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História Demon - I Am You, You Are Me


Escrita por: xitsuh

Notas do Autor


Olá, como vão? Agradeço pelos favoritos e comentários, eles me motivam!
Sinto muito pela demora. Foi um combo de motivos para o atraso... Tive provas da faculdade, depois viajei para São Paulo no dia 7, aí aproveitei o resto do feriado em Santa Catarina. Após isso, tive mais provas e fiquei sem internet.
Eu adicionei a história na categoria do Dean. Só achei essa categoria agora.
Espero que gostem do capítulo.

Capítulo 3 - I Am You, You Are Me


Fanfic / Fanfiction Demon - I Am You, You Are Me

Ji Hye foi até Dean, que ainda conversava com aquele conhecido, e deu um tapa fraco nas costas dele:

- Você não sabe o babado que acabei de presenciar.

- Depois você me conta, sem noção. Deixe-me apresentá-la ao meu amigo. - Dean apontou para o garoto à sua frente. - Esse é Woo Ji Ho. Você já deve conhecê-lo como Zico. Ji Ho, esta é minha amiga Kim Ji Hye, que produziu a música do Shin.

Zico e Ji Hye deram um aperto de mãos tímido.

- Ele tem namorada. - Cochichou Dean no ouvido da garota. Ela ficou brava. Nem sequer achava Zico bonito, por que Dean pensava que ela dava em cima de todos? - Vou pegar uma bebida, vocês querem algo?

Zico pediu um uísque e Ji Hye aceitou uma cerveja, então Dean foi até o bar, deixando-os sozinhos. O clima ficou desconfortável e nenhum deles sabia o que falar. Além disso, Zico não era nem um pouco interessante para Ji Hye. Querendo quebrar o gelo, ele pegou um cartão do bolso:

- Eu realmente gostei da sua música. Vamos trabalhar juntos algum dia, por favor. - Zico entregou o cartão a Ji Hye. Nele, estavam suas informações de contato.

- Ah, sim, com certeza. - O silêncio voltou a reinar entre os dois. - Você não estava na última festa, certo? - Ji Hye tentou puxar assunto.

- Não, minha namorada não poderia ir e não deixou eu ir sozinho.

- E ela está aqui hoje?

- Sim, está dançando em algum lugar. Ficou cansada de me esperar terminar de falar com o Hyuk, então foi se divertir. - Ele explicou.

Ji Hye pensou que a namorada de Zico devia ser louca e ele, um masoquista. Pessoalmente, Ji Hye nunca deixaria que um namorado tentasse controlá-la a ponto de não a deixar sair sozinha com seus amigos. Impedir o parceiro de sair sem você era uma grande falta de confiança. Enquanto Ji Hye pensava naquilo, uma garota alta e bonita apareceu na frente deles:

- Quem é a sua amiga? - A garota perguntou para Zico.

- Ah, ela é Kim Ji Hye, a produtora da música do Shin.

- Prazer em conhecê-la, eu sou Kim Seol Hyun, namorada do Ji Ho. - Disse a garota. Ji Hye sorriu com a tentativa da outra de intimidá-la.

- Não se preocupe, ela está comigo. - Chegou Dean, entregando as bebidas que pegou para os outros e passando o braço sobre os ombros de Ji Hye.

- Nunca pensei que você chegaria a ter uma namorada um dia, Dean. - Disse Seol Hyun. Ele só sorriu, sem negar nem afirmar.

- Que tal se deixarmos os namorados a sós? - Perguntou Dean a Ji Hye. Ela concordou e ambos foram para outro lugar. Ele a pressionou contra uma parede.

- Pare com isso. - Ji Hye pediu.

- Por quê? Porque seus outros esquemas vão ver? - Dean sorriu cinicamente, encostando-se na parede ao lado dela. - Qual era a treta que você queria me contar?

- Eu vi a Lady Jane tentando voltar com o Simon Dominic, mas ele não parecia querer muito. Aí eles se beijaram.

- Ué, não era ele que ficava mandando mensagens para voltar? É o que ela disse.

- Talvez ela tenha mentido. - Disse Ji Hye.

- E você está triste? - Dean tirou sarro.

- Por quê?

- Seu irmão me disse que você tinha voltado para casa, depois da outra festa, com o Simon Dominic. É sua nova aposta? Um homem bem mais velho e solitário? Alvo fácil… Eu também apostaria nele.

