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História Deep sea- Hope and Justice - Skin to bone


Escrita por: Pooph

Notas do Autor


Boa leitura 🌺

Capítulo 13 - Skin to bone


Fanfic / Fanfiction Deep sea- Hope and Justice - Skin to bone

Aquela sensação de superioridade era inigualável. Sentia o poder percorrer seu corpo, junto da adrenalina que fazia dela, apaixonada por esse conjunto de sensações. Não era sobre a tortura, era vingança, justiça e um preço a se pagar pela verdade.

A anos ela escolheu esse caminho, e a anos ela nunca se arrependeu de exercer a sua função na sociedade. Por mais que a saudade dilacerasse seu peito diariamente, em uma dor profunda e desesperadora.

Mais uma vez ela inspirou o sujo ar do local, junto do cheiro forte de sangue que preenchia o ambiente. Ela olhou o homem a sua frente, cujo os braços e pernas amarrados na cadeira o impedia de lutar contra qualquer ação dela.

O sangue escorria por sua boca e testa, manchando a camiseta que antes fora branca. Ele a olhou com desdém quando a garota segurou o seu rosto com brutalidade.

— Eu já te falei tudo o que eu sei! — Gritou. 

— Suas informações não são o suficiente. — Respondeu o acertando um forte tapa no rosto, ele inclinou a cabeça para o lado, devido a força do tapa e ao por os olhos nela novamente, a face de dor se desfez em um sorriso.

— Você se acha inteligente não acha? — Falou em meio ao riso. — Você é uma idiota! Me torturando na minha cidade! Os meus homens vão pegar você garotinha! E vão acabar com você!

— E quando te pegarem, eu vou ver esses olhos feios implorando por misericórdia! Vou pendurar o seu cadáver na cabeceira da minha cama! — Gritava rindo, fazendo todo sangue de sua boca respigar no uniforme preto.

— Você não vai ver nada. — Respondeu assistindo o sorriso desmanchar, com rapidez tirou sua katana da bainha apontando para o homem. Com um único golpe, a lâmina o atravessou o abdômen, e ao ser retirada, o sangue jorrou em sua direção.

Ela vestiu sua máscara, prestando atenção no som ao redor da pequena casa, a adrenalina tomava conta de seu corpo, como não fazia a anos. Apontou a arma para cima e cautelosamente apertou o gatilho.

Um gancho se desprendeu da arma, sendo lançado ao redor de uma das vigas de sustentação do teto da pequena casa. Um forte cabo de metal a puxou para a viga, tirou de seu cinto de utilidades um cilindo de metal, o deixando cair no chão.

Aos poucos a fumaça densa e escura tomava conta do local. Ela engatinhou pela viga de sustentação, até o outro lado da casa, onde uma pequena abertura no teto se situava.

Passos invadiram o local, junto de vozes de diversos homens. Não era possível enchergar nem mesmo um metro a sua frente, confusos eles gritavam para que se espalhassem e a procurassem.

Ela passou pela abertura do telhado, jogando uma estrela ninja carregada com explosivos para dentro da casa. Pulou do teto para outra estrutura, e com agilidade correu para longe.

A explosão fez tremer o chão pelo qual corria, fazendo seus ouvidos doerem. Ela parou por um momento, olhando ao seu redor.

Faltavam pouco para o sol alcançar o seu ponto mais alto e quente. A areia queimaria os pés de qualquer um que andasse descalço no dia escaldante. A pequena cidade no qual se localizava, se encontrava totalmente silenciosa, já que as famílias que alí viviam, provavelmente se encondiam das trocas de tiros e explosões.

Sua vinda para a cidade numa missão para conseguir informações, custou muita munição. Ela havia conseguido o que precisava, mas sua missão não acabara.

A metros a sua frente, se encontrava uma longa escadaria de pedra, dezenas de degrais para o ponto mais alto da cidade, e o único lugar onde qualquer aparelho eletrônico conseguia sinal para se comunicar.

Pelos passos e vozes, no mínimo 20 homens a caçavam. Não havia mais tempo, o sol do meio dia parecia queimar seu corpo dentro das roupas escuras e proteções de aço. Correu pela escadaria, subindo os degrais de dois em dois, na tentativa de chegar mais rápido.

Hunak! — Gritou um dos homens, desviando a atenção dos demais para a garota que subia a escadaria.

