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História Death.Time.Love - Natal


Escrita por: fercarol03

Capítulo 12 - Natal


A casa dos Potter já estava completamente decorada para o feriado de natal. Ao acordar, com os braços do marido ao seu redor (o que primeiro ela reagiu com um choque momentâneo até que se lembrasse da noite anterior), Hermione foi atingida pelo cheiro suave de especiarias, castanhas e açúcar. Draco se remexeu em seu lugar, rolando levemente para o lado e se espreguiçando. Hermione girou para olhá-lo.

-Bom dia. -Ele disse preguiçoso abrindo apenas um dos olhos para fitar a esposa.

-Bom dia. Acho que fomos os últimos a acordar. -Hermione nota respirando fundo e sentindo novamente os aromas deliciosos.

-Hm… tomara que seja pão doce! -Draco torceu dando um sorriso preguiçoso. Hermione sorriu para o rapaz.

Em um instante, o cheiro adocicado e a menção ao alimento fez com que Hermione fosse transportada para muito tempo no passado, quando ainda morava com seus pais e às vezes conseguia escapar para encontrar com Ronald. Às vezes o rapaz ruivo trazia consigo uma pequena trouxa com alguns bolinhos açucarados que a mãe havia feito. Seria possível que Gina estivesse fazendo a mesma receita?

Hermione se levantou em um pulo tirando do marido um gemido preguiçoso de quem gostaria de ficar na cama por mais algum tempo. Depois de fazer a higiene pessoal e se arrumar, a jovem desceu para encontrar a amiga e ajudá-la nos preparativos. 

Gina, usando um vestido cor-de-rosa estampado com flores, lhe sorriu. Os cabelos ruivos estavam presos atrás da cabeça em uma trança amarrada com uma fina fita de cetim.

-Você já está em pé?! Mas é muito cedo. -Gina falou dando uma olhada pela janela para o dia que ainda estava parcialmente escurecido pelo frio.

-Esse é meu horário de levantar mesmo, Gina. -Hermione sorriu vendo a imensa mesa já posta para o café da manhã. -Você fez tudo isso? Por que não pediu ajuda?

-Oras, eu fiz tudo rapidinho. Na verdade, já estava quase tudo pronto. -Gina balançou uma mão fazendo pouco caso. -Depois do café, o que você acha de irmos até a cidade? Eu preciso comprar umas últimas coisas para nosso natal.

-Claro! -Hermione mordeu a ponta da unha.

Draco apareceu alguns minutos depois, já completamente arrumado. Usava uma camisa social branca dobrada até os cotovelos e uma calça preta. Os cabelos não estavam tão bem penteados como sempre. Os fios loiros pareciam despontar para diferentes direções, dando um ar descontraído ao homem. Hermione notou que naquela manhã o marido parecia muito mais jovem que o normal. Harry apareceu logo também, ainda de pijama e parecendo que havia sido derrubado da cama pela esposa. 

Gina colocou todos sentados em volta da mesa e ordenou que todos se servissem. Quando ela tirou o guardanapo de cima de uma grande travessa, Hermione arregalou os olhos encontrando os pães doces de suas memórias. Draco sorriu já pegando um com um garfo.

-São os melhores pães doces que eu já comi. -Admitiu o loiro cortando um pedaço.

-É receita da família Weasley. -Gina sorriu para Hermione, dando uma piscada de olho.

Era estranho o quanto aquela situação lhe era confortável. Não fazia muito tempo que fora apresentada para Harry e reencontrara Gina e ali estavam todos sentados em volta de uma mesa na manhã de véspera de natal. Era a primeira vez que passaria as festividades longe da família. 

Seus pais comemoravam o feriado assim como muitas pessoas, mas nem de longe havia a alegria e aquele conforto que Hermione presenciava ali. Normalmente a véspera de natal era apenas para se preparar para a ceia e não faziam grandes refeições durante o dia, pois a mãe estava muito ocupada com as tarefas.

Durante a refeição, Gina lembrou a Harry que ele precisava cortar alguns galhos para terem lenha extra durante a noite. Draco prometeu à ruiva que ajudaria seu marido com a tarefa da lenha e também o ajudaria a terminar de instalar as prateleiras do quarto do bebê.

-Obrigada, Draco! -Gina suspirou erguendo uma sobrancelha. -Eu pedi que ele pregasse essas prateleiras há meses, mas aparentemente meu marido estava muito ocupado. 

-Oras, eu falei que iria fazer. Não precisa ficar me lembrando a cada 6 meses. -Harry fingiu bufar e depois deu um sorriso de canto para a esposa. -Prometo que hoje estará tudo pronto, querida.

