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História Deep sea- Hope and Justice - Isn't it lovely, all alone?


Escrita por: Pooph

Notas do Autor


Olá meu povo!
Fiquei um tempo sumida eu sei, eu sei, tive um bloqueio criativo em relação a esse capítulo e tive que contornar todo o planejamento que eu fiz anteriormente para ele.
Perdoem a demora, e prometo tentar manter uma frequência maior por aqui.
Beijos beijos💋
Boa leitura 🌺

Capítulo 26 - Isn't it lovely, all alone?


Fanfic / Fanfiction Deep sea- Hope and Justice - Isn't it lovely, all alone?

— As vezes quando eu fecho os olhos, minha mente me transporta direto para você.

Tal como se você pudesse ter o meu manual de instruções em sua mente, palavra por palavra. E embora sua voz esteja distante, eu ainda posso ouvi-la num sussurro.

No breve e sonolento fechar de meus olhos cansados, seu cheiro invade minhas narinas, me fazendo delirar com a sensação de pertencimento que me acalma.

Sua voz continua a chamar por meu nome em sussurros, e minha mente involuntariamente me convence a buscar a miragem de seu calor com os braços. Minhas mãos esperançosas tocam o ar gelado ao meu lado na cama, me fazendo cair contra a dura realidade do vazio.

Deslizo a ponta dos dedos eroticamente pelo lençol, abrindo os olhos de forma sonolenta. Me deparando com a solidão de meu quarto bagunçado, e com o desespero de minha alma carente por sua presença.

E num suspiro imperceptível, levo meus olhos para o teto enfeitado pelas estrelas de plástico e brilhantes, do meu quarto.

Seu nome mancha minha boca como sangue.

E no silêncio da noite calma, eu não posso deixar de imaginar como seria seu sorriso novamente. E como meu coração palpita ao lembrar de sua imagem, que tanto ilude minha mente.

E penso ainda, como seria seus toques numa noite pacata como essa. Como seria se suas mãos envolvessem-me da mesma forma como as minhas próprias me tocam, ao lembrar de sua voz.

Enrolo uma das mãos contra o lençol, sem deixar de pensar em seus olhos, que guardam as florestas mais lindas que podem ser observadas.

E me transporto então para o dia que jamais aconteceu.

Onde suas mãos envolvem minha cintura, tal como abraço seu pescoço, e em como seu rosto se afunda em meu ombro, durante uma dança lenta ao som de uma música composta pelo mais doce dos amantes.

E então observo o seu olhar, que se vira para mim em um sorriso disfarçado, no qual apenas eu posso assistir. E minha boca se umidesse imaginando o selar de nossos lábios.

Reviro meus olhos não tão azulados como antes, e me liberto dos lençóis. Ainda de pijama, ando silenciosamente, desviando da bagunça de meu quarto de forma sorrateira, até enfim debruçar meu peso pela janela aberta do quarto.

Observo o vasto campo, iluminado pela luz do luar e das estrelas, ainda visualizando sua imagem, que parece queimar em minhas retinas eternamente.

E mais uma vez imagino como poderia enlaçar seu corpo menor do que o meu, como poderia desfrutar de sua presença em um doce e proibido prazer, assim como nos livros que leio.

Como seria sua voz sussurrada chamando por meu nome, enquanto deixa escapar pequenas lágrimas de satisfação pelo canto dos olhos.

E não paro de pensar em nossos corpos se juntando cada vez mais, preenchendo cada espaço, se fundindo como ferro.

Mesmo sabendo que você odiaria saber desses meus pensamentos.

E desvio meus olhos para o vazio, como de costume, ignorando a minha gigante vontade de voar quilômetros até você, pousar em sua sacada e dizer que estou aqui. 

Mas ao invés disso, cerro os olhos sentindo a brisa da noite beijar minha face, e em uma fração de segundos, o mundo inunda meus ouvidos.

Tantos choros, risos, vozes, gemidos, gritos e barulhos, cada vez mais altos, me obrigam a concentrar-me apenas no que desejo ouvir.

E assim como todas as noites você está silencioso, embora ofegante com a adrenalina que percorre seu corpo durante a madrugada agitada de uma cidade que jamais descansa.

Minha falsa esperança de ouvir sua voz me chamando, morre novamente, como todos os dias, de todas as semanas, de todos os anos em que você insiste em ficar na minha cabeça, marcando meu corpo como sua propriedade, me fazendo deseja-lo mais do que pensei ser possível.

E as vezes, em minhas madrugadas agitadas e tomadas pelos hormônios, ou me concentro em ouvir a agulha e a linha, que perfura sua pele para fechar um novo ferimento.

E num pequeno sussurro eu me pergunto, quanto seu corpo vai aguentar até desmoronar.

Atravesso a janela, buscando a distração desses pensamentos dolorosos da saudade e do arrependimento, jamais perdoado. E deixo o vento me levar, flutuando como um pássaro, até a única pessoa que pode me ouvir.

Reduzindo a mim mesmo a necessidade de desabafar, e imaginando quando teria coragem o suficiente para voltar a ser a esperança que o mundo precisa.

Já que mesmo tendo pendurado a capa pelos últimos anos, eu sei bem que não existe Superboy sem meu passarinho.

