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História Dear Heart - SaiDa (G!P) - Capítulo dezoito


Escrita por: _Funth_

Capítulo 18 - Capítulo dezoito



~Dahyun~


Eu não conseguia acreditar que Sana viria até aqui para me ver! Claro que eu tinha vontade de me encontrar com ela desde que voltei de Daegu, mas não estava certa de que isso iria realmente acontecer. Eu não fazia ideia do que isso significava para nós duas, mas a essa altura já não me importava mais com nada. Agora, só o que me interessava era que eu a pessoalmente veria de novo.

Liguei para Tzuyu assim que terminei de falar com Sana, sabendo que eu estava animada demais para me contentar com uma simples troca de mensagens. Eu precisava de alguém que enlouquecesse de alegria junto comigo.

- Oi - Tzuyu atendeu, e eu logo ouvi o barulho de trânsito ao fundo e percebi que ela estava dirigindo.

- Eu acabei de falar com a Sana e adivinha o que rolou?

- Hum... Ela disse que ama você? Que não pode mais viver sem o seu doce amor? - Tzuyu despejou uma avalanche de respostas malucas e eu fiquei balançando a cabeça, quasse arrependida de ter sugerido a ela que adivinhasse.

- Ela vai vir para cá! - revelei por fim.

Ela surtou na mesma hora e por um momento só escutei uma gritaria pelo viva-voz.

- Que demais! Minha nossa, Dahyunnie, quando? Quando ela vem? Quanto tempo vai ficar?

- Ela virá daqui a duas semanas e vai ficar só por um final de semana - perdida em pensamentos, eu puxei sem perceber o tecido do meu edredom e suspirei. Era como se eu estivesse em um sonho.

- Que merda é essa, Dahyun? Você está morrendo?

- As minhas emoções estão a flor da pele, eu estou meio descontrolada. Nesse exato momento eu me sinto capaz de fazer qualquer coisa - eu disse, rindo.

- Que coisa fofa - ela comentou num tom de voz exageradamente meigo.

- Você tá tirando onda com a minha cara.

- De jeito nenhum. É sério, eu tô achando essa história maravilhosa. Mal posso acreditar que eu finalmente vou rever aquela garota - ela disse - Epa, espera um pouco! Eu vou rever a garota, não vou?

Nesse detalhe eu ainda não havia pensado. Será que Sanan se sentiria incomodada se eu lhe apresentasse a minha melhor amiga? Bom, se bem que elas já haviam se visto, mas por apenas alguns minutos.

- Eu não sei - respondi.

- Como assim? Você não sabe? E por que é que eu não poderia revê-la? Me dê uma boa razão. Só uma!

- Por que eu nem sei direito o que nós duas vamos fazer - eu disse - E, eu não quero que Sana pense que eu estou avançando rápido demais.

- Se ela tiver essa impressão, Dahyunnie, então é uma grande babaca. Estou falando sério, eu quero revê-la também. A gente reserva uma noite para sairmos juntas. Podemos jantar ou então ir a uma boate. Merda... Ela chega em duas semanas, foi isso o que você disse?

Quando escutei o som de leves batidas ao fundo, eu ralhei com ela.

- Nada de mexer no celular enquanto dirige, Tzuyu!

- Não estou fazendo isso!

- Está, sim. Eu tô ouvindo. Você é a motorista mais distraída que eu conheço. Preste atenção na estrada!

- Ah, não enche. Eu só estava checando minha agenda. E parada no sinal vermelho.

- Mentirosa.

- Fique quieta e ouça. A minha agenda me diz que nós temos aquela festa vip em duas semanas. Você tinha um convite com direito a acompanhante e me convidou. É melhor você tratar de conseguir mais um convite com a Nay.

Nayeon era proprietária de uma casa noturna aqui em Seul e estava organizando um evento fechado. Nos havíamos trabalhado juntas por alguns anos e acabamos ficando amigas. E o fato de ela estar tendo um caso com a minha chefe só colaborou para a nossa aproximação, vez ou outra ela aparecia lá na empresa procurando por Jeongyeon e dava uma passada no meu escritório.

Ela sem dúvida perceberia se eu faltasse a festa dela, certamente não ficaria zangada comigo por isso, mas não me agradava ser aquele tipo de pessoa que promete que vai a um evento e na hora dá o cano. Pelo menos eu sabia que não seria difícil conseguir lugar para mais uma convidada minha, o que era um alívio.

