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História Dela - Capítulo Único


Escrita por: tath

Notas do Autor


Choro demais com bubbline e me vi escrevendo isso, seja lá o que for.

Capítulo 1 - Capítulo Único


 

A garganta de Marceline era brasa viva. Cada batida do coração era uma nova martelada no peito dolorido e ela queria vomitar. Ferida, exausta, perdida, desferia golpes desesperados no saco de pancadas. As articulações queimavam. Estava cega de ódio, raiva, agonia e não podia parar de se mexer, ou enlouqueceria.

Burra. Burra. Burra. Cada soco soava como outro grito violento que castigava corpo e alma. Sua mente era um turbilhão rosa chiclete. Doce. Um tanto amargo. Estava presa a isso, completa e plenamente atada e entregue a um lindo rostinho rosa.

Queria sua lividez, queria seu sorriso, queria seu cheiro.

Essa era a pura e irrevogável verdade e era pedir demais. Tonta, pálida, nauseada, sentiu um frio projétil de medo subir pela garganta e ficar emperrado no meio do caminho. Doía. Ser dela doía. Não como levar um tiro no joelho ou ter a orelha arrancada, era uma dor igualmente intensa, bruta, sufocante, mas que vinha de dentro pra fora, cortando, ferindo, rasgando — esmurrando, sem nojo do seu grito.

Mil anos não te trouxeram maturidade alguma pra lidar com os próprios sentimentos, Marcy.

Um, dois, mais três socos até a dor se tornar insuportável. Ela continuou. A imagem de Bonnibel em sua máscara de princesa continuava a surgir em sua mente cada vez que fechava os olhos. Tão apática, tão indiferente, tão, tão cruel...

"Responsabilidade exige sacrifício", a voz era gelo.

Seu alicerce foi arrancado e seu desespero, silencioso. Uma parte do coração se desintegrou.

E Marcy aceitou. Deu de ombros enquanto o mundo queimava dentro de si. Devia ter gritado, devia ter esperneado como a criança que era, e ao menos devia ter insistido mais um pouquinho. Só mais um pouquinho. 

Covarde.

Fraca, tola, vulnerável, covarde.

O coração parecia estar em todo lugar ao mesmo tempo. No rosto, a raiva dava lugar a algo indecifrável. Vamos fugir, Bonnie, vamos para o fim do mundo. Por favor. Marceline Abadeer se debatia, num conflito interno entre orgulho e uma lógica ébria doce, muito doce.

Responsabilidade exige certos sacrifícios.

E eu ainda quero te ver, Bonnibel.

A amava. Inocente em sua ignorância, amava perdidamente.

A rainha dos vampiros cedeu. A teimosa e impossível rainha dos vampiros, cedeu. Parou de súbito, os dentes cerrados, o coração pulsando e a vida oscilando. Encarou o chão por incontáveis segundos, ofegante. Engoliu o orgulho, os joelhos fraquejaram. Soluçava.

Eu ainda quero muito, muito, muito te ver, Bonnie.

As lágrimas se misturaram ao suor, para então escorrer como um só pelo queixo e se aglomerar no chão. O nó aflito na garganta não sairia nem se gritasse a plenos pulmões.

Era dela.

Não adiantaria se martirizar até as mãos sangrarem.

Não adiantaria chorar até as lágrimas secarem.

Não adiantaria implorar de joelhos.

Vampira ou não, rainha ou não, continuaria sendo dolorosamente dela.


Notas Finais


Wow mega old


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