História Deku-kun, meu amor eu entrego a você (IzuOcha) - Mais uma missão

Quando duas pessoas que partilham o mesmo sentimento se encontram, fica claro o carinho uma pela outra, porém para essas pessoas isso não fica transparente o suficiente, o medo da rejeição sempre vai ser maior quanto mais sincero o sentimento, muitas pessoas preferem viver na dúvida ao invés de saber se de fato o amor é recíproco.

O tufão sempre é gigante trazendo consigo vários sentimentos e bagunçando a cabeça, sempre temos aquela proteção de “espinhos”, pelas prováveis antigas decepções, esse é nosso mecanismo de defesa natural.

"Eu tenho que me desculpar” - Dizia Ochako sentada ao chão de joelhos junto a Izuku.

“Na verdade eu tinha que ter te avisado, mas preferi chegar de surpresa e bem tarde por sinal” - Midoriya sorria sem jeito.

“Realmente tarde” - Deu uma risada tímida - “Mas realmente não me importo, de qualquer maneira eu fui descuidada ao deixar a porta aberta, eu poderia ter adormecido com ela aberta.

“Isso não seria problema para uma heroína como você” - Midoriya sorria.

“Bem eu ando um pouco cansada então poderia ter adormecido, mas provavelmente eu não iria  adormecer ou sim, bem não sei” -  A garota soava confusa, Izuku observou vários copos de café sujo pela casa.

”Faz quanto tempo exatamente que você não descansa Uraraka? - Questionava a garota que agora se acanhava com um sorriso amarelado.

“Na verdade, faz um tempinho, eu realmente queria pegar esse vilão” 

Eu entendo você, mas se tem uma coisa que eu aprendi é que a gente não consegue raciocinar muito bem quando exaustos por muito tempo.

Izuku se aproximou da menina e encarou suas mãos suaves por alguns segundos, enquanto isso a garota pôde observar de perto as sardas que cobriam aquele rosto arredondado, observou os olhos cor de esmeralda que a fitavam bem de perto.

“Eu não esqueci Uraraka-san, me refiro a… nossa promessa” - O garoto estava desconcertado pela timidez, apenas sorria sem olhar para o rosto da garota ali presente em sua frente.

Ochako arregalou os olhos e corou instantaneamente ao escutar tais palavras, apesar da vergonha ela recobrou a “pose” e arriscou retrucar sendo finalmente um pouco mais assertiva.

“E o que você pretende fazer?” - Nesse momento ele finalmente a encarou nos olhos e se aproximou de forma que a ponta de seus narizes se encostaram.

Agora de frente um para o outro era tão assustador. Ochako tinha a respiração pesada, estava ofegante e deixava transparecer seu nervosismo. Como se descreve o sentimento de estar apaixonado? É confuso igual a sensação que sentimos quando estamos amando alguém.

Às vezes é fácil dizer, às vezes é fácil fazer, mas às vezes é difícil sentir, é confuso sorrir, às vezes você só quer sumir. Os corações palpitavam ferozmente, e o medo de rejeição ainda estava presente, apesar de ser notável o sentimento recíproco.

“Bem… eu queria te dizer…” - Ochako fechou os olhos e sorriu timidamente, Midoriya percebendo o que indiretamente ela queria dizer sobre tal reação, entrelaçou os dedos das mãos junto aos dela e lentamente foi se aproximando, seus lábios finalmente iriam se encontrar novamente depois de todos aqueles anos de espera, mas…

Um som fez Ochako desprender a atenção do garoto, em um susto abriu os olhos e olhou em direção ao som, era o celular do “plantão” tocando, este era utilizado somente em casos de extrema necessidade da agência,  levantou relutantemente e foi até o celular o atendendo. Midoriya recuou meio cabisbaixo se sentando e apenas a observando, pensava que talvez a garota estivesse de certo modo aliviada pelo momento ter sido interrompido.

