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História Death Hotel - She is dead!


Escrita por: KimYutaka

Notas do Autor


E como eu havia dito trouxe mais um capítulo!
Perdoem-me pelos prováveis erros, mas estou sem tempo para revisar e a inspiração bateu KDSAOPDKASOP, bem, espero que gostem!

Capítulo 6 - She is dead!


Fanfic / Fanfiction Death Hotel - She is dead!

Yoongi

 

A pele do meu irmão estava mais pálida que o comum, seus lábios estavam secos e seu corpo tremia conforme os gritos ecoavam pela pequena casa. NamJoon não acordava nem mesmo quando eu o chacoalhava ou o empurrava pela cama, e sua pele fria assustava-me.

Haviam meses desde que ele começou com sérias crises de irritação, assim como os pesadelos, muito semelhantes aos que Sophie tinha enquanto eu ainda estava com ela na França.

NamJoon nunca quis dizer-me com o que sonha ou que tipos de alucinações tem, mas por algum motivo creio que sejam as mesmas que Hoseok colocava na cabeça dele durante sua vida inteira, e provavelmente por isso ele esteja tão perturbado agora. O relógio marcava exatamente cinco da manhã e há duas horas ele estava sonhando com algo tão terrível que transparecia em sua face; a respiração dele falhava, a pele suava e o coração batia forte. Eu precisava ajuda-lo de alguma forma, mas os calmantes já não faziam mais efeito há semanas, eu precisava acorda-lo.

- NamJoon, irmão... acorde!

Falei o mais alto que pude, não hesitando em levar ambas as mãos de encontro ao rosto dele, para checar novamente sua temperatura, mas quando o fiz, imagens correram por minha mente e eu o soltei.

O medo me dominou.

- Não... de novo não!

Meus olhos pareceram queimar quando as lágrimas insistiram em surgir. Eu conhecia muito bem aquela sensação, aquela adrenalina e aquele tom das imagens que surgiam, era exatamente o que eu sentia naquela época, mas como saber se não foi apenas minha impressão?

- Certo, outra vez.

Respirei fundo antes de, novamente, guiar minhas mãos ao rosto de NamJoon conforme meu olhar direcionava-se aos olhos ainda fechados dele, e mesmo com seu corpo inquieto, consegui segurar firmemente ambos os lados de seu rosto. Foi então que eu vi o que se passava em sua mente: haviam alguns homens, não sei ao certo quantos, mas eram muitos, e cada um deles estava tendo uma morte lenta e dolorosa, estavam sendo torturados pelo Jimin, enquanto Hoseok chorava e implorava para que o irmão parasse, mas aquele parecia não o ouvir. As imagens eram reais demais para serem apenas mais um dos pesadelos do meu irmão, e todo o ritual de tortura se passava em um local desconhecido, mas semelhante à nossa antiga casa. Então, antes que eu pudesse me aprofundar mais na mente dele, os olhos do meu irmão se abriram, afastando de minha mente qualquer imagem antes vista.

NamJoon arregalou os olhos, voltando à sua cor natural, e levantou-se da cama conforme apontava seu dedo indicador para mim, e mesmo que seus lábios tentassem, a voz não saía. Eu o segui com o olhar até que ele encostou em uma cômoda, deixando que o vaso em cima dela caísse no chão e se quebrasse, e apenas neste momento ele pôde gritar.

- O que está acontecendo? Acalme-se!

- Os seus olhos, Yoongi! Os seus olhos estavam daquele jeito!

- Eu sei, mas você precisa de acalmar antes de eu explicar.

- Acalmar-me? Yoongi, explique o que está acontecendo!

A insistência de meu irmão só entregava cada vez mais o seu desespero, e por mais que eu me sentisse da mesma forma por ter descoberto que minhas habilidades de antes haviam voltado, eu precisava manter a calma para pensar por nós dois.

Eu respirei fundo e apoiei as mãos em minhas coxas, olhando-o seriamente antes de finalmente dizer:

- NamJoon, nós precisamos voltar para casa.

 

SeokJin

 

O clima deste lado da cidade continua o mesmo, sempre frio, nunca mudava, e mesmo nos dias “quentes”, o céu nublado nos presenteava com a sua melancólica beleza. As ruas continuam iguais, com as enormes árvores bem cuidadas e as calçadas limpas, como de costume, mas o único orfanato daqui parece diferente do que antes, não aparentemente, mas sua essência e alegria se apagou, tornando o ambiente um lugar sombrio e com aspecto medonho. O que antes parecia um lar, agora mais parecia com uma prisão.

