[...] E eu espero que dessa vez aconteça do mesmo jeito. [...]
Anna
Eu ainda não conseguia parar de pensar na proposta que Gabe fez. Ir morar com ele? Será que era uma boa ideia? Eu sei que ele nunca morou com nenhuma mulher, exceto a mãe, e que seu apartamento é considerado um lugar inalcançável para as outras, mas eu sou diferente, pelo menos é o que ele diz e todas as outras pessoas que o conhecem também. Então por que me sinto tão insegura? Eu amo o Gabe, não tenho a menor dúvida sobre isso, eu adoraria me mudar para o seu apartamento, acordar todos os dias ao seu lado e irmos juntos para o trabalho, mas aceitando essa proposta logo mais implicaria em assumir um compromisso mais sério. Casamento. Será que Gabe pensava sobre isso? Ou eu era a única a fantasiar com essa união? Provavelmente. Eu queria ficar com Gabe, mas tinha certeza que nunca havia pensado em nada disso, me pedir em namoro já foi um grande passo, e agora pedir para morar junto é quase uma escalada na montanha, casamento seria à volta ao mundo. Esqueça Anna, isso não vai acontecer, aceite o que Gabe está te oferecendo, já é bastante coisa. E se eu concordar em morar em seu apartamento já seria como um casamento, certo? União estável, é bastante comum, só não possui alianças, vestido de noiva, igreja, família e muito menos pai levando ate o altar. Arg! Eu preciso parar de pensar nisso. Eu andava pelas ruas não tão movimentadas querendo tomar um pouco de ar, a aula de balé hoje foi tranquila, e eu queria caminhar um pouco, Gabe insistiu em ir me buscar, mas consegui convence- Lo a não ir, eu sabia que ele estava cansado e precisava dormir. Eu suspirei alto, e de repente senti algo tocando as minhas costas:
- Fica quieta ou eu atiro
Tapei a boca quando percebi que o que estava me tocando era o cano de uma arma, e um ladrão a portava. Ele segurou com força o meu braço e me empurrou para o beco:
- Vai, me passa tudo o que você tem aí madame
- Sério que ate aqui ninguém pode andar tranquilo?
- Do que você ta falando? Vai passa antes que eu atire
Eu sabia como me defender, e com certeza não ia ser assaltada sem resistir. Fingi que estava tirando a bolsa, mas a soltei e com um movimento rápido eu girei e prendi sua mão com a arma entre meu braço e minha costela, antes que fizesse qualquer movimento eu acertei um soco em sua garganta. A arma caiu e ele cambaleou para trás com falta de ar. Eu peguei o revolver e notei que não era pesada como as outras, e o número da série estava riscado:
- Sério? É de brinquedo. Eu não sei se me sinto aliviada ou ofendida
- Arg! Desgraçada – Ele cuspiu e se lançou em minha direção. Eu joguei para cima a arma, o cano caiu direto na minha mão, eu segurei com força e quando ele se aproximou me afastei acertando uma coronhada na sua cabeça. O bandido caiu desacordado, e provavelmente vai acordar com um belo galo na cabeça.
- Pelo menos serviu para alguma coisa – Joguei o brinquedo entre as caixas de papelão. De repente escutei um som, eu parei para tentar escutar outra vez, e agora consegui ouvir mais claro, era um miado, e parecia ser filhote. O som estava abafado, ou seja, devia estar debaixo de algumas dessas caixas. Eu tratei de procurar, e quanto mais mexia mais ele miava. Uma caixa virada se mexeu e eu a levantei. Ali tinha a coisa mais fofa que já vi, era um gatinho branco, ou melhor, sujo, e ainda não sabia andar muito bem – Oh! Meu Deus, quem seria capaz de abandonar algo tão indefeso como você? – Eu tirei um lenço da bolsa e enrolei o gatinho, o peguei decidida a levar para casa.
Enquanto eu o segurava parou de miar, estava sujo, molhado e tremendo de frio, tadinho. Eu entrei no apartamento larguei a bolsa e fui direto para a cozinha, o deixei sobre a mesa e fui atrás de uma tigela pequena e leite:
- Anna? É você?
- Sim, estou na cozinha
- Como foi à aula?
- Boa – Coloquei o leite na tigela e levei para o filhotinho.
