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História Death note: o livro da morte - A antecessora


Escrita por: SorenK

Capítulo 3 - A antecessora


Fanfic / Fanfiction Death note: o livro da morte - A antecessora

A antecessora 
     A tensão não deixava o jovem, e por causa dela, ele decidiu sair com a sua bicicleta. Passando pelas ruas posteriores as sua, Parker passou pela frente da casa da moça que havia lhe vendido o livro. Naquele instante, o rapaz teve um minuto de iluminação. A atitude da moça e a vontade de se livrar do livro pareciam fazer todo sentido agora. Ela deveria saber do que o livro era capaz, ou seja, representava uma ameaça para ele. Quando seu plano fosse levado adiante, ela saberia que foi ele. De repente, o tempo fechou e começou a cair uma chuva fina. Parker deu meia volta e foi para casa.

Quando chegou, o carro de seu pai já estava na garagem. Russell estava lá dentro, explicando para Jane que o ladrão tinha morrido por causas desconhecidas. Parker pegou o final da conversa, mas seu pai repetiu tudo para ele. Agora William sabia que tudo tinha dado certo. Os exames, segundo o seu pai disse, revelaram que foi um infarto, mas um infarto diferente de todos os outros. E não era a primeira vez que isso tinha acontecido naquela pequena cidade. Uma outra vez ocorreu com um membro da família dos Evans. Parker mais uma vez entendeu que o livro já tinha sido usado. Mas a questão era: quem usou o livro? A possibilidade de ter sido aquela garota era muito grande.

O jantar foi mais tranquilo naquele dia. Jane parecia mais aliviada, e Maggie comentava tudo o que tinha acontecido em sua escola. Will se retirou rapidamente e foi para o quarto. Haviam mistérios que ele precisava resolver. Em seu quarto, Parker fechou a porta e invocou a morte. Ela não demorou para se apresentar e perguntou o que o rapaz desejava. Sem fazer alarde, ele perguntou:

- Quem era o outro usuário do livro?

A morte se transformou em Russell e colocou a mão no queixo, como se estivesse pensando. Ela sabia a resposta, porém queria provocar Parker. Ao ver que ele estava um pouco irritado, ela respondeu:

- Antes de você, eu tive vários agentes, mas usuários do livro foram 4.

- Você precisa ser mais especifica. Tem uma garota que eu acho que pode ser um obstáculo para nossos planos. Então eu preciso saber se ela está ciente do que o livro é capaz, pois assim eu conseguirei melhor lidar com ela.- falou Parker.

A morte não queria colaborar. Ela desejava testá-lo. A única coisa feita por ela foi sorrir e desaparecer. O moço ficou muito irritado mas não pode fazer nada. Sua vida parecia ser dupla. Ele tinha que fazer dois papéis distintos, e um deles o despertava mais zelo e carinho. Parker se sentia verdadeiramente ele quando estava com o livro. Finalmente ele era capaz de algo grande. Talvez fosse um escolhido, alguém especial por portar algo tão poderoso. Todo o exército do mundo não tinha um poder semelhante. Aquela responsabilidade só Parker poderia assumir.

A escola já não era como antes, ou qualquer lugar que não fosse seu quarto. O rapaz estava mais aéreo do que antes. O seu isolamento já não era mais um problema. Seu velho amigo estava mais irritante do que antigamente. Parker olhava para os seus amigos e se sentia superior. Finalmente ele tinha um motivo para se sentir assim. Todos ali gozariam do novo mundo criado por ele, mas ninguém sabia ou reconhecia a sua importância. William imaginava o dia em que seria reconhecido como o homem que firmou a paz mundial. Pensou em como ruas seriam nomeadas com seu nome, pensou nas estátuas que seriam feitas em sua memória. Uma hora ou outra, seu anonimato acabaria. Mas sua vida também não seria totalmente fácil. Em algum momento ele viria a morrer e alguém teria que sucede-lo. Então era necessário preparar e escolher um discípulo. Pessoas tentariam roubá-lo ou resistir ao seu poder. Todas essas coisas mereciam uma atenção.

Quando estava em casa, Parker podia elaborar todos os seus passos seguintes. Mas ele também sabia que não poderia deixar a escola de lado, porque precisava se esforçar pra entrar na polícia. Ele até já tinha feito uma pesquisa sobre os requisitos e, também, pensava em pegar algumas dicas com o seu pai. Seu dia foi separado em horários para que ele pudesse aproveitar cada momento.

Depois de estudar, ele começou a pensar no que faria. Era necessário buscar mais nomes e resolver o problema da garota. Enquanto ele pensava, a campainha de sua casa começou a tocar. Como estava no andar inferior, sua mãe foi atender a porta. Chegando lá, ela se deparou com a garota da rua depois da loja de conveniências. Jane já tinha visto aquela garota antes. A moça em questão se chamava Clare. Ela tinha cabelos longos e negros, tinha olhos castanhos e corpo magro. Clare possuía uma pinta no braço direito e quando sorria, dava pra ver furinhos em sua bochecha.
Ao ver Jane, Clare sorriu e disse:

- Olá, o William está?

