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História Déficit. Vkook, Taekook. - Capítulo 1


Escrita por: CopinhuYoongi e nebulouszy

Capítulo 1 - Capítulo 1


 Não havia exatamente nada de errado ou incomum naquela manhã. Nem mesmo o aglomerado de alunos ainda entrando na escola, outros esperando o sinal tocar, e outros que gostavam de perambular por aí, sem finalidade. Até mesmo todos com os uniformes feitos para o frio do inverno, o mau humor matinal que é quase indispensável.

 

Se a manhã estava rotineira então automaticamente havia farpas sendo trocadas por Taehyung e Jungkook, nem um dos dois jovens se importando com o que falavam, ou se o pessoal escutaria as falas infantis deles. Não ligavam se pareciam duas crianças que ao menos sabem soletrar direito, ou se atraiam atenção. Só queriam provocar um ao outro, não davam a mínima de como; isso sem motivos aparentes.

Jungkook e um tomate seriam um mesmo ser habitando o mesmo corpo, já que o rapaz estava da mesma cor. Só que de raiva. Arrumava os cabelos rebeldes, estalava a língua no céu da boca, irritado ao extremo, tentando não ouvir as asneiras que saiam da boca de Taehyung. Este não fechava a matraca, parecia papagaio. Sempre caçoando de nada e tudo que o outro fazia, desde que tivesse oportunidade.

E, mais uma vez: sem motivos aparentes.

De saco cheio, Jeon resolveu explodir de vez ao aumentar o som da voz, como se isso aí fosse possível.

— você ama chamar atenção, não é? — perguntava sem de fato querer resposta. — tá gritando igual a uma gazela!

— agora eu que sou o escandaloso daqui, Jungkook? foi você que esbarrou em mim porque quis!

— já ouviu falar em "sem querer"?

— não. isso não existe no meu vocabulário, mas mesmo se tivesse eu não ia acreditar. Você não dá um pingo sem nó, garoto.

Jungkook lhe encarou com desdém, arrumando a própria jaqueta preta, impaciente.

— ótimo, ótimo. Já acabou o showzinho? ou vai querer ir pro próximo espetáculo? não tenho tempo pra perder com você, cara.

— vai, pode ir. — o despachava ao gesticular as mãos. — vai pensar um pouco mais em como fazer pra respeitar as pessoas. Talvez tenha que nascer de novo pra mudar essa cara feia.

— qual é, cara! cê tá achando que tá falando com quem, hein?! tirou a porra do dia pra me atazanar, é?!

Jungkook começou a tagarelar. Falar e falar, gritar e gritar, apontando desde o céu ao inferno, sempre pautando o quão insuportável Taehyung conseguia ser e nem fazia esforço algum. Sempre muito estabanado, pensou Jeon enquanto morria de uma raiva eterna pelo loiro. Ou quase eterna, também não estava nem aí.

Xingamentos não faltavam. Eram tantos inventados que poderiam fazer uma lista de novas palavras. Jungkook estava - literalmente - se esguelando e qualquer pessoa poderia ouvir seu discurso feito com escárnio e uma pitadinha de rancor. Bom, mas não é como se Taehyung estivesse ouvindo essa falação toda.

Avoado, perdido, viajando na maionese, confuso no parquinho, olhando pro nada e pensando nele também; O loiro mantinha sua face em estranhamento, caretas e até mesmo suspiros. O olhar focado na grama, nos próprios tênis pretos. Até que fez a maior pose de desinteressado, colocando ambas mãos na cintura. Vários segundos assim, divagando e divagando, ganhando mais irritação por parte de Jungkook.

— e também eu nem ligo se... Taehyung? — se calou quando percebeu que estava falando com o nada. Resolveu até estalar os dedos pro outro. — Taehyung? Kim Taehyung, me escuta, caralho!

— ahn? ah, o quê? ah... — lesado, coçou a nuca. — o que foi?

— eu estava falando que não ligo se você não tá ligando, tampouco se importando. eu nem sei porque estamos discutindo. cara, só quero ir pra sala e fingir que estudo, não tem porquê de ficarmos tipo gato e rato aqui, não. ei? eu tô falando com você outra vez!

E, mais uma vez, Taehyung não estava lhe escutando. Perdido? Não pouco. Olhando para o céu? Talvez.

Jungkook não quis se segurar, não quis manter a sanidade mental - que ele não tem - em pé. Agarrou o colarinho do outro, tamanha a força que fazia ao empurrar-lhe. Aí sim pareceu que o tirou do mundinho dos sonhos, já que este arregalou os olhos, finalmente se dando conta da situação. É, ferrou.

— mas que droga! — o castanho berrou, apertando mais Taehyung. Aumentando mais seus passos, o que, automaticamente, fazia os do outro vacilarem. — eu falo, falo e falo, e você aí nem ouvindo!

— calma, não precisa partir pra agressão! eu juro que estava escutando e...

— não, não estava! e aí, Kim Taehyung, que dia que você vai começar a reparar em mim e nas minhas palavras, hm? vou ter que te dar um soco?!

