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História Deeper than the Ocean - Capítulo 29 - Sebastião, depósito e "Sério isso?"


Escrita por: shitty_stay

Notas do Autor


salve galerinha não me atrasei hj tô me sentindo adorável

boa leitura vejo vcs lá em baixo!!

Capítulo 32 - Capítulo 29 - Sebastião, depósito e "Sério isso?"


Fanfic / Fanfiction Deeper than the Ocean - Capítulo 29 - Sebastião, depósito e "Sério isso?"

[09/08, sexta-feira à tarde]


Jeongin voltava pra casa devagar, tinha até tomado o caminho mais longo, sua mente estava a todo vapor tentando encaixar tudo nos mínimos detalhes pra convencer sua mãe a deixar Hyunjin ficar em sua casa. Afinal, não tinha como não deixá-la sabendo, era a casa dela, ela ia perceber ou encontrar Hyunjin lá dentro uma hora e isso não ia ser nada bom se ela não soubesse que ele estava ali. Também pensava em como esconderia um tritão não só de sua família, mas também do resto das pessoas, já que pelo que parecia Hyunjin queria ir junto com ele procurar pelos príncipes. Aliás, tinha mais isso pra pedir pra sua mãe, se não conseguissem achar Changbin ou Jisung no final de semana, o que talvez realmente acontecesse porque eles estavam no escuro quanto a onde eles viviam, teria que ir pra faculdade de manhã na ssgunda, ou seja, não ajudaria sua mãe com a clinica de animais marinhos que ela tinha.

Só de pensar nisso tudo, o caminho acabou e ele chegou em frente a sua casa. Não era difícil encontrar sua casa, primeiro porque era só seguir a beira da praia pra encontrá-la. Sua mãe desde muito nova sempre amou o mar e jurou que compraria uma casa que tivesse pelo menos um pedaço de praia particular, para que pudesse olhar pra sua "segunda casa" enquanto estivesse na primeira. Ela e seu pai sempre que podem contam que quando se casaram tiveram que economizar muito pra poder comprar a casa dos sonhos de sua mãe, quando finalmente conseguiram tiveram que economizar muito mais para não passarem fome, afinal, uma terreno com praia particular era caríssimo. 

Outro motivo do porquê era fácil encontrar a sua casa, era que em meio a várias mansões e prédios residências que ficavam na beira da praia, havia a sua casa, uma simples, porém muito bonita, casa de madeira de um único andar, com cercado branco em volta, uma pequena varanda na frente e um gramado muito bem cuidado. Ele parou em frente a casa, sem abrir o cercado ainda, e olhou pra ela por alguns momentos. Ver aquela cor azul bebê pintada na madeira trazia lembranças de dois anos atrás, aonde ele, seus pais e seus dois irmãos pintaram juntos a fachada da casa. Sorriu nostálgico e finalmente abriu o portãozinho da cerca branca, entrando no terreno, fechou o portão e caminhou até abrir a porta, que estava apenas encostada, não trancada. Isso significava que seus pais estavam em casa.

Entrou dentro da casa e tirou os sapatos, colocando suas pantufas, andou um pouco e olhou na sala e eles não estavam lá, passou na frente do quarto de seu irmão quatro anos mais velho, Jeonghoon, e a porta estava aberta, ele provavelmente estava na faculdade, fazia psicologia, estava no último ano já. Passou também na frente do quarto de seu irmão mais novo, Jeongwoo, de 12 anos, e a porta estava aberta, sem ninguém dentro. Quando chegou em seu quarto, Jeongin entrou e soltou a mochila, deixando-a em qualquer lugar do chão, quando estava quase deitando na cama, ouviu risadas vindo dos fundos da casa.

Saiu de seu quarto e foi até a cozinha, indo mais especificamente até as portas francesas que davam acesso à parte dos fundos, abriu-as e instantaneamente a brisa marinha bateu em seu rosto, fazendo com que ele fechasse os olhos e inspirasse fundo. Ele amava aquele cheiro. Olhou adiante e viu três figuras agachadas onde o mar batia, junto a uma caixa branca de plástico da clínica de sua mãe. 