- O que é isso?
- Um gatinho, eu o achei no beco, estava abandonado, foi deixado lá para morrer
- Tadinho
- Eu não tinha coragem de deixa- Lo lá – O desenrolei e com calma o incentivei a tomar o leite, e ele estava faminto.
- Vai ficar com ele?
- O que você acha? É sempre bom ter um animal de estimação, e eu sempre quis um.
- Verdade. Nossos pais nunca aceitaram porque já éramos muitos em casa.
- Mas agora somos só nós duas
- Eu acho que vai ser bom mesmo ter um mascote – Sorri vendo- o quase terminar o leite. Coloquei mais um pouco.
- Precisamos decidir o nome e leva- lo ao veterinário
- Sim, vou decidir amanhã. Está tarde e muito frio para dar banho nele agora.
- Eu vou pegar uma toalha de rosto velha, assim pode usar para fazer uma cama
- Acho que ainda tenho uma caixa de sapato lá no quarto
Sophia se agaixou para olha- lo por baixo e começou a rir:
- Acho que temos uma terceira moradora
- É uma fêmea?
- Sim Há! Há!
- Que conveniente, hein? – Nós duas rimos. Eu peguei um pano úmido e limpei seu rosto – Ela tem olhos azuis, que lindos.
Eu e Sophia jantamos, sempre de olho na gatinha que dormia enrolada no lenço. Depois do jantar eu fui para o meu quarto, abri o guarda roupa, tirei a caixa vazia de sapato, forrei com a toalha e a coloquei a gatinha lá dentro toda embrulhada, então fui tomar banho para dormir.
De manhã antes de irmos para a Lencastre, eu e Sophi fomos primeiro ao veterinário e deixamos a gatinha lá para tomar todas as vacinas necessárias e darem um bom banho nela, pedi para que fosse tratada igual a uma princesa, limpasse tudo para que não restasse nenhum vestígio de que ficou nas ruas, mesmo que por pouco tempo, prometi que voltaria para pega- La ao meio dia.
Quando chegamos eu notei a empolgação de Sophi para ir para sua mesa, e eu já sabia o que era, Caleb Alonzo, parece que os dois se deram bem. Eu estava ansiosa para saber como isso ia acabar. Guardei minha bolsa na gaveta e olhei para a gaveta vazia do Stuart, como sempre atrasado. Olhei para a porta fechada do escritório de Gabe e já sabia que havia chegado, Jane me informou. Levantei e fui andando ate lá. Dei duas batidas e entrei, mas a cena que vi fez meu sangue ferver. Amanda estava apoiada em Gabe, e esse parecia segura- La para não cair, estavam próximos demais. Gabe me olhou com cara de culpa e eu detestei, pois insinuava que tinha alguma culpa, já a loira de farmácia não ficou tão constrangida, não conseguiu nem fingir muito, ela se recompôs e ajeitou a blusa:
- Desculpe, acho que interrompi algo. Eu volto depois
- Não, espera Anna... – Fechei a porta antes que dissesse mais alguma coisa. Arg! Que belo jeito de começar a manhã. Eu fui para a sala de descanso pegar o maior copo de café.
- Bom dia Anna – Eu me virei e Dylan me cumprimentou com um gentil sorriso. Eu gostava dele, era um bom amigo e tinha uma ótima conversa.
- Bom dia Dylan, tudo bem?
- Sim, tirando os problemas pessoais, está tudo bem
- Nem me fale, isso eu tenho demais – A máquina começou a cuspir meu café, ou melhor, estava apenas respingando, parecia entupida – Ah! Qual é, vamos, faça seu trabalho – Eu dei um chute nela e a infeliz voltou a funcionar.
- Caramba. Você parece nervosa, aconteceu alguma coisa?
- Sim, mas não se preocupe com isso
- Hmm! Será que não é por causa da loira gostosona que está na sala do Gabe?
Eu olhei para ele e fiz cara feia para o seu desnecessário comentário elogiando a vaca da Amanda. Mas algo chamou minha atenção:
- Faz tempo que ela chegou?
- Um pouquinho. Nós chegamos juntos, tem mais ou menos meia hora.
- Que ótimo. Por que eu tinha que ter dormido em casa ontem? – Murmurei com raiva. Peguei meu café e comecei a soprar para esfriar.