— não, espera aí, você não pode fazer iss...

— sério. — riu, pasmo. Até que parou de andar, assim que prensou o loiro contra uma parede, chocando suas costas. — que vontade eu tenho de acabar com essa sua cara, esse jeito seu! Não entendeu meio termo de nada, nem mesmo dos meus xingamentos. se eu pudesse... arh. — suspirou. — você seria um homem morto.

Respirou fundo para não ficar mais vermelho do que já estava, tentando regular seu estado. Afrouxou o aperto no colarinho alheio, fechava os olhos, escorava-se em Taehyung. Puros segundos de tensão e silêncio, mas que foram tomados por outras sensações. Tipo quando Jungkook roçou os lábios contra o queixo de Taehyung, com tamanho peso na consciência se deveria ou não fazer isso.

Taehyung só enfezou o rosto, tentando entender o que acontecia ali.

— Jungkook? mas que droga que cê está fazendo?

— você... não ouviu nada. ouviu?

— se ouvi? ouvi... o quê?

— quer saber?

Lhe soltou, cansado.

— vai se ferrar.

Jungkook saiu, mas deixou um belo de um dedo do meio pro rapaz, que tentava entender o que passava naquela mente perturbada do castanho. Seria bipolar? Só pode! Muda de humor em um instante, isso não é normal. Apesar de Taehyung ter ouvido o que Jeon falou nos últimos segundos, preferiu negar, assim usando — pela primeira vez — o seu problema como desculpa esfarrapada.

 

                          (...)

 

Só deu tempo de comer duas colheres de cereal e um copo de leite, nada mais, antes de sair correndo para outro dia de escola. Apressado, Taehyung tropeçava vezes ou outras nos próprios sapatos; esquecera — novidade — de amarrar os cadarços. Ótimo dia pra cair de boca no chão.

Quando entrou na sala, olhares sobre si pareciam chamas. Mas nada que fosse anormal. Foi se sentar no seu costumeiro lugar, pedindo desculpas ao professor pelo atraso. Depois de tirar os materiais da mochila pôs-se a tentar prestar atenção em casa palavrinha.

Engraçado. Atenção é a última coisa que ele presta — e não é necessariamente sua culpa. Ele só era assim.

Porque, como o de se esperar, ele estava preso num mundo só seu, ou talvez nem tanto. Vidrado em Jungkook, na realidade, estava é confuso pelo ocorrido de ontem, então não media esforços para tentar camuflar seu olhar sobre o rapaz. Também só faltava comê-lo. Mais uma vez vestindo uma jaqueta, Jeon esteve concentrado nas inúmeras fórmulas que o professor escrevia no quadro. Bom, esteve porque depois percebeu que dois olhos caras de pau estavam lhe fitando sem ao menos piscarem.

Fez cara de desgosto ao constatar que era Taehyung.

— que foi? Agora virei espelho pra você não tirar os olhos de mim, é?

O outro não respondeu, só voltou a olhar para o quadro. Por dois segundos, mas voltou; pois nos seguintes, Taehyung encarava o piso liso da sala. Começara a mexer em seus próprios braços, mãos, cabelos. Mordia os lábios, suspirava alto, esquecendo-se que ali tinha mais pessoas.

De uma hora pra outra seu olhar estremeceu, logo chorava em silêncio. Mas que caramba ele está fazendo?, Jeon questionou calado, indo novamente brigar com o garoto curioso. Mas calou a matraca quando viu este chorando em silêncio. A sala toda parou. Os soluços pequenos tomaram-na, logo o professor não era mais o grande espetáculo ali; e, sim, Taehyung, que limpava o choro com o próprio moletom.

— ei, rapaz? — o mais velho se aproximou, tocando-lhe o ombro. Bem preocupado. — o que aconteceu? está passando mal?

— o quê? q-quem?

— você, ué. Está sentindo alguma dor?

A cabeleira dourada olhou em volta, prevendo que era o centro das atenções de todos, sem exceção. Estranho, tinha a sensação de que ainda estava em casa, em seu quartinho, com o travesseiro cheiroso que comprara mês passado. Não que ainda estava na escola.

A vontade era de bater em si próprio por mais uma vez "viajar demais. Limpou o rosto, dando seu melhor sorriso e dizendo que estava tudo bem.

 

                         (...)

 

— eu chorei na sala hoje, Yoongi.

Contou assim que encontrou o mais velho, já se lamuriando. Com o lanche do intervalo em mãos, Taehyung se sentou em um dos banquinhos da pequena praça do lugar, todo jogado. Yoongi repetiu seu ato, tomando um pouco de suco.

— quê? como assim chorou?

— chorar chorado, ué. que pergunta mais besta, dõr.

— ah, não, não começa com as lerdices, Tae!

— desculpa. cê sabe que elas são involuntárias.

Yoongi deixou o suco de lado, constrangido consigo mesmo.

— não, sem problemas. me desculpe você.

— não, me desculpa você primeiro.

— começou... — e riu. — tá, deixa pra lá. Por que chorou?