Ji Hye revirou os olhos e foi dançar. Na verdade, depois de vê-lo beijando Lady Jane, ela não sabia se ainda apostaria em Simon D. Jay Park soava bem mais atraente agora, além de provavelmente ser mais rico. Simon parecia ser um pouco emocionalmente desesperado. Ela olhou para o bar. Jay ainda estava lá e a avistou também. Ji Hye começou a dançar sensualmente, sem tirar os olhos dele. Ele se levantou e foi até ela, dançando no mesmo ritmo.

- Você quer me matar desse jeito. - Comentou Jay Park. Ji Hye riu.

- Quero.

Conforme dançavam, Jay se aproximava ainda mais de Ji Hye, até ficarem praticamente colados um no outro. Controlou-se para não ficar excitado, mas era difícil, por mais que ele normalmente fosse ótimo com autocontrole. De repente, Ji Hye parou de dançar, piscou um olho e saiu do salão. Ele a seguiu, vendo aquilo como um convite.

- O céu está bonito hoje. - Ela disse, olhando para cima.

- Nunca será tão belo quanto você. - Jay a encarou e colocou uma das mãos sobre a bochecha de Ji Hye. Aproximou seu rosto do dela lentamente.

- Nós não podemos fazer isso. - Ela cortou, dando um passo para trás.

- Por que não?!

- Porque… eu aceito sua oferta. Eu ainda não quero fazer parte da AOMG, porém adoraria trabalhar em algo com vocês. - Ji Hye sorriu. - E eu não costumo beijar colegas de trabalho.

Jay Park suspirou:

- Ah, Kim Ji Hye… - Ele passou as mãos sobre o próprio rosto e respirou fundo. - De qualquer forma, fico feliz por querer trabalhar conosco. Vou lhe mandar uma mensagem mais tarde para tratar de negócios.

~~~

Dean disse que Ji Hye se comportara muito bem na festa, não flertara com homem algum e não bebera nem uma gota de álcool. Devido ao comportamento exemplar da irmã, Kim Ji Hoon resolveu deixá-la ir à faculdade novamente.

Na instituição, Ji Hye notou que muitas pessoas ouviam “Don’t Worry”, música que ela fizera com Shin. Isso era bom, significava que ganharia mais dinheiro. Assinara um contrato em que ganhava 60% dos lucros sobre a música, então ficou feliz ao ver tanta gente ouvindo seu trabalho.

Ao fim das aulas, o carro que o irmão dela sempre mandava para buscá-la já estava na entrada da faculdade, esperando, e o motorista mandado por Ji Hoon estava em pé à frente do seu carro. Ji Hye olhou ao redor. Pouco mais atrás, estava um carro preto de janelas opacas. Ji Hye começou a ir na direção do carro do irmão e,  ao chegar a uma distância de 5 metros, sorriu para o motorista e saiu correndo para entrar no carro de trás, partindo rapidamente do local.

O motorista de Ji Hoon, na mesma hora, aflito, ligou para o chefe de segurança do casarão:

- A senhorita Ji Hye entrou em outro carro e fugiu.

- Como?! Está louco?! Viu a placa do carro, pelo menos?! - Gritava o chefe.

- Sinto muito. Foi rápido demais… Por favor, só não me matem.

- Argh! Você está demitido! - Berrou a voz do outro lado da linha.

No carro de fuga, Kim Ji Hye gargalhava:

- Que cara burro! - Exclamou, olhando para seu motorista salvador, que usava uma máscara preta sobre a boca, óculos escuros e uma touca.

- Me senti em um filme de ação policial. - Comentou Dean, tirando o disfarce. Olhou para Ji Hye. - E agora, o que pretende fazer?

- Preciso que me deixe em algum hotel em que não serei encontrada.

- Eu sei onde você nunca será encontrada.

- Onde? - Perguntou Ji Hye.

- Na minha casa. - Disse Dean, sorrindo.

Chegando no apartamento do outro, Ji Hye entrou direto, pois já conhecia o local. Jogou sua mochila no sofá e seus tênis no meio da sala, indo até o quarto de Dean para procurar uma toalha. Revirou o guarda-roupas dele e pegou uma camisa e uma cueca boxer também, depois foi direto para o banheiro da suíte para tomar banho.

- Sinta-se à vontade… - Falou Dean, sarcástico. Juntou os tênis surrados dela, jogou-os na lavanderia, e colocou a mochila no chão do seu quarto.

Ele ouviu um toque vindo do bolso da mochila de Ji Hye, então tirou o celular dela dali. Era a mensagem de um número não salvo. Desbloqueou a tela e leu:

[DESCONHECIDO] “Você salvou seu nome como ‘Produtora Gee Gee’? Kkkkk”

Outra mensagem chegou:

[DESCONHECIDO] “Ah, é o Park Jae Beom, Jay Park, caso você não saiba, gata”

Dean respondeu:

[JIHYEKIM] “kkkk”

[JIHYEKIM] “Vá para o Inferno”

[DESCONHECIDO] “Por que eu iria ao Inferno agora que finalmente consegui seu número?”

[JIHYEKIM] “Ah, onde eu estava com a cabeça quando lhe dei meu número?”

[DESCONHECIDO] “Quanta grosseria...”

[DESCONHECIDO] “De qualquer forma, estarei lhe esperando agora em um café aqui perto do meu apartamento. Vou mandar o endereço.”

Dean excluiu a conversa e devolveu o celular à mochila. Ji Hye acabou o banho e saiu do banheiro já vestida, secando seu cabelo com a toalha.

- Por que você está usando minhas roupas? - Dean perguntou.

- Porque são mais confortáveis. - Ji Hye se atirou na cama. - Vou dormir um pouco.

- Vai dormir de cabelo molhado? - Ele questionou, mas ela já caíra no sono.

Três horas depois, Dean tentava escrever músicas, sentado no balcão da cozinha. Kim Ji Hye ainda dormia, na diagonal, ocupando toda a cama de casal. O celular dela tocou, acordando-a. Ela resmungou e se arrastou à borda da cama para tatear o chão, até achar a mochila. Pegou o celular e atendeu:

- Alô?

- Se você não vai se encontrar com alguém, diga que não! Qual a utilidade de só visualizar a mensagem? Pensei que você viria. Já fui embora, foda-se. - Reclamou Jay Park do outro lado da linha.

- Do que você está falando? Que mensagem? Ir aonde? - Ele desligou na cara dela.

Ji Hye procurou alguma mensagem no seu celular, mas não havia nada além do normal. Estranhou. Ela não havia mexido ali, quando chegou na casa, foi direto para o banho e então dormiu. A pessoa que havia colocado sua mochila no quarto… era Dean, mas não havia motivo para ele fazer aquilo. Ji Hye se levantou e foi até a cozinha.

- Ei, Kwon Hyuk. Você mexeu no meu celular? - Ela perguntou, sentando-se ao lado dele no balcão.

Ele hesitou, sem olhá-la nos olhos:

- N- Não, por que eu faria isso? - Gaguejou.

- Você fez isso, não fez? Seu idiota… - Ji Hye o agarrou pelo colarinho. Ele olhou para baixo. - Olhe para mim. O que você fez?!

- Talvez eu tenha respondido algumas coisas…

- Qual era o seu problema? Aquela era minha chance de finalmente parar de depender do meu irmão!

- Você não precisa de Jay Park para não depender do seu irmão. Você pode apenas viver aqui comigo. - Ele disse, tirando as mãos dela do colarinho dele.

- Não dependerei do meu irmão, mas serei sua dependente. Uau, que mudança. Vá se foder, Kwon Hyuk. Você é um idiota total. Não tem direito nenhum de se meter na minha vida. - Ji Hye se levantou, foi até o quarto, vestiu suas calças e pegou sua mochila:

- Onde estão meus tênis? - Ela gritou do quarto. Hyuk foi até ela.

- Por quê? - Ele perguntou.

- Onde estão? - Ela indagou novamente, impaciente. - Ah, esquece. Tanto faz. - Não quis esperar uma resposta e foi embora de chinelos. O outro não quis segui-la.

Ji Hye pegou um táxi até o prédio onde morava Jay Park, segundo se lembrava devido à primeira festa em comemoração à música de Shin. Estava com raiva e ia resolver aquilo rápido. Foi até a portaria e conseguiu seduzir os seguranças e o porteiro a deixarem-na entrar, mesmo que estivesse sem maquiagem, despenteada e de chinelos. Isso aumentou um pouco mais a autoestima dela.

Pegou o elevador até o último andar, que pertencia inteiramente a Jay Park. Lá, havia um pequeno corredor só para o elevador, que funcionava como uma sala de espera, com poltronas e algumas bolachas doces e salgadas e uma máquina de café. Ela soltou uma risadinha pelo nariz. Aquele homem era estranho. Ji Hye apertou a campainha do apartamento, cuja porta ficava bem à frente do elevador.