Jane olhou para dentro de casa e voltou a olhar para Clare, respondendo:

- Desculpe, mas quem quer falar com o Will?
Clare ficou sem graça e tratou de se apresentar.

- Perdoe-me, senhora Parker. Eu me chamo Clare Evans. Eu mora algumas ruas depois da sua. Eu sou amiga do William e emprestei um livro de terror para ele. Vim aqui pra saber se ele já leu tudo.

Jane estendeu a mão e apertou a de Clare.

- Não tem problemas, Clare.- disse Jane - Por favor, entre. Eu já vou chamar o Will.

Clare entrou e viu Jane fechar a porta atrás dela. Jane conduziu a moça até a sala, de onde deu um grito para chamar o filho. Jane não era do tipo de mulher escandalosa, mas aquela situação com o ladrão a deixou bem desconfiada. O jeito dela acabou intimidando um pouco Clare, que fez uma cara estranha ao ver a cena. Parker desceu a escada e ficou parado ali, sem entender o que estava acontecendo. Ao ver aquele rosto novamente, o jovem Parker ficou nervosa, por mais que não quisesse demonstrar. Jane notou o olhar do filho e olhou para Clare, e para ele novamente antes de explicar tudo. Tudo indicava que Clare queria o livro, então Parker não poderia arriscar. Ele entrou na farsa e convidou a moça para ir até o seu quarto, onde estava o livro. Sem ter muito o que dizer, Jane apenas os acompanhou com o olhar. Ao chegar no quarto de Parker, Clare olhou em volta, na esperança de ver o livro em algum lugar. Parker fechou a porta e se colocou na frente dela, olhando diretamente em seus olhos . Quando ele olhou para ela, viu que os olhos da moça estavam totalmente negros, e aquilo o deixou assustado. Parker se afastou e perguntou o que ela queria. Clare ficou séria e perguntou:

- Onde está o livro?

Parker desviou o olhar, tentando não mostrar o paradeiro do livro, quando Clare continuou:

- Sei que você está usando o livro. Quero que me devolva, ou eu contarei para todos.
O jovem se recompôs e se manteve firme.

- Você não pode me ameaçar na minha casa. Quem você acha que é?- esbravejou ele.
Clare olhou em volta mais uma vez e disse:

- Katherine, eu sei que você está aqui. Apareça!

Do nada, a morte surgiu de uma forma desconhecida para Parker. Ela usava a forma de uma mulher alta, com cabelos longos e pretos, com corpo magro e olhos negros. A morte deu uma gargalhada como quem tem asma e falou:

- Eu sabia que você não ficaria longe de mim.

Parker olhou para a morte e depois voltou a olhar para Clare. Ele se sentia traído e sua insatisfação era visível.

- Katherine? O que significa isso? Você está do lado dela? É por isso que não quis entregá-la?

A morte escorregou para trás de Clare, passou a mão no cabelo dela e explicou:

- Eu a trouxe aqui, Parker. Você queria saber quem era o usuário anterior. Então eu a trouxe aqui.

A moça se virou para olhar bem nos olhos da morte. Diferente de Parker, ela não parecia confortável ou feliz em vê-la.

- Eu cometi um erro ao permitir que você saísse dos meus domínios, Katherine.- Disse Clare. - Agora você voltará comigo.

Parker ficou mais irritado com todo aquele diálogo entre as duas. Ele não gostava de não saber ou não ter controle da situação.

- Quem é Katherine? Parem de falar como se eu não estivesse aqui, droga!- Protestou William.

A morte acariciou o rosto da moça e perguntou a ela:

- Você quer que eu conte ou você contará?
Clare olhou para o chão e se segurou para não chorar. Ela mesma havia prometido que não choraria mais por aquilo. A jovem se recompôs e começou a falar:

- Katherine era o nome da minha prima. Ela acabou morrendo por causa de um acidente. Eu não queria que aquilo acontecesse. Eu estava tão desesperada. Você não entende.

Vendo toda aquela cena de fragilidade da moça, Parker não se sentiu tão idiota diante dela. Ficou claro para ele que a moça havia matado a prima assim como ele matou o sr. Dingles. Ele coçou a cabeça e contou sua experiência para ela:

- Eu já entendi o que aconteceu. Você matou a sua prima por não saber do poder do livro. Eu matei o gato da minha mãe e tive que mentir, dizendo que o gato foi atropelado.

Notando mais uma vez os olhos negros, Parker soltou então uma dúvida que lhe apareceu:

- Esses olhos... esses olhos são os olhos do contrato, não é mesmo?

A morte segurou a cabeça de Clare e mexeu, acenando que sim. Clare se livrou das mãos dela e deu mais detalhes sobre o ocorrido.

