História Delena - Holding On And Lettin Go - Driving With The Devil.

Damon Salvatore POV.

Já fazia mais de cinco horas que estavamos na estrada,o caminho até New Orleans é longo. Olhei a hora no meu telefone e marcavam 03:18AM,estavamos próximo a um posto de gasolina,vou dar uma parada lá pra abastecer e comprar algumas coisas. Elena estava ao meu lado dormindo profundamente com a cabeça encostada no banco,segurando firmemente seu diário,provavelmente com medo de que eu lê-se o mesmo,e normalmente eu  leria apenas pelo simples fato de irrita-la,mas por alguma razão desconhecido hoje eu não queria fazer isso. Sua expressão era calma e doce,como se estivesse tendo um sonho bom. Um sonho bom...Mal me lembro a última vez que tive um assim,a maioria das vezes são pesadelos. Balancei a cabeça para mandar os pensamentos pra longe e estacionei quando cheguei no posto de gasolina. Encarei Elena novamente,pensei em acorda-la,mas a mesma dormia tão bem que até mesmo eu - Que não tenho coração - Não tive coragem de acorda-la. Saí do carro com cuidado e pedi para que a moça ruiva abastecesse tentando não fazer muito barulho.  Comprei uma água e alguns salgadinhos pra comer no caminho,paguei-os no caixa e depois voltei pro carro. 

- Aqui está. - Entreguei uma nova de trinta dólares para a ruiva que sorriu agradecida. - Pode me dizer se tem alguma pousada ou algo do tipo aqui perto? - Perguntei baixo.

- Siga reto e vire a esquerda na próxima rua. Vai haver uma pequena pousada chamada The crows. - Ela disse e eu sorri de lado.

- Valeu. - Agradeci e segui o caminho que ela me indicara.

Não demorou mais de dez minutos para que encontrasse o local,havia uma grande placa velha com dois corvos em frente. Estacionei em frente e tirei o cinto de segurança.

- Elena! - Chamei-a na tentativa de acorda-la. - Elena! - Toquei seu braço mas a mesma apenas virou-se de lado e continuou a dormir. Revirei os olhos. Desci e dei a volta indo até o lado que ela estava,abri a porta do carro e tirei o diário de sua mão cuidadosamente,guardei-o no carro e peguei-a no colo. Ela continuava dormindo feito um bebê. Travei o carro e entrei com a mesma nos braços. O Local era velho e não parecia ter muita gente por lá,mas não importava,seria só por essa noite. Havia um senhor de mais o menos 60 anos adormecido em uma cadeira caindo aos pedaços. Tirei uma nota de 20 do bolso desajeitadamente por conta das minhas mãos estarem segurando a morena. Pus a nota sobre a mesa e continuei andando até encontrar um quarto vazio,o que não foi difícil já que com o estado daquele lugar era quase impossível que mais alguém estivesse lá. Fechei a porta com o pé e caminhei até a cama de casal que havia ali,pus Elena cuidadosamente nela e logo a mesma se encolheu feito um pássaro no ninho. Havia um pequeno banheiro lá,entrei e fiz minhas necessidades,gostaria de tomar um banho,mas não naquele lugar,acharia um melhor em New Orleans. Abri os botões da minha camiseta e tirei os sapatos,deitei com cuidado na cama e acabei adormecendo antes do que imaginava.

[ ... ]

Eu estava sentado nas colinas admirando o por-do-sol,Stefan estava brincando de rolar nas flores um pouco distante de mim. Ele tem apenas quatro anos e rolar é o seu passa-tempo favorito. Eu gosto do meu irmão,apesar de que ele parece um cachorrinho grudento as vezes. O por-do-sol estava lindo,alguns segundos depois minha mãe se sentou ao meu lado e passou os braços sobre meus ombros,ela usava um vestido de ceda branco e seu cabelo liso e macio cheirava as flores do campo. Seus olhos verdes estavam brilhantes por conta do reflexo da luz do sol. 

- É lindo não é? - Ela perguntou com sua voz doce e eu assenti. 

- Quando eu estou aqui sinto que posso viver pra sempre. - Falei e ela acariciou meus cabelos negros. 

- Eu também,meu anjo! - Ela disse e eu me deitei sobre seu colo,ela continuou passando suas mãos macias pelo meu cabelo. 

- Por que não podemos viver pra sempre? Por que a vida tem que acabar um dia? - Perguntei a encarando.

- É complicado meu amor. Tudo que tem um começo,precisa ter um fim. É assim com uma brincadeira,é assim com uma comida,é assim com o por-do-sol... - Ela encarou o sol que já estava quase sumindo. - E é assim com a vida. 

- Eu te amo mamãe! - Falei segurando sua mão e ela sorriu.

- Eu também te amo,meu anjo! - Ela me abraçou. Seu abraço era o melhor do mundo,era como se eu estivesse protegido de todo o mal do mundo. Mas talvez ela não estivesse protegida...  De repente seus olhos escureceram e seu sorriso desapareceu,olhei para sua barriga e havia sangue manchando todo o seu vestido,olhei pra trás e pude ver meu pai segurando a faca que tirara a vida de minha mãe. Ela caiu sem vida ao meu lado e pude ver ele sorrir ao vê-la perder a cor lentamente,e foi ai que senti todo o brilho dos meus olhos sumirem,cada parte de mim se tornar escuridão,e todo o amor que eu tinha se tornar ódio.

( ... )

Elena Gilbert POV. 

