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História Déjà vu -


Escrita por: Carpe07

Notas do Autor


Boa leitura meus anjos!😘

Capítulo 10 - Fé


Fanfic / Fanfiction Déjà vu - Fé

 ??? On

Cam: Já são oito da manhã, vocês deviam arranjar-se para sair. Vão apanhar muita confusão se se atrasarem. É domingo!

Ismar: Kira, acorda-me a Tara. Ela tem que ir para a mansão e se ela se atrasa ainda corre mal com os pais!...

Kira: Claro.

Dilan: Eu trato da Rosemary.

Ela tinha acabado por adormecer também. Parecia bastante pacífica des tá vez: nada de gritos, suores, pesadelos...

O Dilan chegou perto dela e abanou-a gentilmente.

Dilan: Rosemary!... Rosemary!

Ela começou por abrir um olho e depois o outro muito devagar. Espreguiçou-se abrindo os braços e depois esfregou os olhos.

Rosemary: Ah~, eu adormeci! Isto é melhor que uma manta! - diz ela apontando para as pessoas à sua volta.

O Dilan ri-se.

Dilan: Era só para te avisar que são oito da manhã, coelhinha. Vocês saem daqui a meia hora.

Rosemary: Se calhar é melhor acorda-los...

O Ismar já não está na sala de estar, nem o Cam, nem a Kira. E pouco tempo depois, nem o Dilan.

Então a Tara e a Rosemary começam a falar.

Tara: Rosemary, eu já vou sair - diz bocejando e esfregando o olho direito.

Rosemary: Ok... Eu tenho que arranjar uma forma de sair também.

Tara: Levanta-te simplesmente!

Luca: E eu batia com a minha cabeça no chão.

Rosemary: Desculpa se te acordei, Luca.

Luca: Não me acordaste. Foi a Tara. Quando se levantou.

A Tara tinha-se levantado num salto antes de falar da última vez.

Tara: Desculpa lá ó dorminhoco!

Luca: Sim.... Claro.

Ele senta-se no sofá ao lado dela, de forma a que ela consiga sair. Depois estende as mãos como se estivesse à espera que lhe dessem algo.

Rosemary: Para quê isso?

Diz ela apontando para as mãos estendidas dele.

Luca: Quando te levantares a cabeça do Aruna vai escorregar. Eu seguro-a. É que ele tem um sono pesado ao contrário de mim.

Rosemary: Oh... Está bem.

Então ela levanta-te e, tal como o Luca disse, a cabeça do Aruna escorrega, mas ele apanha-a. No sítio perfeito!

Rosemary: É melhor eu ir-me arranjar. Não quero atrasar o Ismar e a Kira. 

Então ela corre para dentro do quarto da Kira, aonde deixou as suas roupas na noite passada e tranca a porta para se vestir.

Quando saímos de casa já passa das oito e vinte. Agora, à luz do dia, vejo perfeitamente a rua. É estranha: para o meu lado esquerdo há casas e mais casas, para o meu lado direito... floresta.

A floresta consegue ser mais segura que a cidade.

A voz do N...

Bem, depois do acordo que fizemos ontem, tenho que arranjar forma de fazer com que os meus amigos me comecem a dizer mais sobre mim...

De repente tenho uma ideia brilhante: depois da Kira me ter dados as roupas que sobreviveram ao acidente, também me deu outros pertences. Dos quais um pequeno bloco de notas e um estojo azul de canetas, que ficou ligeiramente queimado a um canto.

Daqui em diante, tudo o que eu descobrir, anoto. Assim, no fim, vou ser capaz de ligar tudo, todas as pontas soltas.

Então...


- Eu estava encharcada quando saí do incêndio

- A red line é um sítio importante

- O Luca e a Tara conhecem o N

- O N não quer que o resto dos meus amigos saibam da sua existência.

- O N queria e quer matar a Kira

- O Luca e a Tara são familiares

- O Luca trocou os meus comprimidos

- Não consigo confiar na Doutora Crown

Mais...

Já é uma lista grande de coisas, mais não me levam a lado nenhum. Eu guardo o caderno e a caneta numa pequena bolsa que trouxe à cintura, juntamente com a minha carteira e o meu telemóvel, quando o Ismar e a Kira saem cá para fora. A Tara são disparada a correr até uma limousine mais à frente da rua. O Luca vai atrás dela, mas vai a passo.

Tara: LUCA! DESPACHA-TE! - grita ela pela janela do carro.

Entretanto, o Adrien e o Aruna saem com o Dilan no meio deles e ambos fazem-me sinal para estar em silêncio.

O Cam sai no fim, entregando as chaves à Kira.

Cam: Estás a ver aquela casa branca ali à frente? - aponta ele. - Aquela rodeada de pessoas.

Eu estico-me para ver a tal casa. É ao fundo da rua e é grande, tem imensa gente a rodea-la. Parecem... fãs?!