-Acho bom. -Gina passou a mão pela grande barriga. -Semana que vem, eu completo 38 semanas de gravidez. O bebê pode nascer a qualquer momento. 

-Já? -Hermione arregalou os olhos dando uma olhada para a barriga da amiga.

-Já? Parece que eu estou esperando esse bebê há anos. -Harry respondeu passando a mão pelo rosto.

-Ansioso pelas noites sem dormir, Potter? -Draco lançou ao amigo um olhar malicioso enquanto cortava mais um pedaço de pão doce.

-Malfoy, estou ansioso até pelas fraldas sujas. -Harry sorriu e tocou a barriga da esposa de forma carinhosa. -Mal posso esperar para ver a carinha dessa criaturinha.

Hermione sorriu com ternura ao observar a cena. Até mesmo Draco, que minutos atrás parecia tentado a fazer um comentário sarcástico, ficou em silêncio com um sorriso de canto nos lábios ao observar o casal. Era como se Gina e Harry pudessem ver o filho que ainda aguardava seu momento de nascer no ventre da mulher.

-Vocês já escolheram o nome? -Hermione perguntou.

-Bem, se for uma menina pensamos em Lily Luna Potter. -Gina sorriu para a amiga.

-Luna? -Draco franziu a testa. -Luna igual a… Luna?

-Sim, nós pensamos em homenagear Luna Lovegood. -Harry deu de ombros.

-Quem é Luna Lovegood? -Hermione perguntou em tom baixo se arrependendo no segundo seguinte quando lhe ocorreu que pudesse ser um assunto delicado.

-É uma amiga pirada da Gina. -Malfoy deu um sorriso de canto.

-Não fale assim dela. Ela só é diferente. -A ruiva revirou os olhos.

-Atualmente ninguém sabe muito bem onde a Luna está. Após a guerra, na qual ela lutou ao nosso lado, ela se mudou para uma cabana no meio do nada para encontrar provas da existência dos… Qual o nome mesmo? -Draco estalou os dedos tentando se lembrar da palavra.

-Zonzóbulo. -Gina completa rapidamente.

-Zon o que? -Hermione perguntou franzindo a testa olhando para o marido. 

-Um ser que não existe. -Malfoy explica com uma piscada de olhos.

-Enfim… -Gina ergueu uma sobrancelha para o amigo encerrando o assunto. -Se for um menino, pensamos em chamar de James Sirius Potter.

-É um nome bonito. -Hermione sorriu repetindo mentalmente o possível nome da criança.

-Queremos homenagear pessoas importantes. Lily e James foram os pais de Harry. Eles morreram antes da guerra começar, bem... 

-Minha mãe era uma nascida-trouxa e… bem, você sabe que houve tempos sombrios. -Harry explicou com calma. -Um dia Tom Riddle, que mais tarde viria a ser chamado de Lord Voldemort, invadiu nossa casa e meus pais acabaram mortos. Eu ganhei essa cicatriz nesse mesmo dia. -O homem falou erguendo o cabelo e mostrando a estranha cicatriz em forma de raio em sua testa.

-E Sirius é o padrinho que criou Harry depois da morte dos pais. Infelizmente ele acabou falecendo durante a última guerra. 

-Entendi. -Hermione assentiu lembrando-se da conversa que havia tido com Gina algum tempo antes e a forma como ela falara que todo mundo tinha uma história triste para contar sobre a longa batalha. -Os nomes ficaram muito mais bonitos agora que sei a história.

-Será uma grande responsabilidade para esse bebê. Ele vai carregar o nome de pessoas muito especiais e talentosas. -Harry sorriu tristemente, a mão ainda acariciando a barriga de Gina.

Houve um momento de silêncio. Gina e Harry continuavam a encarar a barriga da mulher com sorrisos discretos nos lábios. Draco também parecia distante, encarando o pedaço de doce não terminado em seu prato. Todos pareciam presos naquele pequeno instante de tempo.

Gina foi a primeira a parecer voltar a si, sacudindo a cabeça e tocando o rosto do marido com um sorriso. Potter se afastou da esposa, voltando-se para a mesa e terminando seu suco em um único gole enquanto erguia as sobrancelhas para chamar a atenção do amigo.

-Vamos começar, Malfoy?

-Claro! -Draco levantou-se tocando suavemente o ombro de Hermione no processo.

(...)

Gina praticamente rebocava Hermione pelas ruas da cidade, a segurando pela mão como se a jovem fosse uma criança pequena que pode se perder. Hermione não sabia ao certo se esse era o jeito de Gina ou se foi o pedido do marido para que a ruiva cuidasse de sua esposa.

