente gostoso, mas o fato é que ele estava. 

Quando enfim terminei, eu empurrei meu prato para a frente e soltei um longo gemido de satisfação.

- Nossa, isso é bom demais.

- Não falei? Mas guarde um pouco de espaço no estomago porque ainda não acabou.

Eu dei um tapinha na minha barriga.

- Tarde demais, não tem mais espaço aqui. Estou completamente cheia.

- Mas você não pode ir embora sem provar o cream pie que eles fazem.

- Sana, eu estou realmente cheia, como se fosse um peru do dia de ação de graças - respondi, fazendo uma careta. Eu realmente havia comido muito.

- Então eu só peço um pedaço e a gente divide. Você precisa experimentar. Não vai se arrepender - ela ergueu as sobrancelhas, já sabendo que eu ia ceder.

- Tá bom - eu concordei bufando - O que tem nessa sobremesa?

Ela olhou para mim como se não acreditasse no que havia acabado de ouvir.

- Quê? Você nunca comeu cream pie na vida?

- Não, nunca. Eu já vi essa sobremesa, claro, mas nunca cheguei a experimentá-la.

- Então Dahyun, deixe-me apresentar a você a melhor coisa que suas papilas gustativas vão experimentar em toda a sua vida.

A garçonete nos trouxe um pedaço que parecia um pão recheado de creme e coberto de chocolate.

- Primeiro as damas - Sana disse, colocando o prato na minha frente.

Eu ri, afinal, ela não deixava de ser uma dama também. Ansiosa para provar a tal sobremesa, eu tirei um pedaço com o meu garfo e o levei à boca. 

- Dahyun?

Eu ouvi Sana dizer o meu nome, mas pareceu um som tão distante. Quando ela falou de novo, eu ergui a mão entre nós, avisando-a para parar.

- Não fale comigo. Estou ocupada - então ela riu e tentou enfiar o garfo no bolo - Ei! Não se aproxime ou eu vou ter que machucá-la - eu disse, aproximando o meu garfo da mão dela, ameaçando espetá-la.

- Essa é boa! Você nem queria comer, lembra?

- Eu disse isso antes, mas agora que experimentei, esse é todinho meu. Peça um pedaço para você.

Olhei para ela com uma expressão séria e divertida ao mesmo tempo. Mas quando ela acenou para a nossa garçonete, afim de pedir outro pedaço, fiquei aliviada por não ter que dividir o meu.

Alguns minutos depois, eu me peguei olhando com tristeza para as migalhas que restaram no prato, lutando contra a ideia de ficar catando cada uma delas para colocar na boca.

- Terminou? - ela perguntou com um sorriso malandro.

Eu fiz que sim com a cabeça, tão cheia que nem conseguia falar. Sana pagou a nossa conta e então nós deixamos o diner. 

- Obrigado por me trazer aqui - Foi tão bom quanto você disse que seria - fiquei na ponta dos pés para beijar o rosto dela.

Ela passou um braço em torno do meu ombro e me levou ao seu carro.

- Obrigado por ter vindo comigo. Você gostou da sobremesa?

- Se eu gostei? Por pouco não lambi o prato todo - falei, arrancando uma risada dela.

__

Sana diminuiu a velocidade até parar no estacionamento da rodoviária, ligou o pisca-alerta e abriu o porta-malas.

Nenhuma de nós fez menção em sair do carro. Ficamos sentadas ali, olhando melancolicamente uma para a outra, como se se uma despedida fosse a última coisa que nós quiséssemos naquele momento. Eu não tinha ideia de como Sana se sentia, mas dizer adeus definitivamente era a última coisa que eu queria. Eu odiava pensar na possibilidade de nunca mais vê-la.

- Mais uma foto? - eu perguntei, pegando meu celular.

- Claro.

Ela encostou a cabeça dela na minha, ambas abrimos um sorriso sincero, posicionei o celular e bati uma foto. Depois ela colocou os lábios no meu rosto e eu bati outra foto. Ela então segurou o meu rosto e o virou e nós ficamos cara a cara. Os lábios dela tocaram os meus e eu me senti flutuando. Tirei outra foto.

- Agora com cara de séria - eu avisei, rindo.

- Por quê? - ela disse, repuxando os lábios como se estivesse irritada, mas eu sabia que ela não estava.

- Quero te registrar de todas as maneiras - insisti. 

Sana concordou com a cabeça e fez cara de mau, e então eu tirei mais uma foto de nós duas, morrendo de rir. Acabei saindo toda desfocada na foto, mas nem liguei. Ela ficou incrível nas imagens, e eu sabia que essas fotos iriam ser muito importantes para mim quando eu estivesse em casa novamente, bem longe dela.