Os degrais acabaram a baixo de seus pés. Uma enorme estrutura se encontrava logo a sua frente, ela entrou no local, correndo pelos corredores do antigo hospital abandonado.

Chutou uma das portas com força o suficiente para que abrisse, e dentro do pequeno quarto, correu para o banheiro do local, arrancando as tabuas de madeira do chão. Entre as tábuas, estava um celular descartável.

O ligou, discando um número.

— Atende... Atende... — Repetia desesperada, olhando pela janela para saber o quão próximos estavam aqueles que a caçavam.

Quem é? — Falou a voz inconfundível e sonolenta do garoto.

— Damian... Eu só tenho dois minutos. — Falou ouvindo os passos pesados invadirem o hospital, e tiros começarem a escoar pelo local.

Cassandra? Cain onde você está? — Falou assustado ao reconhecer.

— Agora é meio dia Damian, tenho informações que liga dos assasinos corre perigo.

 O que? Como assim?

— Eu não estou na liga, estou em missão fora. Vai haver um ataque grande, Nyssa corre perigo alto! — Falava cada vez mais baixo.

 Cain eu não estou entendendo.

 Um traidor na liga, no concelho. Vai haver uma invasão, procuram algo, Nyssa pode morrer! Damian se Nyssa morrer, liga ficará desprotegida, você precisa voltar!

 Voltar para a liga? Cain o que exatamente vai acontecer? — Falou ficando cada vez mais espantado.

— Eu não sei... Eu preciso de você. Se algo acontecer, volte para casa! Você é Al Ghul! Edgar... Edgar é... — Um som de apito saiu do celular, indicando o corte na ligação. — Aliado... 

 — Te peguei, sharmuta. — Falou uma voz masculina logo atrás dela. O som de uma arma engatilhando a chamou atenção, lentamente virou seus olhos para o homem que demonstrava uma expressão de vitória. Ela quis rir da audácia dele e dos demais que entravam carregando armas pesadas.

— Não sabes o quão fodida está, Cain.

✧✧✧✧✧✧

Ele abriu os olhos sentindo sua visão ser clareada pela luz do sol matinal, que escapava pelos vãos das persianas. Desviou seus sonolentos olhos azuis para o lado, se deparando com a cama vazia, que guardara o calor do dono do quarto, que uma vez estivera alí.

Passou os dedos pelo lado vazio da cama, despertando aos poucos ao notar a falta de Damian. Sentou-se bocejando, e tão sonolento como em todas as manhãs, se dirigiu até o banheiro.

Seu estômago doia de fome, já não era tão cedo. O relógio marcava 10:28, o horário que por mais comum parecesse para ele num domingo, ainda sim, iria contra os costumes dos Waynes.

Desceu as escadas procurando por qualquer um que fosse, mas no caminho não esbarrou com ninguém. A sala de jantar estava vazia, igual a todos os outros cômodos que seus olhos espiavam.

Sabia que era costume dos Waynes, passarem a noite de sábado para domingo na mansão, principalmente sendo o primeiro dia das tão desejadas ferias de verão, logo, se não havia ninguém na casa, Jon deduziu onde estavam.

Não foi difícil acessar uma das diversas passagens para a caverna, e como pensou, alí estavam. O fato de Damian ter sido proibido de descer ao local o deixava intrigado, algo havia acontecido.

Desceu as escadas da parte superior da mansão, indo em direção aos outros, que se reuniam em uma área mais vazia do local. Bárbara, Tim e Jason estavam sentados em um banco de madeira, conversando normalmente e assistindo Damian e Dick, que treinavam combate corpo a corpo.

A princípio Jon achou tudo aquilo muito violento. A maneira como ambos avançam um no outro, era até preocupante. Damian passou o olhar em Jon ao nota-lo, e nesse exato momento, Dick passou seu braço pelo pescoço do garoto, e com um solavanco o empurrou contra o chão, com uma de suas pernas ao redor do compo do garoto o impedindo de se movimentar.

— E agora estamos 2 a 2, você está enferrujado Damian. — Disse o soltando com um sorriso vitorioso. — Bom dia Jon.

— O que estão fazendo?

— Assistindo Damian perder. — Jason falou com humor. — Senta aqui Smallville.

— De novo. — Damian falou se levantando. — Anda Grayson!