Toquei a campainha algumas vezes, três vezes para ser mais exato, e julgando pela demora, pensei não haver ninguém, mas antes que eu pudesse desistir de minha visita, uma moça de pouca idade abriu o enorme portão em minha frente, arregalando seus pequenos olhinhos em minha direção.

- SeokJin, certo? Kim SeokJin! – Disse ela com alegria.

- Sim, mas... nos conhecemos?

- Perdoe-me! – Ela sorriu, curvando seu corpo para frente. – Nam Yang Mi. – Ela voltou a levantar-se, juntando as mãos em frente ao corpo. – Você não me conhece, mas eu soube sobre toda a história... eu sinto muito.

- Não se preocupe, uh? Tudo ficou no passado!

- Nem tudo, SeokJin. – Yang Mi suspirou e abaixou sua cabeça.

- Apenas Jin, por favor, mas... o que quis dizer?

Yang Mi olhou para trás e para os lados, então aproximou-se de mim e colocou as mãos ao lado da boca em um ato tão infantil quanto meigo, então sussurrou:

- JungKook ainda não superou a morte da bruxa.

- Não? Mas já faz quase um ano!

- É a verdade, Jin. – Ela suspirou e olhou para baixo. – Por isso fiquei feliz em vê-lo, porque talvez assim ele se anime um pouco. Venha, vamos entrar!

Yang Mi cedeu a passagem para que eu entrasse no orfanato, e caminhando pelo enorme jardim a nostalgia me atingiu, porque a última vez que vi este lugar o jardim não era tão florido como agora, muito pelo contrário, apenas a grama aparada nos presenteava com sua cor, ou algumas árvores que cresceram ainda mais com o passar dos anos. Já o interior da casa continua o mesmo, com os móveis no mesmo lugar e a limpeza impecável, até mesmo as cores estavam reforçadas.

- Ele está na biblioteca.

- Eu sei onde fica, obrigado.

- Pelo que ele me contou, você gosta de chás, correto?

- Sim, bem forte!

- De maçã?

- Com canela!

- Certamente.

Yang Mi sorriu animada e correu para o sentido oposto do qual eu seguia, e após alguns minutos pude enxergar a porta da biblioteca entreaberta, então tomei liberdade de entrar sem bater. Jeon estava parado em frente à janela, observando atentamente um ponto fixo que nem ao menos me preocupei em procurar, mas mesmo com sua aparente distração ele percebeu que eu estava ali.

- O clima está agradável esta manhã, não concorda?

- De fato. – Sorri, cruzando os braços. – Senti falta deste clima.

- O que lhe trouxe aqui, Jin? – Jeon sorriu e virou-se de frente para mim, abraçando-me com força antes de sentar-se.

- Alguns assuntos, Jeon. – Sentei em sua frente, apoiando os braços em minhas coxas. – E, obviamente, gostaria de ver como você está.

JungKook respirou fundo e voltou a encarar a janela, mantendo em seu rosto um sorriso indecifrável, e antes mesmo que eu pudesse citar qualquer frase de conforto a ele, seus olhos voltaram a mim.

- Yang Mi já abriu a boca, não é?

- Mesmo que ela não houvesse dito nada, está estampado em seu rosto todo o sofrimento que você guarda.

- Não é fácil superar, Jin.

- Eu sei que não é, meus irmãos e meu gato morreram naquele dia.

- Ah, sobre isso...

Jeon riu conforme esticou seu braço para frente, apontando para a poltrona que havia do outro lado da biblioteca, e ao olhar para o local, percebi que Georg dormia tranquilamente em cima do estofado.

- Meu Deus! Como é possível?

- O encontrei poucos dias depois do incêndio. Ele teve sorte de sair naquele dia.

- Obrigado por cuidar dele, ele está em ótimas mãos.

- Mãos que não puderam salva-la.

O sorriso dele apagou-se aos poucos e seu olhar entristeceu-se novamente, e eu não pude fazer nada além de permanecer em silêncio, porque mesmo que eu tentasse reconforta-lo, não conseguiria apagar a dor de perder alguém tão querido.

Yang Mi entrou na biblioteca com uma bandeja em mãos, então deu-me o chá que havia preparado e serviu um copo de suco para Jeon, que nem mesmo a olhou em agradecimento.

- Obrigado, Yang Mi.

- Se precisar de algo, pode me chamar. – Disse ela, saindo rapidamente de perto de nós.

- Ela é empregada?

- Não, faz isso porque quer. – Jeon respondeu indiferente, tomando um pequeno gole do suco. – Ela cresceu comigo, mas apenas agora conseguimos trocar alguma palavra.

- Ela parece se preocupar com você.