Me sento na janela dela, olhando agora o interior do quarto, não tão bagunçado, e assisto a garota se levantar de sua cama e vir até mim. Ela sorri como sempre, e sussurra o seu nome.

— Damian novamente? — Ela diz, e eu apenas respondo com um riso sem graça, sem deixar qualquer palavra escapar. — Jonno, Jonno... Quão encantador tem que ser esse garoto para te roubar tantas noites?

— Hoje fazem 3 anos que não nos vemos. — Respondi melancolicamente e ela sorriu.

— Então vamos afogar as mágoas. — Amanda coloca uma mecha de seu cabelo ruivo atrás da orelha, e sai até o pequeno frigobar perto de sua cama.

Desviei os olhos para o vazio novamente, e mal pude notar quando a garota voltou com duas garrafas em mãos. Ela me estendeu uma.

— Eu não bebo. 

— Você sempre diz isso. — Amanda respondeu, me assistindo pegar a garrafa de vidro de sua mão. Com os dedos, puxei a tampa de metal de ambas as garrafas as abrindo.

Dei um gole, sentindo o gosto amargo da cevada, inundar minha boca.

— As vezes eu sinto como se estivesse cada vez mais distante dele. — Falei para Amanda, que me olhou confusa.

— Do que está falando Jon?

— Acha que ele vai me perdoar por deixá-lo?

— Bobinho... — Ela diz com um riso, tomando um gole da cerveja. — Ele já perdoou.

— O que?

— Ora Jonno, ele está bem aqui não está? Esperando por você... Não consegue ouvir?

— Ouvir o que Amanda?

— O coração de Damian Wayne... Tum tum... Tum tum... — Ela diz, imitando o bater frenético que passa a incomodar o meu peito. 

— O que está acontecendo?

— Me diga você Jonno. Nós estamos caindo, caindo e caindo... Caindo nos mares verdes do olhar de Damian Wayne. E ele está procurando por sua voz, por seu coração.

— Eu não estou entendendo.

— Isso é por que não estamos aqui Jon. Não estamos realmente aqui, eu não estou aqui. O que você está fazendo aqui?

— Isso tá errado... — Sussurrei sentindo minha voz morrer na garganta. — Isso deveria ser uma memória... Uma memória de Smallville.

— Sim, isso é apenas uma lembrança... Olhe bem para luz Jon, apenas uma lembrança.

Desviei meu olhar para a lua, o brilho amarelado da lua.

Minha cabeça dói como nunca, e apenas um nome está na minha boca.

Damian, Damian, Damian.

A luz invade meu olhar, cada vez mais. Sinto meu corpo flutuar tal como se estivesse boiando sob as águas. E aquele som do bater incessante se torna cada vez mais alto.

Tum tum.

Tum tum.

Tum, tum.

— Damian...

✧✧✧✧✧✧

Jonathan abre os olhos sonolentos, sentindo a luz forte do sol, que o alcançava pela fresta das persianas, o cegar momentaneamente. Observou ainda com o olhar dolorido, o teto branco logo a cima de si.

Respirou fundo, sentindo uma mão tocar seus cachos, os enrolando nos dedos de forma delicada. Jon reconheceria aquele cheiro de qualquer lugar.

Olhou para a mulher sentada logo ao seu lado, a mesma que acariciava seus cabelos, como sempre costumava fazer quando adoencia na infância.

Lois deu um breve sorriso ao notar o olhar do garoto. Deslizou sua mão dos fios, para a bochecha, e continuou a acariciar a pele macia, transmitindo a calma como apenas uma mãe saberia fazer.

— Clark... — Susurrou. Jon levou seu olhar para a cadeira ao seu lado, vendo o homem o observar com um pequeno sorriso de alívio.

Deixou um bocejo escapar, tentando recordar-se dos acontecimentos anteriores a esse momento específico. Apertou os olhos, sem força para pronunciar qualquer palavra.

Notou então o som agudo que preenchia os seus ouvidos. Um apito baixo e irritante do bater de seu coração. Jon rodou os olhos pelo quarto, notando estar em uma ala médica.

O som agudo monitorava seus batimentos, indo da tela logo acima, por fios que ligavam seu corpo com colantes. A roupa que usava era semelhante a uma roupa qualquer de hospital, e podia sentir algumas dores tomar me conta de seu corpo ao movimentar-se.

Mesmo assim, se esforçou para sentar, sendo auxiliado por Lois.

— Ei ei, vai com calma garotão. — Clark falou indo até ele e se sentando na beira da cama.

— Pai eu... — Sussurrou com a voz dolorida.

— Você tem que descansar Jon. — O homem respondeu docemente.

— Eu... — Jon repetiu, deixando o olhar cair para seus pernas, aos poucos tomou consciência do que havia acontecido, e rapidamente seu coração começou a bater rápido o suficiente para que Clark e Lois se entreolhassem confusos.

— Eu deixei Mila cair... Meu Deus... Onde ela está? Ela está bem? Eu preciso vê-la. — Falou se agitando, ameaçando sair da cama.

O monitor cardíaco passou a apitar de forma frenética.

Lois e Clark porém, o seguraram. Jon os fitou confuso, assistindo o olhar preocupado do casal de adultos. Umideceu os lábios, sentindo suas costas doerem imensamente, e mesmo com a dor, não conseguiu deixar de pensar na garota.