Deixou suas pantufas no deck de madeira pintada de branca e desceu as escadas, sentindo a areia entrar no meio de seus dedos pela segunda vez no dia. Caminhou um pouco e pôde ouvir que sua mãe e seu irmão "conversavam" com o que quer que estivesse dentro da caixa e seu pai apenas sorria pra eles. 

-- O que estão fazendo? - perguntou levemente risonho.

-- Filho! Já chegou? Mal vi a hora passar! - disse doce sua mãe. Ela era uma mulher de cinquenta e poucos anos, mas que parecia não ter passado dos quarenta, tinha cabelos negros lisos que iam até os ombros, mas que agora estavam presos em um rabo de cavalo, os olhos dela eram iguais aos seus, ficavam pequenininhos quando ela sorria, quase fechavam.

-- Oi, filho - disse seu pai, um homem também na casa dos cinquenta, mas com poucas rugas e poucos fios brancos. Ele tinha os cabelos mais claros que os de sua mãe, mas não tanto, era um pouco mais alto também, o mais parecido da família com ele era seu irmão mais velho. Só acenou pequeno pra ele e se virou pro irmão.

-- Hyung! A gente está se despedindo do Sebastião! - disse o mais novo dali, que parecia até uma miniatura sua.

-- Sebastião? - perguntou rindo e olhou dentro da caixa, vendo ali um caranguejo vermelho de tamanho médio e que era muito igual ao do filme da Pequena Sereia - O que ele tinha?

-- Encontramos ele na praia leste com lacres de plástico presos nas duas pernas traseiras e na cabeça - disse sua mãe, olhando pra dentro da caixa e vendo o caranguejo andar de um lado pro outro lá - Minha equipe resgatou ele e agora estamos soltando ele.

-- Mas aqui? Você não costuma trazer pacientes pra soltar aqui em casa - disse Jeongin.

-- É, eu sei, mas as praias estavam muito cheias hoje e eu não queria que ele corresse o risco de acabar machucando alguém ou ser machucado. Além do mais, Jeongwoo me ajudou a cuidar dele nessas duas semanas e se apegou muito a ele, achei justo deixar ele participar - respondeu ela, fazendo um carinho nos fios escuros do filho mais novo - Meu amor, já está na hora de soltá-lo.

-- Mas já? - perguntou o menino de óculos, que estava tendo uma conversa séria com o caranguejo de como se proteger de tubarões. Sua mãe só concordou com a cabeça e ele suspirou, ficou de pé e levantou a caixa consigo, que não era pesada, e foi até o mar. Chegou até a parte em que a água batia em suas canelas e abaixou a caixa até o nível da água, virando com cuidado ela. Imediatamente o caranguejo saiu dela e sumiu indo pras partes mais profundas - Tchau, Sebastião!! 

Ele voltou meio cabisbaixo pra areia, sendo abraçado de lado pelo pai.

-- Vamos, campeão, vou fazer umas panquecas pra você - os olhinhos do mais novo brilharam um pouco e eles viraram pra voltar pra casa. A mulher ali presente estava a ponto de fazer o mesmo, mas foi parada.

-- Mãe, eu posso falar com você? - perguntou o Yang.

-- Claro, o que foi?

-- Tem... Um amigo meu...

-- O Yedam? - era o único que ela conhecia e que não era ali da rua deles.

-- Não, eu conheci ele na faculdade no início do ano, mas por motivos familiares ele teve que ir pra... pra Busan uns dois meses depois. O nome dele é Hwang Hyunjin e ele vai vir pra cidade uns dias, mas ele não tem parentes aqui, aí eu estava pensando...

