História Delicate Hybrid - JiKook - Viagem.

– JiMinnie... – Falei, logo suspirando e beijando seus fios. – Só um instante. – Disse e pus novamente o celular ao ouvido. – Mãe, precisamos conversar pessoalmente sobre isso. – Disse e a mesma somente confirmou e disse que estava ocupada, por isso precisava desligar.

Olhei para JiMin e ele estava com suas orelhas baixas e o rabo balançando inquietamente, ele parecia nervoso. O puxei para mais perto e beijei seus fios, logo fazendo um carinho e apertando ainda mais forte em meio ao abraço. Ele ronronou baixinho e contido. Suspirei e me pus a falar.

– JiMinnie, mesmo que eu viaje, eu vou fazer o possível para te levar junto. – Acariciei suas têmporas. – Eu te amo, gatinho. Não iria te abandonar de forma alguma! – Sorri para ele, que retribuiu tímido e me abraçou forte.

– Eu te amo mais que tudo, Kookie! – JiMin Falou fofo, eu olhei para ele meio incrédulo pela sua forma de falar.

– Minnie, você falou em primeira pessoa! – Exclamei surpreso e ele riu baixinho.

– O JiMin está pegando o jeito de falar algumas coisas em primeira pessoa. – Ele me olhou nos olhos. – Vocês só falam assim e "eu" acabo pegando a forma de falar. – Disse fofo.

Sorri para ele e novamente beijei o topo de sua cabeça, afundando o nariz em seguida e dando uma fungadas no cheiro doce.

– Olha, eu sei que o clima entre vocês está lindo, mas tenho que interromper essa atmosfera melosa para falar que nós vamos para casa. – Tae apontou para os centrados no ambiente. – Está ficando tarde e eu quero dormir cedo. Amanhã eu tenho a operação "YoonGi" para começar a desenvolver. – Falou sorrindo e sem nem nos deixar dar um "tchau", eles saíram do quarto. Suspirei risinho.

– Tchau! – Gritei após eles saírem do quarto. – Minnie... – Chamei e o mesmo me olhou fofo. – Temos que tomar banho. – Falei e ele fez uma expressão chorosa.

– Só se o Kookie for bem carinhoso no banho. – Falou fazendo um biquinho fofo. – O JiMin quer bem muito carinho! – Afirmou convicto.

– Eu vou fazer até massagem em você! – Afirmei e ele sorriu. – Agora vamos para o banheiro, Rosinha. – Falei e ele riu.

Percebi com o tempo que JiMin gostava de ter apelidos diversos. Ele achava fofo e carinhoso da minha parte falar com ele de forma tão manhosa. Eu também devo admitir que adoro as carinhas fofas de felicidade dele. Mas no fundo, estava preocupado. A ligação da minha mãe deixou uma tensão, eu estava com medo de deixar o JiMin, isso, claro, se fosse realmente preciso deixá-lo aqui durante a viagem. Tentei não dar importância a isso e concentrar-me somente no gatinho manhoso que eu levava nos braços, até o banheiro. JiMin parecia ficar cada vez mais carente de atenção, mas eu com certeza sabia que era somente por medo de me perder. JiMin já havia comentado antes que às vezes sente medo em relação a isso, então fica um pouco mais manhoso. 

Abri a porta do banheiro e o sentei na tampa fechada do aparelho sanitário, mandei ele tirar as roupas e enchi a banheira de água. Coloquei alguns sais e virei-me para JiMin, ele estava já sem roupa e em pé, um pouco encolhido. Tentei não olhar para seu corpo, mas não teve como não observar aquele formato tão perfeito de curvas divinamente bem desenhadas. JiMin com certeza é um ser muito lindo. Observei também que ele parecia ter evoluído bastante em relação ao corpo e largura do mesmo. NamJoon parecia ter razão quando disse que JiMin iria evoluir rapidamente se ele se alimentasse bem. Ele com certeza estava ficando mais alto e até com mais "carne", não que ele estivesse ficando gordo, muito menos "cheinho", JiMin estava simplesmente magro e com bundas e pernas mais grossas. Acho que o "Piu Piu" dele também estava um pouquinho maior, mas vamos deixar essa parte em "off" e nos concentrar em somente banhá-lo calmamente.

– Minnie, entre na banheira. – Sorri para ele, que assentiu e foi rapidamente em direção a mesma, logo entrando devagar e calmamente, segurando-se nas bordas de ferro. – A água está boa? – Perguntei e ele assentiu sorrindo, ainda sem soltar-se das bordas.