— Não se preocupe filho, ela está bem... — Lois falou, o empurrando delicadamente para a cama. 

— Eu deixei ela cair... — Jon repetiu, sentindo pequenas lágrimas e se formarem em seus olhos.

— Ei, está tudo bem okay? — Clark falou se aproximando. — Está tudo bem filho, Mila está bem e vai se recuperar. Você fez o que pode e nós estamos orgulhosos disso.

— Mas eu falhei, ela podia ter morrido pai, é imperdoável. — Falou sentindo a mágoa o tomar conta. Mas em resposta, recebeu um abraço caloroso de ambos os pais, que o envolveram com os braços na tentativa de o acalmar.

— Não tinha como você saber dos brincos Jon, o verdadeiro culpado é Luthor. — Disse Lois.

— Mas e Damian? A explosão... Ele está machucado e... E a adaga...

— Jonathan, Damian está bem, ele está com a família dele aqui e já já vem te ver, não se preocupe, tudo está bem.

— Mas...

 — Por agora, descanse okay? Logo logo você melhora, e aí poderemos tomar um sorvete que tal?

Jon concordou deixando um pequeno sorriso escapar. As vezes ele se esquecia do quão sortudo era, por ter uma família como essa. 

Fechou os olhos sentindo o conforto familiar o acalmar, como se voltasse no tempo para quando era criança. Quase pode sentir o cheiro das tortas que Clark preparava na cozinha sempre que estava com ótimo humor.

E para sua sorte, o homem sempre estava de bom humor.

Como quando Jon corria pelos degraus para o receber com um abraço, ao voltar de missão, ouvindo a voz de Lois o repreender por correr pela casa, e o riso de Clark, que o envolvia num aperto gostoso.

Como quando corria para longe sempre que a hora de dormir chegava, pois queria ficar mais tempo acordado. E então Clark o pegava e o jogava por cima do ombro, o tirando gargalhadas gostosas, para por fim o colocar de volta na cama.

Quando adormecia ouvindo a voz doce de Lois o ler sempre a mesma história, a sua favorita, todas as noites. Os três mosqueteiros.

Aquele abraço, tão gostoso o fez perceber que mesmo não tendo idéia de onde estava, ele estava  seu lar.

Sua família era seu lar e nada podia mudar isso.

Jon permitiu-se fechar os olhos novamente, e descansar a cabeça no ombro de Clark, sendo tomado pelo sono mais a vez. E com um pequeno suspiro, deixou um murmuro escapar.

— Eu quero ir pra casa.

— Eu sei filho... — Lois o respondeu, voltando a acariciar os cachos. — Eu sei amor.

Sentiu o calor de casa, o calor do lar, o calor da família.

E mesmo com o ambiente familiar tão doce quanto só uma família Kent poderia causar, a alguns corredores de distância, situava-se um clima totalmente diferente.

Jon pode ouvir antes de adormecer, as tensões silenciosas de uma outra família, não tão calorosa. Suspirou cansado, pensou por fim, quando tudo isso acabaria de vez. E em seu breve momento de lucidez, pensou que talvez, apenas talvez, estivesse no lugar certo.

Diferente deles.

Pois um Kent jamais seria um Wayne.

E um Wayne jamais seria um Kent.

Em uma sala de espera rodeada de sofás e poltronas, cada um dos herdeiros Waynes, mantinham o silêncio ensurdecedor repleto de ansiedade e angústia.

Cada um em sua própria mente, evitando o contato visual uns com os outros. Ignorando a si mesmos, quase como se não existissem, como se estivessem totalmente solos na ampla sala.

E para qualquer um de fora, aquela situação poderia parecer um momento tenso e nem um pouco agradável. Mas para eles, não havia nada de muito diferente acontecendo alí.

Para os Waynes, esse clima pesado e silencioso, poderia ser facilmente comparado com qualquer outro momento de tensão em que já se encontraram.

Cada um deles, presos em suas mentes barulhentas, guardando todo o sentimento em seu mais profundo íntimo e ignorando toda a realidade ao seu redor.

Mas no fim, apenas a presença um do outro alí, já poderia ser considerado por eles, um ambiente familiar estável.

Principalmente porque pela primeira vez em anos, a família estava completa de novo.

A família Wayne.

A família cuja a única ligação além da criação perturbada e o sobrenome que os renderia uma ótima fortuna no futuro, era o caos.

O caos os criou, os ensinou, os moldou e os jogou contra o mundo, esperando uma reação tão violenta quanto as suas investidas para sobreviver num mar de sangue. O caos dos sentimentos jamais superados, da raiva, da dor e do luto.

Onde tudo isso, definia essa estranha família melhor do que qualquer coisa. O caos sendo canalizado em forma de violência.

Violência era tudo o que conheciam.

A violência esteve em suas vidas muito antes de sequer nascerem, dando início a um efeito dominó de angústia e dor, no dia em que um casal fora assasinado na frente de seu filho de 8 anos, em um beco escuro de Gotham.

E no fim, a violência fora a responsável por juntar um grupo de órfãos, desesperados para serem amados, e raivosos o suficiente para poderem ser utilizados como arma contra os criminosos de Gotham.

E a esse ponto, eles mal reclamavam dessa realidade morta no qual acostumaram viver. Eles tinham tudo o que precisavam, dinheiro, poder, uns aos outros e principalmente um código de moral que os força a levantar e lutar todos os dias. Isso era ser Wayne.

