[...] Amo mais que qualquer coisa na vida. [...]
Sophia
Os dias na empresa estavam ficando mais animados, acho que a presença de Caleb deixava tudo mais leve e brilhante. Ele era muito engraçado, adorava contar piadas, de deixar todos com um sorriso no rosto, e tinha um coração imenso, tratava todos com carinho e respeito. Ele era quase perfeito:
- O que vai fazer no almoço Sophi?
- Hmm! Não sei, almoçar talvez – Dei de ombros sorrindo e ele cutucou meu braço.
- Engraçadinha. Eu vou com o Bob comer alguma coisa, não quer ir junto? Saiba que a comida fica muito mais deliciosa quando estou por perto.
- Ah é? E por quê isso?
- Não sei, talvez seja meu charme e beleza
- Não, acho que é mais a humildade
- Pode ser, é algo muito importante. Eu sou extremamente humilde, um amor de pessoa, eu tiro dos ricos e dou para os pobres – Ele pegou uma caneta de sua mesa e me ofereceu.
- Ta dizendo que sou pobre? – Eu ergui uma sobrancelha e olhei para a caneta, minha boca caiu – Hey! Essa caneta é minha – A peguei.
- Jura? Achei ela por aí – Ele deu de ombros mostrando seu sorriso de menino.
- Palhaço. Eu usei ela ontem e sumiu do nada depois que voltei do almoço.
- Hmm! Acho que peguei pra escrever alguma coisa, não lembro, eu vivo perdendo minhas canetas.
- Não, você vive mordendo elas – Apontei para uma completamente destruída perto do computador.
- Há! Há! É um tique nervoso
- Há! há! Sei
- Então, você quer ir?
- Sim, claro, quero saber se é verdade que a comida fica mais gostosa com você por perto
- Ah! Vai ver. Vai ate querer perder essa barriga lisa e comer mais.
- Há! Há! Há! Duvido muito, mas não custa tentar.
- Eu sempre abro o apetite das pessoas
Oh! Se abre, gostoso desse jeito ele deixa uma pessoa salivando. Que homem, maravilhoso, gato, simpático e com um corpo que dá água na boca. Voltei a razão quando ele estalou os dedos na minha frente tentando chamar minha atenção:
- Ei! Para que mundo você foi?
- Oi, desculpe, eu estava... Pensando em uma coisa.
- Percebi, e parecia ser coisa boa, tava sorrindo
- Sim, muito boa
- Ooh! Então estava pensando alguma coisa sobre mim
Eu arregalei os olhos e senti o rosto esquentar. Olhei para a tela do meu computador:
- Eu sempre causo esses efeitos nas meninas – Caleb pareceu não ter notado meu súbito constrangimento. Ainda bem, tive tempo de me recuperar.
Na hora do almoço eu, Caleb e Bob descemos juntos, nós três ríamos sem parar de uma piada mal contada de Bob, ele era um cara grande, durão e com cara de mau, mas só quem o conhecia sabia que era todo atrapalhado, e um tremendo coração mole. Quando passamos na recepção eu não vi Jane. Que pena, queria convida-La para ir junto com a gente. Assim que pisei fora da empresa uma voz conhecida me chamou:
- Sophia – Olhei para o lado e Peter estava se aproximando. Nós três paramos ao mesmo tempo.
- Ah! Oi Peter – Ele chegou perto e me deu um rápido beijo – O que faz aqui?
- Eu vim te buscar para irmos almoçar. Eu liguei para o seu celular varias vezes, não viu?
- Você ligou? – Eu abri minha bolsa e procurei meu celular. Havia cinco chamadas. – Oh! Droga, me desculpe, estava no silencioso, e não costumo mexer no meu telefone quando estou trabalhando.
- Tudo bem, eu entendo. Oi Bob, como vai?
- Muito bem, e você?
- Ótimo – Ele olhou para Caleb e abriu um meio sorriso. Então tomei a frente.