– Está quentinha, Kookie! – Exclamou fofo.

Sorri com sua resposta e retirei suas mãos da borda. JiMin, de início, me olhou assustado, mas logo se acalmou quando eu simplesmente o virei de costas para mim e beijei seus fios, ele me olhou confuso, então levei minhas mãos aos seus ombros e massageie o local, JiMin relaxou na hora.

– Kookie... – Falou arrastado. – Isso é tão bom. – Sorriu singelo e relaxou um pouco mais na banheira. – Eu estou tão feliz de ter você comigo, cuidando tão bem e me amando tanto. – Confessou. – A sensação de ter alguém te passando proteção e carinho é tão boa que faz o JiMin quase chorar de alegria. – A forma de como ele misturava as "pessoas" de sua fala era até cômico, se não fosse tão fofo. – Kookie, acho que sinceramente, se você sair de perto de mim ou resolver me deixar, eu não aguentaria. – Comentou, tentei me impulsionar para frente para observar seu rosto e vi seus olhos com algumas lágrimas se formando. – Eu não suportaria te perder, Kookie. Então... – Ele fungou baixinho. – Não deixe o JiMin. – Eu o abracei, mesmo que eu fosse molhar minha roupa, eu o abracei forte e acariciei seu rosto, logo o virando um pouco mais para mim e o abraçando ainda mais forte.

– Eu nunca te deixaria! – Falei selando meus lábios em suas madeixas. Ele voltou a sorrir, um sorriso mínimo e singelo. – Eu te amo. – Eu sabia que ele havia falado isso por estar apreensivo em relação ao que minha mãe disse ao telefone, mas eu não o deixaria. – Não chore por coisas irrelevantes, eu te adoro e você sabe disso. – Ele assentiu e enxugou as lágrimas calmamente, logo sorrindo e se esticando para selar minha bochechas.

Mas não foi bem as bochechas que ele selou... JiMin selou meus lábios.

Exatamente, meus lábios. Mas é aí que você se pergunta: "Mas como?" Simples, eu virei o rosto para selar seus fios exatamente no instante em que ele iria selar minha bochecha. Idiota da minha parte? Bom, até aí nem foi tanto assim, afinal, foi somente um acidente e "acidentes acontecem", mas a minha reação em seguida foi "idiota elevado ao cubo".

Eu me afastei do JiMin e o JiMin se afastou de mim. Ele me olhou assustado e eu, em vez de dizer que foi sem querer e que ele não precisava ter medo de eu brigar com ele, fiz meda novamente, para dar continuidade ao dia "bosta" cheio de problemas que tivemos.

Eu me levantei, totalmente atordoado e com o coração acelerado, pensando lá no fundo em como os lábios do JiMin eram macios, mas este pensamento sendo esmagado pelos vários pensamentos de "você fez merda a um garoto que nem sabe o que é beijo de língua e ainda pensou besteira sobre". Olhei para o espelho e simplesmente voltei minha atenção para a pia, ligando a torneira e lavando o rosto, mais excepcionalmente​, os lábios. Eu queria tirar os pensamentos ruins e levemente impuros sobre os beijos de JiMin da cabeça. "Limpei" os lábios como forma de "apagar" os pensamentos, mas acho que não foi isso que JiMin pensou e viu ao me ver esfregando os lábios daquela forma.

– Você tem tanto nojo de mim, assim? – Perguntou triste, em um tom de voz baixo. Eu o olhei confuso e me liguei do que estava fazendo.

– JiMin. – Chamei ríspido, sabia que se chamasse manhoso ou apreensivo, ele iria querer desabafar os sentimentos e se machucar sem necessidade para tal ato. JiMin me olhou. – Eu não fiz isso por nojo. – Falei ainda sério, ele parecia segurar levemente o choro, mas eu tinha que evitar até "hesitar" durante as palavras, ou ele veria brechas para achar que eu estou mentindo. – Eu só estou atordoado, então não tire conclusões precipitadas. – Com certeza era isso que sua cabeça estava fazendo agora. – Eu... – Suspirei. Vi uma lágrima escorrer por seus olhos. Meu coração apertou. Assim como todas as vezes que ele chorava. Aquilo me incomodava de um jeito torturante. Parecia que meu coração era sensível a cada expressão que JiMin fazia, parecia que eu sentia tudo juntamente a ele. – Eu estou com medo... Estou com medo de você se machucar, eu penso em relação aos meus sentimentos e tento apagar as lembranças que podem te machucar com atos impensados, fazendo exatamente o efeito contrário do meu propósito. – Eu sabia que JiMin entendia, mesmo que essa explicação estivesse confusa, eu sabia que ele era inteligente o suficiente para entender minha confusão de sentimentos. – Eu não tenho nojo de você, eu somente queria apagar esse "beijo" dos meus pensamentos por medo... Medo que eu nem sei explicar o porquê de sentir. – Eu estava tão confuso que minha cabeça parecia estar próxima de explodir ou ter um curto circuito. – Eu só não quero que pense que esse beijo foi algo que eu realmente quis, não quero que crie esperanças que podem te machucar depois e quero que apague esse momento, eu te amo, mas não acho que seja dessa forma. – JiMin abaixou a cabeça, ainda tristonho, eu me aproximei e deixei uma lágrima cair. 