Mas nesse dia específico, talvez em anos o grupo de adultos jamais teria sofrido de uma ansiedade e culpa tão gigante, quanto a causada pelos últimos acontecimentos.

Faziam no mínimo duas horas em que Damian Wayne estava no cômodo ao lado, tendo uma conversa longa e detalhada sobre sua vida, com Dinah. 

Quando foi que deixaram tudo desabar?

Jason jogou o corpo contra a poltrona em que estava sentado, soltando um suspiro entediado, enquanto passava os olhos pela sala clara e bem organizada.

Olhou para sua frente, avistando o herdeiro mais velho, sentado no sofá numa típica posição que denunciava seus pensamentos apurados. Dick nunca foi muito bom em esconder a bagunça de sua mente, principalmente quando deixava os dedos passearem pela nuca, com os cotovelos apoiados nos joelhos e costa arqueada.

É uma flexibilidade e tanto para alguém com mais de trinta anos, Jason pensou, deixando um pequeno riso escapar. Com pouca intenção de provocar uma fagulha no meio do gás. Mas apesar disso, talvez uma briga fosse tudo o que ele precisava para descontrair.

Trocou breves olhares com Bárbara, que estava em pé bem atrás do sofá em que Dick se acomodava. A mulher o lançou uma expressão de que sabia bem o que ele queria fazer e que era bom parar antes mesmo de começar.

Dick elevou os olhos para ele, numa expressão irritada, e o encarou por breves segundos. Quando o homem mais velho voltou a ignora-lo, Jason, sem conter o seu enorme desejo de expor sua opinião sobre o acontecimento, voltou a soltar um suspiro entediado.

— O que você quer, Jason? — Dick falou encostando-se contra o sofá. Com sua paciência por um fio e com uma vontade de discutir ainda menor.

Estava exausto.

— Eu não disse nada. 

— Mas queria dizer. — Dick implicou revirando os olhos para ele. Bárbara soltou um suspiro incrédulo, se recusando a acreditar que ambos começariam a discutir em um momento como aquele.

— Como você pode saber? — Jason o provocou.

— Fica suspirando igual um idiota querendo chamar atenção. — Respondeu ríspido.

— Minha respiração te incomoda?

— Sim.

— Problema é seu. 

Dick revirou os olhos ainda mais irritado, cedendo às provocações do irmão mais novo. Sabia que era tudo um pretexto para que Jason pudesse enfim soltar a bomba que queria e iniciar uma enorme discussão.

— Sério? Quanto anos você tem Jason? 

— Calem a boca. — Soou a voz irritada e Cassandra, que se encontrava apoiada contra a parede mais proxima. O olhar dos quatro Waynes se voltaram para ela.

A presença de Cassandra entre eles, era a mais definitiva prova de que algo fugira do controle. O que faria a garota tão cheia de responsabilidades, abandonar tudo para trazer seu irmão mais novo de volta para Gotham?

Cassandra se recusou a voltar por motivos mais alarmante do que Lex Luthor dando trabalho, o que os causavam arrepios na espinha apenas em imaginar o que havia acontecido.

E dês de então a garota permaneceu em completo silêncio. Tanto ela quanto Damian, se recusaram a falar o que os trouxeram de volta. Queriam ser otimistas o suficiente para imaginar que nada grave havia acontecido, mas no fundo sabiam, que uma bomba se acenderia no momento em que a verdade viesse a tona.

— Pensei que tivesse esquecido como se fala Cassie. — Jason falou com sarcasmo.

— Jason! — os outros três irmãos o repreenderam em uníssono, incrédulos com a ousadia.

— Vem cá, você tá chapado? 

— Vocês vão realmente ignorar o que está acontecendo aqui? — Jason esbravejou revirando os olhos. — Se Cassandra está aqui, algo ruim aconteceu! Não vêem que está tudo interligado? A explosão no Batwing, Luthor jogando a menina do prédio, os brincos de Kryptonita! 

— Estamos tão confusos quanto você... — Tim respondeu entediado, sem vontade alguma de argumentar.

— Não, estão querendo ignorar que vocês nós meteram num puta problema! E eu não quero ter envolvimento algum quando as coisas apertarem para vocês! — Jason bufou, jogando-se contra a poltrona novamente.

— Nós te colocamos em problemas? Fala sério seu imbecil do caralho! Você está aqui por que quis! Você esteve junto em todas as decisões que tomamos! — Dick se levantou irritado. — Não tire o seu da reta, se você é tão culpado quanto qualquer um aqui!

— Eu sou culpado?! Eu avisei que colocar um menino de 16 anos na Liga dos Assassinos causaria problemas! Mas você sempre escolhe ser o puto de um mesquinha dono da razão!

— Você queria que eu adivinhasse o que aconteceria?! 

— E não era óbvio?! — Jason ameaçou se levantar, sendo impedido pela mão de Bárbara que o forçou a se acomodar contra a poltrona. Bárbara ficou entre eles, tão irritada quanto.

— Vocês podem agir como dois adultos? Brigar não vai resolver nada!

— Jason está certo Babs. — Tim falou largando seu smartphone de canto. — Quiseram jogar Damian numa ilha chama de  Liga dos ASSASINOS, e esperavam que ele voltasse mentalmente estável?