- Ahn! Peter, este é Caleb Alonzo, nosso novo colega. E Caleb, este é Peter, meu namorado.
- Oh! Então você é o namorado? É um prazer te conhecer – Caleb estendeu a mão.
- Sou, o prazer é meu – Peter fez o mesmo, cumprimentando- o.
- Deve ser duro aguentar essa garota, ela é super brava
- Nem tanto, eu levo alguns puxões de orelha, mas dá pra aguentar, é o que a gente deve fazer quando se ama. – Ele passou a mão em volta da minha cintura me puxando para perto. – Vamos?
- Ah! Eu tinha combinado de ir almoçar com eles...
- Não se preocupe Sophi, fica para outro dia – Bob respondeu.
- Sim, teremos outras oportunidades, agora vá com seu namorado – Caleb mostrou seu sorriso de menino e piscou. Eles acenaram e seguiram o caminho oposto ao nosso.
Será que eu sou uma pessoa ruim ao desejar ir almoçar com os meus amigos do que com meu namorado? Meu Deus, eu estou perdendo todo o interesse que tinha no Peter, e não quero isso, mas cada vez mais eu me afastava. Eu olhei para Peter e vi o homem lindo e brilhante que sempre foi, mas o frio na barriga, o sorriso despercebido em meu rosto, isso eu já não tinha mais. O que estava acontecendo comigo? Seja o que for, eu não vou desistir do Peter, ficaremos juntos até o dia da sua partida, talvez tudo isso seja motivado pela tristeza e a saudade antecipada da nossa separação.
Nós entramos no carro e ele sorriu, se esticou para me dar um beijo no rosto:
- Quer escolher o restaurante?
- Não, qualquer um que decidir vai está de bom tamanho
- Tudo bem. Tem um restaurante brasileiro que inaugurou recentemente, eu estava louco para te levar lá.
- Ótimo. Então vamos.
- Você vai adorar. Dizem que é muito bom, tem churrasco e todas as comidas mais famosas do Brasil, você vai se sentir em casa.
- Aposto que sim – Como eu poderia estar perdendo o interesse por esse homem? Ele é perfeito, faz de tudo para me agradar, e eu estava sendo injusta deixando o nosso amor escorrer por entre meus dedos. Eu estiquei a mão e toquei seu cabelo fazendo carinho – Eu te amo.
- Eu também te amo – Ele segurou minha mão e levou até a boca para dar um beijo na palma. Eu senti um formigamento, o que me deixou feliz, mas não a ponto de querer de beijar meu namorado até perder o fôlego. Eu preciso me retratar, eu preciso mostrar para mim mesma que Peter ainda é dono do meu coração.
Anna
Quando saímos da Empresa Lencastre, Margot nos esperava bem na frente junto com Will, ele iria nos levar até o shopping para fazer algumas compras, também havia convidado Jane e Sophi para ir junto. Margot adorou a ideia de ter um grande grupo de meninas para fazer compras.
Eu ainda tinha minha aula de balé mais tarde, mas tinha tempo de ir em mais uma loja. Estávamos procurando um vestido para festa beneficente que Ryan daria no final de semana. Eu estava inquieta, como se algo ruim estivesse aflorando dentro de mim, e não sabia o que era. Eu olhava os vestidos sem realmente olhar, não parava de pensar nesse sentimento ruim. De repente um vestido branco com lindas rendas brilhantes, surgiu na minha frente. Eu me assustei, Margot segurava a roupa:
- Experimente este
- Oh!
- Você parece distante, olhou todos os vestidos da loja, mas não escolheu nenhum para vestir.
- É, eu sei, me desculpe, é que... Não sei explicar bem, algo está me incomodando.
- Aqui?
- Não, não, é mais como um pressentimento ruim, eu sinto que algo vai acontecer, e não vai ser nada bom.