~~~

 Park Jae Beom não estava tendo um bom dia após ser rejeitado por Kim Ji Hye. Enquanto voltava ao seu apartamento, tropeçara e caíra. Depois, uma fã o reconhecera, tirara fotos e pedira um autógrafo. Até aí tudo bem, porém ela começou a segui-lo por todo o caminho. Foi estressante pedir para os seguranças não a deixarem entrar no prédio e ficar cuidando para ver se eles não a machucavam. Jay não queria ser processado.

Quando chegara em casa, sentiu um cheiro de queimado e percebeu que deixara uma panela no fogo. Ao tirá-la do fogão, queimou a mão. Assim que finalmente pôde sentar para assistir a televisão, os canais estavam fora do ar devido a uma manutenção nos cabos. Foi então que sua campainha tocou.

Era Ji Hye na porta, ele viu pela câmera. Sua raiva por ela se extinguiu. Ela estava tão linda com os cabelos despenteados e o rosto sem maquiagem. Todavia, então, ele se lembrou do tempo que ficou esperando por ela e das mensagens mesquinhas, e quase não a atendeu, porém ele jamais deixaria uma garota para fora, mesmo que fosse a mais otária de todas.

- O que você quer? - Jae Beom perguntou, abrindo a porta. Ji Hye passou por ele e entrou no apartamento, sentando-se no sofá da sala.

- Não sei de que mensagens você estava falando, mas eu não mandei nada. - Ela disse, simplesmente. Ele fechou a porta e se sentou ao lado dela.

- Seu celular respondeu as mensagens sozinho?

- Não, eu acho que meu amigo respondeu. - Ela o encarou. - Olha, eu odeio falar isso, mas sinto muito… pelo meu amigo ter respondido.

- Amigo? - Jae Beom perguntou, olhando para a camisa que ela usava; Ji Hye se esquecera de tirar a camiseta de Dean. Jay podia sentir o cheiro de perfume masculino. - Só amigo? Ele me pareceu meio infantil em ter respondido por você.

- Sim, só amigo. Ele é uma pessoa gentil, não sei por que ele fez essa bobagem.

- Ah, ele deve ser muito gentil… Até lhe emprestou a camisa dele.

Ji Hye arregalou os olhos:

- Eu fugi da casa do meu irmão. Esse meu amigo me abrigou, pelo menos até eu descobrir sobre as mensagens. Aí… eu vim para cá, conversar com você. - Falou rápido.

- Vou fazer algo para você comer. - Jae Beom disse, indo para a cozinha.

~~~

 - Oi! - Cumprimentou Kim Seol Hyun, aparecendo de surpresa no estúdio de Woo Ji Ho à noite.

- Seol Hyun, estou ocupado. - Ele respondeu automaticamente, sem tirar os olhos do seu trabalho. Planejava lançar uma música em breve, porém estava sem inspiração e as letras que escrevera não pareciam nada reais.

A garota suspirou e tirou os papéis da mão de Ji Ho. Ele a encarou, franzindo a testa. Seol Hyun sentou no colo dele e o abraçou forte, fingindo um choro. Ji Ho hesitou, mas a abraçou de volta. Estava devendo um tempo para com ela.

- Você não pode ser um pouco menos o artista Zico e mais meu namorado Ji Ho? - Ela perguntou. Ele saiu do abraço e beijou a bochecha dela.

- Me desculpa.

- Eu desculpo, mas, por favor, só dessa vez… Deixe-me ficar com você.

Zico olhou o horário: 19 horas. Jay Park havia o convidado para jantar na casa dele às 20, e talvez não haveria problemas em levar Seol Hyun junto.

- Eu já estava saindo do trabalho. Vou jantar no Jae Beom. Quer ir comigo? - Ele convidou, acariciando o rosto de Seol Hyun.

- Vamos! - Ela concordou, feliz.

~~~

 - Ji Ho? Seol Hyun? O que fazem aqui? - Perguntou Park Jae Beom, ao atender a porta.

