- Ela ligou. - Murmurei.
- Está tudo bem? - O de olhos carmim logo entendeu de quem eu falava.
- Sim, por sorte não aconteceu nada grave. Mas tem uma coisa que você precisa saber... - Fiz uma careta. - Vamos para a cozinha. - Pedi.
Fomos até o local, sentei no balcão e o loiro ficou entre minhas pernas com uma expressão preocupada. Eu não sei qual será sua reação quanto ao que irei lhe contar, mas espero que seja calma.
- Ela é órfã. - Sussurrei. - A mãe dela morreu depois do parto.
- A bebê? - Disse surpreso e eu afirmei. - Aí meu Deus! - Tapou a boca com uma das mãos após quase gritar. - O que vamos fazer agora?! - Okay, ele não está calmo.
- Ei! - Desci do balcão. - Se acalme... - Pedi.
- Kirishima, o que vamos fazer?! É uma... - O beijei antes que terminasse a fala.
- Eu sei, eu sei... Vamos pedir ajuda aos nossos pais, não se preocupe. - O abracei. - Vamos lidar com isso juntos okay?
- Sim, mas... não quero que aquela bolinha vá para um orfanato. - Sussurrou.
- Vamos dar um jeito amor, não se preocupe. - Apoiei minha cabeça na do loiro olhando de canto para os nossos amigos.
. . .
- Então estão me dizendo que ele achou um bebê e se colocou como responsável dele. A criança é órfã e não querem levar ela para um orfanato? - Masaru resumiu.
- Bem... Sim. - Sorri amarelo.
- Onde ela está? - Minha mãe sorriu animada.
- No hospital, quando a encontrei estava toda machucada. - Bakugou fez um pequeno bico. - Vamos quando formos embora daqui.
- Vamos ir com vocês!
- Só pode ir um acompanhante. - Falei.
- Vamos olhar de longe. - Cruzou os braços. - Vamos. - Levantou e foi saindo de casa.
. . .
Quando chegamos no hospital tinha algumas pessoas. Mahina sorriu ao ver Katsuki e saiu de trás do balcão, cumprimentou os velhos amigos e parou em frente a mim. A conhecia apenas por foto.
- Quem seria você? - Perguntou.
- Meu filho, gata. - Sakura abraçou minha cintura. - Um poste igual o pai.
- Prazer, Eijiro Kirishima. - Sorri.
- Ah! Você é o carinha do telefone! - Ela deu um pulinho. - Vamos, vou levá-los até o lugar que a menininha está, só poderão entrar duas pessoas. O resto olha de longe. - Riu e começamos a andar.
- Será que ela é fofinha? - Ouvi um sussurro de Saori.
- Bom, ela nasceu em março, dia vinte e oito para ser mais exata. Ela não tem nome ainda e abriu os olhos hoje de manhã. Mas ao que tudo indica ela é uma Kirishima, ontem depois de te ligar. - Olhou para mim por uns segundos. - Pesquisei mais a fundo e descobri que a mãe dela se chamava Menma Kirishima.
- Minha prima... Ela morreu a um tempo, não tínhamos notícias dela desde que Eijiro foi para a Coreia. - Meu pai disse.
- Entendo. Chegamos! - Mahina se animou.
Olhei para uma salinha, tinha um vidro grande ao lado da porta, entrei ao lado de Katsuki e logo vimos uma bebezinha em um daqueles berços de hospital. Fiz um barulho sem querer e a menininha abriu os olhos calma, eram vermelhos como os meus. Tinha uma maca ao lado do bercinho, sentei ali vendo meu boy pegar a bebê e vir sentar ao meu lado.
- Ela não é fofa? - Perguntou sem me olhar.
- Sim...
- Eu estava pensando...
- Eu também...
- Quero adotar ela. - Sussurramos juntos. Nos olhamos e sorrimos.