- Eu entendo, esse tipo de coisa nos deixa bastante inquietas, mas nem sempre devemos dar atenção a isso.
- Eu discordo, meu tio sempre disse para confiarmos em nossos instintos, eles nunca falham, e até hoje não me mostraram o contrário.
- Querida você deve está nervosa com alguma coisa, não pense muito nisso. Se algo acontecer daremos um jeito de contorna-La. Certo?
- Sim, tudo bem – Eu sorri e suspirei.
- Agora vá até o provador. Tenha certeza que esse ficará deslumbrante em você.
- Ok – Eu peguei o vestido e fui para o provador.
O vestido agarrava em volta do pescoço, e era à cinturado, algo que eu gostava muito, tinha lindos desenhos em renda brilhosa, e o caimento para as pernas era quase no estilo sereia, só que mais folgado, me permitindo andar sem impedimento, os braços desnudos, peito erguido e uma parte da costa nua. Eu saí do provador e todas me esperavam sentadas em um sofá vermelho. Assim que abri as cortinas elas fizeram o som de surpresa em uníssono:
- Oh! Meu Deus, Anna. Você está linda – Sophia disse completamente em choque.
- Caramba. Parece que você saiu de uma revista de moda – Jane falou impressionada.
- Minha querida, você está magnífica. Venha até aqui. – Eu me aproximei e elas continuaram me bajulando, chamando a atenção das outras clientes, que ficaram estáticas quando me viram naquele vestido. – Lindíssima. Gabe vai ter um infarto quando ver você.
- Ah! Não, quero meu namorado bem vivo Há! Há! Há!
- Você está uma verdadeira boneca – Margot continuou me elogiando.
- Obrigada. Ele é lindo, mas não acha que é muito branco?
- De jeito nenhum.
- Está perfeito mana
- Exato. Branco é perfeito para você. E quem sabe ao ver a cor e o vestido Gabe comece a ter ideias – Ela agitou os dedos perto da cabeça. As meninas começaram a rir, e eu como uma grande ingênua, corei e me deixei levar por meus pensamentos fantasiosos e casamenteiros.
- Ele também tem alguns detalhes em tom rosa claro – Jane segurou meus ombros e me virou de frente para o espelho apontando para os detalhes na cintura.
- Sim, tem razão, ele é perfeito mesmo.
- E já tenho uma ideia brilhante do que vou fazer com seu cabelo – Sophi sorriu cheia de malicia. – Algo bem diferente.
De repente vi uma silhueta conhecida pelo reflexo do espelho. Luke. Ele entrou na loja e foi direto falar com uma das atendentes. Tem uns dias que não o vejo:
- Me dê um minuto – Eu segurei o vestido e o suspendi, então caminhei até ele – Luke?
Ele virou para saber quem o chamava, e quando me viu, seus olhos percorreram todo o meu corpo, e parecia bastante impressionado:
- Caramba... Uau... Anna
Eu comecei a rir:
- Que milagre, você não sabe o que falar
- É que você tirou todas as palavras da minha boca. Uau! Você está linda.
- Obrigada. Não acha que estou parecendo uma noiva?
- Não, não, está incrível. É uma ocasião especial?
- Mais ou menos, é um evento beneficente que Ryan Lencastre irá oferecer esse final de semana, eu fui convidada.
- Claro, você também é namorada do melhor amigo dele.
- Isso também – Sorri um pouco sem graça – Por onde você andava? Nunca mais me ligou.
- Eu liguei para você final de semana
- O que? Mas não vi nenhuma chamada perdida
- Gabe não repassou meu recado?
- Gabe? O que ele tem a ver com isso?
- Ele atendeu seu telefone e disse que estavam em um passeio, ele disse que você havia ido ao banheiro e por isso atendeu.
- Ah! Gabe não me falou nada
- Eu entendo. Acho que ele não gostou muito de ver outro cara ligando para a sua namorada – Ele deu de ombros.