É como se cada palavra se voltasse contra mim e me machucasse. 

É uma dor horrível.

Me abaixei novamente e puxei JiMin para um abraço, porém ele me afastou. Eu o olhei surpreso, mas minha surpresa não chegou nem perto de quanto ele deu um soco em meu peito. 

– Eu te odeio! – Ele quase gritou, em meio às lágrimas. – Por que você tem que ser tão ruim? – Ele me olha nos olhos. – Eu te amo mais do que tudo é mesmo que sem querer, você me beija. – Fungou. – Não tem como você ter uma reação normal de somente pedir desculpas em vez de me machucar apunhalando meu coração? – Ele me deu outro soco. Não eram socos fortes, mas ele estava com raiva demais e mesmo se aqueles socos fossem fortes, não me machucaria tanto quanto vê-lo daquela forma. – E o pior é que eu vou te perdoar e continuar te amando cada vez mais. – Dessa vez ele segurou o tecido da minha camisa e me puxou vagarosamente para si, eu me aproximei mais rápido e o abracei.

– Desculpe, Minnie. – Pedi tristonho. Eu não entendia, mas aquilo me deixou triste e extremamente magoado. – Eu sinto muito. Me desculpe por ser um idiota. – Ofeguei seus cabelos enquanto ele chorava como um bebê em meu peito, eu até tinha esquecido que ele estava pelado dentro de uma banheira e totalmente molhado. – Só... – Deixei algumas lágrimas caírem. – Não se afaste de mim novamente, por favor. – Implorei.

JiMin assentiu e murmurou um "idiota" para mim, mas logo em seguida um "Eu te amo demais" saiu por seus lábios. Após um tempo, as lágrimas cessaram e eu continuei a banhá-lo, dessa vez, ainda mais carinhoso, já que estava me sentindo culpado pelas lágrimas dele, fiz questão de fazê-lo sorrir. 

O resto do banho foi relaxante, ao terminar, o enxuguei e fiz algumas brincadeiras com ele, o vesti e ficamos na cama conversando até ele dizer estar com fome e eu decidi preparar algo. Após comermos, assistimos algumas coisas no quarto e dormimos. JiMin parecia ainda estar magoado, já que ele chorou com uma facilidade quase anormal no meio do filme, mas eu tratei de dar bastante carinho e dizer que "está tudo bem" repetidas vezes a ele. Dormimos em torno das dez da noite.

[...]

Acordei com o barulho estridente do celular, alguém estava ligando e sinceramente, eu até atenderia com meu maior tom de arrogância possível por ter me tirado do sono perfeito e agarrado ao ser mais fofo do mundo – vulgo JiMin –, mas era minha mãe, se eu atendesse de tal forma, ela arrancaria meu pênis fora. 

Após atender, ela disse que queria que eu fosse almoçar lá, junto ao JiMin. Ela havia decidido explicar sobre a viagem pessoalmente. Eu aceitei e desejei a ela um bom dia junto da confissão "Eu te amo", coisa que ela com toda certeza, já sabia.

Me aconcheguei com JiMin em meu peito novamente e selei meus lábios em suas madeixas, logo ganhando um sorriso mínimo do garotinho fofo.

– Minnie. – Chamei carinhoso. – Nós iremos almoçar na casa dos meus pais. – Informei levando as mãos aos cabelos rosados e acariciando levemente os mesmos. JiMin assentiu.

– Kookie, o JiMin está com fominha. – Comentou após alguns segundos.

– Vamos nos ajeitar para descer. – Falei me levantando, JiMin assentiu e seguiu comigo até o banheiro.