-- Se ele pode ficar aqui?? - perguntou ela, adivinhando o que o filho iria pedir - Claro que pode, mas vai ter que ser no seu quarto.

-- Certo! Obrigado, mãe! - disse feliz, uma parte já tinha ido, faltava mais uma - E tem mais uma coisa, ele sofreu um acidente enquanto andava de skate lá em Busan e acabou quebrando uma perna e fraturando a outra...

-- Meu Deus! Ele está bem?? - perguntou ela, assustada.

-- Sim, agora está melhor, mas o que ia dizer é que ele vai ter que usar cadeira de rodas por uns meses. Aí, ele me disse que vem pra cá porque tem uns assuntos pendentes na universidade, mas ele tem dificuldade em andar sozinho com a cadeira de rodas. Então eu tenho que ir com ele, mas eu só posso ir de manhã...

-- Hmm, então você quer que eu te libere de manhã por esses dias? - perguntou fazendo cara de pensativa, o mais novo concordou fraco - Ok, se é pra ajudar um amigo que precisa de você, por mim tudo bem - ela disse e logo sentiu os braços do filho a rodearem.

-- Obrigado, obrigado, obrigado!! - disse o mais novo, quase pulando de alegria.

-- Nossa, que euforia! - sua mãe riu e se soltou de seus braços - Está tão ansioso pra passar um tempo com esse amigo? - ela perguntou e viu as bochechas vermelhas do mais novo - Ele é realmente só um amigo? - perguntou sussurrando, na intenção de provocar o maior.

-- Mãe!! Claro que é!! - disse, ainda com as bochechas vermelhas.

-- Ta bom, tá bom, eu não disse nada - levantou as mãos pro alto, em sinal de rendição - Quando ele vem? 

-- Hoje de madrugada, parece que só tinha ônibus disponível pra esse horário. Não precisa esperar ele, podem ir dormir que eu busco ele na rodoviária e a gente volta de ônibus de linha - disse, não querendo chamar muita atenção pra figura do Hwang.

-- Ai, ainda bem, tô morta hoje! - disse ela, virando pra ir pra casa e puxando o filho junto.

-- Mãe, a gente ainda tem aquela piscininha do Jeongwoo guardada né? - perguntou quando estavam subindo no deck.

-- Tem, tá lá no antigo escritório do seu pai. Por quê?

-- Vou precisar dela pra um trabalho da faculdade, ok?

-- Ok, seu irmão nem usa mais ela mesmo, pode pegar - terminaram e os dois entraram, sentindo o cheiro de panquecas que vinha da cozinha.


[10/08, sábado de madrugada]


Já era mais de 23h da noite, seu irmão Jeonghoon já tinha chegado, todos já tinham jantado e foram informados sobre a visita que chegaria de madrugada e agora, em tese, todos estavam dormindo. Exceto Jeongin, óbvio.

Ele já tinha inflado a piscininha e posto do lado de sua cama, ela não era muito grande, caberia Hyunjin dentro e uma parte da cauda dele ficaria pra fora, mas era a única opção que eles tinham, afinal o Yang não tinha banheira. Após esperar uma meia hora que seus pais e irmãos tinham ido pro quarto e provavelmente estavam dormindo, saiu de fininho pelas portas francesas e foi buscar água do mar com um balde. Precisou de pelo menos umas quinze viagens pra encher a piscina, seus braços já estavam até doendo. Quando terminou, foi checar sua mochila, conferiu se as roupas que tinha pego de Jeonghoon e de seu pai estavam lá dentro, afinal as suas não serviriam em Hyunjin, lá dentro estava também uma manta azul clara e uma toalha. Sentou na cama e esperou dar meia noite, quando finalmente a hora chegou, ele saiu do quarto e tentou não fazer muito barulho, indo até a portinha que ficava do lado da porta do banheiro, era o "depósito" deles. Estava mais pra um quartinho da bagunça, mas enfim.