— vou me mudar, sabe? — mordeu mais do sanduíche, derrubando farelos. — vou pra outro estado, bem longe daqui.

— tá brincando comigo, garoto?!

— quem me dera. os meus pais, eles... Não têm mais paciência pra lidar comigo, Yoongi. dizem que sou muito leso, que a diferença entre mim e uma mesa é zero. Não, melhor! que ela os escuta mais que eu!

— e aí resolveram fazer o quê? —questionou, curioso e confuso.

Engoliu um pouquinho de iorgute antes de responder o mais velho.

— vão me mandar morar com a minha tia. É, isso aí. Eles não me aguentam mais e nem a minha falta de atenção.

— mas não é sua culpa, você tem Déficit,  eles não deveriam fazer isso.

— acham que ligam? . Então, aí eu chorei porque não queria sair daqui, entende? — enquanto falava, fazia desenhos no banquinho, com os dedos.  — deixar você é chato.

Yoongi ponderou, sem de fato abrir a boca. Entretanto, o sorriso que seu amigo dera foi para atrair o seu olhar, escutando-o atento.

— mas se meus pais não me querem, tem quem queira! Tô cheio de tios querendo cuidar de mim, até estão fazendo sorteios. É, devo ter mel nesse meu trem.

— pirralho, sempre brincando na hora errada. aigoo, eu não quero que você vá. — o puxou para o um apertar forte. Nenhum dos dois perceberam que derrubaram o suco no chão.

Desligados da vida, só pode.

— vou no próximo mês. - Taehyung comentara. — então me mime muito nos últimos dias, tá okay?

— e vê se não procura briga com aquele branquelo ali. — se referia a Jungkook. — aliás, o cara tá nos olhando desde que viemos. Será que ele perdeu a vergonha dele aqui?

— mas você é muito idiota, Yoongi. — riu, limpando os farelos de pão em sua camisa. Em um segundo, risonho, no outro, confuso. — Yoongi, será que ele realmente me odeia?

— é possível. Por quê?

— são sem motivos nossas brigas, rixas. Não sei, mas eu não queria ir embora sem entender o que carambas fiz 'praquele garoto ficar de marcação comigo. e nem o porquê de ter praticamente beijado meu queixo ontem.

— MAS O QUÊ? COF!!

O mais velho tossiu, ficando vermelho. Os olhos quase virando bolinhas de tamanha surpresa, o coração querendo dar pulinhos exasperados. E um Taehyung sem entender.

— ele... te... caraca! que garoto maluco!

— pois é, nem entendi. Então andei pensando, quero descobrir o motivo de sermos assim. Não me lembro, será que também tenho amnésia?? — brincou.

Talvez, Yoongi acrescentou.

Enquanto discutiam sobre o pivor da rixa entre o cabelo de sol e o cabelo de chocolate, um par de olhos os olhava, sem desviar. Jungkook bebia sua água todo lento, tentando entender o que se passava a não muitos metros dali, onde os dois amigos falavam alto e inaudível ao mesmo tempo. Não é pra fazer sentido, afinal.

— acorda, Jungkook. — sua amiga lhe cutucou. — para de ficar olhando pra eles assim!

— eu tô olhando pro pátio, não pra eles.

— contra outra, vai. o que tem de interessante ali? só se for o iogurte, mesmo.

— já disse que não tô olhando ninguém, para de repetir isso. o Alien tá ali, então não tem motivo pra ficar-Ele está mesmo comendo outro hambúrguer??

Sua amiga riu, pasma.

— se quer tanto falar com ele, vai lá, ué.

— que conversar o quê! não quero nem chegar perto dele, imagina conversar. só tô terminando minha água, quietinho na minha e....

— olha ele vindo aí.

Jeon arrumou sua postura, encarando firmemente sua garrafinha. Taehyung parou ao seu lado, ainda comendo. Chamou pelo nome do castanho e recebeu apenas um murmúrio de desgosto.

— me diga: como é possível a pessoa ser tão resmungona assim, gente?

— veio mesmo pra brigar?

— não, longe disso. vim dar paz, trégua. — abaixou seu lanche, assim podendo ver Jeon melhor. Sorriu. — e propor um passeio por aí.

— com você? eu? 'at...

— se você não aceitar, jogo seu xbox pela janela e seus sites de sacanagem vou mostrar pra sua mãe. Ela vai amar saber que você não é mais bebê. — a garota falou. Já cansada dos mimimi's e desculpas esfarrapadas que o amigo dava até para o vento.

— eita, Jungkookie. videos de sacanagem? quem diria... bom, vou te esperar amanhã às quatro da tarde, na praça da Lua. Não se atrasa.

— nem vou...

— ah, vai sim. 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


vAi sIm! 1@1! 1! 1@1


do nada pensei em Déficit de atenção

às vezes perco a minha tão fácil, aí, né...

enfim

essa história vai ter quatro capítulos apenas, é bem pequeno, mas fiz com carInHo

que mel

ainda não sei quando postarei, talvez após dois dias, quem sabe


é nois


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