— Ele nasceu lá Tim! Ele iria com a nossa permissão ou não! — Dick respondeu irritado.

— Isso não nos faz menos culpados. — O respondeu fazendo Dick bufar mais uma vez.

— Tabom, foi um erro, mas o que vocês queriam que eu fizesse? Bruce deu a permissão para ele antes de sequer nós consultar! — Dick argumentou irritado.

— Talvez se tivéssemos sido contra, Bruce repensaria sobre isso. Na verdade... — Tim começou a falar, parando quase como se suas próximas palavras fossem ríspidas demais até para ele. — Na verdade nada disso teria acontecido de Cassandra não tivesse mandado aquele vídeo.

A garota encostada na parede, se aproximou ao ter seu nome jogado na discussão, olhando incrédula para Tim, sendo contagiada pela raiva do ambiente.

— Eu precisava de ajuda!

— Mas não dá ajuda de uma criança.

— Você não entende... — Cassandra passou os dedos enluvados pelos cabelos ainda bagunçados. — Acha que deixaria o lugar mais perigoso sem líder? Damian nasceu para isso!

— Se precisava de ajuda, nós estávamos aqui Cain! — Jason gritou, fazendo a feição da garota se fechar. 

— Você acha que ninjas deixariam você liderar a liga? Você não lidera a própria vida, Jason. — Alfinetou o fazendo revirar os olhos em raiva.

— Damian nasceu para a Liga no passado, hoje ele é uma criança livre. — Bárbara falou suspirando de forma cansada.

— Eu também pensei isso quando tinha a idade de Damian. — Falou Cassandra. — Uma vez na liga, sem passagem de volta para casa.

— Mas foi a sua escolha Cassie. — Disse Dick. — Damian pode escolher viver uma vida normal.

Jason soltou um riso debochado, cruzando os braços. Pequena ação que fora o suficiente para tirar todo o resto de paciência que Dick ainda guardava.

— Do que você está rindo?

— De você é óbvio.

— Você se acha engraçado Jason? O que você sabe sobre Damian? As únicas palavras que vocês trocam são quando estão discutindo!

— Ah perdoe-me senhor confidente de Damian Wayne! Eu não sei sobre ele, mas sei que a Liga dos Assassinos não leva esse nome atoa! Aquele lugar destrói cada pedaço de você, até se tornar um robô feito para seguir ordens! 

— Damian é o líder!

— Ele é uma criança! Que levou a porra do namoradinho dele! Levou a maior fraqueza dele para o pior lugar do mundo! Se eles não o destruíssem eu ficaria surpreso!

Dick abriu a boca para dizer algo, mas antes de ser capaz de pronunciar as palavras, Jason o interrompeu novamente.

— Não finja que você entende Dick! Você nunca pisou o pé naquele lugar! 

— Por que tudo sempre é sobre você Jason?! — Dick gritou, fazendo a postura antes debochada e provocativa de Jason cair por terra.

— O que?

— Você nunca perde a oportunidade de falar o quão sofrida foi a caralha da sua vida! É sempre sobre você, tudo sempre sobre você! Onde você guarda tanto ego?!

— Chega! — Gritou Bárbara, farta da situação. — Isso não é sobre Jason e nem sobre você Dick! É sobre Damian! Sobre o estado mental dele e sobre o surto que ele teve horas atrás! Dá para agirem como adultos e deixarem essa briguinha infantil de lado, uma vez na vida?!

Jason olhou a ruiva pelo canto dos olhos, com a mandibula trincada em raiva, e sua típica pode de superioridade que usava quando e ego havia sido abalado.

Já Dick tentava controlar a respiração ofegante, tomado pela raiva e pelas provocações de Jason. Fechou os olhos com força, quase como se o estresse o mantivesse em suas cordas.

— Sabe qual é o seu problema Dick? — Provocou Jason, mais uma vez. — Você acostumou tanto com o título de Sr perfeição, que não consegue admitir quando cometeu um erro.

— Quer falar sobre erros Jason? — Dick se aproximou, pisando firme. — Você foi quem mais errou nessa sala! Tem mais sangue nas suas mãos do que qualquer um! Você é um sociopata maluco e desesperado por atenção.

Bárbara e Tim se apressaram em se aproximar, afastando os dois. Não que fosse muito necessário, já que no momento em que Dick proferiu aquelas palavras, a raiva de Jason cresceu tanto que ele se viu na obrigação de abandonar o local, antes de perder o controle.

— Aonde você vai? — Dick gritou quando o viu dar a costa para ele e atravessar a sala.

— Encher a cara e esquecer essa família de merda! E você fica fora do meu caminho Dick, por que eu não estou e nunca estive com paciência para lidar com gente da sua laia!

— Gente da minha laia?

— Mimadinhos do caralho, que cresceram recebendo elogios até pensarem que são perfeitinhos o suficiente para que todos se curvem diante de você! — Jason voltou a se virar de costa, seguindo pela sala até alcançar o corredor.

— O que você quer ouvir Jason? — Dick gritou. — Que eu sinto muito por você ter vivido uma vida de merda e ter tido uma morte tão estúpida por causa da sua falta de responsabilidade?!

— O que vocês disse? — Jason deu meia volta, indo até Dick em passos firmes.