Terminando a sessão de fotos, ela me olhou bem nos olhos.

- Os momentos que eu passei com você foram fantásticos.

- Eu também adorei ficar com você. Foi tão divertido. O jogo foi bem legal - admiti. Dali em diante, sempre que me falassem sobre basquete, eu lembraria de Sana e do seu irmão - Bom... Eu preciso ir.

- Eu sei. É que eu não quero que você vá - ela confessou, e eu respirei fundo.

O que Sana me disse era lindo demais e exatamente o que eu queria ouvir . Algumas palavras simples, colocadas na ordem certa.

Por fim, eu abri a porta e saí do carro, direto para a noite fria. Sana também saiu, e ficou parada ao lado da porta, observando-me com um olhar triste. Nós andamos até o porta-malas e então ela pegou a minha bagagem e a colocou no chão.

- Obrigado.

- Foi um prazer - ela disse, se aproximando para me abraçar. Seus braços me envolviam com força e eu inalei seu perfume doce - Você pode me ligar quando chegar? - ela sussurrou, e eu precisei me concentrar para não vibrar enquanto interpretava esse simples pedido.

Sana não pediu para que eu lhe mandasse uma mensagem, ela pediu para que lhe telefonasse, o que significava que eu poderia ouvir a voz dela quando chegasse em casa.

- Ligo - eu disse, quando separamos nosso abraço.

A japonesa se curvou e colou novamente os lábios nos meus. Eu deixei que ela decidisse quão profundo seria o nosso beijo de despedida e quanto tempo demoraria.

Mas qual era o significado disso para nós? Esse seria mesmo o nosso último beijo?

No instante em que esse pensamento me ocorreu, Sana separou seus lábios dos meus lentamente. Havia desapontamento estampado em seu rosto.

- É melhor você ir, Dahyun.

- Sim, você tem razão.

Emoções conflitas brotaram dentro de mim. Eu estava feliz por tê-la conhecido, triste por ter que partir, confusa quanto ao que significado de tudo aquilo e com esperança de voltar a vê-la. Tudo ao mesmo tempo. Eram tantas sensações de uma vez só.

Não vou chorar.

Eu não vou ficar sentimental.

Ninguém choraria aquela altura do campeonato. Enchendo-me de coragem, eu peguei a minha mala e a arrastei comigo, me afastando de Sana. 

Mas antes que conseguisse alcançar o ônibus, ouvi Sana chamando o meu nome.

- Dahyun!

Ao ouvir a voz dela, parei e me virei para trás, e a vi caminhando apressadamente em minha direção, com ar decidido.

Quando me alcançou, Sana agarrou a minha nuca com a mão e me puxou para perto dela, colando sua boca na minha em mais um beijo devastador. Ela me beijava com fúria e sofreguidão, como se fosse a última vez. Esse sim, era um beijo de despedida.

Sem pensar em mais nada, eu me entreguei ao calor da sua língua, a maciez dos seus lábios, a sensação de prazer que a boca dela me trazia.

- Me desculpa - ela sussurrou, encostando sua testa na minha - Eu simplesmente não podia deixar você ir embora sem te dar um último beijo.

Sana me soltou e eu comecei a andar novamente na direção do ônibus, com o coração apertado. Não me virei para olhar para ela, nem uma vez - eu não podia fazer isso, eu não seria capaz de partir se a visse parada olhando para mim, e eu sabia que era assim que ela estava.

Dentro do ônibus, a caminho de casa, eu finalmente permiti que as emoções reprimidas dos últimos dias me dominassem. Peguei meu celular e comecei a rever as fotos que nós havíamos tirado juntas. Meu coração bateu forte, como se aplaudisse essa atitude. Eu continuei rolando as imagens até chegar na foto do nosso beijo dentro do carro e então eu encostei a ponta do dedo na tela, desejando entrar nela e reviver aquele momento.

Não fez nem uma hora que essa foto foi tirada e já parece um acontecimento tão distante. Sana parece um acontecimento distante. 

Todas as coisas que eu havia acabado de viver com Sana, todo o tempo que nós passamos juntas, agora existiam apenas na minha mente.

Pelo menos eu tinha as fotos e o seu moletom.

Fechei os olhos e o sono que havia evitado nas últimas duas noites rapidamente se fez presente. Eu já estava dormindo antes mesmo do motorista terminar de passar as orientações. Só acordei quando o ônibus parou em Seul.

Puta merda... Eu dormi o tempo todo em uma viagem de quase cinco horas. Isso jamais havia acontecido comigo.



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