- Isso não é desculpa, Gabe sabe que prezo muito a nossa amizade. Não há motivo para ter ciúme.
- Você sabe que isso não é verdade. Eu também teria se estivéssemos no lugar um do outro.
- Ah! Para com isso
- É verdade, eu seria um grande sortudo se você fosse minha namorada
- Ah...
Ele ergueu a mão e tocou meu rosto com suavidade:
- Anna eu respeito sua relação, mas não escondo o que sinto, sabe que gosto de você
- Luke eu também gosto de você
- Mas não do mesmo jeito que eu
- Sinto muito, você sabe quem eu amo
- Hunf! É eu sei – Ele suspirou e olhou para o lado por longos segundos, parecia um pouco irritado com a minha resposta, mas era a verdade.
- Anna? – Margot se aproximou de nós dois.
- Sim?
- Suas amigas já estão indo pagar as roupas, você também precisa
- Ah! Sim, é claro. Já vou.
- E quem é seu amigo?
- Oh! Esse é Luke Brad, um amigo, e esta é Margot Scott mãe do Gabe.
- Oh! Então a senhora é a sogra da Anna, é um prazer conhece- La senhora Scott.
- O prazer é meu querido – Ela sorriu. – Vou esperar você no caixa, tire o vestido e leve para lá. - Tocou meu ombro.
- Pode deixar, já estou indo.
- Tudo bem. Até mais Luke
- Até senhora Scott. – Ele acenou mostrando seu melhor sorriso e quando ela se foi, sua atenção voltou para mim – Vejo que as coisas estão mesmo sérias, está ate fazendo compras com sua sogra.
- Ela é um amor de pessoa, muito fácil de se gostar
- Aposto que sim – Uma moça se aproximou dele e lhe entregou uma roupa toda encapada – Obrigado. Bom eu não vou mais tomar o seu tempo, preciso ir.
- Tudo bem
- Eu ligo para você mais tarde, e espero que Gabe não atenda desta vez, ou então não vai passar meu recado de novo.
- Não se preocupe com isso. Foi bom te ver Luke – Eu fiquei na ponta do pé e beijei seu rosto.
- Digo o mesmo. De novo, você está linda nesse vestido.
- Obrigada
- Tchau – Acenou e saiu da loja. Eu fiquei uns segundos ali parada vendo- o sumir na multidão, ate lembrar que tinha de tirar o vestido e pagar. Corri para o trocador. Jane além de ter levado algumas roupas, também levou varias sacolas com sapato, disse que usava o cartão que Jacob lhe deu somente em ocasiões em especiais. Quando perguntei se toda essa compra não ia sair caro demais, ela apenas respondeu que esse valor é troco para tudo o que seu namorado fatura em um dia. Caramba, realmente há homens muito ricos em Nova York, e principalmente apaixonados, eu vi como Jacob trata Jane, igual a uma rainha, ele a adora, e é tão bonito ver seus olhos brilhando quando a olha. Jane era maravilhosa, com um coração enorme, merecia ter um homem maravilhoso ao seu lado.
Eu fui para a minha aula de balé e dessa vez Sophia me acompanhou. Voltamos para casa de metrô, eu não falei com Gabe desde quando saímos do shopping, e o que mais me irritava era essa maldita sensação que não queria me largar.
Depois que tomei banho, vesti um short de dormir e uma camisa folgada, peguei Marie e a levei para a cozinha. Abri um pacote de sachê e despejei metade do seu conteúdo na vasilha dela:
- Anna?
- Aqui – Respondi e no segundo seguinte minha irmã surgiu na cozinha, e estava arrumada.
- Aonde vai?
- Peter me convidou para jantar fora
- Que legal – Peguei meu balde de pipoca – Então acredito que vai dormir fora.
- Sim. Você não se importa em ficar sozinha?
- Não, que nada, eu vou ficar bem, e não estou sozinha, tenho a Marie.