“Deku-kun!” - Gritou ela para o garoto que tornou o olhar para a garota - “Ta afim de dar uma voltinha?” - Comentou com um sorriso de lado segurando uma de suas manoplas. Deku sorriu ao perceber que ela estava sem jeito, mas tentava disfarçar, talvez o principal no momento seria recuperar a afinidade e o restante fluísse de forma naturalmente.

“Claro!” - Respondeu se levantando.

    Já nas ruas Ochako e Midoriya caminhavam enquanto a garota explicava sobre toda a situação, era bem simples, a agência havia a convocado de maneira urgente os heróis, pois haviam localizado onde supostamente o simpatizante Kyudai Garaki estaria se escondendo, como não sabiam o que poderia os aguardar o ideal era que fosse chamado os heróis já envolvidos na investigação e alguns outros que poderiam ter individualidades úteis para a situação.

    Os dois seguiram caminhando até chegar ao ponto de encontro, lá estavam os heróis: Dynamight, Shoto, Froppy, Ereser Head e alguns outros rostos bem conhecidos pelo garoto.

“Deku?” -  Dynamight explodiu um sorriso ao ver Midoriya enquanto se aproximava - “ Não acredito que voltou e nem pra nos avisar seu merdinha, espero que esteja bem mais…”

“Olá Midoriya, quanto tempo não é mesmo?” - Shoto atropelava as palavras de Bakugou.

“É mesmo, nossa como vocês cresceram, nem parece que já faz quase dois anos que terminamos o colégio, não é mesmo?” - Midoriya respondia Shoto o que deixou Bakugou enfurecido.

“É mesmo, isso é tão legal não é mesmo - Tsuyo acrescentava, Ochako apenas sorria enquanto concordava, nesse momento Bakugou estava mais impaciente.

“Vocês realmente vão me ignorar?!” - Gritava Bakugou fazendo pequenas explosões com as mãos.

“Hehehe” - Midoriya sorriu para Bakugou - “Você realmente não mudou nada não é mesmo?” - Acrescentou ainda sorrindo.

“Você também, continua sendo um fracassado de merda Deku!” - Sorria maldosamente enquanto dava um pequeno soco em forma de cumprimento no ombro de Midoriya.

    Um estrondo fez todos voltarem a atenção para o prédio que estava logo em frente.

-    “O que foi isso?” - Gritou Tsuyo - nesse momento todos já estavam em posição de ataque.

    A qualquer momento alguém poderia sair dali, poderia ser um vilão com uma individualidade desconhecida? Nesse momento todos escutaram uma voz, em não soava estranha, todos tentavam puxar da memória de quem seria aquela voz, afinal não conseguiam ver nada até que Deku sentiu algo bater contra seu peito, parecia uma resistência, logo essa resistência foi para seus braços, mas não conseguia ver absolutamente nada então ficou receoso.

“Me ajudem!” 

“Toru?” - Disse Ochako indo em direção a Deku.

    Aos poucos todos puderam observar uma mulher se revelando nos braços de Deku completamente nua.
    Aizawa ordenou que a equipe médica cuidasse tirando-a dos braços de Midoriya que estava completamente desmontado psicologicamente, apesar de lutar incansavelmente para continuar com sua compostura, seu rosto enrubesceu.

    “Uma garota nua em meus braços!” - pensou consigo, apesar de logo após perceber que se tratava de Toru, a individualidade dela era uma mutação, nem mesmo Aizawa conseguia apagá-la.

“O que está acontecendo aqui?” - Se recompôs, olhando fixamente para o prédio em chamas.

Uma criança gritou por ajuda, e como se não conseguisse controlar seu corpo se movesse sozinho em direção ao grito.

“Deku!” - Gritou Ochako avançando na direção do Garoto, Todoroki conseguiu o congelar no chão, Ochako e Bakugou pularam juntos para a frente de Midoryia, os dois sentiram uma pequena agulhada em seus corpos e caíram no chão de imediato.