Pensar no marido fez a jovem sentir um leve beliscão na base do estômago. O natal seria naquela noite e Hermione ainda não havia decidido o que dar de presente a Draco. A verdade é que a jovem sentia em admitir que não conhecia tão bem o marido para saber o que ele gostaria ou não de ganhar. Na verdade, temia que pudesse desagradá-lo de alguma forma. Talvez percebendo que a colega vivia um impasse interno, Gina parou em frente a uma loja de artigos masculinos e sorriu para a amiga.

-Eu tenho que comprar algumas camisas novas para Harry. -Gina falou convidando a amiga a entrar na loja.

Ao entrar, Hermione olhou as imensas prateleiras com todo tipo de produtos se sentindo meio intimidada. Gina seguiu uma vendedora para a seção de roupas sociais e Hermione se viu encarando um par de abotoaduras. Uma vendedora sorridente se aproximou, apresentando-se a Hermione.

-Um presente para alguém especial? O que você gostaria de ver? -A mulher perguntou e Hermione fez uma careta.

A saída fácil seria comprar um par de roupas sociais que Draco pudesse usar no trabalho, no entanto a jovem não achava certo. O dinheiro que usaria para comprar o presente sairia claramente de seu marido, então por que simplesmente comprar algo que o próprio homem poderia comprar?

-Nós temos algumas jóias. -A mulher mostrou um armário, apontando para algumas peças que brilhavam lá de dentro. 

Hermione nunca havia visto Malfoy usar nada daquele tipo e sabia que o marido preferia peças discretas e sofisticadas. A jovem pediu para a vendedora pegar o par de abotoaduras que viu antes. A joia era uma cabeça de uma serpente feita completamente de prata. Os olhos, duas esmeraldas, brilhavam na luz. Apesar de parecer ousado, na verdade as peças eram pequenas e discretas.

Era ousado, de fato. Draco usava abotoaduras prateadas simples normalmente e Hermione não sabia muito bem explicar porque gostou tanto daquela peça e porque achava que combinava com o marido, mas se sentia tentada a levá-las. A jovem batucou o armário de madeira com a ponta dos dedos.

-Se você ainda está na dúvida, nós podemos tentar fazer um perfume para ele.

-Um perfume? -Hermione repetiu na dúvida. Um perfume era algo muito pessoal e a jovem se sentiu insegura.

-Sim, podemos escolher alguns ingredientes e fazer uma fragrância única. 

Hermione meneou a cabeça e se viu assentindo, ainda segurando o par de abotoaduras que não havia desistido completamente. A vendedora levou a menina para outro lado da loja, com vários vidrinhos que continham líquidos de cores diferentes. A mulher pegou um recipiente vazio e colocou alguns daqueles líquidos e os misturou.

-Essa é apenas a base, agora vamos escolher a essência. -A mulher sorriu. -Você gostaria de algo mais suave ou marcante?

-Hm… -Hermione tocou o lábio com um dedo. -Tem como ser os dois?

-Os dois? -A mulher ergueu as sobrancelhas.

-Sim. Algo que não seja forte, que não incomode nosso nariz, mas ao mesmo tempo que seja marcante.

-Ok… -A mulher olhou para os inúmeros vidrinhos etiquetados. -Vamos tentar algo amadeirado.

E assim começou a saga das duas mulheres. A vendedora mostrava recipientes e Hermione os cheirava, descartando ou colocando as essências no recipiente maior, misturando com os líquidos da base do perfume. Por fim, Hermione havia misturado essência de especiarias, ervas, flores e madeiras. A vendedora borrifou a fragrância em um pedaço fino e comprido de papel e o passou para Hermione sentir. A jovem assentiu com um sorriso modesto, o que fez a vendedora suspirar de alívio.

-Eu vou marcar o que usamos para uma próxima vez. 

Hermione pediu que a vendedora embrulhasse junto com o perfume o par de abotoaduras de cabeça de serpente. A jovem agitou os dedos das mãos olhando em volta enquanto a vendedora sumia com seus produtos. Ainda se sentia insegura com relação ao presente. Gina se aproximou lentamente, um vendedor atrás dela tinha em seus braços várias caixas e sacolas.

-Acho que terminei. -Gina sorriu timidamente. -Podemos ir?

-Estou esperando a vendedora. -Hermione apontou para a moça que colocava seus produtos em uma sacola de papelão. -Eu vou pagar.