Cam: Aquela é a casa do Dilan. Sabes, ser uma celebridade local como ele dá algum trabalho. Aqueles são todos fãs dele. Por isso o Adrien e o Aruna vão levá-lo pelo penhasco atrás das casas.

Rosemary: Penhasco? Isso não é perigoso?

Cam: Nah, nós é que lhe chamamentos penhasco. Por trás das casas há um vale antes da estação de comboios. Antes do vale e por trás das casas há um pequena frincha. Chamamos a isso penhasco, porque é alto e é provável que tu morras de susto se olhares para baixo. O vale é bem fundo... De qualquer forma, é a melhor maneira de levá-lo para casa. Esperemos só que o Mitchel esteja lá.

Rosemary: O Mitchel?

Cam: O mordomo. Assim conseguimos distrair os fãs quando saltar-mos pelo portão de trás. Vemo-nos logo nos cinemas.

Rosemary: Claro!

Ismar: Rosemary! Vens?

Rosemary: Huhum!

Eu corro até eles, agora vestida com uma leggings pretas com uns desenhos brancos nos tornozelos e um top amarelo florescente que parece mais uma sweat cortada pela barriga.

A Kira avisou-me ontem que o tempo aqui é estranho:  de manhã está um frio de rachar que parece inverno, de tarde é verão puro e as noites são quentes até à uma da manhã. Depois começa a esfriar. Por causa disso, trouxe por baixo da sweat um top desportivo,assim posso tirar a sweat se tiver calor!

Quando começamos a correr, não consigo evitar acelerar pelos passeios das ruas até ao centro. Sinto-me... livre... Os meus pulmões doem, mas eu não quero saber, as minhas pernas querem ceder, mas eu continuo, o meu cérebro manda-me parar, mas eu não ligou. Esta dor corporal não me diz nada. Só me consigo ficar no ar gelado que inspiro e nos meus bafos quentes se transformam em névoa à minha frente. No bater certo dos meus pés no chão por baixo de mim e em... Fugir. 

Corre. Corre e não olhes para trás. Foge e salva-te e corre! 

Não consigo evitar e paro de correr abruptamente. O sentimento de fugir faz-me sentir bem. Mas parece errado... Tudo parece errado. Fugir de onde?...

Kira: Rosemary! Credo! Estavas mesmo entusiasmada com a corrida! - diz ela super cansada, apoiando-se nos joelhos quando chega perto de mim.

Rosemary: Onde está o Ismar?

Kira: Como assim onde está o Ismar? Ele passou por ti a correr. Está ali!

Eu olho e vejo-o a beber água sentado no braço de um banco.

Kira: Detesto ser a mais lenta de nós os três!

Ismar: Tens que tentar ser mais rápida.

A Kira faz-lhe uma careta mas rapidamente se junta a ele na risota.

Eu tiro a minha garrafa de água e bebo-a. Tudo de uma só vez, não como se o meu corpo precisava: não me sinto cansada de todo. Foi só isto? O Ismar também não parece cansado...

Ismar: E que tal Rosemary? Custou-te muito? É que eu acho que não! No início pensei que teríamos que ir mais devagar porque podias cair a qualquer momento, mas quando começaste a acelerar...

Rosemary: Não me sinto cansada de todo...

Kira: O quê? Foram mais de três quilómetros!

Ismar: Não chega a 3,5k nem de perto!

Kira: Mesmo assim é bastante! Para um central como tu ou uma entrada como eu não precisamos de tanto, Ismar!

Ismar: Sim, mas aqui a nossa libero sagrada precisa. - diz ela dando-me um abraço enquanto se ri.

Rosemary: Central? Entrada?... Libero? Isso são...

Kira: Posições de voleibol. Zona um: quem serve e a passadora. Zona dois: saída. É quem está no ataque à esquerda.

Ismar: Zona três: central. Sou eu. Quem ataca no meio ou passa quando o líbero e a passadora não conseguem. Quem tem o ataque mais pesado. Mais forte.

Kira: Vá! Vê lá se não te babas!

O Ismar revira os olhos com um sorriso na cara.

Kira: Zona quatro: entrada. Ataque do lado direito. Sou eu. Zona seis: defendes o meio do campo e as bolas mais longas. E zona cinco: líbero. A melhor defensora/ recebedora da equipa. Que és tu.

Ismar: Como recebes melhor tens direito a mais espaço no campo, mais prioridade numa bola complicada. E és quem salva bolas complicadas. Para isso tens que correr quase o campo todo. És uma esfregona.

Rosemary: Uma esfregona?

Ismar: Para salvar bolas precisas às vezes de cair ao chão.

Kira: E de mergulhar. Por isso chama-se aos líberos da nossa escola de esfregonas.

Eu rio-me.

Ismar: Arh! A minha água acabou...

Kira: A minha também... E já começa a ficar quente!

Rosemary: Eu também não tenho mais.