- Vai demorar um pouco, mas acho que vamos conseguir. O problema vai ser a casa, o local onde vamos morar e tals... Sem contar que ainda nem somos casados. - Bakugou começou a falar e sorri pequeno.
- Vamos ficar sem casa por enquanto, ao menos até o fim da faculdade. Alugamos um apartamento enquanto a nossa casa não fica pronta e essa bolinha fica com nossos pais. Tenho certeza que não vão se importar. A noite vai ser nossa, é o único horário que vamos ficar livres pelos meus cálculos, no final de semana vamos ver essa coisinha. - Falei rápido.
- Você planejou isso tudo agora?
- Mais ou menos... - Ri fraco e lhe dei um selinho. - O que me diz?
- Acho a ideia ótima. - Sorriu.
. . .
- O que eles estão fazendo? - Sakura perguntou. Os garotos tinham entrado no quarto a alguns minutos.
- Cantando. - Sorri. - Lá na Coreia eles tinham um grupo de dança, Katsuki e Eijiro eram os únicos que cantavam, mas ninguém sabia disso além de mim. Não sei como é agora, mas eles cantam muito bem. - Falei.
- A bebê está gostando! - Saori disse animada.
- Você sabe muito sobre eles Kim. - Masaru me abraçou.
- Concordo. - Ri baixo.
- E se eles adotassem ela? - Mitsuki, que estava calada a um bom tempo, se pronunciou pela primeira vez.
- Eu aceitaria, ela de todo jeito já é da nossa família. - Yuri disse sorrindo.
- Mas eles tem que arrumar a casa, o trabalho... - Sakura começou a falar.
- O que podemos fazer é ajudar, independente da decisão. De qualquer jeito eu iria amar cuidar dela. - Meu boysão disse sorrindo pequeno.
Os meninos pararam de cantar, falaram alguma coisa e logo caíram na gargalhada. Até que Kirishima ficou em frente ao loiro e a bebê, pegou a mesma e pude ver um brilho a mais se apossar de seus olhos. Os mesmos marejaram e os dois falaram mais alguma coisa, riram novamente e as lágrimas do ruivo começaram a cair.
- Ele tá parecendo você quando o pegou pela primeira vez. - Sakura riu. - Você chorou muito.
- Me deixa, meu bebê ainda era um bebê. - Yuri cruzou os braços.
. . .
- Você aceitaria se eu de pedisse em casamento? - Perguntei vendo o loiro secar minhas lágrimas.
- Sim, mas quero um pedido bonito. - Me deu um selinho. - E fotos. - Rimos.
- E vamos transar quando? Antes ou depois do casamento? - O menor ficou vermelho como um tomate e me deu um tapa leve.
- Idiota! Depois! - Cruzou os braços com um biquinho e eu ri.
Coloquei a menininha no bercinho quando a mesma dormiu e dei um beijinho na sua testa, Katsuki fez o mesmo e entrelaçou nossos dedos. Saímos do quarto com sorrisos pequenos. Começamos a nos afastar sem falar com ninguém.
- Então... - O loiro começou. - Dessa vez quem vai fazer as coisas sou eu, você me pediu em namoro e eu te peço em casamento. - Disse animado.
- Do que estão falando? - Saori apareceu e pegou na minha mão, ao seu lado estava Akemi segurando sua mão, essa pequenina pegou na mão de Katsuki e começaram a andar entre nós.
- De uma coisa aí. - Ri baixo.
- Tá vendo Akemi, ele é mau. -Saori fez bico e a menininha inflou as bochechas.
- Eiji malvado! - Ela gritou, ouvimos risadas e olhei para trás vendo meus pais e sogros rindo.
- Katsuki! Educa tua irmã! Eu não sou malvado! - Fiz bico e as risadas aumentaram.
- Eiji malvado! - O loiro disse e o olhei indignado. - Desculpa, é engraçado ver essa sua cara. - Admitiu.
- Besta. - Revirei os olhos.
