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História Demônios - Zurena - O Roubo


Escrita por: WeirdGal

Notas do Autor


Voltei queridos! Espero que tenham tido um dia bom, porque esse episódio vai mexer com seus corações KKKKKKKK

Tenham uma boa leitura ❤️❤️

Capítulo 10 - O Roubo


Fanfic / Fanfiction Demônios - Zurena - O Roubo

POV ZULEMA

Finalmente o dia do roubo havia chegado! Bom, estava ansiosa e ao mesmo tempo queria que demorasse mais. Ao mesmo tempo eu ansiava por aquela adrenalina e ter todo o dinheiro, sabia que aquilo significaria o meu fim com Macarena. Apesar da noite de ontem, nada havia mudado em meu pensamento.

Macarena havia admitido que me amava, ela disse olhando nos meus olhos sem pestanejar. Eu sabia que se continuasse com ela, a machucaria de um jeito ou de outro. Eu era como um câncer, matava todos a minha volta, todos que me envolvia, fosse sexualmente, socialmente ou apenas de passagem, eu tinha um dedo podre e tudo o que eu tocava eu destruía. 

Não podia fazer aquilo com Macarena. Nosso tempo juntas naquela quitinete foram inesquecíveis pra mim. Mesmo não nos falando algumas vezes, por conta de brigas ou outras coisas, mas eu sentia que poderia construir um lar ali, porque ela estava ali. Com certeza era a coisa mais próxima que eu tinha de um lar desde que eu fugi da casa da minha mãe, quando somente uma criança.

Macarena era extremamente especial pra mim, e por isso mesmo eu precisava protegê-la de mim mesma. Eu sentia que após nos separarmos, ela me superaria e seguiria sua vida, acharia um homem ou mulher perfeita, teria vários filhos impecáveis, um cachorro de raça, que usaria uma coleira com sino, entraria pela portinha da casa e traria o jornal pra lerem. Uma puta família de comercial de margarina. Desejava aquilo pra ela, sabia que era o que queria, e algo que eu jamais poderia dá-la.

Estava deitada na cama por algum tempo já, estava sozinha no quarto, que era irradiado por alguns feixes de luz que escapavam pela cortina. Ouço barulhos na cozinha e resolvo levantar, estava com fome. Assim que saí do quarto, visualizei Macarena com apenas uma camisa xadrez abotoada que tampava até metade da sua bunda, e o que parecia uma calcinha preta rendada. Ela dançava no movimento de uma música qualquer, enquanto cozinhava algo no fogo. 

Não havia percebido que eu estava ali a observando, então resolvi apenas continuar por algum tempo e apreciar toda a sua beleza, pois depois daquele dia, nunca mais faria isso. 

Macarena começou a cantar junto com a música, de maneira desafinada, me fazendo dar algumas risadas involuntárias, ela estava muito engraçada e perfeita ao mesmo tempo, acho que ela não tinha ideia do quanto eu admirava seu corpo, seu jeito e sua personalidade. 

Mesmo tentando nos matar várias vezes, eu nunca cheguei a odiar Macarena. Sabia que, assim como eu, tudo o que ela havia feito havia sido por sua liberdade, não podia julgá-la, sendo que fiz o mesmo. Incluindo matar seu feto e levá-la a força pra fora da prisão no mesmo dia que conseguiria fugir. Eu havia cometido mais erros do que ela, não podia odiá-la por ser parecida comigo.

Continuo a observando por mais alguns segundos, até que ela vai em busca de algo nas prateleiras atrás dela, do meu lado. Assim que virou, ela me viu e parou de dançar, corando. 

- Pra uma cantora, você dança bem. - Brinco com sua desafinação, dando uma risada e recebendo outra de volta.

- Você estava me observando a muito tempo? - Ela pergunta enquanto se aproxima de mim, colocando seu corpo perigosamente perto do meu e pegando algo do meu lado. 

- Acabei de chegar. - Menti, não daria aquela satisfação pra ela, era orgulhosa demais para aquilo.

- Sei. - Ela diz, com uma voz suspeita. - O café da tarde está pronto. - Ela diz enquanto coloca os omeletes que havia feito em cima da mesa, fazendo minha boca salivar.

Comemos em silêncio, apenas apreciando o gosto da comida e a presença uma da outra. Não tínhamos muito assunto pra conversar, já que estávamos ambas nervosas e receosas com o que aconteceria apenas daqui a algumas horas. Podia sentir Macarena mais distante de mim depois que eu disse que seguiríamos por caminhos separados. Não queria machucá-la, mas era melhor cortar suas esperanças já do que fazê-la sofrer mais depois.

Após comermos, revisamos o plano por horas, até que a hora de começarmos a nos arrumar chegou, e então o fizemos. Colocamos roupas pretas, nada chamativas e bonés da mesma cor. Não pude deixar de notar o quão linda ela ficava de boné. Também pegamos as malas com as armas já prontas dentro, e então entramos no carro que havíamos alugado exclusivamente pro roubo. 