- O que disse?
- Nada, estava apenas pensando alto.
- Desculpa, acho que te aborreci falando sobre a loira
- Não, tudo bem, eu vi os dois juntos, não me aborreceria mais do que já estou.
- Sinto muito, não queria...
- Você não tem culpa de nada Dylan – Coloquei a mão sobre seu ombro e sorri. Ele era tão bonito com aquela aparência nerd, os óculos quadrados que viviam caindo e o rostinho de bebê.
- O que você vai fazer no almoço? Se quiser podemos ir almoçar juntos.
- Hmm! Eu vou pegar minha gatinha no veterinário, desculpe.
- Eu posso ir junto, isso se não tiver problema.
- Ah! Não, nenhum. Se não se importar em andar de metrô.
- Que nada. Eu tenho carro, eu te levo ate lá.
- Jura? Eu não quero incomodar.
- Não é incomodo nenhum, eu gosto da sua companhia.
- Também gosto da sua – Sorri com sinceridade.
- Então eu te espero na hora do almoço.
- Tudo bem, e obrigada.
- Não tem de que. Eu já vou indo, tenho muito trabalho a fazer. Bom trabalho.
- Bom trabalho para você também – Acenei e o vi sair da sala. Bebi o resto do meu café e fiquei me perguntando se a nojenta da Amanda havia ido embora. Aquela mulher acaba com a minha paciência, eu não queria ficar lá para ver a cena de constrangimento dos dois, pois sabia que depois que fosse embora eu ficaria com a cara emburrada, e com certeza seria grossa com Gabe. Por isso, preferi me afastar, mais tarde eu falo com ele, ou sei lá. Agora estava de cabeça quente.
Por sorte não vi Gabe a manhã inteira, mas Stuart me avisou que ele havia ido atrás de mim e parecia aflito. Que bom, eu queria que ele ficasse enlouquecido pensando que estava furiosa, assim ele aprenderia a manter sua amantes bem longe.
Na hora do almoço Dylan me mandou uma mensagem avisando que estava na garagem me esperando. Quando entrei no elevador meu telefone começou a tocar, eu peguei e se tratava de Gabe, devolvi para a bolsa e deixei tocar, vou deixa- Lo um pouco mais paranoico. Na garagem do subsolo eu me encontrei com Dylan e seu sorriso de menino sexy me deixou corada. Ainda que a clínica veterinária não era muito longe, não queria me aproveitar de sua bondade e acabar cruzando a cidade.
Quando peguei minha gatinha, o veterinário disse que ela estava muito bem, tomou as vacinas, comeu, tomou banho, cuidaram de suas unhas e estava pronta para ir para casa:
- Nem parece aquela gatinha assustada que encontrei ontem no beco
- Ela teve sorte de achar uma dona de bom coração – O veterinário sorriu e fez carinho na gatinha enrolada na manta em meus braços. Ele era jovem e bonito, cabelos loiros claros, olhos castanhos, alto e parecia ser bonito de corpo, mas não me atentei muito a isso.
- O doutor ficou bastante emocionado com a história da sua gatinha, ate veio pessoalmente explicar todos os procedimentos a que foi submetida – A recepcionista respondeu e nós dois olhamos para ela. Ela era mais velha, quase podia dizer que era a mãe dele.
- Ah! É muito gentil, e é um grande prazer ver alguém tão apaixonado por sua profissão, principalmente por uma que é dedicada ao bem estar dos animais. – Eu olhei para o doutor e ele sorriu em resposta, e pude ver um brilho diferente quando me olhou. – Eu já vou indo, preciso deixa- La em casa e voltar para o trabalho.
- Você quer ajuda para carregar tudo isso para o carro? Ou vai esperar seu namorado voltar para te ajudar? – Ele me perguntou, eu comprei uma cama, coleira, brinquedos, shampoo, perfume, uma caixa de areia, e a própria areia. Dylan teve de sair para atender uma ligação.
- Dylan não é meu namorado, ele é apenas um amigo que veio me ajudar, mas sim, eu aceito a ajuda – O rosto dele pareceu se iluminar quando disse que meu amigo não era meu namorado. Mal ele sabe que tenho um e que não estou disposta a dispensa- Lo. Eu olhei seu crachá, Steven Gordon, pelo menos agora sabia seu nome. Ele pegou todas as minhas sacolas sem deixar nenhuma para mim e fomos para fora. Eu abri a porta e ele as colocou no banco de trás do carro. – Obrigada de novo Dr. Steven.