Abriu ela e acendeu a luz, seu nariz começou a coçar pela poeira, mas manteve o objetivo em mente. Passou os olhos pelo cômodo até avistar o que queria atrás de uma caixa. A cadeira de rodas de sua avó.

A matriarca Yang tinha morrido no ano passado, ela já era bem velha, quase noventa anos, e por alguns problemas nas juntas precisava usar cadeira de rodas na maior parte do tempo. A tal cadeira tinha uma espécie de tecido que cobria os dois lados da parte de baixo e também a parte traseira, perto das rodas, ou seja, se Hyunjin colocasse a cauda ali, ninguém a veria. 

Ela estava dobrada atrás da caixa, então teve que ir com cuidado pra poder pegá-la sem fazer barulho. Primeiro tirou a caixa dali, colocando-a em cima de outra caixa na parede do lado, depois puxou devagar a cadeira, estava quase conseguindo tirar ela por completo dali quando sentiu que uma parte estava presa. Puxou uma vez com um pouco mais de força, ela não soltou, tentou mais uma vez e ela ainda não soltou, na terceira vez já estava irritado e puxou com bastante força, o que soltou a cadeira, mas também fez com que a pilha de três caixas que estava do lado caíssem em cima de si.

-- Merda! - praguejou baixinho. As três caixas juntas eram quase do seu tamanho, então acabou que elas ficaram escoradas em seu corpo enquanto que nas duas mãos estava a cadeira. Foi devagar levantando o corpo e tentando empurrar as três caixas de volta, esperando que elas não caíssem, quando conseguiu colocá-las de pé, elas fizeram um barulho levemente alto. Esperou pra ver se alguém tinha acordado, mas aparentemente não, então saiu com a cadeira dobrada mesmo de dentro do cômodo, apagou a luz e fechou a porta, trancando-a como se ninguém tivesse estado ali.

Arrumou a mochila nas costas e saiu pela porta da frente, abrindo a cadeira e vendo como estava empoeirada, passou rapidamente a mão sobre ela, tirando o excesso de pó e foi pra rua, empurrando-a o mais rápido que conseguisse sem parecer suspeito. 

Chegou à parte da praia que sempre encontrava Hyunjin em quinze minutos, já passava um pouco da meia noite e não havia ninguém na areia muito menos no mar. Tirou os sapatos e desceu a cadeira de rodas na areia, empurrou um pouco e viu que se já era difícil empurrar ela sozinha na areia imagina com Hyunjin em cima dela então. 

Ao finalmente chegar às costumeiras pedras, não se passaram nem dez segundos e um barulho de algo batendo na água se fez presente, Hyunjin tinha chegado primeiro. Puxou o celular e acendeu a lanterna, deixou a mochila e a cadeira pra trás e passou pela fenda. 

-- Oi, Jinnie! - disse animado e com um sorriso no rosto, mas assim que conseguiu iluminar a face do mais velho, seu sorriso sumiu aos poucos.

-- Nosso tempo está acabando, Jeongin - ele disse, com uma expressão preocupada e muito séria. O moreno demorou alguns segundos pra processar a frase.

-- O que... Por quê? O que aconteceu?? - perguntou, chegando mais perto do tritão e agachando ao lado dele.

-- O Rei Chan, ele... Está morrendo... - disse com a voz amarga.

-- O quê?! Como assim??? - perguntou o menor, embasbacado.

-- Eu conto-te depois, saiamos daqui logo - disse o loiro, ainda com o humor ruim.

-- Ok... - disse o menor, pensando em como fariam aquilo - Certo, Jinnie, preciso que saia daqui e vá até a praia me encontrar, não tem como você passar pela fenda sozinho e mesmo se eu te carregasse, nós dois juntos também não passamos por lá, então eu vou ter que te encontrar na areia, ok? - o outro só concordou e mergulhou, já Jeongin virou-se e saiu dali, pegou a cadeira de rodas e contornou a pedra, chegando até a parte da praia que não havia pedra nenhuma atrapalhando a visão do oceano. 