Fizemos as higienes e descemos para a cozinha. JiMin sentou a mesa e eu preparei algumas coisas bastante reforçadas para o café da manhã, JiMin comeu um tanto alegre. Ficamos o resto da manhã sentado vendo alguns desenhos. JiMin se divertiu bastante com os comentários infantis engraçados. Quando a hora chegou, tomamos banho e nos ajeitamos para ir para a casa da minha mãe.

– Mochi, se apresse. – Chamei JiMin que demorava para calçar os sapatos.

– Só um instante, Kookie. – Falou manhoso. Logo terminando de por os mesmos. – Pronto! – Sorriu fofo e levantou. – Vamos, Dongseong! – Ele falou rindo e eu revirei os olhos. Ele realmente achava engraçado dizer que eu era mais novo que si, que obviamente, não aparentava.

– Minnie, se me chamar de Dongseong novamente, eu paro de te beijar! – Falei e ele arregalou os olhos.

– Kookie malvado! – Fez um biquinho e cruzou os braços. Ri de sua birra e tranquei a porta após vê-lo passar. JiMin seguiu até o carro fazendo um pouco de drama sobre eu não beijá-lo, mas logo se calou quando eu lhe dei um beijo forte e demorado na bochecha. Ele ficou vermelhinho e eu comecei a rir. 

JiMin é simplesmente adorável. - Pensei.

O caminho até a casa de meus pais foi barulhento, JiMin gostava de comentar sobre tudo o que via, eu somente sabia responder suas indagações aparentemente infinitas e rir de sua cara de surpresa ou nojo, dependendo do assunto. Surpresa quando falamos sobre outros países e línguas, nojo quando falamos sobre cirurgia em hospitais. Cada uma de suas expressões era motivo de mais e mais risos. Ao chegarmos na casa de meus pais, JiMin sorriu alegre e desceu do carro, eu fui até ele e o abracei pelas costas, circulando meus braços em sua cintura. 

– E aí, Jeon? – Olhei para o lado e vi TaeMin com um sorriso no rosto, sentado na calçada da rua, em frente sua casa. – Almoçar na casa da mãe? – Ele perguntou após me ver sorrir.

– Sim. Nós precisamos conversar sobre algo. – Falei e ele assentiu.

– Tudo bem, JiMin? – Perguntou simpático, JiMin assentiu sorrindo.

– Sim, TaeMin. – Falou fofo.

– TaeMin, nós vamos entrar. – Sorri. – Eu até te chamaria para almoçar conosco, mas o assunto vai ser entediante e o clima provavelmente não irá ser bom. – Informei tristonho, ele riu e acenou, compreendendo.

– Tudo bem. E eu já almocei. – Sorriu. – Minha mãe faz tudo muito cedo. – Comentou. 

Eu e JiMin nos despedimos dele e entramos, minha mãe nos recebeu sorridente, logo dizendo que o almoço já estava pronto e que ela estava somente pondo à mesa. Fomos em direção a cozinha e nos sentamos, JiMin sorriu ao ver a quantidade de comida e alguns minutos depois, meu pai sentou conosco, logo começamos a comer.

– Mãe, sobre a viagem... – Falei apreensivo. – Poderia explicar melhor? – Ela assentiu.

– Querido, temos resolver algumas coisas sobre sua herança e precisamos de você. – Começou. – Nós viajaremos para os Estados Unidos e em seguida, para o Brasil. – Comentou. – Próximo ano você já estará fazendo a faculdade e, no começo, achávamos que não precisava ter pressa, mas seu tio quer passar coisas que seriam suas, para o filho dele, então precisamos fazer isso o mais rápido possível. – Falou tristonha. – O problema é que você não vai poder levar o JiMin. – Ela suspirou e eu olhei para JiMin, que já estava pulando em meu colo e me abraçando forte, com os olhos cheios de lágrimas.

– Kookie... – Falou em meio às lágrimas que já rolavam loucas por seu rosto.

– Shh... Tudo bem. – O abracei forte e acariciei seu rosto, logo selando meus lábios em seus olhos. – Mãe, porque eu não vou poder levar o JiMin?

– JungKook, você sequer terá tempo de comer direito. Vamos viajar para dois países e resolver tudo em sete dias, sabe como isso vai ser puxado? – Ela Perguntou ríspida.

– Mas mãe... – Suspirei.

– JungKook, é melhor que ele fique, afinal, se ele for, pode até se perder e tem lugares que ele nem vai poder entrar. Quem iria ficar com ele? E a alimentação? Ele vai ter tempo de dormir? Você pelo menos vai conseguir olhar para ele por mais de cinco segundos sem estar correndo para algum lugar? – Ela falou triste. JiMin já chorava louco no meu colo, me abraçando como se eu fosse morrer hoje. – Será tudo uma corrida contra o tempo. – Suspirou.