Naquele momento Midoryia presenciou a morte de uma criança ao ver a pequena explodir junto com o prédio, este chorou descontroladamente, percebeu seus amigos no chão. Desacordados.

    Alguns dias depois Ochako despertou em um quarto estranho, percebeu logo após que se tratava de um hospital, lembrou-se vagamente do ocorrido então sentou-se rapidamente, sentiu uma mão em seu ombro, era Deku este a acalmava fazendo-a deitar novamente.

    Foi explicado que após o desmaio dos dois, suas individualidades ficaram instáveis, Ochako pela sua zero gravidade não teve problemas muito graves, já Bakugou, este está se mantendo em uma câmara de gelo para evitar sua transpiração em massa por conta da febre, a nitroglicerina que saia de seu corpo estava causando explosões sozinhas, apresentando perigo para si e para os demais, uma quantidade muito grande poderia explodir o hospital junto com os civis facilmente.

“Eu juro que vou encontrar quem fez isso, e vou cortar esse mal pela raiz” - Deku tinha os punhos cerrados e sua expressão era de um ódio puro.

“Deku!” -  A garota puxou a atenção de Izuku para si - “Quer saber o por que de termos pulado?” - Midoriya parecia confuso. - “Bakugou, Shoto e eu sabíamos que algo não estava certo, isso nunca havia acontecido antes, e agora misteriosamente aconteceu no momento que você estava na cidade? Aquilo não poderia ser uma mera coincidência,então todos estávamos em alerta, ninguém quis te dizer nada, então no que a gente viu você pular, percebemos que era uma armadilha, seja lá o que fosse o alvo era você, não podíamos deixar que você fosse pego ou atingido, não sei quanto ao Bakugou, mas eu senti uma pequena agulhada e não me lembro de mais nada, só lembro de sentir meu corpo sendo desligado, como um computador ao arrancar os fios da tomada.”

“Eu era o alvo?” - Deku se afastou da cama. - “Vocês tinham me ter me dito isso antes, se eu sou o alvo de novo, vocês correm perigo”

“Deku, não somos mais crianças, somos heróis, todos os dias que saímos para patrulhar sabemos que estamos colocando nossas vidas em risco. Ser um herói é isso! Se arriscar pela vida do outro. Não haja como se não fizesse o mesmo.” - Deku saiu do quarto correndo com os olhos cheios de lágrimas.

“Como eles puderam fazer isso? Tão de brincadeira? Colocaram a vida de todos em risco atoa. Aquela criança… tsc… vocês realmente são heróis?” - Pensava consigo enquanto caminhava com a cabeça baixa, até sentir alguém trombar em seu ombro.

“Midoriya, sei como se sente, mas se isso te conforta, eles não fizeram isso por você!” - Deku arregalou os olhos - “Eles fizeram isso pela cidade, você viu o que aconteceu com os dois, se fosse você teríamos problemas maiores.” 

“One for all!” - Todoroki assentiu.

Infelizmente as coisas não voltaram a ser normais após o ocorrido, todos seguiram focados na investigação sem pausas para interesses individuais, isso incluia sms, redes sociais. Os dois acertados pareciam ter normalizado suas individualidades. Midoryia havia entendido que todos haviam amadurecido, ele não havia sido o único, mesmo sabendo que suas últimas atitudes seriam as mesmas de um adolescente de 16 anos. Todos envolvidos receberam um sms, os mais novos heróis receberam um pacote com algumas roupas.

Ochako ao ler a mensagem seguiu séria, apenas abriu o pacote que havia recebido mais cedo e assentiu - “Isso vai ser nostálgico”.

 Todoroki revirava os olhos, enquanto vestia a roupa recebida naquela tarde - “Realmente há necessidade disso? - Pensava consigo se olhando no espelho.

“TSC… quem eles acham que eu sou? Um agente secreto? - Bakugou bufava ao tentar manter seus cabelos espetados dentro de uma peruca de cor preta.

Deku terminava de arrumar sua gravata borboleta no espelho de casa - “Essa é nossa chance!”