— Estamos fazendo isso a duas horas! — Respondeu ofegante, enquanto limpava o suor da testa com a camisa.

— Eu não estou cansado.

— Mas eu estou. — Disse tirando risadas de Jason. Bárbara jogou para ele uma garrafa d'água.

— Está ficando velho homem-pássaro. 

— E você também Jay, não se esqueça que a nossa diferença de idade não é tanta. 

— É só uns 6 anos, bom, quem tem 30 anos já pode ser considerado um idoso não é Jon? — Jason falou os fazendo rir.

— Me deixe recuperar o folego que eu te quebro, Jason.

— E eu estou doido para saber como você vai fazer isso, Dildo ambulante. Não se esqueça que eu sou mais treinado do que você.

— É tão bom que morreu para um pé de cabra. — Damian falou o provocando.

— Ah okay toquinho, agora você está brincando com fogo. — Jason falou se levantando e tirando a jaqueta que usava. Damian deu um sorriso vitorioso. — Você até poderia cogitar ganhar, se não estivesse a meses sem fazer isso.

— Eu não preciso de um pé de cabra para te dar uma surra, Todd. — Falou tirando um sorriso levemente irritado de Jason.

Damian avançou contra ele, com um pulo que o tirou do chão, desviando um de seus pés para o tórax de Jason. O homem desviou do chute, dando alguns passos para trás, o suficiente para alcançar uma das barrar de ferro de Nightwing.

Rodou o metal entre os dedos com um sorriso, Damian fez o mesmo, pegando o par da barra que estava caido ao seu lado. O garoto correu até Jason, com a barra em mãos.

Jason defendeu a investida de Damian, fazendo as barras se chocarem e um alto barulho escooar pela caverna. Ambos forçando a barra um contra o outro, Jason cedeu, desviando do ataque.

 Jon assistia a maneira violenta como ambos trocavam socos, chutes e mais movimentos que ele desconhecia.

Viu a maneira como Jason procurava manter a defesa, sabia que o homem não tinha a intenção de machuca-lo, Já Damian demonstrava a irá em seus olhos, cada vez mais violento.

Em uma tentativa de o acertar um soco, Jason assistiu como Damian desviou com um rodopio e o acertou a barra de ferro na coxa.

— Golpe baixo... — Falou arfando. 

Jon reparou a excitação de Jason conforme Damian continuava a tenta-lo acertar. O homem dessa vez foi para o ataque, forçando Damian a se defender dos golpes tão rápidos e agressivos quanto ele jamais viu.

Poucas vezes viu Jason em um combate corpo a corpo, sabia que a especialidade dele eram armas de fogo. Mas era visível o domínio e técnica de Jason, tanto quanto de Damian.

A diferença era que hoje, Damian parecia distraído e com raiva, já Jason estava tranquilo, e aquilo era algo que fazia de Jason, mais rápido do que o garoto.

Meses sem treinar faziam de Damian pouco incapaz, por mais que lutasse com uma eficiência excelente. Damian correu pelas escadas para a parte superior da caverna, fazendo Jason o seguir.

Continuaram, dessa vez sem as barras de metais. Jason puxou Damian pelo braço no momento em que o garoto o tentou acertar um soco, e o empurrou contra uma das máquinas, prensando seu corpo contra o metal e seus braços na costa.

— Parece que sua mãe me treinou melhor do que você.

— Você só foi um garotinho desesperado e solitário o suficiente para ela te manipular e te fazer de servo sexual. — Disse com a arrogância.

— Está de castigo Damian, sabe bem que eu posso muito bem ser seu pai. — Disse com um sorriso convencido. 

Damian pôs seus pés no metal, fazendo força o suficiente para empurrar Jason para trás e saltar por cima dele.

— Você continua sendo um garotinho desesperado e solitário. — Falou pondo os punhos a frente do corpo, pronto para voltar a luta.

— E você continua sendo virgem. — Falou indo até Damian com guarda baixa. Viu o quanto Damian inspirava raivoso. O garoto foi até ele, o acertando um soco em cheio em seu rosto. Jason cambaleou para trás com um sorriso.

Damian continuou a tenta-lo acertar, vez ou outra conseguindo usar de sua força e agressividade para machucar Jason o suficiente.

Em mais um dos socos que Damian o acertou no abdômen, Jason segurou seu braço, o rodando para trás e imobilizando Damian contra a barra de proteção.