– Mas mãe, o JiMin não pode ficar longe de mim! – Afirmei. – Eu sou guardião dele, ele não pode! 

– NamJoon me falou que a risca de perigo são à partir de dez dias, nos somente ficaremos sete. – Suspirei e olhei para JiMin.

– Não tem jeito de eu ficar com ele? – Ela acenou negativamente. – Mochi... – Ele me abraçou mais forte. – Eu juro que quando eu for, não irei demorar... – JiMin parecia não escutar, olhei melhor para seu rosto e percebi que ele estava ficando sem ar. – JiMin? – Chamei apreensivo, ele parecia estar no começo de outro ataque de pânico. – JiMin, se acalma, por favor! – Pedi vendo ele começar a suar e se desesperar em meu colo. Ele me olhava com os olhos cheios de lágrimas, não parecia conseguir respirar e parecia bastante desesperado. – Minnie, você prometeu não me preocupar, você disse que iria me escutar, então por favor, me escuta. – Pedi atordoado, minha mãe me olhava preocupada e meu pai já havia levantado-se da mesa e saído, provavelmente à procura de algo.

– Kookie... – Ele falava entre o choro. – Medo... – Suas palavras eram cortadas, eu estava preocupado. JiMin é sensível demais! 

– Minnie. – Chamei, ele me olhou, eu aproximei nossos rostos e selei seus olhos. – Vai ficar tudo bem. – Selei suas bochechas, tentando ser calmo. – Eu te amo. – Beijei seu queixo e mordisque-o de leve. – Eu nunca te deixaria. – Comecei a dar selinhos por sua pele. – Prenda a respiração e se acalme. – Afundei meu rosto em seu pescoço e beijei ali. – Eu estou com você. – Dei um leve chupão ali e o vi prender a respiração, logo dei outro chupão e levei meus lábios até seu ouvido. – Não tenha medo, nada pode te machucar. – Selei sua bochecha e voltei até seu ouvido. – Porque eu estou com você e nunca te deixaria. – JiMin parecia estar se acalmando. Seus olhos fechados e ele voltando a respirar normalmente, ele me abraçou novamente enquanto eu dizia várias coisas lindas e calmantes ao seu ouvido. – Vai ficar tudo bem, concorda?

– O Ji-JiMin concorda. – Falou ainda um pouco trêmulo.

– Você me ama, certo? – Perguntei a ele e ele assentiu. –Sabe que eu também te amo demais, certo? – Ele novamente assentiu, dessa vez mais envergonhado. – Sabia que duas pessoas que se amam, não se afastam? – Ele sorriu mínimo e me olhou. – Se eu te amo, não tem motivo aparente para que eu me afastei de você. Isso quer dizer que eu, mesmo que saia por um tempinho bem curto, vou voltar e vou te encher de carinho até não poder mais. – Sorri e ele concordou ainda tristonho. – Minnie. – Beijei sua bochecha. – Eu te amo, meu bebê. – Falei e ele riu, logo assentindo.

– Mas eu sou mais velho. – Ele comentou.

– Mas ainda é meu bebê chorão. – Falei e selei sua testa. Ele riu e assentiu.

– Só não falo nada porque eu pareço um bebê assim. – E realmente parecia, afinal, ele estava como uma criança no colo de uma mãe, chorando como um bebê.

– Ele já está bem, então? – Meu pai perguntou com o celular na mão.

– Está, foi somente um ataque de pânico. – Sorri e ele colocou o celular na cômoda ao lado.

– Vamos comer, ele precisa se alimentar.

– Mãe, quando iremos? – Perguntei e JiMin me apertou em um abraço.

– Em uma semana. – Informou.

– Então eu vou dar muito amor e carinho ao Minnie para compensar a semana fora! – Sorri fofo para ele. – E ainda vou fazer o possível para arranjar tempo e trazer alguns brindes para ele! – Falei tentando animar o gatinho amuado em meu colo. – E quando eu chegar, ele vai receber tanto mimo, que vai pensar que está no céu! – Ele riu um pouco. – E ainda vou comprar várias comidas e fazer várias brincadeiras legais.

– Kookie. – Me chamou. – Você promete para o JiMin que vai voltar? – Ele levantou a mãozinha e mostrou o mindinho. – Promete de dedinho? 