- Vocês vão adotar ela? - Saori perguntou quando saímos do hospital.
- A bebê? - Perguntei.
- Quem mais seria? Papa Francisco? - Revirou os olhos.
- Quem é esse? - A olhei estranho.
- Não sei ao certo, vi umas coisas sobre ele ontem na internet. Mas iai? Vão adotar ela? - Murmurou.
- Sim, vai demorar um pouco. Pretendemos deixar ela com nossos pais durante a semana, Katsuki e eu teremos coisas importantes para fazer depois da faculdade. - Falei sorrindo.
- E o que seria isso? - Olhou para um canto qualquer.
- Nada que lhe interesse. - Dei um soquinho leve no topo da sua cabeça.
. . .
- MINA! EVE! - Katsuki abriu a porta já chamando pelas duas, as mesmas levantaram em um pulo. - Venham comigo. - Pediu começando a andar, até que parou, voltou correndo e me deu um selinho, depois saiu do dormitório com as meninas. Ri e sentei no sofá, ficamos um bom tempo em silêncio com o pessoal mexendo no celular, acho que uns trinta minutos, o que estranhei.
- O que eles vão fazer? - Asui me olhou.
- Não sei ao certo. - Dei de ombros.
- Foram para onde? - Izuku guardou o celular.
- Ao hospital visitar certa bolinha. - Sorri lembrando da filha da prima do meu pai.
- Bolinha?
- Sim. - Ri. - Uma linda bolinha. - Meus olhos marejaram e joguei a cabaça para trás a repousando no encosto do sofá.
- Ei, o que foi? Falei algo errado? - Midoriya arregalou os olhos ao ver a primeira lágrima cair.
- N-Não, está tudo bem. - E realmente estava, eu estava chorando de alegria, felicidade, não de outra coisa.
- Certeza? - Denki sentou ao meu lado e eu comecei a chorar mais, eu realmente sou filho do meu pai, mas nunca duvidei.
- Uhum. - Ri novamente.
- Eiji eu falei com meu pai e... - Katsuki apareceu ao lado das meninas e parou de falar ao ver meu estado. - Aí meu Deus! O que aconteceu?! - Veio correndo até mim e sentou no meu colo.
- Não sabemos, estávamos conversando e ele começou a chorar, eu falei algo errado? - O esverdeado estava quase se desesperando.
- Não, eu já disse. - Ri. Abracei Bakugou e ele passou os braços ao redor do meu pescoço.
- Me diz o que houve. - Pediu em um sussurro fazendo um biquinho.
- Só estou feliz, okay? Sabe como eu sou. - Revirei os olhos falando no mesmo tom.
- Feliz? Por que? - Perguntou.
- Por tudo... Por estar com você até agora, pelo Yon estar aqui conosco, pela bolinha, nossos pais e sua irmã, pelos nossos planos que estão 20% adiantados... Bom, tudo.- Falei abaixando o tom a cada palavra, ainda estávamos sussurrando.
- Você é muito fofinho sabia? - Me deu um selinho e secou minha lágrimas. Logo depois me abraçou forte e retribuí rindo. - Papai vai cuidar das coisas sobre a bolinha, não se preocupe com isso. - Falou e eu afirmei.
- Okay. - Olhei para Mina sorrindo, ela nos olhava duvidosa.
- O que tanto sussurram aí? - A de cabelos rosa perguntou.
- Contou a elas? - Perguntei alto.
- Não, vamos organizar tudo, okay? Por enquanto eu vou focar em apenas uma coisa e você em outra, nossos pais cuidam daquele assunto. - Katsuki falou rápido.
- Tudo bem. - lhe dei um selinho.
- Agora, me explique isso de "20% adiantados". - O loiro sorriu de canto.
- Eu não posso te contar agora, é surpresa. Uma parte delas eu nem lembrava, quando você saiu que lembrei. - Admiti.
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