- Foi um prazer cuidar dela, mas não se esqueça de traze- La daqui a um mês para tomar a outra vacina.
- Pode deixar – Sorri. De repente Dylan voltou.
- Desculpa, era uma ligação importante. Pronta para ir?
- Sim – Me virei para Steven – Nós já vamos. Obrigada por tudo, até mês que vem. – Nós, brasileiros, tínhamos o hábito de abraçar como forma de agradecimento ate mesmo os desconhecidos, mas aqui era diferente, eu ofereci apenas um aperto de mão. Então dei a volta e entrei no carro com a minha gatinha no colo. Dylan deu a partida e fomos embora rumo a minha casa.
- Ela é muito bonitinha. Já tem nome?
- Não, eu não pensei em nada.
- Eu tenho uma priminha que é viciada em desenho, um dia nós dois assistimos aquele filme da Disney, aristogatas, ela parece bastante com aquela gatinha.
- A Marie?
- Isso
- Hmmm – Eu ergui minha gatinha para olha- La – Marie, é um nome muito bonito, e você se parece com ela. Eu gostei, pronto esse vai ser seu nome, Marie.
- Prazer em conhecer você Marie – Dylan sorriu fazendo carinho nela.
Ao chegar ao meu apartamento ele preferiu me esperar no carro, não tínhamos muito tempo sobrando, então subi com as sacolas, deixei Marie em sua cama perto da minha, deixei um potinho com água perto, junto de seus novos brinquedos, quando notei que tudo estava em ordem eu desci. No caminho nós paramos em um fastfood, compramos um hambúrguer, paramos perto de um parque e comemos dentro do carro mesmo. Meu celular tocou novamente:
- Não vai atender? Tocou varias vezes, pode ser importante
- Eu sei o que é, não se preocupe, eu posso resolver mais tarde – Mordi meu hambúrguer – Obrigada por ter me acompanhado, você foi muito gentil.
- Que isso. Gosto de passar um tempo com você – Eu virei meu rosto para ele e o encontrei me encarando com um lindo sorrisinho. Cada vez que eu olhava para Dylan eu o achava mais bonito, se eu não estivesse namorando talvez pudesse me apaixonar fácil por ele, mas essa hipótese não existe, apesar da raiva que Gabe me fez passar logo cedo, ainda o amo intensamente, isso não vai mudar. Os olhos do meu amigo estavam brilhando, e quase podia jurar que iria me beijar, e eu quase podia jurar que queria isso. Me virei e tratei de encher minha boca com o hambúrguer, assim ficaria ocupada comendo e livre de qualquer tentação.
Tão logo terminamos de comer e voltamos para a Empresa Lencastre. Eu sabia que Gabe estaria com pouca coisa para resolver agora a tarde, e seria o melhor momento para esclarecermos algumas coisas. Eu me despedi de Dylan quando cheguei ao meu andar, o dele ficava mais acima. Eu mal cheguei a minha cadeira e Stuart me puxou para perto como se quisesse contar um segredo:
- Onde você tava mulher?
- Fui pegar minha gatinha no veterinário e depois almoçar
- Muito obrigado pela demora. Eu tive que aguentar a presença do Gabe aqui de cinco em cinco minutos, ele já estava me dando nos nervos de tanto perguntar por você.
- Sério?
- Ele está uma pilha. O que você fez?
- Nada, ele que fez besteira
- Oh! Agora entendi. Ele estava rosnando aqui, dizendo que você não atendia o telefone, queria deixa- lo esperando.
- E é verdade
- Bom você conseguiu, Gabe não para quieto, daqui a pouco ele vai aparecer aqui de novo atrás de você, e sinceramente, resolva logo seu problema, pois ninguém vai aturar o mau humor desse cara. Ele vai nos encher de trabalho.
- Você devia era se preocupar com o meu mau humor
- Por que acha que eu disse para se resolverem? Você também é terrível com raiva.
