História Depois da tempestade - Sentimental!

- Miranda

Que dor de cabeça do caramba, eu sabia que beber durante a semana não era boa ideia, mas não, tive que ir na ideia da Tabita. Eu acordei na manhã de sexta no meu apartamento ao lado de três garotas de programa e a idiota da Tabita dormindo no chão, não é muito o meu tipo passar a noite com tanta mulheres assim, mas ultimamente eu ando muito estressada com algumas coisas que vem acontecendo, ai acabo bebendo e fazendo coisas quê não quero. Mas foda-se, pelo menos a minha noite foi ótima apesar da ressaca.

- Que horas são? - Tabita me pergunta com a voz embasada me vendo levantar.

- Não sei, - Respondo já de pé , olhei para mim mesma sobre o espelho em frente a minha cama e estava horrível, de calcinha, topi e os cabelos para cima. - deve ser umas dez e pouca! Levanta sabe que temos que ir trabalhar! - Contínuo me espreguiçando.

- Não quero! - Ela se vira para o lado. 

- Você quem sabe! - Falo indo para o banheiro tomar um banho, comecei a lavar os cabelos quando senti uma mão passando sobre a minha cintura, era Tabita me abraçando. - O que foi? - Perguntei me virando para olha-la.

- Tô com muita dor de cabeça... - Ela faz biquinho, eu a puxo para de baixo do chuveiro. - Mas a noite foi muito boa... - Ela da um sorriso malicioso vou confessar que eu quase não lembro do que aconteceu, só lembro de irmos para uma boate, eu bebi demais e não lembro o resto, batizamos demais as bebidas... Acho que foi por isso.

- Quem são aquelas duas, nunca tinha visto elas, lembro só de uma... - Perguntei.

- São meninas novas, - Me responde mordendo os lábios enquanto se ensaboava. - a gente tinha que prova primeiro né, duas deusas, com dois melões muito gostosos! - Continua ela sorrindo para mim. - Não se lembra? 

- Pra fala a verdade não, espero não ter feito nada demais ontem!

- Há , você nem queria deixar eu brincar com elas direito, sua pão dura. - Ela joga um pouco de água no meu rosto.

- Não gosto de dividir minhas coisas! - Respondi saindo do banho. Ser amiga da Tabita não era tão ruim assim, nós conhecemos assim que eu comecei a morar aqui. Não moro nesse apartamento tenho apenas uma casa fixa, onde estão todas as minhas coisas, onde é meu lugar de sossêgo e tranquilidade que por sinal é um pouco longe do centro da cidade, só duas pessoas foram lá, Tabita claro e o idiota do Castiel, posso conhecer muitas pessoas mais desde que eu entrei para essa vida nunca me senti segura com ninguém além desses dois. 

Fui para o quarto e as três ainda estavam dormindo, coloquei uma calça que eu sempre deixo reservada preta, meu coldre de perna para as minhas armas uso três, uma em cada perna, outra atrás das costas, coloquei minhas botas aonde eu também coloco duas faquinhas escondidas, não e exagero apenas sou prevenida, uma blusa de manga branca, passo um creme nós meus cabelos e deixo 1.600 reais para as garotas pela noite que eu não lembro.

- Já tô descendo. - Digo vendo Tabita penteando os cabelos.

- Não vou demora, deixou as chaves?

- Sim, fala pra elas deixarem com o porteiro depois! 

- Ok. - Abri a porta e sai em direção ao elevador, precisava comer alguma coisa , meu estômago já estava reclamando mas acima de tudo precisava de um remédio para dor de cabeça. Cheguei na garagem já tirando o alarme do carro e o abrindo, como o esperado tava uma bagunça mas não estava com paciência então eu simplesmente coloquei tudo entulhado nos bancos de trás.

- Vamos! - Tabita entra no carro batendo a porta com força. - Penso em ser prostituta, aquelas três ganharam 3.600 de bobeira hoje.

- Não bate a porta com força. - Resmunguei, eu gosto desse carro.

- Desculpa, vamos eu preciso comer! - Ela coloca as mãos sobre a cabeça. Liguei o carro e vamos direto para Trista-Blu, era o nome do prédio onde nós organizamos, onde fazíamos as reuniões, onde contratavamos mais pessoas, somos portadores de vários tipos de drogas, mas também ajudamos as pessoas e fazemos exatamente isso nesse prédio. Vários jovens querem entrar nessa vida mas não trabalhamos com pessoas inexperiente, que não sabe nem como armar uma arma, precisamos treina-lós e depois enviá-los para fazer alguns serviços para nós dependendo da capacidade da pessoa a mandamos para acertar as pontas soltas com quem nós deve, ou para receber algumas mercadorias leves e todo o resto. As mercadorias nunca eram entregues ou enviadas nesse prédio, e sim num galpão que não vem ao caso agora.

Entramos e eu fui direto para a cafeteira, pedi dois take away, sai de-lá e entreguei um deles para Tabita que estava no elevador me esperando.

- Muito obrigada, - Ela bebe um pouco enquanto eu apertava para irmos ao quarto andar. - huuum, muito bom! - A porta do elevador se abril saímos e fomos até a sala de Castiel.