Viu um pouco mais longe a cabeça de Hyunjin aparecer na água, olhou pros dois lados e pra trás, ao constatar que não havia ninguém perto, fez sinal pra que o tritão se aproximasse. O loiro começou a nadar até chegar onde sentia a areia com as mãos, a partir daí sentou no chão e foi indo de costas pra longe do mar. Do nada, sentiu as mãos de Jeongin irem pra debaixo de seus braços, em suas axilas, e até se assustou, mas ele só estava ajudando-o a sair da água. Quando a ponta da cauda de Hyunjin deixou de tocar a água, Jeongin puxou-o com mais força e ergueu um pouco o tritão.

-- Meu Deus Jinnie, o que é que você comeu?? - ele disse, com dificuldade pelo esforço.

-- Estás chamando-me de gordo?? - perguntou num tom de ofensa, fazendo até mesmo uma de suas caras dramáticas - Veja bem que eu posso bater em vós!

-- Aí nós dois caímos! - respondeu o moreno, rindo com dificuldade, estavam quase chegando na cadeira de rodas, não tinha levado ela mais pra perto por achar que ela poderia atolar na areia molhada.

-- Valeria a pena - respondeu o tritão, sorrindo fraco mesmo sem o outro ver.

-- Quase lá, quase lá... - quando chegou até a cadeira, não conseguia erguer mais do que aquilo o Hwang, seus braços já estavam cansados - Jinnie! Ajuda aqui! - e o tritão fez, ele estava de costas pro objeto desconhecido por si, mas identificou como um tipo de cadeira, então levou os braços pra trás e apoiou-os nas rodas, fez força e conseguiu facilmente se pôr em sentado na cadeira - Por que eu tenho a impressão que você conseguiria muito bem vir sozinho até aqui? - perguntou o moreno, o Hwang só deu de ombros e sorriu maldoso. Jeongin fez uma cara de ofensa e bateu de leve no ombro do loiro - Você fez de propósito!!

-- Eu??? Que calúnia - disse debochado o mais velho.

O Yang só deu a língua pra ele e olhou pra ele com cara feia, só agora notando um importante detalhe.

-- Jinnie! Pra que trouxe a espada?? - perguntou assustado ao ver a espada dourada presa numa tira de material semelhante a couro na cintura do outro.

-- Precaução - respondeu simples ele, como se não fosse nada demais.

-- Contra o quê? - perguntou, recebendo só um dar de ombros do maior, só suspirou em resposta. Pegou a mochila de trás das costas, abriu-a e pegou a toalha, levou a mão com a toalha pro peito do maior, mas a mão deste o parou.

-- O que estás fazendo?? 

-- Vou secar você, aqui ninguém anda por aí molhado não - disse e soltou seu pulso do aperto do outro, começando a secá-lo. Secou o tronco dele, depois a cauda e subiu pra secar o rosto - Fecha os olhos, Jinnie - disse, de uma forma que não foi proposital, mas que acabou soando bem fofa. 

Secou o rosto do loiro e em seguida foi pro cabelo, secando com cuidado os fios descoloridos, quando terminou e tirou a toalha da cabeça dele, estava com o rosto muito perto do do maior. Inconscientemente ele foi se inclinando pra frente enquanto secava o cabelo do mais velho. 

Eles estavam cara a cara, os olhos azuis claros do loiro analisavam profundamente os olhos castanho escuros do moreno. O Yang levantou a mão e arrumou o cabelo do outro, de forma que não ficasse desarrumado. Depois de colocar uma mecha dos longos fios atrás da orelha do tritão, desceu a mão pra bochecha esquerda dele, fez um carinho ali, sentindo como o rosto dele ainda estava frio.

-- Pronto, sequinho!! - disse e levantou, ficando ereto. Hyunjin piscou forte, saindo do transe em que tinha entrado, o toque quente dos dedos do menor ainda formigavam em sua pele gelada - Agora as roupas!