Dirigimos em completo silêncio durante o caminho até a joalheria, ambas estávamos muito nervosas. Assim que estacionei, vi a mão de Macarena tremer, e senti vontade se segurá-la, abraçar Macarena e dizer que tudo ficaria bem, mas já não me sentia no direito de fazer aquilo, provavelmente ela também não queria que eu o fizesse.

POV MACARENA

Havíamos acabado de chegar na joalheria, sentia meu coração quase explodindo de nervosismo, minhas mãos tremiam e minha respiração estava um pouco descompassada. Olhei rapidamente pra Zulema, e vi que ela estava me olhando também. Dei um sorriso fraco em sua direção, tentando a encorajar, e recebi um de volta, com a mesma intenção. 

Saímos do carro e nos dirigimos até a porta da joalheria, o caminho até lá pareceu durar anos, parecia que nunca acabaria. Finalmente chegamos e passamos pelo detector de metais, que tinham sido desligados pelos guardas subornados por Zulema. Não havia mais ninguém na joalheria além deles, assim como Zulema havia dito.

Apenas olhamos eles brevemente, balançando a cabeça em nosso sinal secreto. Andamos até o elevador, apertando no terceiro andar, o qual a dona deveria estar, cuidando de algumas papeladas. 

Antes da porta abrir, pegamos nossas armas nas mãos e largamos as bolsas, que estavam lá só pra transportar as mesmas. Assim que a porta abriu, saímos rapidamente, apontando as armas pra... várias pessoas? Droga. A dona parecia ter uma reunião de última hora naquele horário, haviam outros homens e mulheres com ela. Pareciam ter ao todo quatro homens e duas mulheres além dela. 

- Todos no chão! Com as mãos pra cima! Isso é um assalto! - Grito com intensidade, assustando a todos e fazendo-os me obedecer imediatamente. 

- Você... vem comigo. - Zulema pega a dona pelo braço, apontando a arma em sua cabeça. 

- Todos pra lá. - Digo enquanto aponto até o canto da sala, fazendo eles irem lá imediatamente. - Se alguém fizer qualquer movimento, arrebento a puta cabeça. - Digo firmemente, ainda apontando a arma pra eles. 

- Onde está o puto cofre? - Zulema grita pra dona, que estava completamente histérica. 

- E-esta, d-dentro do q-quarto... - Ela diz gaguejando, fazendo seu medo ficar totalmente aparente.

Elas entraram e eu fiquei na porta, olhando para as outras pessoas, garantindo que não fizessem uma burrice e tivessem os miolos estourados por mim mesma. Na mesma hora, ouvi sirenes de polícia, e senti meu coração acelerar com a adrenalina.

“Porra, eles são rápidos”

- Zule, os policiais chegaram, estão quase aí? - Digo e então olho rapidamente pra sala em que elas estavam.

- Pronto! - Ela diz enquanto abre a porta do cofre, e pega na mão várias pedrinhas de diamante, dando um sorriso vencedor, fazendo eu me acalmar um pouco.

- Vá lá com os outros. - Digo duramente pra dona, que correu em direção as outras pessoas. - Espera aí, alguém está faltando. - Digo e conto novamente as pessoas, pra ter certeza que estava contando corretamente. - Quem está... - Digo, mas logo sou interrompida por um homem careca com uma arma na mão, a apontando pra Zulema, que saía do quarto. - Nãoooo! - Eu grito, me jogando instintivamente  na frente dela, meu corpo foi pra trás com o tiro, me fazendo cair perto dela, com uma expressão de dor no rosto, aquilo havia doído muito. 

- Filho da puta! - Ela grita enquanto atira na cabeça dele, o matando na mesma hora. - Macarena... - Ouço ela dizer enquanto se agacha perto de mim, segurando minha cabeça em seu colo.

- Z-zule... eu estou... g-grávida. - Digo com dificuldade. A dor era tanta em mim, que sentia como se enfiassem repetidamente uma faca em meu abdômen. Via pontos pretos em minha visão enquanto olhava em seus olhos, os vendo marejados. - Eu t-te... - Tento dizer, mas logo sinto tudo apagar, havia ficado inconsciente.

POV ZULEMA

Macarena havia acabado de se jogar na minha frente, me protegendo de um tiro, e agora disse que estava grávida em meus braços, e algo a mais, mas apagou logo após. 

- Maca... Maca, acorda! - Digo enquanto dou tapinhas leves em seu rosto, não conseguindo segurar minhas lágrimas. - Por favor Maca... - Digo com minha voz já embargada do choro. 

- Polícia! Larguem as armas e abram a porta, ou iremos arrombar! - Ouço um homem gritando, me desesperando mais ainda.

Resolvo pensar um pouco logicamente, e decido pegar Macarena em meu colo, juntamente com os diamantes, e ir em direção às escadas, que davam até o teto. Subi aquelas escadas com a maior rapidez do mundo, reunindo uma força descomunal em mim, pra não derrubar Macarena. 