- Você tinha me convidado para jantar… E eu trouxe a Seol Hyun… - Disse Zico.

- Ah! Cara, foi mal, eu tinha me esquecido disso… Podem entrar. - Convidou Jay, abrindo espaço para os dois amigos passarem.

Kim Ji Hye estava sentada no sofá, assistindo a televisão, que já havia voltado ao normal. Ficara no apartamento de Jay Park após ele perdoá-la, pois não queria ir para a casa de Kwon Hyuk depois da cena que ele fizera. Woo Ji Ho e Kim Seol Hyun se depararam com a garota, surpresos. Ela também se surpreendeu, pois Jae Beom nem a avisara que esperava visitas.

- Produtora Gee Gee? Que estranho vê-la por aqui! - Disse Zico. Ji Hye se levantou e deu um aperto de mãos nele e na sua namorada.

- Por favor, me chamem de Ji Hye. - Ela pediu.

- Sentem-se. - Falou Jae Beom, sentando-se em uma poltrona. Ji Ho se sentou ao lado de Ji Hye, mas foi obrigado a ir para o lado quando Seol Hyun quis sentar-se no meio deles.

- Pensei que você fosse namorada do Dean, mas agora você está com o Jay… - Começou Seol Hyun.

- Eu não sou namorada do Hyuk, ele estava brincando. E o sr. Jay Park é só um provável futuro colega de trabalho, não se preocupe. - Respondeu Ji Hye.

- Você pode me chamar de Park Jae Beom. - Disse Jay. - Ela está aqui só hoje porque não tem para onde ir, nada de mais. - Ele explicou a Seol Hyun.

- O que aconteceu? - Perguntou Zico.

- Ah, eu meio que fugi de casa… - Ji Hye falou.

- Se você quiser ajuda, eu conheço uma senhora que tem uma casa para estudantes. Tem uma vaga sobrando lá. - Zico ofereceu.

- Mas os pais dela provavelmente vão ficar preocupados e procurá-la logo, não é, Ji Hye? - Seol Hyun sorriu falsamente.

- Só se eles ressuscitarem.

O clima ficou pesado. Ji Ho tentou consertar essa sensação:

- Você pode me ligar a qualquer momento no número que lhe dei na festa. Eu ficaria feliz em ajudar. Essa senhora que conheço é bem confiável, a casa é boa, as estudantes que moram lá são quietas e o aluguel não é caro.

- Agradeço. - Ji Hye fez uma curta reverência. Seol Hyun a lançou um olhar cortante.

- Enfim, amigos, sinto muito, porém realmente esqueci sobre meu convite para jantar, portanto terei que cozinhar algo agora, o que vai demorar um pouco. - Interrompeu Jae Beom.

- Não é para esse tipo de situação que existe a entrega em domicílio? - Sugeriu Ji Hye.

Algum tempo depois, estavam todos sentados no chão, sobre o tapete, comendo pizza, bebendo refrigerante e jogando Banco Imobiliário. Eles até fizeram tradicionais jogos alcoólicos, porém com refrigerante. Não havia mais clima pesado e até Seol Hyun, que era extremamente ciumenta com qualquer pessoa, estava gostando de Ji Hye, porque ela sabia como divertir as pessoas. As duas garotas até formaram um time contra Ji Ho e Jae Beom.

Quando Ji Ho e Seol Hyun estavam indo embora, Ji Hye pediu para eles a deixarem em um hotel no caminho. Todos se despediram de Jae Beom e foram para o porsche preto de Ji Ho. Seol Hyun e Ji Hye conversaram durante o caminho inteiro, impressionando Zico, que se perguntava como elas se tornaram tão próximas. Talvez esse fosse o milagre do Banco Imobiliário.

O dormitório de Seol Hyun ficava antes da casa de Ji Ho e do hotel para o qual ele levaria a outra, então ela ficou por ali, despedindo-se dos dois. Não tinha mais ciúmes de Ji Hye com Ji Ho, até porque vira que ela olhara para Jay Park durante 90% do tempo. Quando Seol Hyun entrou, Ji Hye passou para o banco da frente, ao lado de Zico.

- A noite foi muito divertida hoje, graças a você. Meu estresse até passou. - Comentou Ji Ho.

- Todos foram divertidos, não foi tudo graças a mim. Eu só dei umas ideias. - Ji Hye negou.

