História Minha bandeira é o amor - Nota algo de diferente em mim?

Pov. GABI

  - é Laura ,a mamãe não te contou?- Ela me olhou muito confusa- oh...Ela estava grávida de um menino, e acabou de dar a luz- Ela olhou pra baixo bem triste.

-Ela não me contou nada ...-Falou quase chorando.

-Deve ter sido o papai...A mamãe me falou que o papai proibia ela de manter contato com você. Ele me proibia também, aí eu vim morar aqui .-Falei e ela se afundou num poço de tristeza- Sinto muito Lau...-
-Você não tem culpa nisso Gabriela- Ela suspirou e pôs as mãos sobre a mesa- Foi ele que me privou disso, e eu não entendo, ele tem vários amigos gays mas não aceita a própria filha .-
-deixa eu falar com ela Gabi- Fomos interrompidas pela minha mãe que ainda estava no telefone.
- Ok mãe- Falei e passei pra ela .
-Oi mãe,eu vou colocar pra babi ouvir também- meudeus que apelido velho ela me chamava assim porque minha vó disse que era um apelido único ,e um dia perguntaram meu nome, eu tinha uns três anos, e falei que meu nome era babi, porque eu não sabia falar Gabi, tá ninguém queria saber mesmo, nós já estávamos indo pro carro.
- Sim, eu estou chateada sim - Ela falou com um tom de voz magoado e zangado.

Chegamos no carro e ela levantou os vidros, ligou o ar-condicionado ,respirou fundo e colou pra nós duas ouvirmos.

-Fala mãe- Laura segurou o celular entre nós duas .
-oi filhas, Laura... Sobre o que você falou do seu pai.- A Laura interrompeu ...
-Eu estou totalmente certa, ele me abandonou- Falou triste.
- Você sabe que ele é um cabeção, e que ele está errado, e ele não me deixou contar, eu não sabia que você estava com a Gabriela ,eu ia ligar depois- Dava pra ver a Lau segurando o choro,ela sofreu muito por causa do meu pai.- me perdoa LauLau ?- Esse foi o apelido que minha vó colocou nela, e ela começou a chorar, eu fiquei calada, não queria colocar meu nariz nessa história.
-Mãe...Qual vai ser o nome dele?- Ela falou depois de sussurar um eu te perdoo mamãe.
- eu ainda não coloquei, eu ia te ligar depois pra você escolher o nome...Você sempre foi boa com nomes- A Laura abriu um sorriso de orelha a orelha- lembra do Raimundo Pereira De Magalhães Neto II ?- Esse foi o nome do ursinho de pelúcia que ela tinha, e até hoje tem.
-Lembro sim mãe...Eu tinha um nome em mente, que eu ia colocar no meu filho, e não mãe, eu ainda não tô grávida, afinal, dedos não são férteis- elas sempre tiveram essa intimidade, minha mãe riu-
-Fala logo Laura, qual o nome dele? Ele tá dormindo do meu lado- Lau suspirou e pegou uma lista de nomes completos( nome e sobrenome) dentro do porta-luvas do carro- Não me pergunte- Falou só com lábios.
-Mãe a Lau tem uma lista- Falei e todas rimos.
-Bom mãe, eu tenho mesmo uma lista, mas no topo dela, tem meu nome favorito...Heitor Moura II, o nome que a vovó falou que colocaria se tivesse um Neto homem -( Heitor Moura segundo), esse era o nome do pai da vó- E aí mãe ? O que acha ?-
Silêncio...
- eu acho ótimo filha- Ela falou em meio a um choro de bebê. - Eu vou ter que desligar , o Heitor acordou, beijos.-
-Beijos- falamos em coro e desligou, a Laura ligou o carro e foi dirigindo.
- onde nós vamos ?- Falei colocando o cinto.
-Comprar roupa pro nosso irmão- Falou sorrindo em meio às lágrimas.

...

Eu sei que vocês podem até achar esse assunto besta, mas pra ela é importante ,ela tá totalmente afastada da nossa família, e dói nela, só eu sei quantas vezes ela me ligou chorando falando que queria estar com a nossa família. EU sei o que a Laura sofreu por culpa do meu pai. "Eu prefiro morrer do que ter uma filha como você", "Eu tenho nojo de você" , "Você só me dá desgraça" .Essas foram algumas frases que saíram da boca do nosso próprio pai, mas eu não quero entrar nesse assunto...Eu sempre vou proteger a Laura.

...