Ismar: Deixa-me ver se há qualquer coisa naquela loja de conveniência... Eu já volto.

Kira: Ai! Que cansasso!... Olha Rosemary, não sei se vais ficar zangada comigo com o que estou prestes a dizer-te, mas vou dizer-te na mesma... Quando tu tiveste o acidente, tu eras a capitã da nossa equipa de voleibol. E... como ficaste em coma, a equipa ficou sem capitã por dois dias. Tivemos um jogo, e... Deram-me o teu lugar. Espero que não te importas, porque, não podemos voltar a trocar de capitania.

Rosemary: Porque ficaria eu zangada contigo? Assumiste a liderança quando precisavam de ti, fizeste o mais correto!

Kira: Obrigada.

Ismar: Meninas! Só consegui duas garrafas.

Kira: Mas então-

Ismar: Não faz mal, eu não me importo de não beber.

Rosemary: Mas isso é injusto! Havemos de arranjar uma solução!

Kira: Olha ali! Do outro lado da rua há um bebedouro! Podemos encher uma das garrafas vazias!

Rosemary: Eu vou lá.

Rapidamente, atravessei a passadeira da estrada para o lado esquerdo da rua. Já estava bastante abafado por isso tirei a camisola como estava previsto, e amarrei-a à cintura.

Enquanto enchia a água dois rapazinhos passaram por mim a jogar à bola e foram contra mim. Eu deixei cair a garrafa no chão e ela verteu toda.

Rapazinho 1: Desculpe!

Rosemary: Não faz mal! Vocês estão bem?

Rapazinho 2 : Sim ...mas... A bola?

Rapazinho 1: Está ali! Está ali!

E voltaram a correr. 

Eu ri-me, mas quando fui apanhar a garrafa comecei a ouvir um chiar nos meus ouvidos. A princípio era inofensivo, mas tornou-se violento e ensurdecedor. Juntaram-se umas horríveis dores de cabeça e as minhas mãos começaram a tremer.

Nem sequer consegui encher a garrafa porque voltou a cair no chão esvaziando o que restava de água lá dentro, quando uma imagem me passou pela cabeça.

Uma imagem que eu preferia nunca ver...

Olhei para a estrada e tudo parecia mover-se em câmara lenta: O Ismar a olhar para a Kira, ela a atirar a bola para os rapazinhos enquanto lhes dizia para não irem para o meio da estrada. Exatamente onde ela estava.

Eu comecei a correr quando ela começou a virar-se para trás. O Ismar seguiu-me pouco depois. Correndo na minha direção.

Mas o meu alvo era a Kira.

...

Aconteceu tudo muito rápido.

Ela virou-se, o carro veio. Eu empurrei-a para fora da estrada mas ela tropeçou e bateu com a cabeça na quina de um banco e caiu inconsciente no passeio. 

Eu era a mira do carro.

E ia morrer se o Ismar não se tivesse atirado para cima de mim, fazendo-nos rebolar de volta ao meu lado do passeio.

Só um segundo depois o carro apercebeu-se do que ia aconteceu e virou o carro, fazendo-o travar e, consequentemente, bater contra um poste de luz. Que... infelizmente caiu na estrada e amassou a parte de cima do carro quando o fez.

Eu... eu não sei o que aconteceu.

Estava em choque.

E fechava os meus olhos com força enquanto o meu corpo era rodeado pelo do Ismar, enquanto sentia a sua respiração ofegante no meu pescoço e enquanto os seus braços me prendiam perto dele. 

Ele também parecia em choque. Como se não pudesse libertar-me com medo de que alguma coisa mais acontecesse.

Rosemary: Ismar?... - murmurei.

Ismar: Estás viva. Estou vivo. Estamos todos vivos. Não me faças isto outra vez ou eu juro que te prendo à minha mão com uma fita.

Rosemary: Mas a Kira-

Ismar: Eu sei. - seguiu-me um longo silêncio - Tem um bocado de fé. Ela está bem. Vamos chamar a ambulância, se ainda não o tiverem feito. Anda.

Aquele era outro Ismar: frio, distante, direto, mas embora mais rude, preocupado e protetor.

Aquela pessoa... este é o Ismar de que eu me lembro. Este sim, eu conheço.

A minha mente não me engana nestas coisas...

Então eu tenho fé que ele seja como ele realmente é daqui para a frente. Tenho fé.

N: Mas fé é para as pessoas que não acreditam em si mesmas. Essas pessoas precisam de acreditar nalguma coisa que não elas próprias e chamam a isso de fé. Fé é para as pessoas, não para monstros como tu e eu. Para nós é uma piada. Fé... É impossível sentir-mos tal coisa como isso.

?: Mesmo assim eu sinto.

N: Deves estar estragada então.

?: Ainda bem que tu gostas de coisas estragadas então!

?: Não não gosto. Gosto simplesmente de ti.

Aquela voz... sem ser a do N... eu conheço-a...

Tenho a certeza que sim.





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