- Isso lá são horas? - Ele pergunta nós vendo entrar, puxei uma cadeira em frente a mesa dele e me sentei. Castiel era um homem robusto, bonito moreno de 30 anos, nós conhecemos de uma maneira bem constrangedora; Eu estava andando pelas ruas da vida quando sai de casa os 17 anos, e o vi apanhando de uns caras eram quatro contra um, muito injusto,  como eu sempre sou prevenida estava com minha faca da sorte na época eu a colocava na mochila. Pensei muito se parava para ajudar ou se continuava andando, bom eu continuei andando pensei " Isso não e da minha conta" mas minha consciência pesou e eu voltei, dei uma facada com muita força nas costas de um deles o fazendo cair no chão vi uma arma e a peguei apontando para os demais pedindo para eles irem embora, naquela época eu nunca tinha segurado uma arma antes nem sabia se ao menos ela estava carregada, mas como os outros três saíram correndo eu imagino que ela estava sim, apropósito pelo que eu entendi ele estava apanhando naquele dia por dever um dinheiro grande para uma cara e teve de prestar contas depois. Desde então somos amigos, ele me ofereceu esse trabalho eu aceitei começando de baixo , cresci e agora ele não vive sem mim.

- Fala baixo por favor, ainda tô com dor de cabeça. - Pedi fazendo movimentos circulares na testa.

- E eu com isso Miranda, - Ele se levanta me encarando. - teve uma reunião com compradores novos e as bonequinhas estavam aonde, - Ele olha para Tabita. - dormindo com alguma vagabunda da vida! 

- Há por favor Castiel, - Tabita se senta ao meu lado. - não e porquê você está todo apaixonado na Lia e parou de sair que temos que fazer o mesmo. - Odeio essa mulher "Lia" só o nome me dá enjôo, não nós damos bem porquê eu sei muito bem qual é a dela, usar os outros para crescer na vida, só não matei ela ainda por causa do Castiel.

- Não interessa, ninguém aqui está falando nela! - Ele se senta novamente. - É sério, não ligo para o horário de chegada e saída de vocês mas preciso de vocês nas reuniões comigo, deu pra entender? - Ele me olha e eu afirmo com a cabeça.

- Bom, - Digo me levantando. - vou para minha sala se precisar de alguma coisa me fala...

- Não não , você vai receber as novas mercadorias no galpão pra mim, o Estevan já está vacilando demais aquele desgraçado! Se ele continuar assim vamos ter que dá um sumiço nele, se é que você me entende...

- Entendo, vou lá e depois volto para almoçar! - Olho para Tabita que sorri de lado.

- Espera, eu vou com você! - Tabita se levanta. - Voltámos mais tarde Sr. mandão! - Ela manda dois beijos para ele e saímos em direção ao galpão. Odeio ter que ir lá pra falar a verdade, um monte de homens nojentos se achando machões só porquê estão mexendo com coisa importante, quando comecei a ir para o galpão com frequência tive de bater em três caras que ficaram me assediando, sério acho muito nojento homens desse jeito mas ok.

Depois que saímos de-lá as 15:25, fomos almoçar no meu restaurante preferido " Estrelado vegan" lá tinha todo o tipo de comida vegana e vegetariana, me entupi de macarrão com queijo vegano Tabita pediu mesmo, mas para a minha surpresa e para estragar meu almoço o Castiel me aparece com a Lia.

- Demoramos? - Ele pergunta puxando a cadeira para Lia se senta.

- Não ! - Tabita responde com a boca um pouco cheia.

- Poderíamos ter ido em outro restaurante, aqui só tem essa porcaria de comida vegana. - Lia diz olhando para o cardápio.

- Ainda da tempo de ir! - Respondi a altura encarando-á. 

- Por favor não comessem com isso! - Castiel pega o cardápio e o garçom se aproxima.

- O que vão pedir? - Um garçom jovem e até bonitinho pergunta.

- Quero dois pratos de Penner verde com creme de brie e cebolas caramelizadas! - Castiel pede ainda olhando o cardápio. - E dois sucos de laranja, obrigado! - O garçom anota e sai em direção a cozinha. - Amanhã vamos ter uma outra reunião, por favor preciso que você vá comigo! - Ele me olha.

- Não entendo porquê não posso ir com você tudo é a Miranda. - Lia diz virando os olhos.

- Já conversamos sobre isso, você tá começando, tem coisas que estão a cima de você! - Castiel responde com calma, a Lia sabe que lá no fundo ele não confia muito nela, essa desgraçada não vale nada. A comida deles chega, terminei de comer e me toco que a minha dor de cabeça já tinha passado.

- Bom vamos Tabita temos que dar alguns serviços aos meninos que estão começando! - Me levando deixando uma nota de 100 reais sobre a mesa, Tabita faz o mesmo.

- Vai direto para casa depois hein, vocês duas! - Castiel resmunga.

- Não se preocupa! - Respondo e fomos até o carro que estava estacionado do outro lado da rua do restaurante.

- Percebeu que a Lia tava com uma cara estranha? - Tabita me pergunta entrando no carro.