- É, Tzu, você tem razão. Parece que iremos a casa noturna no sábado. E então você vai rever a Sana. Por favor, não me deixe constrangida - eu supliquei, e ela deu uma risadinha.

- Pra sua sorte eu não tenho nenhuma foto sua de quando você era garotinha, por que se tivesse eu ia fazer você passar vergonha de verdade. "Olha, Sana, essa foi tirada quando ela pegou uma tesoura e cortou o próprio cabelo. Não ficou uma graça assim, mais comprido de um lado do que do outro?"

Eu nunca parava de me impressionar com a quantidade de bobagens que a cabeça de Tzuyu conseguia produzir. Quando ela e Chaeyoung se juntavam então, não tem quem aguente.

- Neste exato momento, eu estou agradecendo aos céus por não ter conhecido você na época da escola Tzu.

Ela soltou uma risada divertida.

- Ei, eu vou passar em uma loja agora. Posso te ligar daqui a pouco?

- Não se preocupe. Eu só queria contar a você que ela vai vir - bastava lembrar que ela viria e uma onda de alegria e excitação tomava conta de mim novamente.

- Dahyun?

- O quê?

- Eu estou muito feliz por você.

Eu mordi o lábio e corei.

- Acho bom essa japonesa não pisar na bola! - Tzuyu disse - Tchau! - E ela desligou.

Difícil acreditar que aquela garota maluca que eu conhecia era uma advogada que ganhava quase todos os seus casos. Diferente da Tzuyu-melhor-amiga, a Tzuyu-advogada não tinha nada de engraçado nem de alegre. Não, a Tzuyu-advogada era séria, implacável e odiava perder.

Eu só esperava que ela não bancasse a durona com Sana quando a encontrasse. Apesar disso eu estava certa de que Sana podia lidar com a Tzuyu e de que ela provavelmente ia gostar dela assim que a visse.

__

As mensagens diárias que Sana me enviava agora vinham com contagem regressiva.


Lábios tentadores: Bom dia, minha linda. 8 dias!


Uma alegria louca e infantil tomou conta de mim.


Dahyun: 8 dias!!!


Esta prometia ser a melhor e a pior contagem regressiva da minha vida. A melhor porque no final dela nos encontraríamos e a pior porque os dias pareciam demorar cada vez mais para passarem.

Felizmente, o foco no trabalho me mantinha ocupada e afastada do risco de mergulhar na contagem regressiva de Sana.

Eu vinha conversando com Chaeyoung, e quase pude sentir seu entusiasmo quando respondeu a minha mensagem contando sobre a visita de Sana. Com o seu jeito inconveniente de sempre, ela me lembrou de que agora eu era responsável não só pela minha vida mas pela dela também. Ela me perguntou em quais eram as chances de Mina vir junto com Sana para Seul. O seu desespero esperançoso de tentar algo com a Myoui era admirável. Isso me fazia rir mas também sentir saudade de Chaeyoung.

Durante uma pausa no trabalho, pedi que Jeongyeon me liberasse por vinte minutos, então dei uma rápida saída e fui de carro até uma loja de bebidas próximo a empresa. Mandei uma mensagem para Sana, torcendo para que ela respondesse rapidamente para eu não precisar voltar ali depois e nem abusar generosidade da minha chefe em me deixar sair em horário de trabalho.


Dahyun: Qual é a sua bebida favorita? Ou você gosta de todas?

Para minha sorte, ela respondeu quase imediatamente.


Lábios tentadores: Uísque é a minha favorita. Blanton's para ser mais específica.

Dahyun: Blanton's? Não faço ideia de qual seja esse, mas abrigada! Tchauzinho!


Eu queria que Sana encontrasse na minha casa alguma coisa que ela adorava e imaginei que uma bebida era um bom ponto de partida. Além do mais, nós já havíamos tido uma boa aventura com bebidas, principalmente uísque. E eu estava aprendendo a gostar disso desde que Sana me ensinou a beber da maneira correta.

Sem saber absolutamente nada sobre uísques, eu percorri com cuidado as prateleiras da loja, e me espantei quando descobri que existia muito mais opções do que eu imaginava. Eu encontrei o Blanton's quase imediatamente. Era uma garrafa que se destacava entre as outras.

Paguei pela garrafa e saí da loja e voltei para o meu escritório.

Meu celular tocou no banco do passageiro, eu fiquei surpresa quando vi que a ligação era de Tzuyu. Ela não custumava ligar a essa hora da tarde. A essa hora deveria estar no tribunal ou se preparando para entrar nele.