— Anda muito estressado, está precisando transar. — Falou empurrando Damian cada vez mais contra a proteção.

— E você precisa fazer um teste de DST, antes que morra de HIV, sua putinha. — Falou rindo. 

— Eu não tenho DST. — Falou o empurrando de vez, fazendo-o escorregar por cima da barra e cair metros até o chão da parte inferior da caverna.

— Ai meu Deus, Jason! — Bárbara gritou com a atitude perigosa e irresponsável. Jason apenas deu de ombros e saiu andando até a escada, enquanto assobiava The chain.

Damian se levantou irritado, indo até o banco em que os outros estavam sentados, tomando a garrafa de água da mão de Dick. Viu o sorriso de Tim.

— Nenhuma palavra Drake.

— Você perdeu feio. — Falou o provocando. Damian cerrou os olhos para ele, respirando fundo e lentamente indo até o rapaz.

— Okay, já chega. — Bárbara falou se levantando e ficando entre os dois. — Está distraído Damian, o que aconteceu?

— Cain me ligou. — Falou fazendo todos o olharem assustados e confusos. — Essa madrugada.

— Você tem certeza? Por que ela te ligou? — Bárbara falou ansiosa.

— Eu gravei a ligação. — Damian respondeu tirando seu celular do bolso e indo até os computadores da caverna. Conectou um cabo no celular, colocando o áudio da gravação, alto o suficiente para que todos ouvissem.

Seus olhos chocados e preocupados olhavam Damian incrédulos, enquanto o áudio tocava. Jon sentiu seu coração batendo forte, sabia o quão importante era para eles ouvir a voz da garota depois de anos.

— Invasão na liga? — Bárbara repetiu, como se aquilo não fizesse sentido algum. — Quem poderia ser um infiltrado e quem caralhos é Edgar? 

— Isso não faz sentido... Quem iria querer invadir a liga? O que tem lá? — Dick falou pensativo.

— Fiquem quietos, todos. Eu estou pensando... — Disse Tim indo até o computador e colocando o áudio novamente. Ele fechou os olhos, focando ao máximo no que acontecia no áudio, todos os detalhes. O repetiu mais duas vezes, ainda em silêncio e focado.

— Três semanas. — Falou para os outros, que fizeram feições confusas. — Se o ataque acontecer, a liga ficará três semanas sem um líder.

— Como sabe? — Perguntou Jon. Tim foi até o computador e mais uma vez repetiu o áudio.

— Quando Damian pergunta onde você está, ela responde meio dia. Se a ligação foi feita as 2 horas da manhã, logo Cassandra está em um lugar onde o fuso horário se difere em exatas 6 horas. Sabendo disso, podemos dizer que ela está no Oriente médio. Enquanto ela fala, há um eco, significa que está em um lugar fechado, porém amplo. Se prestarem atenção, em determinado momento, podemos ouvir sons de passos e tiros, o lugar deve ser do tamanho de uma escola, porém totalmente vazia, não é um prédio, é um espaço aberto igual a um hospital. Um homem diz hunak, árabe, mas pelo som dos tiros, provavelmente fuzis, eles não tem medo de desperdiçar balas, significa que tem muitas. Armas porte grande e fuzis são predominantes no norte da Arábia, próximo ao Iraque, eles podem ser terroristas, Cassandra está em um lugar alto o suficiente para poder ter sinal, mas uma ligação internacional em um celular descartável, só teria alcance para no máximo dois minutos de ligação. O norte da Arábia, próximo ao Iraque, seria uma viagem de 2 semanas até a liga, ela faz missões sozinha, logo seriam 3 semanas em que a Liga ficará sem um líder, caso algo aconteça com Nyssa.

— Caralho. — Jason falou com um sorriso incrédulo. — As vezes eu esqueço que a sua mente é tão doida assim Timbo.

— Em três semanas muita coisa pode acontecer, estamos falando das pessoas mais perigosas do mundo sem um líder. — Disse Bárbara.

— Não vão ficar sem um líder. — Dick a interrompeu. — Cassandra disse é tem um traidor, é um golpe de poder, alguém quer assumir o controle e com Cassandra fora é o momento perfeito para tomar o poder de Nyssa.

— E a liga da justiça não pode fazer nada? — Jon perguntou confuso.