- Ela tem dó, nada além disso. – Ele respirou fundo e deixou o copo na mesa entre nós. – Mas diga-me: o que gostaria de tratar comigo?

- Primeiramente perguntar se poderia ficar aqui por alguns dias até resolver o necessário para minha matrícula na faculdade.

- Quanto tempo quiser, Jin!

- Obrigado! E gostaria de perguntar, também, se você conseguiu acesso à conta bancária da minha família, se movimentou o dinheiro para outra conta.

- Não, o dinheiro que deixaram comigo foi o suficiente para cuidar do orfanato e ainda sobrou, por quê?

- Porque eu precisei de dinheiro para a faculdade, mas quando fui buscar, não havia nada na conta, então achei que você soubesse algo.

- Não são apenas membros da família que podem retirar dinheiro?

- Foi o que o bancário disse, mas a movimentação foi feita em Seul.

- Bem, eu não fui.

- Ah, talvez tenham sido Yoongi e NamJoon. – Sorri, ajeitando-me na poltrona. – Sabe onde posso encontra-los?

- Jin, é impossível eles terem feito tal coisa. – Jeon riu, negando com a cabeça.

- Impossível? Por quê?

- Porque eles estão na Itália.

- Itália? Mas no sistema diz claramente que o dinheiro foi retirado de Seul!

- Então eu não compreendo, porque não há como acontecer isso.

- Talvez eles tenham voltado para cá recentemente.

- Há uma possibilidade, mas não sei se movimentariam o dinheiro sabendo que vocês também usam.

- Bem, eu precisarei ir ao banco de qualquer forma, gostaria de ir comigo?

- Não acho uma boa ideia... há meses não saio daqui.

- Jeon, é apenas até o banco!

- Jin, compreenda...

- Compreender o que? Que você é um covarde e que prefere ficar trancafiado dentro deste lugar, sofrendo com as lembranças da EunJi, em vez de seguir a sua vida como deveria?

- Jin, cale a boca.

- Não irei me calar, JungKook. Você é um covarde e não passa de um moleque mimado. Se você acha que as coisas se resolvem desta maneira, está enganado!

- Por favor, pare!

- Ficar trancado aqui, sofrendo e se afundando em seus próprios sentimentos não trará a EunJi de volta, Jeon! Ela está morta e não tem mais volta!

Jeon calou-se quando ouviu minhas palavras finais, e mesmo que eu soubesse que havia exagerado, algo em mim me fez rir, como se fosse divertido vê-lo sofrer, e conforme eu sorria, uma sensação estranha percorria meus braços, como se estivessem queimando, e quando meus olhos pareceram escurecer, uma tontura me invadiu e precisei me segurar para não cair, e após isto consegui me recompor.

- Jin! – Jeon correu até mim e segurou em meus braços, preocupado. – Está tudo bem? Quer se deitar?

- Não, não há necessidade. Deve ser por causa da viagem, não estou acostumado com aviões.

- De qualquer forma, fique aqui e eu lhe trarei água.

- Não! Eu irei, depois passarei no banco. Até mais tarde, Jeon.

Soltei-me dos braços dele e caminhei até a porta, abrindo-a bruscamente antes de finalmente sair dali, mas antes que eu me afastasse o suficiente, Jeon correu até mim e segurou um de meus pulsos.

- Espere, eu irei com você.

- Tem certeza?

- Você está certo. Nada a trará de volta.

Jeon sorriu e seguiu em direção aos quartos, e ao longe pude ver Yang Mi escondida atrás de alguns móveis, e quando ela teve certeza de que JungKook não a veria, correu até mim.

- Ouvi os gritos... está tudo bem?

- Está, não se preocupe.

- Obrigada por tira-lo daqui, vai ser bom para ele ver as decorações da cidade.

- Falando sobre isso, eu vi as decorações quando cheguei, há algum festival por aqui?

- Sim! – Ela sorriu animada. – Após aquele incêndio as pessoas abandonaram a cidade, a escola daqui foi fechada e as crianças do nosso orfanato foram transferidas, tudo por questão de segurança, mas exatamente um mês depois uma família comprou quase toda a região e construiu pontos turísticos, mantendo a arquitetura de antes. Agora existem bares, lojas, teatros e espaços abertos onde contam as histórias de cada tema abordado.

- Pontos turísticos?

- A cada mês do ano um tipo diferente de evento ocorre aqui e toda a decoração é feita de acordo com o tema, obviamente o deste mês é o Halloween! – Yang Mi suspirou e bateu palmas, sorrindo como uma criança. – Aqui se tornou um lugar muito famoso e muitas pessoas visitam, Jin.