Acordei com a cama se mexendo sem parar,abri os olhos devagar e percebi que não estava no meu quarto,aos poucos fui me lembrando de tudo que aconteceu,do assassinato de Lexi e de Stefan procurando vingança,eu e o Damon e...Damon! olhei pro lado e lá estava o mesmo se mexendo sem parar,ele estava suando e seu rosto tinha uma expressão que não pude decifrar se era de Medo,de tristeza,ou de ódio,talvez uma mistura de tudo. Ele provavelmente estava tendo um pesadelo. Sussurrava coisas do tipo "Eu vou até o inferno pra te fazer pagar" 

- Damon! Damon! - Segurei seus braços e o balancei na tentativa de o acordar. - Damon,acorda! - Chamei-o e ele acordou,o mesmo se sentou na cama um pouco confuso.

- O que aconteceu? - Ele perguntou passando as mãos pelo rosto.

- Nada,acho que você estava tendo um pesadelo. O que estamos fazendo aqui? - Perguntei. Ficando de pé e olhando a hora no meu celular,marcavam Seis e meia da manhã,havia várias ligações perdidas da minha mãe,do meu pai e de Jenna. 

- Dei uma parada pra descansar e você estava praticamente morta no meu carro. - Ele disse levantando e pude notar seu abdômen definido por conta das sua camiseta aberta,Mas que merda Elena! para de olhar! Desviei meu olhar mas acho que o mesmo notou já que ele riu de leve e abotoou sua camiseta. 

- Vamos,temos que continuar,falta pouco pra chegarmos em New Orleans. - Ele calçou seus sapatos e nós saimos daquele quarto. O lugar era velho e empoeirado,não parecia ter muitos hospedes. Quando passamos pela recepção,que na verdade era uma sala vazia com uma mesa,uma cadeira e vários cartões postais pendurados na parede rachada havia um senhor sentado vendo algum jogo na pequena TV em cima da mesa.

- Já pode andar com seus próprios pés mocinha? - Ele perguntou sorrindo pra mim e eu fiz uma cara confusa.

- Achei que estivesse dormindo. - Damon disse encarando o senhor.

- E estava,mas eu vejo tudo meu caro. Obrigado por ter pago,Espero que a noite tenha sido boa. - Ele sorriu maliciosa pra mim e pra Damon.

- Vem,vamos sair logo daqui. - Damon disse me puxando e eu continuei achando aquele velho muito estranho. Entramos no carro e colocamos os cintos de segurança.

- Por acaso ele acha que nós... - Olhei pra Damon com uma cara meio confusa e ele riu.

- Relaxa,aquele velho é estranho. - Ele deu partida no carro.

- Não,Damon,você é estranho,ele é louco. - Falei notando que meu diário estava dentro do carro e não parecia ter sido mexido.

- Tanto faz. - Ele falou e saiu dirigindo feito um louco. Ele dirigia tão rápido que o vento só não me levava por conta do cinto de segurança.

- Wow! - Falei. - Você está tentando nos matar? - Perguntei pra ele que sorriu torto.

- Você está dirigindo com o diabo,Elena. Como queria que fosse? Devagar? - Revirei os olhos.

- Idiota! - Resmunguei e ele revirou os olhos. 

[ ... ]

- Bem-vinda a New Orleans! - Ele disse quando passamos pela placa que dizia a mesma coisa. 

- Como sabe que ele está aqui? - Perguntei.

- Stefan não é bom em esconder seus rastros. - Ele disse. - Está com fome? - Ele perguntou.

- Um pouco. - Menti,eu estava morrendo de fome.

- Toma. Comprei enquanto dormia. - Ele me entregou uma sacola com água e salgadinhos.

- Obrigada! - Agradeci e abri o pacote de salgadinhos e comecei a comer. Estavam maravilhosos.

- Elena. - Ele me chamou e eu o encarei. - Poderia me dar um pouco de água? - Fiz que sim com a cabeça e abri a garrafa de água,levei-a até sua boca e virei levemente para que o mesmo bebe-se. Depois retirei a garrafa de sua boca e fechei-a. Continuei a comer meus salgadinhos e o resto do caminho foi silencioso,não trocamos nenhuma palavra.

Menos de uma hora depois Damon estacionou em frente a um lugar que parecia ser um bar. 

- Vem,vamos achar o Stefan. - Ele disse e eu o segui. Entramos e o lugar era bonito,não era muito arrumado nem nada,mas parecia ser confortável. Damon caminhou até o homem moreno e de bigode que se encontrava rodeado de mulher.

- Vincent Griffith! - Ele disse e o homem o encarou.

- Damon Salvatore! - Ele respondeu. fiquei imaginando se se conheciam. - A que devo a honra? - Ele perguntou pra Damon que se apoiou no balcão. Fiquei ao lado dele.

- Meu irmão veio pra cá,preciso acha-lo. - Damon foi direto.

- Ah,claro! Só um minuto. - O tal Vincent me olhou de cima a baixo e depois saiu acompanhado das mulheres que estavam com ele,

- Quem é ele? - Perguntei pra Damon.

- Um magnata da cidade. Ele sabe onde todas as pessoas estão. Não o questione. - Ele disse e eu assenti. Logo depois ele voltou.

- Aqui está. - Entregou um papel pra Damon.

- Valeu,fico te devendo essa. - Damon falou.

- Aparece por aqui qualquer dia,podemos fazer uma festa. - Ele disse e Damon assentiu.

Saimos e voltamos pro carro. 

- Ele está muito longe? - Perguntei.

- A poucos quarteirões,está tentando encontrar o assassino. Por alguma razão ele acha que está aqui em New Orleans. - Pronta? - Ele perguntou quando pus o cinto.

- Ah,não Damon, de novo não. - Supliquei mas ele me ignorou e voltou a dirigir feito um louco. Espero mesmo voltar pra casa viva.

( ... )