– É claro que eu vou voltar, meu neném fofo. – Selei nossos dedos na promessa e sorri junto a ele. – Agora vamos comer! – Disse olhando para frente e vendo minha mãe com um olhar completamente bobo e apaixonado olhando em nossa direção. Revirei os olhos e ela riu. – Minnie, quer que eu te dê na boca ou você come só?

E ele pediu na boca. Sorri e dei sua comida. O resto do dia, passei na casa de meus pais, trocando várias carícias e beijinhos inocentes – que com certeza não eram na boca – com JiMin. O olhar bobo da minha mãe em nós sempre me fazia revirar os olhos, mas deixei de me importar uma hora após o almoço. JiMin não desgrudou de mim um segundo, mas eu entendia como ele se sentia ameaçado sobre me perder.

Fomos para casa ao fim do dia, JiMin parecia cansado. O caminho no carro foi tranquilo, JiMin, por estar cansado, não falou tanto. Ao chegar em casa, recebi uma ligação chorosa de Tae dizendo que ele e HoSeok haviam ficado de recuperação e que logo começariam as aulas para a prova recuperativa. Eu decidi rir um pouco e risquei os dois da minha lista de "quem ficar com JiMin durante a viagem" imediatamente. Pensei em Jin e NamJoon ou YoonGi, mas deixei de lado, falaria com eles no dia seguinte.

Eu e JiMin ficamos conversando e brincando deitados no sofá-cama até ele dizer que estava com fome. Fiz nossa comida e após comermos, fomos tomar banho e deitar. JiMin me abraçou forte e eu cantei e fiz carícias nele até ele dormir, dormi logo em seguida.

[...]

Após acordarmos no dia seguinte, eu tentei falar com Jin sobre ficar com JiMin, mas ele pediu mil desculpas e disse que iria viajar junto a NamJoon para a casa dos pais. Decidi ligar para YoonGi e ele disse que iria ao Brasil para resolver alguns assuntos e visitar a prima distante. Ou seja, "Puta merda". Após o almoço, enquanto JiMin parecia estar colado a mim, eu estava pensando com quem deixaria ele, bom, estava até TaeMin chegar em casa e começar a puxar vários assuntos aleatórios e dizer o quanto sua casa estava entediante. Foi aí que eu tive a ideia um tanto arriscada de propor que ele ficasse com JiMin durante uma semana. TaeMin sorriu e aceitou imediatamente. Fiquei mais tranquilo com isso. Comecei a concentrar minha atenção somente a JiMin e um pouco dela a TaeMin, que às vezes parecia estar incomodado. 

TaeMin ficou bastante tempo, mas bastou o por do sol aparecer para que ele decidisse despedir-se de mim e JiMin. O resto do tempo passou cheio de carícias e gestos de "amor". JiMin parecia feliz.

Ao decorrer da semana, foi exatamente dessa forma, carícias e amor extremo somente dedicado a ele. Os meninos vieram nos visitar em alguns dias, com exceção de Jin e NamJoon, que viajaram dois dias de saberem sobre minha viagem, que no caso, foi no dia seguinte após eu saber. Foram várias brincadeiras e Tae "puxando o saco" do YoonGi, HoSeok com ciúme e TaeMin tentando se aproximar de JiMin, mas o mesmo não largava de mim, então chegou até dar pena dele, que ficava emburrado todas as vezes.

A semana havia passado correndo, já era o dia da minha viagem e JiMin sequer me deixava respirar direito, ele estava mais colado em mim que cola maluca entre papéis. Eu não reclamava, sabia o quanto seria difícil a única pessoa que ele realmente amava e confiava, seu único modo de se manter em pé e até sentir segurança, se afastasse de si. Foi um tanto esgotante tê-lo a semana toda tão manhoso, mas eu gostei bastante, devo admitir. Ele era fofo ao extremo, daquela forma.

– Kookie... – Ás lágrimas já se formavam nos olhos do meu pequeno, nós já estávamos no aeroporto. – Não esquece do JiMin e usa o celular e o computador para falar com o JiMin sempre que puder. – Pediu deixando a primeira lágrima cair. – O JiMin te ama mais que tudo, não esquece, certo? – Perguntou.

– Eu prometo te ligar todos os dias e prometo não esquecer de você por mais de um minuto, sequer. – Sorri para ele. – Mochi, eu te amo! – Selei meus lábios em várias regiões de seu rosto, o enchendo completamente de beijinho e descendo ao seu pescoço, logo deixando um chupão. – Isso é para você lembrar que eu ainda vou estar com você e se lembrar de mim sempre que olhar no espelho. – Afirmei e ele sorriu.