-- As o quê?? 

-- Roupas, você não pode andar por aí sem nada cobrindo o peito, Jinnie, a não ser que queria ser preso por ataque ao pudor - Jeongin estava procurando a camiseta de seu irmão quando ouviu o tritão soltar baixinho um "Humanos" e bufar logo em seguida, sorriu divertido e puxou a peça de roupa - Aqui, levanta os braços - pediu e o loiro, estranhamente obediente, levantou os braços. Passou a peça pelo corpo do outro e ela coube perfeitamente, como tinha pensado - Certo, agora você vai ter que colocar as luvas.

-- O que é isso? - perguntou genuinamente confuso o maior.

-- Isso daqui! - disse o menor, pegando o par de luvas de couro que seu pai usava quando ainda andava de moto - São pras suas mãos, você tem que esconder suas membranas.

-- Não! Não quero!! - disse e cruzou os braços o tritão, deixando chocado o humano.

-- Jinnie! Você tem que pôr! - falou e viu o bico que se formou nos lábios do maior e riu - Você é um crianção!! 

-- Ora, respeite-me - disse ofendido, mas só escutou a risada baixinha do humano.

-- Anda logo! Aqui, põe - disse e ajudou o outro a colocar as duas luvas - Viu, nem doeu.

-- Isso incomoda - disse enquanto mexia as mãos de um lado pro outro.

-- Certo, agora a parte mais chata: você vai ter que pôr sua cauda aqui de baixo, pelo menos parte dela - disse e apontou pra parte de baixo da cadeira, onde haviam ferros de suporte que segurariam a cauda do Hwang enquanto as rodas esconderiam as laterais.

-- Aqui?? Mas vai doer! 

-- Eu sei, mas só assim pra te levar pro meu mundo, desculpe, Jinnie - o tritão soltou um muxoxo e tentou pôr a cauda ali, mas estava com dificuldades, então Jeongin agachou-se e ajudou o outro, arrumando a ponta da cauda ali dentro da melhor forma possível - Pronto, quando estivermos sozinhos e em um lugar reservado, você pode tirar ela daí um pouco.

-- Certo... - respondeu o Hwang, sentindo-se muito estranho daquele jeito. Viu Jeongin puxar um tecido azul claro de dentro da mochila e depois estender acima de sua cauda, escondendo-a.

-- Prontinho! Um humano normal novinho em folha! - disse o Yang, afastando-se um pouco pra poder ver o outro de forma mais geral, em seguida deu duas voltas entorno dele pra conferir - É, podemos ir agora.

Empurrar aquela cadeira na areia com alguém em cima era realmente difícil, Jeongin sofreu quase o caminho todo, mas quando estavam quase na calçada Hyunjin empurrou as rodas com as duas mãos e subiu sozinho pela rampa que tinha conectando a areia e a calçada. Jeongin ficou bravo e foi reclamando por pelo menos uns dois quarteirões.

-- Ah, é, Jinnie. Você disse que um dos Reis está morrendo? - perguntou inocentemente, mas percebeu que o maior ficou tenso.

-- O Rei Chan... Ele está morrendo de desgosto... - o susto foi tamanho que o Yang parou de empurrar a cadeira.

-- O quê?! Como assim?? - perguntou assustado, e Hyunjin contou pra ele, tudo o que viu e ouviu, além do detalhe da coroação - Então temos que achá-los até... A noite de segunda-feira?? - perguntou, verdadeiramente preocupado.

-- Sim, temos que achá-los e levá-los de preferência antes que Jaehyung seja coroado e com toda certeza antes que o Tio Chan morra - disse sério.

Jeongin sentia um peso enorme sobre os ombros, por mais que não estivesse mais sozinho nessa busca, ainda sentia-se com medo de não conseguir a tempo. Os dois foram calados mais alguns quarteirões, mas assim que o Yang viu sua casa alguns metros a frente lembrou de algo.