- Oi, Yoda! - eu atendi.

- Olá! Eu acabei de sair do tribunal.

- Mas já?

- A juíza está vomitando na sala dela. Eu nunca tinha visto uma pessoa ficar com o rosto verde antes, Dahyun. Bom, já vi personagens de desenhos animados ficarem verdes, mas pensei que fizessem isso só para dar um efeito engraçado. Nunca soube que isso acontecia de verdade.

- Você não vale nada.

- Eu sei. Escute, acho que vou dar um pulo na sua casa. Até que horas vai trabalhar hoje?

- Estou voltando ao escritório agora, tenho poucas coisas para fazer. Acho que por volta das cinco, no máximo.

- Certo. Então vou indo para sua casa e a gente se encontra lá - ela disse bocejando.

Tzuyu tinha permissão para entrar no meu condomínio fechado e conhecia a senha do portão, e além disso, tinha a única cópia da chave da minha casa.

- Tudo bem. Vejo você daqui a pouco.

Depois que Tzuyu desligou, eu me perguntei se a encontraria dormindo quando chegasse em casa. Ela gostava de pensar que o quarto de hóspedes pertencia a ela. Eu sempre encontrava peças de roupa dela penduradas no armário depois que ela passava a noite lá. As vezes, Tzuyu deixava tanta coisa para trás que eu ficava na dúvida se ela havia se mudado de vez para a minha casa.

__

Depois de finalizar o trabalho eu fui para casa bem antes das cinco. Quando entrei no meu condomínio, logo avistei a BMW de Tzuyu parada numa vaga oara visitantes. Foi bom ver que ela não havia deixado o carro na minha vaga privada, como as vezes fazia.

Eu subi as escadas de dois em dois degraus até o meu apartamento no terceiro andar e quando cheguei na frente da minha porta eu me peguei mais uma vez sorrindo de orelha a orelha.

- Eu cheguei! - gritei.

- Oi, Dahyunnie! - Tzuyu apareceu para me receber já com um copo ds vinho na mão - Ah, você me trouxe um presente?

Ela avançou para mim e tentou pegar a garrafa que eu estava segurando, mas logo escondi a bebida atrás das minhas costas tirando-a do alcance de Tzuyu.

- Sai pra lá. Isso aqui é pra Sana.

- Mas a Sana não está aqui - ela argumentou, com um brilho travesso nos olhos castanhos.

- Desde quando você bebe uísque?

Eu a empurrei com o quadril, passei por ela e fui guardar a garrafa em um dos vários armários da cozinha. Eu sinceramente nem imaginava como alguém conseguia ser capaz de usar tanto espaço, a menos que uma família de dez pessoas morasse ali.

- Desde agora? - ela respondeu, sorrindo com animação.

- Não vai rolar, sério - eu disse, bem-humorada - É um presente.

- Você é uma estraga prazeres - ela retrucou, fingindo estar magoada e fazendo biquinho.

Quando eu mostrei a língua para ela em resposta, a taiwanesa levantou e foi pegar uma taça de vinho para mim como se estivesse levantando a bandeira da paz.

- Obrigado.

- Como você está se sentindo hoje? - ela perguntou depois que nos acomodamos - Mais animada do que nos últimos dias? Ou está começando a entrar em pânico?

- Por que eu estaria entrando em pânico?

- Porque só faz um mês que você conheceu essa garota? - Ela disse, como se fosse óbvio - E ela vai vir para cá, e vai dormir na sua casa e misturar as coisas dela com as suas coisas e sabe-se lá como isso vai acabar.

Balancei a cabeça numa negativa e olhei para minha melhor amiga como se ela fosse uma louca transtornada, o que, aliás, ela realmente era.

- Eu nem vou me dar ao trabalho de te responder, Tzu - fiz uma careta e tomei mais um gole do vinho.

- Sério mesmo que você não está surtando nem um pouquinho?

Isso me fez pensar se alguma coisa estava errada comigo. Seria uma reação mais normal ficar imaginando o pior e surtando porque Sana estava vindo se encontrar comigo?

- Para falar a verdade, eu estou bem animada. E surtando, sim, mas de felicidade.

Essa resposta a fez sorrir.

- Isso é bom, Dahyun. Estou feliz por você. E muito animada também.

O meu celular tocou e eu fui atender. Tzuyu deu uma espiada e viu o nome de Sana na tela.

- Ela liga para você todas as noites?

Eu fiz que sim com a cabeça enquanto atendia a ligação.