— A hierarquia na liga dos assasinos é superior a tudo, eles nunca aceitariam alguém de fora, precisam conhecer o líder. — Jason o respondeu.

Desviou seu olhar para Damian, ele parecia totalmente perdido em pensamentos. Aquilo não era novidade, ele reconhecia bem como a mente de Damian trabalhava no momento em que os olhos ficavam avoados e nebulosos.

Jon se preocupava com a saúde mental do garoto, ele era sensível a sentimentos fortes, e não parecia saber lidar com isso. A possível invasão na liga o afetara diretamente, e podia ver nos olhos verdes, a ansiedade o consumindo lentamente.

Damian suspirou, sentindo seus ombros pesarem e se virou, indo em direção a saída da caverna, os demais ficaram em silêncio. Jon o seguiu, preocupado.

— Você está bem? — Falou ao entrarem no elevador da caverna.

— Eu só preciso de ar. — Respondeu sem fazer qualquer tipo de contato visual. Damian aceitara que por muito tempo fugiu de suas responsabilidades, mas agora era hora de aceitar a realidade, sem mais brincadeiras e sentimentalismo excessivo, sem mais férias de verão planejadas. 

— Damian, você sabe que pode falar comigo né? — Disse denunciando sua preocupação.

— Eu sei... — Falou cruzando seus dedos nos dedos de Jon.

— Então me diz, o que foi? — Jon insistiu, as portas do elevadpr se abriram, Damian puxou caminho para o quintal, onde Titus ao o ver, correu em sua direção o enchendo de lambidas.

Damian sentou-se na grama, com o cão se deitando sobre suas pernas. Jon fez o mesmo, ainda pensativo.

— Eu queria muito conseguir odiar aquele lugar. — Damian quebrou o silêncio. — Mas a liga é meu lar tanto quanto Gotham.

— E não é sua culpa.

— Eu sei mas, todos esses meses foi o normal que a minha vida deveria ser, e eu gostei mesmo preferindo a ação. Mas acho que acabou agora, eu não posso mais fugir das minhas responsabilidades.

— Damian, você fala igual ao seu pai. Você e o Sr Wayne tem a mania de achar qie tudo é sua responsabilidade. Talvez a liga seja seu sangue, mas não é a sua responsabilidade, nunca foi. Você ainda é um garoto, a responsabilidade agora é de Nyssa e Cassandra. — Jon falou o puxando para perto.

— E se algo acontecer com elas? Eu sou o único que pode assumir a liderança. É por isso que eu existo Jon, meu avô me fez assim, um líder.

— Dami... — Jon passou os dedos pelas bochechas. — O seu avô sabia o que estava fazendo, ele não iria querer que você deixasse a vida de lado só por uma missão. Ele também teve uma vida, ele também era um ser humano e ele te amava, talvez de um jeito bem estranho, mas amava. Ele morreu lutando pela sua vida e a sua mãe não te abandonou, ela sabia que sozinha não conseguiria garantir a sua sobrevivência. A liga não é sua responsabilidade, mas é uma escolha.

— Eu sei. E a minha escolha é voltar, independente se acontecer algo com Nyssa ou não, eu preciso ver como as coisas estão. — Falou deitando sua cabeça no ombro de Jon.

— Então eu vou com você. — Disse o chamando a atenção. — Acho que vai ser legal conhecer o seu lado Al Ghul.

— Talvez meu lado Al Ghul não seja tão legal.

— Ou talvez seja mais legal do que o seu lado Wayne. — Disse tirando um riso de Damian. —Eu sei só uma parte da história, quero saber ela inteira, parte de mim não acredita que você é árabe.

— Mas eu sou Habib, ana 'uhibuk. — Falou tirando um sorriso confuso de Jon.

— E o que isso significa?

— Quem sabe um dia eu te conto. — Falou com um sorriso malvado, Jon revirou os olhos. Por um momento ficaram em silêncio, admirando a beleza do jardim, com tantas espécies de flores e arbustos em formatos de animais.

— Mila. — Os dois falaram em unissono, ao se lembrar de um lomgo compromisso.

— Como vamos dizer para ela que vamos passar as férias viajando? — Jon falou rindo. — Ela planejou as férias de verão toda, vai ficar uma fera.

— Receio que não tem muito o que ela possa fazer. E vão ser só 3 semanas, depois disso, ainda teremos dois meses inteiros de férias. 