— Você foi atrás do coringa achando que era incrível o suficiente para matá-lo! Com a sua necessidade de aprovação estúpida! E agora fica chorando pelos cantos pelas consequências das suas próprias escolhas! — Dick falou, assistindo todo autoritarismo e raiva de Jason quebrarem como um espelho estilhaçado.

Jason era complicado, sempre fora complicado. E Dick podia se lembrar bem de quando o garoto Todd era apenas um menino com muita energia, e muito potencial.

Se lembrava de quantas vezes pediu para que Bruce pegasse leve com Jason, por que no fim ele era apenas uma criança procurando por um lar.

E lembrava-se com ainda mais clareza, de quando Bruce voltou a caverna, segurando nós braços o corpo pequeno e ensanguentado do menino que ele costumava chamar de seu irmãozinho.

Lembrava das trevas que cresceram na mansão gelada e monótona com a falta de Jason. Como tudo pareceu tão sem vida.

Como Bruce perdeu o gosto pela vida.

Como Dick jurou que iria atrás de coringa até o inferno, e o faria pagar. E como quando percebeu que a sua sede por vingança, apenas faria da memória de Jason, ainda mais violenta que sua morte.

E agora, pode assistir o olhar do garoto que ele tanto desejou ter de volta, se estilhaçar por suas palavras cortantes como lâmina.

E foi aí que, quase imediatamente, Ele se arrependeu de sua fala.

— Sabe... — Jason se desarmou, voltando a se direcionar para o corredor. — Quando eu era criança, eu costumava achar você legal.

— Jason... — Dick chamou com a voz baixa, sentindo a culpa o tomar.

Os olhares dos demais integrantes da família caíram sobre ele. Perguntando mentalmente o porquê das palavras desnecessárias

Jason parou durante o caminho, antes de sumir pelos corredores e olhou para trás, tendo sua antenção chamada, assim como os outros, para a porta do outro lado da sala.

A maçaneta girou e a porta se abriu fazendo um rangido baixo soar. Damian passou por ela em completo silêncio, e então elevou seus olhos para a zona caótica da recém briga familiar.

Eles o observaram preocupados. Damian não esboçava qualquer expressão, apenas sério, com o olhar mais frio do que jamais tivera. Haviam pontos recém feitos na testa e nos lábios, alguns de seus dedos estavam enfaixados com pequenos adesivos. Nunca pareceu tão cansado.

— Damian... — Bárbara chamou docemente, o garoto a olhou superficialmente e a ignorou, andando por entre eles quase como se não existissem.

— Ei Damian, espera! — Falou Dick preocupado. — O que aconteceu? Estava semanas sem nós ver e não quer falar nada? Sobre a Liga, sobre hoje?

— Já fiquei mais tempo sem ver vocês. — Falou friamente.

— Damian...

— Eu não quero conversar agora, podem continuar com a discussão estúpida que estavam tendo. — Respondeu voltando a andar, passou por Jason sem nem mesmo o olhar e seguiu seu caminho pelos corredores, deixando os 5 irmãos tão confusos quanto jamais estiveram.

Damian podia os dar o mínimo de explicação possível, ou apenas encenar qualquer expressão para os tranquilizar, mas ele não queria.

Não queria por que estava cansado.

Cansado dessas brigas sem sentido, cansado da agitação de sempre, da preocupação. Sua voz estava cansada de tanto falar, gritar e sua cabeça cansada de tanto escutar as frases terapêuticas de Dinah.

Estava cansado, estava exausto, e sentia que seu corpo poderia parar de funcionar e adormecer a qualquer momento.

E Deus, ele nunca quis tanto deitar em sua cama e dormir por dias. Tentava manter a si mesmo acordado apenas por um motivo, ver Jon e Mila.

Ver as duas pessoas mais importantes de sua vida. Era tudo o que ele precisava agora, do perfume doce e enjoativo da garota, e do beijo delicado e delicioso de Jon.

Se arrastou pelos corredores, controlando a exaustão e os gritos internos, sem conseguir esquecer do seu recente descontrole emocional.

Flash insistiam em voltar a sua mente, o torturando.

Se lembrava de ver o garoto do uniforme azul cair prédio a baixo, a capa vermelha esvoaçante, chamando atenção para a queda. Se lembrava dos gritos das pessoas ao assistirem a queda, e o desespero em massa das pessoas que se amontoaram ao redor dos corpos fraquinhos e ensaguentados de Mila e do famoso Superboy.

Se lembrava de correr como nunca, com a quantidade de adrenalina que jamais sentiu antes percorrendo seu corpo, tal como o sangue percorre suas veias. 

Se lembrava do choque de dor que passaou de Jon para ele o paralisando por alguns segundos. Se lembrava da batida frenética de seu coração ao se aproximar do asfalto quebrado, e ensanguentado, e principalmente se lembrava da falta do bater do coração de Jon.

Lembrava da sua visão turva devido as lágrimas de desespero e do grito rouco que deixará sua garganta dolorida, quando fora impedido de se aproximar, pelos braços forte de Cassandra que o agarrara por trás.

De cair de joelhos, assistindo o paramédico fazer a reanimação cardiaca em Jon, apertando o tórax frágil do menino desacordado, e lembrava bem do olhar desesperado dos paramédicos ao não obterem sucesso.