– Mas o JiMin não vai precisar lembrar. – Ele riu. – Ele não vai esquecer, não vai parar de pensar, por isso não vai precisar lembrar.

Eu sorri, não sei se estava ou não raciocinando direito, mas aquela palavras me tocaram tão profundamente que eu não me contive, simplesmente por impulso e uma vontade extremamente e imensamente grande, eu beijei JiMin, mas não como normalmente.

Eu o beijei nos lábios. 

Não foi um grande beijo, fora somente um beijo casto e singelo em seus lábios, um simples selinho carinhoso. JiMin arregalou os olhos porém logo fechou, o "beijo" durou uma média de três segundos, mas foram o suficiente para fazer eu me sentir, de alguma forma inexplicável, nas nuvens. A boca macia de JiMin aqueceu meu corpo de uma forma da qual eu nunca havia sentido, mas devo dizer que estava adorando até demais aquela primeira vez. O cheiro doce dele próximo ao meu rosto me fazia delirar. Era tão bom saber o quanto estávamos próximos. Meus dedos acariciando sua nuca e nossos lábios tão carinhosos colados um no outro, olhos fechados e a concentração em sentir somente aquela sensação gostosa. Eu não tinha ideia do que estava sentindo, mas estava cogitando minimamente a ideia de tentar descobrir. Após os benditos três segundos quase que contados, afastei-me de JiMin, quebrando o ósculo e sorrindo em seguida, logo o abraçando forte, abraço esse que ele já estava retribuindo antes mesmo de eu abraçar. 

– Posso criar esperanças? – Ele perguntou sorrindo.

– Ainda não. – Respondi. – Eu ainda não tenho certeza dos meus sentimentos, então encare isso como um presente de despedida. – Sorri e me afastei, logo selando sua testa e sorrindo para si. JiMin assentiu bobo.

– Eu te amo! – Afirmou baixo. Eu não sei como, mas eu sentia que JiMin estava imensamente feliz naquele momento.

– Eu também te amo, "hyung". – Sorri e ele colocou um biquinho nos lábios. – Eu irei logo-logo, me espere até eu voltar e eu te levo num parque de diversões. – JiMin assentiu um tanto alegre. A voz no interfone logo chamou os passageiros, avisando que deveríamos ir para a área de embarque. – Acho que eu já vou, bebê. – Falei fazendo uma expressão chorosa e de certa forma, cômica. No final de tudo era somente uma careta engraçada para ter como "última" lembrança, um JiMin sorrindo com seus mais lindo eye smile. 

– Kookie, volta logo para o JiMin! – Sorriu enchendo os olhos de lágrimas. – O JiMin vai sentir muita falta! – Uma pequena lágrima escorreu, mas ele logo tratou de limpá-la. – E eu quero ser muito mimado quando você chegar! – Falou fofo. 

Sorri e o abracei pela última vez, logo me despedindo junto aos meus pais. Minha mãe estava quase babando olhando para nós dois, mas tentei não reparar. TaeMin estava mais afastado, apenas observando tudo, ele levaria o JiMin para casa e cuidaria dele quando eu embarcarse. Ele me deu uma despedida breve e eu abracei JiMin novamente, sussurrando um "Eu te amo" pela última vez antes de ir. 

Segui para o portão de embarque rapidamente, olhei para trás uma última vez e vi a imagem de JiMin chorando como um bebê, quase fui até lá pedir desculpas e dizer que desistiria da viagem, mas meus pais me matariam e eu logo estaria de volta, afinal, não é como se eu fosse ficar lá um ano ou coisa do tipo, era somente uma pequena semana.

Ou pelo menos era isso que eu esperava.

Depois de uma média de vinte e quatro horas no avião, a correria após eu chegar nos Estados Unidos era realmente grande, meus pais correram para o hotel, disseram que era para eu tomar banho e trocar de roupa e, em meia hora, estar pronto para ir a empresa do meu pai. Após terminar o pedido, liguei para TaeMin e agradeço por ele estar com JiMin, ele disse que o mesmo quase não parava de chorar. Ri um pouco preocupado com ele. Pedi para ele passar o telefone e ele o fez, JiMin parecia realmente alegre ao falar comigo,  corri até o carro que meu pai me esperava e fui até o local tentando conversar com JiMin e meu pai. Eu queria desligar por não poder falar com ele direito, mas JiMin disse que só queria escutar minha voz e já seria o suficiente. A chamada era até cara, afinal, era internacional, mas o que eu não faço pelo meu bebê, não é?