- Pra falar a verdade eu nem olhei pra cara dela! - Respondo ligando o carro e voltando para Trista-Blu.

- Qual é o seu problema com ela? - Tabita junta as sobrancelhas me olhando. - Tá que ela é chata e tudo mais, mas sei lá não faz muito sentido essa sua implicância.

- "implicância" ? - Pergunto sem tirar os olhos da rua.

- Sim, você e afim do Castiel? - Ela sorrir.

- Não vou nem responder essa tua pergunta, - Ela me dá dê ombros mexendo no celular. - só não acho legal ela o usar para conseguir as coisas que quer, ele gosta dela de verdade! 

- Eu sei, mas não dá pra fazer nada... Lá no fundo o Castiel sabe disso só não quer admitir.

- Pois é...

- Fico imaginando uma de nós duas apaixonada... - Ela da uma risada ainda olhando para o celular. - Vai ser muito estranho, não acha?  - Ela me olha de canto.

- Não sei, da última vez que eu me apaixonei você sabe o que aconteceu! - Olho pela janela. Não sou muito boa quando o assunto é "amor" , tive algumas, bem poucas experiências eram apenas paixões, coisas de carnê sabe, mas me machucou muito porquê eu me apego fácil a algumas pessoas ou coisas... Lá no fundo, bem, mas bem lá no fundo eu sou muito sentimental.

Chegando na Trista-Blu vou para minha sala da os trabalhos para os garotos novos , essa cidade é pequena mas vem muita gente de tudo que é canto para tentar até porquê o salário é muito bom. A noite vou para casa, me jogo no sofá relaxando meu corpo, minha dor de cabeça estava voltando estava sentindo ela lá longe mas estava sentindo.

- Chegou cedo! - Diz Esmeralda minha empregada que eu tenho uma consideração enorme.

- Pois é, - Eu me sento no sofá. - como estão as coisas por aqui, não tive tempo de avisar ontem que não ia voltar...

- Está tudo certo! Sua mãe ligou hoje cedo querendo saber que dia você vai ir lá ... - Eu viro para o lado me levantando.

- Vou ligar pra ela depois, obrigada, - Volto a olha-la. - você já pôde ir tá! - Sorrio de lado.

- Tá, seu jantar está no forno!

- Ok, obrigada! - Ela sorrir para mim e vai embora. Eu volto a me deitar, estava evitando minha família por um tempo, estou estressada e não quero misturar estresse de trabalho com estresse familiar. Mas com a cabeça cheia de preocupações eu acabo dormindo no sofá mesmo. 

...

O resultado de ter dormido no sofá foi uma baita dor na coluna, eu acabei dormindo de mal jeito. Tomo um banho coloco outra roupa e minhas proteções, mas coloquei mais uma faquinha pequena no coque do meu cabelo, desci tomei um pouco de café puro e fui para a reunião; Negociantes novos que estavam com medo se confiavam ou não na gente, nossa fama não é muito boa mas fazer o que né. 

Fui para minha sala depois da reunião e não sai nem para o almoço, precisava terminar todo o trabalho que tava acumulado na minha mesa. Na parte da tarde Castiel e Tabita entram na minha sala, Castiel estava com uma cara de quem comeu e não gostou, os dois se sentaram nas cadeiras em frente a minha mesa.

- O que aconteceu? - Perguntei sem muito interesse.

- A Lia discutiu com ele, - Tabita olhou para Castiel. - ela queria sair, sendo que ela assinou o contrato, - " O contrato", todos nós assinamos, e no início é de três anos, depois é cinco anos e só vai aumentando, meu último contrato assinado foi de cinco anos. Depois que assina não tem como sair antes do tempo, só se você morrer. - ela deu a louca, e foi embora para aquele bairro de merda, qual é o nome mesmo?

- Village! - Castiel a respostande entre os dentes.

- Você sabe que ela tá aprontando né, sabe que ela sempre vai para lá quando que alguma coisa... - Tabita cruza os braços.

- Ela vai ir para Dogviller com uns rapazes amanhã cedo... - Castiel me olha. - Você sabe muito bem o que temos naquela cidade, e ela vai querer tudo que está lá.

- Então vá atrás dela, não tá querendo que eu vá né... - Olho para meu computador, e depois o olho de volta. - Não não, não vou servir de babá pra quela vagabunda.

- Por favor Miranda, com esses novos compradores não posso sair da cidade nem por meia hora, você só trás ela e pode dar um sumiço nesse dois idiotas que vão com ela.

- Esses dois "idiotas" podem servir para alguma coisa. - Tabita diz foleando um livro que estava sobre minha mesa. - Se ela foi até eles, e eles vão ajudar quer dizer que ela gosta deles e eles dela! Podemos chantageá-la se ela não colaborar. 

- Ela tem razão! - Concordo.

- Então trás os três, mas não machuca a Lia, caso ela não colabore você pode sei lá, matar um dos dois para ela ver que é sério.

- Ok, mas se ela me estressar demais eu vou matar ela. - Aviso.

- Não pôr favor! - Ele me pede se aproximando. - Entendeu o que você tem que fazer?

- Entendi!

...