-- Jinnie, preciso que preste atenção agora - disse e foi ficar de frente pro loiro, que levantou uma sobrancelha pra si - Eu moro com meus pais e meus dois irmãos, eu disse pra eles que você é um amigo meu que estudou comigo no início desse ano, mas que por motivos familiares teve que se mudar pra Busan.

-- Onde fica essa tal Busan?

-- Não importa. Continuando, falei que você veio pra cá porque tinha assuntos pendentes com a faculdade e que eu ia te acompanhar até lá segunda-feira de manhã, mas isso só caso não encontrarmos os príncipes antes. Também disse que você usa cadeira de rodas porque sofreu um acidente de skate - antes sequer que o maior perguntasse, o menor o interrompeu - Eu te mostro o que é depois. Você entendeu tudo?

-- Certamente - disse o loiro, guardando toda aquela informação.

-- Mais uma coisa: ao invés de "tu", use "você"; ao invés de "vossa", use "sua/seu"; ao invés de "estás", use "está". O resto eu te ensino depois - o tritão só concordou e eles continuaram andando, até chegarem a casa do humano.

Jeongin empurrou a cadeira pela rampa que graças a Deus havia ali e abriu a porta, empurrou a cadeira com o loiro em cima pra dentro da casa e fechou a porta. No escuro mesmo foi empurrando o outro até chegarem a seu quarto, empurrou o outro lá pra dentro, fechou a porta e só então acendeu a luz.

Hyunjin olhou com curiosidade pro cômodo, as paredes brancas, mas cheias de tabelas sobre animais marinhos ou pôsteres de pessoas que ele não sabia identificar; o ventilador no teto também o surpreendeu; a estante com vários livros e enfeites foi motivo de sua curiosidade; a cama de solteiro com uma colcha com tartaruguinhas desenhadas o fez agonizar em fofura por dentro, até que ele pousou seus olhos na piscina minúscula com desenhos de ondinhas e animais marinhos.

-- Sério isso? - perguntou de forma seca.

-- Queria o quê? - respondeu o Yang - Era isso ou você morria de desidratação.

O Hwang ficou encarando a psicininha enquanto o humano pegou algo num móvel e saiu do quarto, esperou uns cinco minutos e Jeongin voltou. Olhou pra trás e encontrou ele com uma roupa diferente (um pijama, mas ele não sabia disso), a blusa era de manga longa e botões e a calça era bem folgada. O que chamou tanto a atenção do loiro? Os peixinhos coloridos desenhados na roupa toda.

-- Depois eu que sou a criança - disse em voz alta, enquanto via o menor trancar a porta.

-- Shiu e entra na piscina, a gente tem que acordar cedo - disse e foi ajudar o outro a entrar na piscininha, acabou que realmente só uma parte da cauda do Hwang ficou pra fora. Jeongin pegou um travesseiro no armário e entregou pro tritão, foi apagar a luz e acendeu a tela do celular pra não tropeçar em nada. Quando estava confortável em baixo das cobertas, disse em alto e bom tom - Boa noite, Jinnie. Sonhe com peixinhos.

-- Boa noite, Jeongin. Até amanhã.


Notas Finais


pois bem vamo lá

amei a família do jeongo galera não sei vcs

passando pra lembrar q eu inventei os nomes, mas ele realmente tem dois irmãos

quem achou q o hyun ia ficar num tanque de golfinhos achou errado k

hyun pobre menino q sofreu um acidente de skate

si o hyun vai ficar numa psicininha de criança kakzjakzja

estamos quase nos 300 favoritos e eu tô boiola como se fosse os primeiros 10 k

vcs devem ter reparado q eu comecei a pôr as datas, né? bom isso é pq esse final de semana em específico vai ser muito cheio pra todos então eu vou ficar indo e voltando no tempo, blz?

ai ai até semana q vem galerinha 😘


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