- Até a Seol Hyun se divertiu… Geralmente ela não gosta de outras garotas que me conhecem, mas você conseguiu virar amiga dela. Isso é incrível.

- Eu não havia gostado nem um pouco dela antes, mas ela é legal.

- Seol Hyun me preocupa, às vezes. Ela não é muito boa fazendo amigos e é bem fechada. O jeito que ela fala com os fãs e age na frente da mídia é só um papel que ela representa, na verdade, ela é bem tímida. Fico feliz que vocês possam se dar bem. - Ele disse, parecendo realmente aliviado.

- Você gosta bastante dela, não é? - Ji Hye sorriu.

- É tão óbvio? - Eles riram.

- Ah, eu queria ser capaz de me apaixonar assim… Ter alguém que se preocupe comigo, sorrir ao lembrar alguém… Deve ser ótimo. - Ela imaginou.

- É ótimo quando é correspondido. Caso contrário… é péssimo não poder ter alguém que você queira.

- Na verdade, é péssimo achar que pode ter alguém. Ninguém pertence a ninguém…

Ji Ho a encarou por um momento. Ela tinha razão. Seol Hyun sempre dizia que era dele de corpo e alma, mas aquilo era cruel, porque ele não tinha esse direito. Porque ele não achava que também pertencia a Seol Hyun. Ele queria ser livre.

Em breve, eles chegariam ao hotel, porém Zico não queria terminar a noite daquele jeito. Ele queria conversar mais com Ji Hye, saber das ideias dela, conhecer a liberdade em que ela parecia acreditar. Parou o carro em um boteco medíocre.

- Você quer fechar a noite com um pouco de álcool? Mesmo que seja nesse tipo de lugar... - Ji Ho ofereceu.

- Agora você está falando na minha língua! - Ji Hye saiu do carro na hora.

Eles pediram algumas garrafas de soju e foram bebendo enquanto conversavam sobre tudo: sobre a vida, o trabalho, o futuro, música… Ji Hye se impressionou ao ver que eles tinham a mesma visão sobre as coisas. Ambos viam que, no fim, a vida não fazia sentido e tudo era uma farsa, então a melhor coisa a se fazer era aproveitar e viver intensamente, fazendo tudo o que quisessem, sem medo do fim. Ninguém que ela conhecia pensava assim, e era o mesmo para ele.

Ji Ho contou tudo sobre a infância e a adolescência conturbadas dele, sobre como desejou a morte quando percebeu que nada nesse mundo valia a pena. Contou que, por um bom tempo, só viveu por sua mãe e por seu irmão mais velho, pois não via razão para lutar por si mesmo, apenas mais tarde ele passou a ver que a única solução era viver ao máximo os bons momentos. Ji Hye não falou sobre seu passado, já que não costumava se abrir aos outros tão facilmente, mas disse que entendia o sofrimento pelo qual ele passou.

Depois de um tempo bebendo, Ji Ho começou a ficar bêbado, porque era fraco para álcool e ultrapassara seus limites. Ji Hye era bastante forte, então só ficou observando a decadência do outro, analisando a futilidade do comportamento humano.

- Sabe… A Seol Hyun… Ela não sabe dessas coisas… - Zico falou.

- Do quê? - Perguntou Ji Hye.

- Ela não sabe assim sobre o mundo… Como você. Tipo, ela… Sei lá. Eu não… Eu nunca disse aquilo para ela, mas ela continuou dizendo que sim, porque ela queria, e eu não queria dizer que não, mas eu queria dizer que não…

- Calma. Respira. Não dá para entender nada.

- Ela ia na minha casa às vezes, porque éramos amigos. De vez em quando… eu a beijava. Porque ela é linda… E eu gosto dela porque… ela é minha amiga… - Disse Ji Ho, tentando servir mais um copo de soju. Ji Hye o impediu:

- E daí?