A jovem caminhou em direção ao balcão. Lançou um olhar sobre o ombro e viu que a amiga já havia se distraído com outra coisa enquanto voltava a falar com o vendedor. Hermione não percebeu quando alguém se aproximou. A mulher era aparentemente uma andarilha, tinha os cabelos e as roupas desgrenhados e uma aparência suja. Ela tocou a mão de Hermione, a fazendo dar um pulo.

-Que jovem bonita. Está comprando um presente para um namorado? -A mulher falou revelando os dedos apodrecidos.

-Para meu marido, na verdade. -Hermione falou lançando um olhar desconfiado para a vendedora que já havia notado a movimentação. Deu um passo atrás.

-Ah, já é casada! -Ela sorriu amplamente, de uma forma quase insana. -Já que é natal, Beatriz dará algo para você presentear seu amado.

A mulher entregou um coração feito de dobradura de papel. Hermione gostaria de questionar, porém o vendedor que antes ajudava Gina já pedia para a mulher se retirar. A jovem não deu mais importância para o acontecido. Quando a vendedora lhe passou a sacola com suas compras, Hermione colocou a dobradura dentro da sacola e a esqueceu completamente.

(...)

Hermione já estava pronta para a ceia de natal. Havia escolhido um dos vestidos novos para a ocasião, uma bela peça em um tom claro de bege com detalhes vermelhos e dourados. Hermione havia prendido o cabelo em um coque e colocou uma tiara para finalizar. Malfoy saiu do banheiro já quase completamente vestido, de calças e camisa, dobrando a manga até a altura do cotovelo. Os cabelos loiros, ainda molhados, despontavam para todas as direções de forma rebelde.

-Só preciso colocar sapato e estarei pronto. -Ele falou pegando um par de meias que já havia deixado separado sobre a cama e os sapatos sociais.

-Tudo bem. Não é como se estivéssemos atrasados. -Hermione sorriu.

Não havia reparado até então, mas Draco havia esquecido de abotoar um botão de sua camisa e parecia completamente alheio ao fato. Hermione ergueu um dedo em direção ao peito do homem.

-Você esqueceu… -Hermione ficou em silêncio ao perceber que Draco ergueu uma sobrancelha sem entender do que ela falava. A jovem deu um passo à frente, abotoando ela mesma o botão esquecido.

O fato é que, quando deu o passo para arrumar a camisa do marido, não havia pensado em como sua ação iria lhes aproximar fisicamente. O cheiro de sabonete se misturava ao de loção pós-barba. A jovem podia sentir o calor do corpo de Draco contra suas mãos, emanando através do tecido da camisa. A pele de seu pescoço ainda estava um tanto úmida. Uma única gota, saindo do cabelo molhado, escorregou pela pele do homem, morrendo contra o tecido branco do colarinho. Ao erguer a cabeça, Hermione encontrou os olhos cinzentos tão próximos de si que se sentiu zonza por um instante.

-Você está linda! -Draco falou fitando os olhos castanhos. Hermione desviou o olhar.

-Eu só prendi o cabelo rapidinho. -Hermione tocou os fios presos.

-Hermione, você é linda! -Draco sorriu e apontou com a cabeça para uma mesa lateral do quarto. Ele caminhou até lá e puxou algo que a jovem não podia ver, revelando um grande pacote embaixo. -Eu não sabia como esconder, então pedi a capa de invisibilidade de Potter para guardar até agora.

-O que é isso? -Hermione perguntou curiosa com o pacote que parecia pesado. 

-É seu presente de natal. -Draco sorriu. -Abra!

A jovem obedeceu, puxando o grande laço e revelando uma diferente máquina que Hermione só havia visto em seus sonhos. Seus olhos se arregalaram e sua boca se abriu em surpresa. A máquina de escrever era a coisa mais incrível que ela já havia visto.

-Eu fiquei pensando sobre o caderno e achei que não era uma boa forma de escrever um livro ou sei lá… -Draco colocou a mão nos bolsos. -Mas se você não gostar, podemos trocar por outra coisa.

-Eu adorei! -Hermione sorriu alegremente, tocando a máquina e apertando alguns botões. 

-Fico feliz em saber. -Draco se afastou para continuar a colocar suas meias e sapatos, mas Hermione lhe chamou de volta.

-Eu tenho algo para você também. -A jovem falou pegando a sacola da loja e passando para o homem. -Eu não sabia o que comprar. Acho que podemos devolver, qualquer coisa… Bem, pelo menos parte do presente.

Draco começou pela pequena caixa de veludo que continha o par de abotoaduras. O homem ergueu as sobrancelhas em surpresa, Hermione não sabia muito bem se era uma surpresa boa ou não.

-É um pouco demais, não é?

-Você sabia que a família Malfoy tem um brasão? -Draco perguntou girando uma das abotoaduras em seus dedos.