- Você não entende. Não entende. Eu não peguei esses olhos porque eu queria ou porque tinha alguma ambição. A minha mãe foi casada com um monstro durante um bom tempo. Ela se casou com ele depois que meu pai morreu. Eu devia ter uns 5 anos quando isso aconteceu. Na medida em que eu crescia, ele começou a me tratar de forma diferente. Ele começou a me assediar, dizendo que mataria a minha mãe se eu contasse tudo. Eu queria ter uma prova contra ele e comecei a buscar no quarto onde ele guardava algumas coisas velhas. Foi por causa disso que eu encontrei o livro. Porém, também descobri que ele tinha foto de crianças nuas guardadas em uma caixa. Katherine era a única que sabia de tudo. Eu contei tudo a ela.

- Eu não dei atenção para aquele livro idiota. Mas Katherine rasgou um pedaço de uma folha dele e escreveu o nome dela junto com o seu número de celular. Aconteceu tudo tão rápido que eu nem pude fazer nada.

Enquanto dizia isso, Clare começou a derramar lágrimas, e por mais que ela tentasse enxuga-las, elas continuavam descendo.

- Depois que ela usou o livro, eu entendi tudo. Achei que poderia usar o poder do livro para me livrar daquele monstro. Todavia, parece que ele usava um nome falso, pois nada aconteceu após ter escrito o nome dele lá. Então foi aí que a Katherine me ofereceu estes olhos.

- Eu aceitei sem pensar duas vezes e forjei uma morte para parecer um acidente. Quando a polícia chegou, eles acharam que tudo não passou de um incidente.

- Com esses olhos, eu posso ver o nome e o tempo de vida de qualquer pessoa. Também posso ver Katherine e o livro.

Parker ouviu tudo atentamente. A partir do que via, ele entendeu que Clare poderia ser uma grande aliada. Então tentou reverter toda aquela situação.

- Acho que você está confundindo as coisas. Eu não estou usando o poder do livro para saciar os meus desejos egoístas. Não é isso.

Estou usando o poder do livro para salvar este mundo de pessoas como o seu padrasto.
Parker se aproximou e notou que a feição de Clare havia mudado. Ela não parecia mais estar brava ou querendo levar o livro. Então ele prosseguiu:

- Nesse mundo existem pessoas saudáveis como eu e você. Mas, também existem pessoas doentes e defeituosas como o seu padrasto. E são essas pessoas que estragam todo o mundo.
Clare terminou de enxugar suas lágrimas e continuou ouvindo.

- A seleção natural livra o mundo de seres incapazes de se adaptarem, e eu serei essa seleção. Separando os saudáveis dos doentes. Sei muito bem o quanto você está sofrendo. Dias atrás a minha família foi vítima de um ladrão. Ainda estamos nos recuperando. E é por saber de todo esse sofrimento, que eu quero eliminar e evitar dores como essas. Você pode me ajudar ou se acovardar.
A moça logo lembrou de algo que sua mãe lhe dizia:
"O mal triunfa quando os bons se omitem."

A proposta de Parker já não era tão absurda. Ambos tinham o poder para mudar o mundo e deveriam saber usar este poder da melhor forma.

- E aí? O que me diz?- indagou William.

Ela respirou fundo e fez um gesto com a mão, confirmando que aceitava. No entanto, fez uma ressalva:

- Eu aceito a sua proposta. Mas se você começar a usar indevidamente o poder do livro, eu mesma te punirei.

Parker deu um sorriso sem graça e estendeu a mão. A moça apertou a mão dele, enquanto seus olhos voltavam ao normal, o que dizia que ela já não estava mais na defensiva. Porém, ela ainda não confiava totalmente em Parker, e deixou isso bem claro quando perguntou:

- Como eu posso saber que você não colocará o meu nome naquele maldito livro quando eu sair daqui?

- É fácil- respondeu Parker - Você tem os olhos da morte. Isso faz de nós agentes mais eficazes. Eu não desperdiçaria esse poder te matando. Além do mais, como eu já disse, meu alvo está direcionado para outras pessoas.

Aqueles motivos expostos pareciam bem razoáveis para Clare. Ela aceitou mais uma vez o que ele disse. Quando saíram do quarto, perceberam que Jane estava parada na escada. Ao ser vista, ela disfarçou. Parker e Clare mantiveram todo o teatro. E, mesmo Jane querendo que ela ficasse mais, os dois negaram e seguiram até a porta, onde se despediram. Parker ficou ali até que Clare sumisse de sua vista. Jane ficou logo atrás do filho. Aquilo tudo era muito estranho para ela porque o Will não costumava trazer amigos para casa. Jane sabia que o filho não tinha muitos amigos e, lá no fundo, isso a preocupava. Vê-lo com alguém era estranho mas bom, ao mesmo tempo. A mulher se aproximou e tocou no ombro do filho, perguntando:

- Filho, está tudo bem? Parecia que vocês estavam brigando. Não pude evitar e subi para conferir.
Usando aquele momento a seu favor, Parker respondeu:

- Está tudo bem, mãe. Estamos nos conhecendo e ela teve apenas um ataque de ciúmes. Você sabe como são as mulheres.
Jane fez uma cara de quem não estava entendendo, mas deixou aquilo passar.

 



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