- E quanto àquela casa... algo foi construído lá?

- Mas é claro! No lugar “daquela” casa, um belíssimo hotel foi construído, muito maior do que antes, e naquele hotel as pessoas que chegam para os eventos ficam hospedadas, então sempre é possível ver pessoas novas chegando e entrando lá, mesmo que depois... – Yang Mi abaixou a cabeça, aparentemente confusa, interrompendo sua fala.

- Mesmo que depois...?

- Mesmo que depois não vejamos mais aquelas pessoas.

- Quem são os donos de lá, Yang Mi?

- Eu não sei, mas pretendo descobrir!

Yang Mi ergueu o dedo indicador e forçou uma expressão convicta, arrancando de mim uma longa risada, mas que cessou aos poucos quando JungKook se aproximou, puxando-me para fora.

- Se você deixar, ela ficará falando até te irritar.

- Ela é gentil.

- Ela é chata!

Revirei os olhos ao ouvir tal comentário, balançando negativamente a cabeça conforme saíamos do orfanato, mas antes de nos distanciarmos ainda mais, olhei uma última vez para trás, percebendo que na janela de um dos quartos uma mulher estava, mas esta fechou tão rapidamente a cortina que não pude ver seu rosto, apenas seu longo cabelo.

O cabelo... eu já o vi antes, mas de quem é?

 

Paris.

 

Taehyung

 

Passavam das onze horas da manhã e Sophie ainda não estava em casa, não atendia o celular e não respondia minhas mensagens, e para quem estava em um jantar com colegas de trabalho, já demorou muito. Eu andava de um lado para o outro, batendo o celular em minha própria mão, completamente preocupado com ela e pensando onde ela poderia estar, foi então que não aguentei mais esperar por ela. Guardei o celular no bolso da calça e peguei a chave de casa, mas quando encostei na maçaneta, Sophie abriu a porta e entrou, e junto a ela aquele cheiro forte de álcool. Seu cabelo estava desarrumado e seu rosto sem maquiagem alguma. Irritado com ela, agarrei seus braços com força e a coloquei mais perto de mim.

- Onde você estava? Por que chegou agora? Que cheiro de bebida é esse?

- Eu estava com minhas colegas, saímos para beber após o jantar e como hoje é meu dia de folga, acabei dormindo na casa de uma delas, algum problema? – Falou calmamente, com naturalidade, mas não acreditei.

- Está mentindo! – Gritei, empurrando-a para o lado, acabando por faze-la esbarrar na jarra de vidro em cima da mesa de centro, quebrando-a no mesmo momento.

- O que deu em você? Decidiu ser ciumento agora?

- Não é ciúme, Sophie, eu confio cegamente em você.

- Então o que é?

- É preocupação, você sabe que está doente!

- Taehyung, eu não estou doente!

- Você sabe que é perigoso ficar fora de casa.

- Eu não te reconheço mais, Taehyung.

- Sophie, faço isso para o seu bem.

- Você me faria bem se acreditasse em mim.

O tom de voz dela abaixou, mostrando-me a decepção por nossa discussão, e vendo-a desse jeito o arrependimento me tomou; respirei fundo para manter a calma e agachei em frente a ela, tocando ambas as mãos dela.

- Desculpe-me, Sophie, mas fiquei tão preocupado... eu sou um idiota.

- Apenas tenha paciência comigo, Taehyung... é tudo muito novo ainda, este país é diferente da Coreia, o clima, as pessoas... tudo.

- Por isso quero que se cuide, porque não conhecemos muito daqui.

- Não se preocupe. – Ela sorriu e levantou-se, cruzando os braços. – Anna pediu para que eu a visitasse hoje, quer ir comigo?

- Não posso, preciso resolver algumas coisas para o meu superior.

- Tudo bem, então voltarei para o jantar.

Sophie sorriu novamente e depositou um leve selar em meus lábios antes de sair da sala; agachei outra vez e comecei a recolher os cacos de vidro pelo chão, mas por ser descuidado acabei perfurando uma de minhas mãos com um deles, mas a dor não surgiu, e a ferida imediatamente fechou, como se eu nem ao menos tivesse cortado aquela parte da minha pele; fechei os olhos e segurei a vontade imensa de chorar quando lembrei-me do motivo de toda essa pressão acima de Sophie. Meu olhar foi direcionado ao calendário pendurado na parede, onde discretamente marquei a mudança da Lua que aconteceria hoje.

- Vinte e sete dias.


Notas Finais


E agora é só, amores!
Obrigada pelo apoio e motivação!
Até o próximo, beijinhos. <3


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