- Há! Há! Tudo bem. Eu já vou indo, Peter está me esperando lá embaixo.
- Tudo bem, divirta-se.
- Pode deixar. Tchau mana, tchau Marie.
- Tchau – Peguei Marie e sua vasilha, e a minha pipoca com a outra mão, então segui para a sala. – É Marie, parece que hoje somos só eu e você – A deixei junto de sua comida no sofá, peguei o controle da TV e sentei. Liguei e passei para o canal que passava um dos meus filmes preferidos.
Eu fiquei tão concentrada no filme que nem percebi quando acabei a pipoca, minha gatinha estava dormindo e muito contente por estar de barriga cheia, agora eu estava deitada no sofá e na metade do filme. De repente minha campainha tocou, eu levantei e olhei para o relógio, já estava um pouco tarde para receber visitas. Fiquei de pé e fui ate a porta, se for um espertinho, vai se dar mal. Eu destranquei a porta, mas não a abri por completo, e suspirei de alívio quando vi que era Gabe:
- Oi. O que faz aqui? – Abri mais a porta.
- Um passarinho me contou que você estava sozinha
- Há! Há! Um passarinho vermelho e que se chama Sophia
- Há! Há! Isso
- Entra – Eu me afastei, Gabe me deu um beijo antes que eu fechasse a porta.
- Você está com um gostinho salgado
- Pipoca – Apontei para o balde vazio sobre a mesinha de centro.
- Está assistindo filme?
- Sim, estava cansada, mas não com sono, então resolvi fazer uma pequena sessão de cinema.
Gabe se aproximou do sofá e parou:
- O que é isso? – Apontou para minha bolinha de pêlos branco, que estava encolhida dormindo.
- Isso não, essa é a Marie, minha gatinha – A peguei no colo.
- E desde quando tem gato?
- Tem dois dias, eu a achei no beco quando o cara tentou me assaltar
- O que? – Gabe me encarou com surpresa. – Você foi assaltada?
- Não, ele tentou, mas eu reagi, tirei a arma da mão dele e dei uma coronhada em sua cabeça, o cara caiu desacordado e foi quando eu escutei o miado vindo de uma caixa.
- Por Deus, por que não me contou isso antes? – Ele segurou meus braços e me olhou como se estivesse procurando algum machucado.
- Porque não aconteceu nada de grave, eu saí ilesa
- Ainda bem, mas você não devia ter reagido, ele poderia ter atirado.
- Não, a arma era de brinquedo, e eu sei me defender muito bem.
- É eu sei, mas sempre vou me preocupar com sua segurança – Ele me abraçou.
- Fique calmo, eu estou bem, e olhando pelo lado bom, eu tenho uma amiguinha agora.
Gabe me afastou para olhar minha gatinha e sorriu fazendo carinho em sua cabecinha:
- Ela é uma gatinha de sorte, tem a melhor dona do mundo. É um prazer conhecer você Marie.
- Eu vou colocar ela na cama, já volto – Eu saí da sala e fui para o meu quarto, deixei Marie em sua caminha e voltei para a sala. Tinha algo que estava me incomodando e eu queria tirar satisfações com Gabe. Ele já estava sentado e eu fiquei ao seu lado – Gabe por que você não me disse que Luke me ligou?
- O que?
- Eu o encontrei hoje na loja e ele me disse que havia ligado para o meu celular, mas foi você quem atendeu. Por quê?
- Ahh... Eu esqueci
- Gabe, não minta
- Hunf! Ok! Sim, eu atendi, quando tocou pensei que fosse sua irmã, mas quando vi que era ele eu não consegui me controlar, ele vive por perto, queria acabar com isso. Eu disse que você havia saído por um instante e que estávamos passeando.
- E por que não me avisou da ligação quando voltei?
- Você se importa tanto assim com ele?