Assim que chegamos lá, a coloquei no chão, e comecei a apertar seus ferimentos. Coloquei uma mão em sua garganta, tentando ver se seu coração batia, mas minha mão tremia tanto que simplesmente não conseguia sentir nada. 

- Maca... acorda, por favor! - Digo enquanto chacoalho seu corpo. - Preciso de você viva, por favor. - Digo enquanto sentia meu coração acelerado e a respiração ofegante, além de ter os olhos marejados. Vejo seus olhos abrirem e sinto ela respirando fundo, mas com dificuldade. - Graças a Deus Maca! - Digo enquanto acaricio seus cabelos. 

- Zulema, v-vá embora. - Ela diz enquanto ouço um barulho de helicóptero, era nossa carona chegando. 

- Não vou te deixar aqui. Vamos embora, o helicóptero já chegou! - Digo, tentando não chorar enquanto vejo o helicóptero pousar perto de nós, fazendo nossos cabelos voarem violentamente com o vento.

- Eu... Eu estou m-morrendo, v-vá e se salve... - Ela diz com dificuldade enquanto coloca uma mão em meu rosto. 

- Eu não vou te deixar. - Digo enquanto não seguro mais minhas lágrimas. Meu coração doía muito naquele momento. 

Mesmo com todo o barulho que o helicóptero fazia, podia-se ouvir o barulho dos policiais tentando arrombar a porta que nos protegia no terraço. 

- Viva a-sua vida, v-você vai ser muito f-feliz. - Ela diz, tentando dar um sorriso, mas era visível seu esforço e sua dor enquanto falava. 

- Eu nunca serei feliz sem você Maca. - Digo enquanto minhas lágrimas caem livremente pelo meu rosto.

- Você será sim. - Ela diz e fecha os olhos, amolecendo seu corpo. 

- Maca? Maca! - Grito enquanto a chacoalho, sentindo seu corpo inteiro completamente mole. - Eu te amo, não me deixe. - Digo com a voz completamente embargada, não aceitando o que estava bem diante dos meus olhos. 

- Zulema, temos que ir. - Sinto o homem me puxar pelo braço e pegar o saco com diamantes.

- Não! Eu não vou sem ela! - Digo enquanto me desvencilho de sua mão, voltando até Macarena e tentando a pegar no colo, mas já não tinha mais forças pra fazer aquilo. 

- Desculpe. - Ele diz, e logo me agarra, me arrastando até o helicóptero e o trancando, me impedindo de sair. 

- Não! Nãooo! Me deixe sair seu imbecil! Não posso deixá-la. - Digo enquanto bato no vidro, tentando sair. 

- Ela está morta. - Ele diz friamente, enquanto decola o avião. 

No mesmo momento, os policiais invadiram o terraço, atirando em direção ao helicóptero, mas sem conseguir interferir no voo. Fiquei o tempo inteiro estática, olhando pro corpo desfalecido de Macarena enquanto voávamos pra longe de lá. 

- Macarena... não... - Digo em um sussurro, sentindo meu coração extremamente dolorido. 

Queria voltar, buscá-la, atirar na cabeça de cada um dos policiais se fosse preciso, precisava tocá-la mais uma vez, sentir seu toque, seu beijo, ver seu sorriso e seus olhos sinceros, sentir seu abraço e senti-la dentro de mim. Precisava até mesmo brigar e discutir com ela, como fazíamos constantemente, tudo era melhor do que aquela possibilidade.

Fui burra em pensar que conseguiria viver sem ela, longe dela. Achei que me contentaria em saber que estava bem e seguindo em frente sem mim, mas naquele momento percebi que nunca poderia ser feliz sem Macarena.

Nunca conseguiria viver plenamente sem seu corpo perto do meu, sem seu jeito de menina e atitudes de mulher, o que a faziam perfeita do jeito que era. Sem seus olhos castanhos, seus cabelos loiros rebeldes e bagunçados, sem seu sorriso perfeito, que enchia meus olhos e as covinhas que se formavam eu suas bochechas quando sorria. Não poderia viver até mesmo sem sua voz completamente desafinada, mas que mesmo ruim, me preenchia por dentro.

Vários flashbacks se passaram na minha cabeça durante aqueles poucos segundos, que pareciam horas. Não podia ser, aquilo não estava acontecendo. O que eu havia feito? Como pude ser tão burra? Por que não aprimorei o plano mais ainda? Por que não estudei mais? Havia matado Macarena, assim como fazia com todos ao meu redor.

Com a imagem de Macarena deitada no chão, e os policiais colocando uma manta por cima dela, chorei, chorei como nunca. Sentia meus pulmões e minha garganta queimarem, gritava e soluçava com os acontecimentos. Voamos pra longe, a tirando do meu campo de visão, fazendo eu me desesperar mais ainda, sentindo que poderia morrer a qualquer segundo de tristeza. O amor da minha vida acabou de morrer.


Notas Finais


Pensamentos? Dividamo-os comigo! Adoro seus comentários. Ah, e não me matem JKKKKKKKKK 🥰🥰❤️


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