Dos bombeiros afastando todos para longe, enquanto os médicos usavam o desfibrilador em Jon em sua potência máxima.

Lembrava do corpo desacordado de Mila e manchado com o sangue de Jon, sendo colocado sob a maca retrátil no interior de uma ambulância.

Do seu descontrole, de chorar, gritar, e tentar lutar contra Cassandra para correr até a ambulância e dizer: "É o meu namorado que estão levando, por favor me deixem ir junto".

Afastou os pensamentos e as lembranças aflitas, voltando sua mente para a realidade, e quando se deu conta, já estava parado na porta do quarto em que Jonathan estava hospitalizado.

O garoto conversava com os pais, com uma fluidez calma e confortável, bem diferente do que acontecia entre os membros de sua família. Ao nota-lo, Lois eu um sorriso receptivo e se levantou, assim como Clark.

— Damian, como você está? — Ela veio até ele, tocando sua bochecha numa preocupação típica de mãe.

— Eu estou bem Sra Kent. — Respondeu com a voz rouca.

— Nós vamos deixar vocês sozinhos... — Falou Clark, entornando seu braço por Lois e a puxando para fora do quarto.

Jon deu um sorriso meigo e cansado para ele, e sem poder se controlar, Damian se dirigiu com pressa, quase correndo até Jon.

Sentia sua alma implorar pelo mais singelo toque do garoto Kent. O puxou para um abraço de forma delicada, fechando os olhos e puxando o ar com força, para poder sentir o cheirinho doce de Jon impregnar seu nariz.

Agarrou-se ao seu mundo com pavor de perde-lo, e por mundo ele queria dizer que, Jon era seu mundo.

— Damian... — Jon Sussurrou o apertando no abraço com tanta forçar quando o Wayne. Damian soltou o abraço apenas para poder olhar o rostinho de Jon, encarar o azul intenso dos olhos dele e ter certeza, certeza que Jon estava alí.

Pois durante o seu surto ele implorava mentalmente, sem forças para dizer em voz alta, "por favor não morra, por favor não vá, por favor fique comigo", "por favor Jon, eu preciso de você".

— Eu sinto você... — Damian Sussurrou com a voz dolorida, deitando sua cabeça no ombro de Jon, se segurando para não chorar de alívio.

— Eu sinto você Damian... — Jon respondeu, afagando os cabelos nunca tão bagunçados de Damian com os dedos. — Está tudo bem Dami, eu estou bem... Eu estou bem.

— Eu pensei que... — Damian falou voltando a encará-lo.

— Eu sei, mas eu estou bem. Estou bem aqui... — Jon deslizou os polegares pelas bochechas de Damian, segurando seu rosto com ambas as mãos, e depositou um beijo delicado nós lábios partidos do garoto.

Damian deu uma olhada por todo Jon, percebendo que todo sangue e machucados que antes existiam, pareciam ter desaparecidos igual como um mergulho no poço de Lázaro.

— Você está machucado? — Damian suussurrou recebendo um sinal negativo de Jon.

— Meus poderes estão voltando, já deve ter regenerado tudo. 

Damian assentiu, deslizando as mãos pelos ombros e braços de Jon, querendo provar a si mesmo que não era uma miragem, que ele estava alí.

— Eu senti sua falta... — Jon puxando Damian para deitar ao lado dele na cama grande da ala médica. Ficando perto o suficiente um do outro, para acomodar-se entre o braço e o peito de Damian.

— Eu estava aqui o tempo todo.

— Eu sei é que eu tive um sonho estranho...

— Sonho estranho?

— É... — Jon murmurou. — Uma lembrança de quando eu morava em Smallville, e sentia sua falta todos os dias... Ficava noites pensando em te ver...

— E nunca pensou em me mandar uma mensagem? — Damian sussurrou com um pouquinho do bom humor que o restava.

— Eu achei que você não queria me ver, sei lá... Que ficaria bravo comigo, por ter te deixado.

— Eu fiquei.

— Eu sei... — Jon riu. — Como a Mila está?

— Eu ainda não vi ela. — Damian confessou, apertando os olhos ao se lembrar da garota. Jon fez uma expressão confusa para ele.

— Eu estava falando com a Dinah... Pelas últimas duas horas. Ela me 'terapeutizou'. 

— Oh. Mas faz bem mais de duas horas que estamos aqui...

— É eu... Eu surtei e Cassandra me apagou com um calmante, fizeram uns curativos e eu tive que ir para a terapia. 

— Você surtou? — Jon se levantou de cima de Damian, sentando-se na cama para prestar mais atenção no que o garoto dizia. Damian pode sentir a preocupação de Jon.

— Jon, você morreu.

— O que?

— Você literalmente morreu... Tiveram que te reanimar com um desfibrilador, eu pensei que tivesse te perdido...

— Oh.

— É.

Fez silêncio entre eles. Talvez por que Jonathan estava tendo que lidar a com a nova informação de sua praticamente morte, e Damian permaneceu em silêncio, sem coragem de interromper o fluxo de pensamentos do garoto.

— Então eu morri... E voltei... Acho que é mesmo impossível você viver sem mim. — Jon falou com humor, tirando um sorriso fraco de Damian.

— Sou perfeitamente capaz.

— Não é não...

— Sou sim.

— Então por que surtou?