- Oi! - praticamente ronronei.

- Oi, querida. Adivinha só?

- O quê?

- Oito dias! - ela falou com entusiasmo.

- Eu e Tzuyu estávamos falando sobre isso agora mesmo. Nós estamos tão animadas.

- A Tzuyu está animada também?

Sana sabia exatamente quem era Tzuyu. Em mais de uma ocasião falei sobre Tzu e as palhaçadas dela, do mesmo modo que ela me contava dos desastres que Momo causava em sua casa.

Pensando bem, era realmente impressionante o quanto nós sabiamos sobre o dia a dia uma da outra. Era incrível que você podia aprender sobre uma pessoa simplesmente falando com ela pelo celular, sem vê-la pessoalmente.

- Não da para acreditar que ela liga mesmo para você - a Chou disse, totalmente pasma.

- O que ela está dizendo? - Sana perguntou num tom de voz descontraído.

- A Tzuyu está chocada com o fato de você sempre me ligar.

- E que alternativa eu teria?

- Mensagens? Sei la.

Ela bufou.

- Diga a ela que mulheres de verdade sabem como conversar pelo celular e não usam apenas para mandar mensagens.

Quando eu abaixei o aparelho e comecei a repassar a ela o que Sana havia me dito, Tzuyu gemeu em impaciência.

- Ai, Dahyun, me dá logo esse celular - ela pegou o aparelho da minha mão.

- E aí, Minatozaki - ela exclamou animada - Eu sei. É impressionante. As pessoas não ligam mais, só mandam mensagens.

Fiquei espantada quando percebi que o tom de voz dela havia mudado completamente. Continuei ouvindo a conversa de um lado só, curiosa para saber exatamente o que Sana estava dizendo a ela. Com o coração acelerado, esperei enquanto minha melhor descarada flertava com a minha... Bem, a minha Sana.

Toda alegrinha, Tzuyu se despediu dela e me passou o celular.

Quando retornei a conversa com Sana, ela deu uma risadinha.

- Ela é maluquinha - Sana comentou.

- Você nem faz ideia - respondi, rindo também.

- Melhor deixarmos o nosso papo para depois, já que Tzuyu está aí. Me ligue mais tarde se quiser ou então nos falamos amanhã.

Eu não queria desligar o telefone, de jeito nenhum. Mas ela tinha razão. Tzuyu veio me fazer uma visita e eu também queria dar atenção a ela.

- Tudo bem. Obrigado por ligar Sannie.

- Foi um prazer - disse contente - Ah, Momo está te mandando um abraço. Ela acabou de chegar em casa.

- Mande outro para ela.

- Dahyun...

- Sim?

- Estou sentindo sua falta.

- E eu a sua.

- Espere! - Sana chamou, elevando a voz para que eu a ouvisse antes de desligar.

- O quê?

- Mande para mim uma foto sua e da Tzuyu juntas.

- Mesmo? Tá bom!

- Até já, querida.

- Até.

Quando eu desliguei, Tzuyu me lançou um olhar expressivo de satisfação.

- Uau, cara... Fiquei louca para ver nossa amiga pessoalmente - ela disse.

- Você vai adorar a Sana. Ela quer uma foto nossa, aliás - levantei o meu celular e o segurei no alto tirando uma foto.

- E quem não iria querer uma foto nossa? Até eu iria querer - ela brincou sorrindo e segurando a taça de vinho.

Depois de me certificar de que a imagem estava bem legal, eu enviei para Sana.

Em menos de um minuto Sana me enviou uma selfie dela com a Momo. Eu virei o celular na direção de Tzuyu, que riu quando viu que as duas nos imitaram na foto, segurando um copo de soju no alto e fazendo biquinho.

Tzuyu praticamente arrancou o celular da minha mão.

- Nossa, me abana! Elas são lindas - a taiwanesa disse.

- Sim. Elas são - falei em concordância. Bebi o resto do meu vinho e me levantei da sofá - Quer mais?

- Nós precisamos comer alguma coisa - Tzuyu disse, e também se levantou.

- Tem razão - respondi, esfregando a barriga enquanto caminhávamos rumo a cozinha.

__

Depois do jantar, nós escolhemos uma comédia para assistir. Tzuyu acabou pegando no sono no sofá, esparramada nele de tênis e tudo. Eu a deixei lá e fui para o meu quarto, na esperança de adormecer pensando em Sana. Sonhar com ela era bom demais.

E a vontade de vê-la novamente crescia mais a cada dia que passava.



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