- A questão não é essa, mas sim que você outra vez se deixou levar pelo seu ciúme, e mexeu no meu celular sem minha autorização. – Eu não estava brava, não queria brigar, por nenhum momento levantei a voz, eu só queria entender o que se passa na cabeça dele.
- Eu sei, me desculpe, não devia ter feito aquilo, minha mãe me deu um puxão de orelha na hora, mas foi mais forte que eu. Me perdoa?
- Hunf! Tudo bem, eu não vou brigar por causa disso. Amor eu não me importo que mexa no meu celular, desde que me peça primeiro, e outra, por favor, deixe esse bendito ciúme de lado, Luke é meu amigo, só isso.
- Eu juro que vou tentar
- Ótimo. Quando quiser ver algo no meu telefone basta me pedir, eu nunca mexi no seu celular sem sua autorização.
- Eu sei, eu fui um idiota, mas isso não vai se repetir, eu prometo.
- Que bom – Segurei seu rosto e lhe dei um longo selinho – Agora que tal a gente terminar de assistir o filme?
- Ótima ideia – Gabe tirou os sapatos e colocou os pés no sofá, escorou no braço do móvel e me convidou para me aconchegar contra seu peito. Aceitei mais do que feliz. Recostei minha cabeça em seu ombro e seus braços se fecharem em torno de mim, recebi um beijo na testa e parecia que tudo voltou ao normal.
Nós assistimos o final do filme e o início de outro, eu não sei em que momento eu dormir, mas fomos pouco a pouco escorregando no sofá ate deitarmos, Gabe também dormiu, teve um momento em que acordei para desligar a televisão e ele estava em um sono profundo. Mas quando acordei eu estava na minha cama e Gabe ao meu lado ainda dormindo. Provavelmente no meio da noite ele deve ter acordado e nos levou para o quarto. Eu saí devagarzinho da cama para não o acordar e fui para a cozinha preparar o café. Eu estava terminando de fazer as panquecas quando ele apareceu na cozinha, bocejando, esfregando os olhos e com o cabelo bagunçado:
- Há! Há! Bom dia
- Hmm! Bom dia – Ele segurou minha cintura por trás e deu um beijo na minha bochecha. – Que horas você acordou?
- A uns vinte minutos, eu acho.
- O cheiro está ótimo
- Que bom, fiz tudo o que você gosta e... – Coloquei a última panqueca no prato e peguei uma vasilha cheia – Salada de fruta.
- Não brinca, eu amo.
- Eu sei o quanto você adorou aquela vez que eu fiz, então resolvi fazer outra.
- Você é demais amor – Ele me beijou.
- Vou só arrumar a mesa e podemos comer
- Ok. Enquanto isso vou lá no carro pegar minha roupa
- Trouxe roupa desta vez?
- Sim, eu sabia que ia dormir aqui e queria tomar café com você, então resolvi vir preparado.
- Muito esperto senhor Scott
- Eu volto já – Ele saiu da cozinha e depois do apartamento. Eu fui pegar Marie para tomar seu leite, e quando deixei minha gatinha de frente para sua tigela cheia, Gabe retornou. – Pronto.
- Agora podemos comer – Apontei para a mesa.
- Vejo que Marie também já está tomando seu café
- Sim, acorda cheia de fome. – Nos sentamos e começamos a comer. Não preciso nem dizer que Gabe comeu mais a salada do que o resto, e ate tive que fazer um potinho para que ele comesse mais tarde. Ainda tínhamos bastante tempo para chegar à empresa, então optamos por tomarmos banho juntos, ele adorava quando eu o ensaboava, pois sempre fazia uma rápida massagem em seu corpo, e não podia negar que as mãos de Gabe também eram maravilhosas. Estávamos sempre mimando um ao outro, e isso fortalecia nosso relacionamento, eu adorava vê-lo feliz, e o sentimento era recíproco. Com cada beijo eu sentia isso, era verdadeiro.
Continua...
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