- Há! Há! Ok! Eu vou lá falar com o pitbull – Levantei da cadeira, ajeitei minha saia e segui para o escritório dele. Desta vez eu não bati, se alguma piranha estivesse lá dentro, ela ia sair só caveira. Eu entrei e me escorei na porta, Gabe se assustou com a súbita invasão, e ao ver que se tratava de mim ele levantou rapidamente e deu a volta na mesa. Eu ergui a mão impedindo que se aproximasse – Se quiser falar, fale dessa distancia.
- Anna... Aquilo que você viu não era nada do que estava pensando – Ele parou de falar esperando escutar algum protesto ou uma expressão de desacreditada, mas eu simplesmente continuei calada e ouvindo, homens sempre dizem que as mulheres não escutam ate o final antes de começar a brigar, por isso deixei que me explicasse tudo, só então eu falaria. Vendo que continuei sem responder, ele prosseguiu – Ela estava saindo, mas acabou tropeçando e como eu estava perto a segurei, foi nesse momento que você chegou, eu juro que foi só isso – Ele tornou a se aproximar e eu gesticulei para continuar em seu lugar.
- O que ela estava fazendo aqui?
- Veio a trabalho, a agência onde ela trabalha tem contratos com a Empresa, estávamos fechando um acordo.
- Muito conveniente justamente ela vir para conversar com você
- Era apenas trabalho
- E por que você estava do lado dela quando supostamente tropeçou?
- Porque ela estava de saída e eu a iria levar ate a porta, como faço com qualquer pessoa que vem aqui.
- Hmmm!
- Anna eu estou falando a verdade, não aconteceu nada, foi apenas um mau momento
- Para mim, para você talvez, mas para a Amanda com certeza não foi tão mau assim.
- Eu não ligo para isso
- Mas eu sim. Ligo para o fato de que Amanda está sempre dando um jeito de ficar perto de você e isso me aborrece.
- Eu sei
- Se sabe então por que a recebe?
- Porque sou o gerente deste setor e ela estava como uma funcionária de um dos nossos mais valiosos sócios.
- Não, desculpe, não consigo aceitar isso.
- Meu amor... – Ele encurtou a distancia, mas antes que me alcançasse eu lancei para o lado, desviando dele.
- Gabe você implica com Luke e a nossa amizade, eu entendo, você fica com ciúmes devido ao que aconteceu na boate, mas eu afirmo que somos só amigos, mas a respeito da Amanda, isso é bem diferente. Vocês tiveram um longo caso, sabe- se lá quantas vezes já transaram, coisa que eu e Luke jamais fizemos, tivemos apenas um único beijo, mas foi o suficiente para despertar seu homem das cavernas, e agir como um quando Luke está perto de mim.
- Ele gosta de você
- E Amanda gosta de você, estamos empatados. Mas torno a dizer, nós nunca dormimos juntos, ele respeita meu namoro e a nossa amizade, ao contrário da Amanda que se tivesse um pouco mais de coragem iria ate você sem roupa implorando para ficar com ela.
- Isso não vai acontecer, eu não quero a Amanda, não gosto dela como mulher, eu quero só você
- Então fique longe dela. Você sabe que eu a detesto, e tudo o que ela quer é encontrar uma única brecha para acabar com nosso namoro, lembre- se que uma vez ela quase conseguiu isso.
- Eu sei, eu entendo, eu não queria recebe- La, sei o quanto a odeia, mas não pude fazer nada, o Marketing é o meu setor, e eu tinha de resolver isso.
- Gabe eu odeio ser a namorada incompreensiva e chata, mas eu não vou aceitar vê- La aqui outra vez, mesmo que o assunto seja de trabalho.
- Anna você está me colocando em uma situação difícil, ela vai voltar, nós firmamos um acordo com a agência, vamos precisar nos reunir de novo.
- Ok! Sendo assim não reclame quando me vir com Luke em um “mau momento” –Repeti a frase que usou ao se referi ao infeliz momento em que os peguei tão próximos.
- Não, você não está sendo justa, eu não pedi aquilo, ela quase caiu e eu a ajudei, por isso está me recriminando.
- Não é só isso, mas o fato de que quando ela está por perto nós sempre brigamos, você não percebe como ela afeta nossa relação?