Damian ficou em silêncio, sem forças para argumentar. Assistiu Jon sorrir com a vitória de seu argumento e sem conseguir controlar, o puxou para um beijo.

Não podia explicar o quanto seu coração palpitava em felicidade em poder beijar os lábios doces e macios de Jon novamente, visto que durante sua crise de pânico, pensou que jamais poderia ter esse garoto em seus braços novamente.

Ele não queria mais nada.

Jon era tudo o que ele precisava para viver.

O gosto de Jonathan continuava o mesmo e agradável gostinho doce. Damian cortou o beijo para poder olha-lo nos olhos mais uma vez.

Jon sorriu, grudando suas testas, e passou a perna esquerda sob Damian, se acomodando em seu colo, colou seus peitorais, passando os braços pelo pescoço de Damian, e empurrou seu quadril até não ter mais espaço a ser preenchido.

Damian mergulhou no outro beijo, mais intenso dessa vez, que Jonathan começara. Deixando a si mesmo delirar na sensação da proximidade e intimidade. Desceu suas mãos até a cintura de Jonathan, apertando seus dedos contra a pele macia.

Jonathan parecia ter sido ligado no 220 volts, tocando Damian e rebolando sua cintura de forma frenética, tentando aprofundar cada vez mais a deliciosa sensação de intimidade.

Sentia como se a lembrança de Smallville de suas noites solitária e agitadas desejando Damian, causada nele um desejo inexplicável pelo garoto, motivado pela saudade e pela excitação de tê-lo só para si.

— Jon... — Damian murmurou o interrompendo. O garoto o olhou confuso, percebendo o olhar cansado de Damian cair sobre ele.

— Okay... — Jon assentiu, respeitando a exaustão de Damian. Era comum Jon esquecer que Damian não tinha o mesmo fator de cura que ele, que era um frágil e delicado humano.

— Tá tudo bem? 

— Sim... 

— Você precisa descansar. — Damian sussurrou, assistindo Jon tombar na cama ao lado dele, e se aninhar entre seu braço e peito novamente.

— Você também, então vamos descansar juntos. — Jon falou docemente, deixando um bocejo escapar.

— Eu sinto você Jon.

— Eu sinto você Dami.

✧✧✧✧✧✧

Jon adormeceu rápido como de costume, apesar da claridade do quarto. Damian adimirou o rostinho angelical adormecido por um tempo, poderia ficar horas olhando Jon dormir, sem cansar da vista nunca.

Puxou seu braço onde Jon se acomodava, e delicadamente se afastou, descendo da cama da forma mais silenciosa que podia, assim como o ninja que nasceu para ser.

Andou na ponta dos pés silenciosamente, e lentamente saiu do quarto, passando os olhos uma última vez, no garoto adormecido.

Damian fechou a porta da ala médica, dando início a uma caminhada por entre os corredores da torre Titã. Entres os diversos quartos, avistou pela janela de uma das portas da ala médica, uma garota de cabelos curtos e castanhos, totalmente adormecida. Deixou um pequeno sorriso aliviado escapar.

Voltaria para ver ela mais tarde.

Continuou a andar, desceu o elevador do prédio até o andar dos quartos, onde sabia que ela estaria. Bastou uma breve olhada pelo corredor, até avistar a porta de metal branca, com uma pequena escrita.

Ravena

Damian estendeu a maior para bater a porta, quando o metal tomou uma cor negra, abrindo-se antes mesmo de anunciar sua chegada.

Rachel estava sentada em sua cama, com um livro entre as pernas, lendo de forma serena, nas suas roupas confortáveis de sempre. O moletom roxo e a calça legging preta.

— Entre. — Falou para Damian, que obedeceu.

— Roth, eu preciso de um favor.

— É claro que precisa. — Falou com sarcasmo, fechando o livro que lia e voltando toda sua atenção para Damian.

O garoto passou o olhar pela pedra avermelhada na testa de Rachel, sem deixar de notar um estranho brilho avermelhado piscar para ele. Tornou a concentrar-se no seu objetivo.

— Tem algo que eu preciso que você... — Começou a dizer abaixando para tirar algo por de baixo de sua calça. — Rastreie.

— Rastrear?

— Usando sua magia. — Falou tirando a adaga dourada do coldre que guardava de baixo da calça.

Rachel se aproximou de Damian, com. Feição curiosa, estendendo ambas as mãos para pegar a adaga. Tocou seu material com cautela, analisando cada detalhe, dês das gravuras no metal, até a brilhante pedra verde na ponta.

— Tem um poder de absorção mágico enorme... Acho que nunca vi algo assim. Onde conseguiu? — Falou um tanto assustada.

— É uma herança de família, faz parte de um ritual. Ela tem um par e eu o perdi.

— Perdeu? Damian um objeto poderoso assim não pode ser perdido, se cair nas mãos erradas...

— Eu sei, é por isso que eu preciso que encontre. — Falou quase como se implorasse. Rachel o lançou um olhar decidido, apertando a adaga contra os dedos, como se fosse o objeto mais valioso do mundo.

— Me diga mais sobre esse ritual.



Notas Finais


Confesso que não consegui parar de rir enquanto escrevia a discussão do Jay e do Dick, ficava o tempo todo lembrando do meme "arreia a mão na minha cara, arreia".

Espero que tenham gostado ❤️❤️❤️
Até a próxima ❤️❤️


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