-Minha filha virou uma vagabunda- meu pai disse e isso me matou por dentro.
-Bom, é...-Renato começou a falar quebrando o clima tenso, e eu o agradeci mentalmente- Você está com anemia, uma anemia muito forte, recomendo repouso total, é aquelas coisas de gravidez, não pegar peso, não passar stress- ele disse e olhou para o meu pai- Eu vou passar umas vitaminas pra você tomar pra te fortalecer, e a sua alimentação, vai ter que restringir algumas coisas, no caso frituras, e coisas gordurosas, você deve se alimentar de três em três horas, você faz algum exercício físico?!
-Não- respondi.
-Sugiro que comece a fazer, mas nada muito exagerado, faça uma caminhada de meia hora por dia, isso ajuda os músculos na hora do parto. E nada de bebidas alcoólicas, sua gravidez é de risco, pra você e pro bebê, então faça tudo certinho, nos mínimos detalhes pra dar tudo certo, eu vou pegar a receita das vitaminas pra depois vocês irem na farmácia, vou deixar a família á sós, aproveitem porque o horário de visita está acabando, vocês tem...- ele disse e olhou para o relógio- dez minutos!
Renato saiu e fechou a porta.
Jason se aproximou e se sentou do meu lado na cama.
-Eae pequena, como você tá?!
-Tô melhorando Jay- disse.
-E essa coisinha aqui- ele disse passando a mão na minha barriga- Você é menino ou menina, hein coisa linda do tio, aqui quem tá falando é seu tio, seu Titio mais gato- ele disse e eu ri.
-Rafaela, quem é o pai?! Você não pode assumir essa criança sozinha, olha a situação que você colocou nossa família, pra todos você era santa, primeiro vaza fotos sua pelada, e agora você está grávida e nem sabe quem é o pai?! Você não pode esconder essa gravidez pra sempre não, e quando sua barriga começar a crescer?!-minha mãe disse e eu fiquei calada.
Eu não poderia falar que o filho que eu estou esperando é do Justin, do meu irmão.
-Eu e sua mãe não podemos ficar aqui Rafaela, nós temos que voltar pro trabalho- meu pai falou.
-Não me surpreende você falar isso, a vida inteira vocês só pensavam em trabalho, você acha que não dói, não ter a presença de um pai e de uma mãe?! Crescer sempre com uma babá te vigiando, enquanto seus pais estão no trabalho, nem sei por que vocês vieram pra cá, deixaram o maravilhoso trabalho de vocês sozinhos pra vim ver sua filha que quase morreu?! Olha só, milagres acontecem, eu não virei vagabunda porra nenhuma, vocês é que não estiveram presentes comigo, com o Jason e com o Justin, eu sempre fui assim, vocês que não exergaram, pois só tinham olhos para o trabalho!!- disse e Justin e Jason me olharam com os olhos arregalados.
-Quem é você pra falar de dor de não ter os pais presentes, sendo que você mesma vai deixar seu filho crescer seu o pai, cala a sua boca, se nós só tivemos olhos para o trabalho, foi pra dar tudo do bom e do melhor para vocês, eu preferia mil vezes nunca ter tido filhos, assim eu nunca passaria por esse momento vergonhoso que eu estou passando- meu pai falou.
-Pode deixar então, vou fazer sua vontade, a partir de hoje, eu não tenho pai, e você não tem filha, quando você escutar meu nome, faça de conta que não me conhece, Bieber não é meu sobrenome, e pode deixar que quando eu sair dessa porcaria de hospital, na sua casa eu não boto os pés!!
-E você vai pra onde?! Você não tem pra onde ir, aceita que você sempre vai precisar de mim, do meu dinheiro.
-Nem que eu vá pra casa do caralho, mas de você eu não quero nada- disse.
-Então vamos ver se a sua marra dura muito tempo- ele falou e saiu do quarto.
-Minha filha, pense bem, isso pode ser ruim para o bebê, você tem que ficar em casa, pra onde você vai?! Pode contar comigo sempre, viu?! Eu vou conversar com o cabeça dura do seu pai, isso só vai trazer desconforto pra nossa família, e eu quero cuidar do meu netinho, eu quero ver ele crescer, me desculpa se eu não fiz isso com vocês- mamãe disse olhando pra mim e pros meninos- eu amo muito vocês, me desculpa não ser a melhor mãe do mundo, mas eu amo muito vocês- ela disse e nos abraçou.
-Nós também te amamos mãe-Jason disse.
-Eu já estou decidida mãe, eu não vou me humilhar pra ele depois de tudo que eu disse aqui, por mais que eu sinta que é errado, que eu vou quebrar a cara, meu orgulho não deixa- disse.
-Sinto informar, mas o horário de visitas acabou- Renato disse entrando no quarto.
-Tchau meu amor- mamãe disse e beijou minha testa.
-Falou pequena- Jay disse e beijou minha bochecha- tchau coisinha gostosa do tio- ele falou e beijou minha barriga.
Justin sussurrou um tchau e foi embora.
-Eae o que rolou?!- Renato perguntou assim que eles foram embora.
-Briguei com meu pai- disse e ele me olhou de cara feia.
-Parece que você se esqueceu da parte do sem stress- ele falou.
-E isso não foi nada, eu estou sem casa- disse simples.
-Ele te expulsou?!
-Não, eu que não quero viver debaixo do mesmo teto que ele- disse.
-E para onde você vai?!
-Não sei- disse dando de ombros.
-Você é muito louca, sério. Bom, você quiser, pode ir lá pra casa...
-Não Renato, eu não quero incomodar!
-Não será incômodo nenhum- ele falou- Eu moro sozinho, e meu apartamento é bem grande, é bom ter uma companhia em casa!
-Ah, eu não sei- falei.
-Você vai e pronto, você não tem pra onde ir, e como seu médico eu tenho que cuidar de você- ele disse e eu levantei as mãos em sinal de rendição.- E esse neném, já sabe os nomes?!
-Se for menino, vai chamar Enzo, Enzo Gabriel- disse
-E se for menina?!
-Se for menina eu não sei- disse.
-Sabe, eu sempre achei um nome lindo de menina, e se eu tivesse uma filha ela ia chamar esse nome.
-Qual é?!
-Maria Lis- Renato falou.
-Tá aí, gostei, se for menina vai chamar Maria Lis, em sua homenagem, obrigada viu, obrigada mesmo- disse.
- Por nada linda, bom eu tenho que ir, mas amanhã de manhã você tem ultrassom, eu venho te chamar, tchau- ele disse e foi beijar minha bochecha e eu sem querer virei o rosto e os nossos lábios se esbarraram, olhei pra ele morrendo de vergonha, ficamos olhando um para os olhos dos olhos, até que ele quebrou o contato visual e desceu seus olhos para os meus lábios, eu por pura maldade mordi os lábios e ele riu, logo os atacando. Ele pediu passagem e eu cedi, começamos um beijo quente e calmo ao mesmo tempo, sua mãos passeavam pela extensão de minhas costas, enquanto minhas mãos estavam concentradas em sua nunca, dando leves puxões em seu cabelo. Terminamos o beijo com selinhos.
-Desculpa, eu não deveria ter feito isso- Renato falou.
-Tudo bem eu, eu gostei- disse o olhando envergonhada, ele deu um sorriso de lado e saiu do quarto.
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