- Você está criando caso para algo sem a menor importância
- Criando caso? – Não acredito que ele disse aquilo, ele acha mesmo que aquela situação não tinha importância? Não era de qualquer mulher que estávamos falando, mas sim da que armou para que eu os pegasse aos beijos em seu apartamento. – Tudo bem, se é assim que pensa de toda essa situação. – Eu bati os saltos contra o chão indo embora da sala. Gabe suspirou e quando passei ao seu lado segurou meu braço.
- Espera, por favor.
- Eu tenho coisas para fazer, e você já deixou bem claro quem prefere defender
- Não, entendeu errado. Por favor, me dê uma segunda opção, eu preciso fazer meu trabalho e Amanda faz parte disso. Para evitar mais discussões eu quero que você diga o que quer que eu faça para que não se sinta mais ameaçada.
- Sumir com ela já seria uma boa
- Anna...
- Ok! Chame alguém para ficar aqui quando ela estiver
- O que?
- Me chama ou inventa uma desculpa para qualquer outro funcionário ficar aqui enquanto ela estiver, mas não quero os dois sozinhos.
- Tudo bem, eu posso fazer isso
- Ótimo, e mais uma coisa, jamais a defenda outra vez na minha frente, ou você terá sérios problemas comigo. Gabe eu odeio a Amanda, tudo o que ela quer é acabar com a nossa relação e ter você de volta, e acho que você não percebe como de uma forma ou de outra ela dá um jeito de se meter entre nós dois e causar problemas.
- Eu sei, sinto muito por tudo isso, pelo o que viu.
Eu me afastei mais uma vez ate chegar a sua mesa, virei de costas me escorando nela, cruzei as pernas uma na frente da outra e cruzei os braços. Gabe me olhava com cautela, como se estivesse com medo da minha atitude:
- Eu não quero mais ver ela perto de você, não quero que a olhe nos olhos, que pronuncie ou pense no nome dela, se um dia eu vir os dois conversando ou rindo de algo que não seja trabalho, pode apostar que em seguida você me verá pendurada no pescoço do Luke beijando- o ate perder o fôlego.
- Você não teria coragem
- Não? Me testa para ver
- Não, não, eu acredito
- É sério Gabe, chega de Amanda para nos atrapalhar, se eu souber que os dois estavam juntos de novo, você pagará o pato.
- Era apenas uma reunião de trabalho, nada mais
- Para você, tenho certeza que ela não viu dessa maneira. Arg! Eu adoraria enfiar minha mão na cara dela.
- Tudo bem já passou. Eu não quero saber dela, mas de você – Antes que eu protestasse ele avançou e me segurou pela cintura me colocando sentada sobre a mesa. – O que você fez hoje?
- Fui me encontrar com meu ex- namorado e reviver nossos bons momentos
- Hunf! Ok! Você ainda está com raiva
- Estou
- Mas o que posso fazer para colocar um sorriso de volta nesse rostinho lindo?
- Parar de falar com todas as mulheres com quem já transou – Coloquei as mãos sobre seu peito.
- Eu posso fazer isso
- É que eu detesto saber que você já foi de muitas outras mulheres
- Agora eu sou só seu
- Eu fui só sua, e de ninguém mais
- E vai continuar assim, sendo apenas minha. – Ele beijou meu pescoço – Nenhum outro homem jamais terá você.
- Então não pise na bola comigo
- Pode deixar
- Não quero ninguém rondando você – Passei meus braços por trás do seu pescoço.
- Não fique com ciúmes, eu sou seu, princesa.
- Sim, meu, somente meu – Encaixei minha boca a dele e o beijei com luxúria. Nenhuma outra mulher o tirará de mim, Gabe era só meu, e eu precisava acalmar meu coração a respeito disso. Com pressa eu tirei seu paletó e comecei a abrir os botões da sua camisa – Eu quero você, quero te sentir.
Respirei contra seus lábios, e o mordi antes de beija- lo de novo. Gabe abriu minha blusa expondo meu sutiã, e com uma impaciência desenfreada eu desafivelei seu cinto e abri sua calça. Nossos movimentos eram bruscos e apressados, precisávamos sentir o corpo um do outro para que as dúvidas se dissipassem, era necessário reafirmar nosso amor e o desejo. Eu só queria me fundir ao corpo de Gabe. Ele ergueu minha saia e enfiou os dedos pelas laterais da minha calcinha, e a puxou ate o final:
- Eu te amo tanto princesa – Ele me puxou para a beirada da mesa e no segundo seguinte já estava dentro de mim.