Toda a semana corrida estava passando bem, os dias eram extremamente cansativos e corridos, eu sempre ligava para JiMin em qualquer hora vaga e sempre antes de dormir, por mais cansado que eu estivesse. No terceiro dia, viajei para o Brasil, outra rotina corrida começou, o que eu não esperava era perder o passaporte em meio àquela loucura. Aquilo me deixou imensamente preocupado. No quarto dia liguei para TaeMin e o mesmo disse que JiMin estava tendo dificuldade para se alimentar, ele estava fazendo o possível, mas o garoto parecia perder a fome. Eu até iria conversar com JiMin, se eu tivesse tempo, claro, a corrida contra o tempo me deixou sem tempo de prolongar a chamada para falar com ele. No quinto dia, eu encontrei Min YoonGi, sim, meu mais retardado amigo, ele estava em frente uma das empresas de meu pai quando nos vimos, ou melhor, quando ele me viu. Eu tentei dar atenção a ele, mas não deu tanto tempo assim. Eu já estava de saco cheio dessa rotina. Ainda não havia resolvido o problema do passaporte e nem sequer tinha tempo para isso. 

Os dias se passaram, YoonGi estava no mesmo hotel que eu e meus pais, mas quase não nos víamos. Eu tentava ligar para TaeMin, mas ele dificilmente atendia, quando atendia, somente era para dar notícias que estava ficando com raiva das birras que JiMin fazia, sobre como ele estava estressado ou coisas do tipo. JiMin não queria comer, nem tomar banho, chorava toda noite e sequer estava bebendo água em boa quantidade. Eu estava simplesmente preocupado demais para ainda ter paciência suficiente com qualquer ser na minha frente, tanto que cheguei a gritar com YoonGi no nono dia – sim, já estamos no nono dia e eu ainda não consegui voltar, tudo pela droga do passaporte –, eu gritei somente porque ele me deu um "oi" e perguntou se eu estava com saudades do "Minnie". 

Eu estava tão preocupado com o JiMin, que já estava deixando de me alimentar juntamente a si, mesmo que eu o ligasse todos os dias e o obrigasse a comer, mas TaeMin dizia que ele provocava após isso e todo o resto do tempo era sem comer mesmo. TaeMin perguntou se deveria levar JiMin ao hospital, porém eu disse que ele tinha um trauma muito forte e que se ele entrasse pelo menos no ambiente, ele provavelmente gritaria tanto que estourados os tímpanos de alguém enquanto esperneia como louco. TaeMin desistiu na hora e disse para que eu me apressasse, afinal, ele também parecia preocupado demais com JiMin. 

No décimo dia, liguei novamente e TaeMin atendeu dizendo que JiMin não estava nada bem e que estava simplesmente destruído. Ele não parava de chorar e dizia estar sentindo uma dor no pulso, porém, por mais incrível que pareça, eu também estava sentindo essa dor. Dor exatamente no local da "marca" em forma de chave. Eu estava tão preocupado que até enjôo por causa do nervosismo eu estava sentindo. Acho que preocupação chegava a ser pouco para definir aquilo. Eu estava desesperado. Minha mãe tentava me acalmar e dizia que sairíamos daqui no dia seguinte ou no comecinho do décimo segundo dia.

Depois de uma noite totalmente mal dormida com efeito de calmante, liguei para TaeMin e o mesmo sequer atendeu, aquilo me deixou quase desmaiando de preocupação, era simplesmente algo que eu nunca havia sentido é esperava não sentir nunca mais. As mãos suando, o pulso ardendo, olheiras nos olhos inchados pelas lágrimas, eu sequer queria comer. Minha mãe estava ficando quase desesperada. Eu me sentia mal por fazer aquilo com ela, mas não é como se eu pudesse controlar. Na minha cabeça, era como se JiMin pudesse morrer a qualquer momento e por minha culpa. Eu nem sabia o que fazer. 

Passei o dia ligando para TaeMin, mas ele não atendia de forma alguma, liguei para Tae e pedi para ele ir na casa dele, mas ele disse que estava na escola e a prova já estava prestes a começar. HoSeok faria a prova junto a ele. 

O outro dia eu saí quase correndo para o aeroporto, eu já havia conseguido os documentos perdidos e fui quase como um flash para o local de embarque.

Meu celular tocou assim que eu sentei-me em uma cadeira.

~Ligação on~