— Mila falou que quer ser a madrinha do nosso casamento. — Jon se lembrou da conversa com a garota. Damian deu um sorriso de canto.

— Acredita nisso? Em casamentos? 

— Sim! Se o amor for verdadeiro, o casamento vai ser também. — Jon falou como se fosse o óbvio.

— Ah como você é meloso Jon! — Falou rindo do garoto. — E quer se casar?

— Bom, não sei o que o futuro me aguarda, mas acho que seria legal. — Falou olhando para Damian. — E você?

— Nunca pensei sobre isso. Não acho que vou viver tempo o suficiente. — Falou com sarcasmo.

— Como você é idiota, não fala isso. Você ainda tem muito o que atormentar a vida dos outros Damian. — Disse com humor.

— A tenho? Pois então casa comigo, aí eu atormento a sua vida para toda eternidade. — Respondeu ironico, tirando Titus de seu colo para poder chegar mais perto.

— Achei que não tinha planos para casamento. — Falou rindo, Damian passou uma de suas pernas ao redor de Jon, sentando-se confortavelmente no colo do garoto. 

— Quer fazer planos para o futuro? — Damian falou com humor, sentindo as mãos de Jon descerem pelo seu corpo e se aconchegarem em sua cintura.

— Vamos morar numa casa de praia... — Falou. Os braços de Damian roderam o pescoço. — Com espaço para dois cachorros.

— E um gato. — Completou.

— Dois cachorros Titus e Krypto, um gato chamado Alfred e um coelho.

— Um coelho?

— Sim, um coelho branco chamado Snow. — Falou vendo Damian rir. Jon puxou sua cintura para mais perto, fazendo os corpos se chocarem um contra o outro e os lábios selarem, rapidamente.

— E quem sabe, com mais espaço para um mini superboy. — Jon falou com um sorriso bobo. 

— Ou um Robin, todo Batman precisa de um Robin. — Damian disse revirando os olhos.

— Mas e se ele quiser ser um superboy?— Jon falou fazendo biquinho.

— Então, uma casa de praia, com espaço para dois cachorros, um gato, um coelho, um mini superboy e um mini robin. — Damian falou se amaldiçoando em pensamento, pela frase tão doce e melosa quanto ele jamais achou que diria.

Nunca se imaginou vivendo dessa maneira, tão leve e de certa forma, mais feliz do que nunca. Planejar seu futuro com Jon, por mais que fosse uma promessa boba, parecia muito real.

Sempre pensou que não viveria o bastante para provar do clichê romantico que a vida tinha a oferecer. Dia após dia ele acreditava que a morte estava mais perto de o levar, seja pela saúde debilitada, a agitação das madrugadas em claro e o fato de que des de muito novo, seu corpo era abusado como uma maquina.

Ele não tinha medo da morte, da sua morte e da morte alheia. Mas isso não fazia dele um apreciador da justiça que a morte era. A vida sempre fora gananciosa e dolorida, injusta para todos.

Mas derrepente, um simples e único garoto, mudou toda sua vida em meses. Jonathan era mais que um sonho. Derrepente ele se viu com medo de não viver o bastante para estar do lado do garoto que amava.

E mesmo sabendo que Jon era apenas seu primeiro romance, ele não se importaria em o levar para o altar, se isso lhe desse tempo ao lado do seu menino.

E talvez, depois de tanta coisa, uma casa na praia, com dois cães, um gato, um coelho e ao lado daquele que amava, junto com uma família, pudesse ser tudo o que ele buscava, toda recompensa por tudo o que viveu.

Mas agora, ainda tinha muito o que viver. Ele tinha assuntos inacabados por muito lugar, e se fosse assumir a mão de Jonathan Kent, queria que o garoto vivesse uma vida em paz. 

Ele descobriu uma nova missão. Terminar tudo o que começou, por um ponto final nos seus assuntos pendentes. Tudo isso por Jon. Pelo seu garoto.

E isso o deu uma idéia. Uma pequena semente em sua mente, tão poderosa quanto qualquer coisa que jamais presenciou. Uma magia tão antiga quanto o próprio tempo.

Uma ideia fabulosa e ao mesmo tempo, perigosa.




Notas Finais


Espero que tenham gostado ❤️❤️❤️
Até a próxima ❤️❤️❤️


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