- Eu te amo – Segurei entre seus cabelos e tomei posse da sua boca com uma fome selvagem. Meu corpo tremia e começava a suar, eu sentia toda a tensão sair e as nossas juras se fazer presente. Ele agarrou a minha coxa com uma mão e passou o braço em volta da minha cintura, seus beijos desceram para o meu pescoço me causando arrepios. Eu joguei a cabeça para trás e gemi com sua deliciosa invasão consecutiva. Eu acho que nunca havia sentido tanto ciúme, bastava à loira falsa se aproximar de Gabe que eu enlouquecia. – Você é meu, só meu... Meu – Minha mão foi por dentro de sua camisa e arranhei a sua costa querendo deixar minha marca ali, Gabe rosnou e se enterrou em mim, aquela atitude bruta foi tão gostosa que quase atingi o limite. Seu rosto veio para perto do meu, seus olhos azuis estavam brilhando iguais dois holofotes, fiquei embriagada com eles, mas assim como brilho, também vi luxúria, e isso me deixou contente, eu mordi seu lábio inferior e o puxei:
- Arg! Anna... Você me enlouquece, não me provoque assim
- Provoco porque eu posso, você é meu namorado – Segurei sua camisa e o puxei, lambi a pele do seu pescoço ate chegar ao seu ouvido, eu queria leva- lo ao limite do prazer, então mordi o lóbulo da sua orelha – Você pertence a mim. – Cruzei as pernas atrás dele.
- Sabe muito bem que eu sou seu e de ninguém mais – Desenhei o contorno de seu lábio com a ponta da língua e então o beijei. Gabe me agarrou com força e com estocadas rápidas e profundas nós dois atingimos o orgasmo. Ainda continuamos nos beijando mesmo depois dos espasmos cessarem, eu só queria ter o máximo do meu lindo loiro – Eu adoro quando você deixa esse seu lado possessivo sair, não o vejo muito, é uma pena, me deixa alucinado.
- Há! Há! Há! As vezes eu preciso marcar meu território
- Bom pra mim, eu amo quando vira essa mulher furiosa e ciumenta. – Ele saiu de dentro de mim, mas eu não estava com a mínima vontade de parar, então eu desci da mesa e o empurrei ate sentar em sua cadeira, sentei em seu colo – Princesa?
- Eu não tive o suficiente, e me disseram que você estava muito nervoso me procurando, e eu não gosto de ver meu amor assim – Distribuir beijos por todo o seu rosto.
- Verdade, estava muito nervoso. E se alguém aparecer?
- Ninguém vai, eu tranquei a porta, e não há nada para você agora a tarde.
- Como sabe que não tenho nada? Olhou minha agenda?
- Eu consegui acessar ela
- Sua pequena hacker
- Então você está livre, me deixe tirar toda essa sua tensão – Eu me ergui nos joelhos e o posicionei em minha abertura, então desci levando- o para dentro de mim.
- Eu estou aqui para você meu amor, faça o que quiser de mim.
- Isso, só para mim. Eu queria que todas soubessem disso, para nenhuma ousar chegar perto de você de novo.
- Todas sabem disso, eu não me interesso por nenhuma outra, só você, minha princesa.
- Eu te amo demais – Tomei sua boca para mim e recomeçamos nossa brincadeira para tirar o estresse.
Não preciso nem dizer que quando saí da sala do Gabe já era tarde, estava com a blusa um pouco amassada, assim como a saia, o cabelo recém arrumado e com um sorriso presunçoso no rosto, já ele tinha um sorriso maior ainda, e estava completamente relaxado e desarrumado, quando nos despedimos ele começou a pegar suas roupas espalhadas pelo chão, não parecia nem de longe aquele rico gerente dono de um carisma magnético, mas sim um homem saciado pelo prazer, desgrenhado e muito feliz. Ponto para mim. Mas prometi que a noite teríamos outra sessão de relaxamento, e eu estava tão contente por deixar meu lado selvagem livre, e Gabe também parecia muito satisfeito, e eu vou aproveitar bastante isso.
Continua...
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