-Um brasão?

-Sim, o símbolo de nossa família é uma serpente. Eu adorei, na verdade. -Draco sorriu olhando novamente para dentro da sacola. Ele retirou o vidro do perfume e o borrifou. -É muito bom!

-Que bom. -Hermione suspirou aliviada. -Eu não sabia o que comprar. Não queria dar roupas sociais que você mesmo compraria.

-Você tem bom gosto! -Draco sorriu. -Você pode me ajudar a colocar?

Hermione ajudou Draco a desdobrar as mangas da camisa e, com um feitiço, retirou os botões e colocou no lugar as abotoaduras no lugar. Draco ficou algum tempo olhando para a cabeça da serpente em seu braço.

-Acho que eu tenho uma nova camisa preferida. -Ele admitiu. 

Hermione tinha um sorriso satisfeito no rosto, dividindo olhares entre as jóias na camisa de Draco e sua nova máquina de escrever. O marido pegou o frasco de perfume e borrifou algumas vezes em si, depois colocou o vidro na mesinha ao lado da máquina e puxou a jovem com delicadeza, a envolvendo em um abraço.

Em um primeiro momento, Hermione não soube como reagir. Draco tinha os braços em volta de sua cintura e a jovem estava paralisada contra seu corpo. Levou alguns segundos até que seu corpo relaxasse e a menina deixou sua cabeça repousar contra o peito do marido, ouvindo as batidas de seu coração.

-Feliz natal, Hermione. -Draco sussurrou contra sua orelha. Ela ergueu a cabeça para olhar seu rosto. 

-Feliz natal, Draco.

Lentamente, com certa relutância, os dois se soltaram e se distanciaram. Hermione voltou sua atenção para a máquina de escrever, girando uma manivela e conferindo seu funcionamento. Draco voltou a pegar a sacola de seu presente, dessa vez com a intenção de separá-la para depois jogar fora, quando uma peça de origami caiu em seus pés. O homem franziu a testa olhando para o coração feito de dobradura.

-O que é isso? -Perguntou girando o enfeite.

-Ah, uma andarilha me parou na loja e me deu. Falou que era para dar para o meu marido. Eu tinha esquecido completamente disso. -Hermione deu de ombros sem dar muita importância. Draco sentiu um estranho formigamento na ponta das orelhas e ergueu uma sobrancelha. 

-Ela estava dentro da loja masculina? Os vendedores a deixaram entrar?

-Parece que ninguém tinha visto ela. Quando ela me abordou, um vendedor a levou para fora.

-E ela disse alguma coisa?

-Não, ela só pareceu surpresa por eu ser casada. -Hermione coçou o queixo tentando se lembrar do encontro com a mulher. -Ah, ela falou que o nome dela é Beatriz.

(...)

-Tem certeza disso? -Harry perguntou girando a peça de papel em suas mãos. -Tem muitos andarilhos na cidade hoje em dia.

-Eu tenho certeza. Hermione a descreveu perfeitamente. -Draco andou de um lado para o outro passando a mão pelo cabelo que agora estava quase completamente seco. -Morena, cabelos desgrenhados, dentes apodrecidos, um olhar insano...

-Seria loucura se revelar justamente agora. Quer dizer… O que ela pode querer?

-Ela quer mandar um recado. Ela está viva e está de olho em nós. -Draco amassou o coração e o lançou em fúria pelo ar. A bola de papel se chocou contra o vidro da janela antes de cair no chão.

-Malfoy, se Bellatrix Lestrange está viva…

-Hermione está em perigo.

-Todos estamos em perigo! Temos que avisar Dumbledore.

-Eu vou pedir licença da Armada.

-Você acha que é o melhor momento?

-Eu preciso retomar o treinamento de Hermione o mais rápido possível. Ela já é capaz de se defender sozinha, mas não posso arriscar. Ela é inteligente, ela é uma bruxa nata, mas...

-Tudo bem, mas acho que Dumbledore não vai gostar de ter dois generais fora ao mesmo tempo.

-Ele não tem opção. É ele quem vive insistindo para eu tirar algum tempo livre.

-Acho que ele não quis…

-Potter, Hermione é a minha prioridade. Sei que Gina e o bebê também são a sua. Se a hora chegar, eu vou estar preparado, mas preciso garantir que Hermione…

-Esteja completamente segura.

-Eu vou protegê-la com minha vida.

-Eu sei.

-Eu vou mandar uma coruja para o ministro informando o que aconteceu e a minha decisão.

 


Notas Finais


Galera, espero que tenham gostado do capítulo!
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Beijos


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