- Eu não me apaixonei, só gostei, porque é amizade, né… A gente gosta… E eu beijava porque eu também precisava disso de vez em quando… Porque também sou homem… Aí o Dispatch… Tirou aquelas fotos. E as pessoas a odiaram porque disseram que ela vestia roupas curtas, ou porque ela corria para mim… E eu nem notava isso… Eu fiquei com pena, ela não merece esse ódio… - Ele deitou a cabeça sobre o próprio braço. - Aí ela falou para a RP da empresa dela dizer que estávamos namorando, até porque era o melhor para a imagem dela e… porque, ela me disse depois,… ela era apaixonada por mim… E eu neguei, e minha empresa negou, mas ninguém entendeu… E agora estou com ela… Mas ela é minha amiga…

- Basicamente, vocês eram amigos que sustentavam um tipo de amizade-colorida. Você gosta dela como um amigo, mas ela é apaixonada por você. Os paparazzis tiraram fotos de vocês dois se encontrando e Seol Hyun aproveitou essa situação para confirmar namoro por meio da imprensa, porém você não queria isso, mas continua com ela porque tem pena. - Resumiu Ji Hye.

- Você fala muito rápido, minha cabeça dói. - Resmungou Ji Ho.

- Termine com ela. Simples.

- Ela precisa de mim.

- Enganá-la e ficar com ela por pena é cruel, você devia saber disso. - Ela suspirou. - Vamos embora, você está péssimo e já é madrugada.

Ji Hye fechou a conta com o caixa do bar e carregou Ji Ho até seu porsche, atirando-o no banco do carona. Colocou o cinto de segurança nele e foi até o banco do motorista, ligando o carro.

- Onde fica sua casa? - Ela perguntou.

- Você sabe dirigir?

- Óbvio. Onde fica sua casa? - Ji Hye indagou novamente, porém Ji Ho dormiu. Ela bufou e procurou o lugar na lista de endereços salvos do GPS dele. Por acaso, estava lá.

A casa de Ji Ho não era muito longe. Era um apartamento em um prédio de classe média-alta, perto do bar. Ji Hye estacionou na garagem do edifício e carregou Ji Ho para fora, após acordá-lo.

- Qual é o seu andar? - Ela perguntou, já no elevador. Por sorte, ninguém estava por perto para ver o ídolo Zico bêbado e com uma garota que não era sua namorada.

- Décimo andar… Apartamento 1002… - Ele murmurou. - A senha é minha data de nascimento…

Na porta do apartamento, Ji Hye perguntou quando ele nascera, mas ele estava inconsciente de novo. Ela tateou os bolsos dele, à procura de sua carteira e, quando achou, pegou a identidade dele. Digitou 920914 no sistema de tranca e a porta abriu.

A garota tentou adivinhar em qual das portas do lugar ficava o quarto dele e foi certeira na primeira tentativa. Jogou Ji Ho na cama, tirando os tênis dele e o cobrindo com um cobertor que achou em um armário. Quando estava indo embora, ele a puxou pelo braço, fazendo-a cair na cama.

- O que você está fazendo, sr. Woo Ji Ho? - Ela perguntou, desvencilhando-se do toque dele.

- Não vá embora… Eu vou morrer. - Ele pediu.

- Não, você não vai morrer. Você só vai morrer se não me deixar ir embora.

- Durma aqui, você já não tem para onde ir…

- Você acha que vou dormir na casa de um homem que conheço há pouco tempo? - Ji Hye se levantou. Ji Ho saiu da cama e cambaleou atrás dela. De repente, ele a abraçou:

- Obrigado por conversar comigo e por me trazer aqui. Obrigado por me dar coragem…

- Coragem para quê? Você não está falando nada com nada. - Ela disse.

- Coragem para perceber que ficar com a Seol Hyun é cruel. E peço desculpas por ficar bêbado, mas conversar e beber com você foi tão confortável que me senti à vontade. - Ele soltou o abraço.

- Tudo bem. Agora vá dormir. - Ji Hye o colocou novamente na cama.

Ela também se sentira confortável com Ji Ho, talvez eles pudessem se tornar amigos em um futuro próximo. Talvez ela pudesse construir uma amizade sem segundas intenções, sem pensar em brincar com ele. Durante a conversa que tivera com ele, pôde ver a personalidade única daquele homem, diferente de qualquer um que já vira. Ele era interessante, então Ji Hye sinceramente quis aquela amizade.

Teve que pegar um táxi até o hotel mais próximo dali, mas não se importou. Ficou feliz com o dia que teve. Fugiu do seu irmão com sucesso, comeu pizza, bebeu e conheceu melhor algumas pessoas legais, sem a falsidade de sempre. Ainda estava descabelada e vestindo chinelos, além de ter brigado com Dean, mas aquilo era de menos.


Notas Finais


Obrigada por lerem!


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