Chegamos na casa da Laura com um monte de sacolas, nós íamos viajar e visitar nosso novo irmão, a doida deu essa ideia do nada, e claro, eu vou junto. Já sei que vocês querem saber da Sabrina, ela foi ver a mãe, a mãe dela teve um problema com o pai, ela disse que ele tava bêbado, e aí já viu né ? A gente quase não estava se vendo mesmo, só nas aulas ,que por falar nisso, as provas são na semana que vem, ou seja, vou fazer prova e depois matar aula haha, mas é pra ver meu irmão, não me julguem. Bem, tem alguém me ligando.
- Alô, quem fala?- Falei indo pra sala deitar no sofá, a Marina saiu com uma menina aí ,ela anda saindo muito ultimamente.
- Gabi ? É a Sabrina, eu queria te pedir um favor- Que saudade que eu tava dessa voz (Quem vê acha que a gente namora).
-Pode me pedir o mundo que eu te dou morena- Que foi gente? Eu tô apaixonada :p .
- Queria que tu me passasse os conteúdos que vão cair nas provas, porque não vai dar pra voltar antes, eu tô resolvendo umas coisas aqui...Não dá mais pra minha mãe ficar aqui ...Eu tô muito mal Gabi- E começou a chorar, queria abraça-la, deve ser difícil saber que o próprio pai, bate na sua mãe, ela me contou isso por cima e pediu pra manter segredo (Finge que eu nunca falei sobre isso).
- Eu não consigo imaginar o quão doído deve estar sendo Bina...Eu queria estar aí, e te fazer um café, e aquele pão com ovo que eu sei que tu gosta baby- Ela riu e soluçou.
- Eu queria esse pão com ovo- Falou rindo, é bom escutar a risada dela, é tão gostosa de se ouvir.
- Eu faço quando você vir, e te passo o conteúdo por e-mail tá bom?- ﹰFalei já pegando o caderno pra tirar foto, estava na escrivaninha que fica no escritório/quarto de hóspedes.
- Obrigada amo...Gabriela, você não faz ideia de quanto eu sou grata - impressão minha ou ela ia me chamar de amor ?.
-Tchau Bina, ate semana que vem - Falei e ela desligou.
Tirei as fotos e mandei pro e-mail dela, eu tô tão apegada a ela, nem parece que nós conhecemos a 4 meses, parece que nós conhecemos a décadas, ela me cativou de um jeito diferente, do jeito dela, me enfeitiçou, parei, isso tá muito gay(risos).

Bem, eu queria cortar meu cabelo, já tá batendo no meio das minhas costas, vou cortar na altura do maxilar, mentira, vou cortar na altura do ombro, vamos lá, pegar ônibus né peasoal, ainda não tenho 18 pra ganhar uma moto dos meus pais.

[...]

- Ain ficou lindo- Falei me olhando no espelho do salão, a moça me olhando tipo "Tá, ninguém te perguntou sua baranga velha ".
-Ta mesmo- Falou com um sorriso falso que quando olhei pensei que você uma nota de 3 reais.
Paguei e fui pegar meu querido ônibus ,fui pra parada e peguei o ônibus pra ir pra casa, paguei e me sentei na janela, sentou um homem do meu lado, parecia aquele vocalista no nirvana...Acho que acabei dormindo, porque acordei com ele falando "moça, moça de cabelos loiros e pequenas sardas ", e me cutucando, que abusado, tá a abusada sou eu rs.
-Desculpa moço- Falei me sentando ereta na cadeira, ufa, não tinha passado da parada da minha casa.
- Nao tem problema, qual seu nome?-Falou com um sorriso lindo no rosto.
-Gabriela, e o seu ?-Falei devolvendo o sorriso.
- É Arnaldo, mas pode me chamar de Naldo, porque eu perdi o ar quando te vi dormindo no meu ombro- Ri sem graça, pela cantada de internet e pela cochilada- Mentira, meu nom é Gustavo.- Falou exibindo umas covinhas na bochecha.

Engatamos numa conversa, ele sempre dava um jeito de me elogiar, e eu de me esquivar. Até que ....
-Você pinta o cabelo ou é natural?- Falou tocando meus fios louros.
-É natural, e os olhos também- Falei olhando pra frente.
-Pois são lindos, aliás você é linda- Falou chegando mais perto.
- As meninas costumam adorar meu cabelo -Ele não se assustou,só sorriu, oxe.
-Então você é mesmo lésbica?- ﹰFalou como se tivesse a resposta de uma questão difícil de matemática.
- Sou sim, como você descobriu?- Falei confusa.
- Seu anel de coquinho ,suas esquivadas ,e sua pulseira de arco-íris..- ah é, eu tenho uma.pulseira .-E por que quando você falou sobre relacionamentos você sempre referiu "ela", e você me contou que tava apaixonada por "ela", dã.- Eu contei isso pra ele em 20 minutos de conversa ?.
- E mesmo assim você deu em cima de mim- Falei rindo, até que se aproximou a hora de eu desce, trocamos números e eu fui pra perto da porta traseira, nem o fio e nem aqueles botãozinhos estavam funcionando, ou seja ....
-VAI DESCER SEU MOTORISTAAA. ABRE A PORTA DE TRAAAS- gritei e ouvi gargalhadas, desci e fui pra casa.
...
-QUERIDA CHEGUEI- ﹰFalei entrando em casa e a Marina correu na minha direção.
-Vai deitar na casa do carai- chegou ofegando- você podia ser normal porra.- Falou e voltou pro quarto.
- ué- Falei pra mim mesma .Entrei no quarto dela e fiquei a olhando, ela tava com meu violão.- Nota algo de diferente em mim ?- Falei chegando perto da cama.
- Não- Falou me olhando- perai...Não- revirei os olhos e bufei. Cheguei mais perto e joguei meu pouco cabelo no rosto dela, e tossi.
-tem certeza?- Ela me empurrou e eu comecei a rir, porque ela começou a meio que cuspir.
-Puta que pariu Moura, eu vi que cê cortou o cabelo, eu tava brincando troxona- Falou e voltou a mexer no violão.
-Eai, já aprendeu alguma música?-Falei ao vê-la dedilhar um pouco.
- Eu queria aprender a tocar pais e filhos, mas eu sempre erro alguns acordes.- Falou tentando e falhando.
-Quer que eu ajude ?-Falei e ela fez que sim com a cabeça.
...
Ficamos ensaiando por umas 3 horas seguidas, só paramos quando a Bárbara chegou.
- Que tal uma balada hoje?- ela disse jogada no sofá.
-Bora-eu e a Marina falamos.