1. Spirit Fanfics >
  2. Depois daquela carta >
  3. Pensamentos

História Depois daquela carta - Pensamentos


Escrita por: ChattBug

Notas do Autor


Olá! Aqui está o quarto capítulo, espero que gostem!

Capítulo 4 - Pensamentos


Marinette esperava ansiosamente a sessão de fotos terminar para que pudesse conversar com Adrien e, enquanto esse momento não chegava, ela ensaiava mentalmente o que iria dizer. "Então, reparou alguma coisa estranha no seu armário da escola? Não, isso é ridículo, tem que ser mais natural! E aí, leu as cartas que te mandei? Não, também está péssimo!", elaborava diversas formas para iniciar aquele assunto, mas nada parecia ser bom o suficiente. Quando observou o modelo se aproximar, percebeu que não teria tempo para pensar demais. "Acho que vai ter que ser no improviso", estremeceu, aquela palavra a amedrontava. Toda vez que tentava improvisar, acabava gaguejando ou falando frases sem sentido para seu amado. Suspirou tentando se acalmar e dizendo para si mesma que não precisava se preocupar com isso, já que tinha conversado bastante com Adrien nos últimos dias.

— Oi, Marinette. E aí, gostou da sessão? — "Da sessão de fotos ou da sessão de olhares que você fez pra mim?", ela pensou.

— Claro, foi ótimo. Eu gostei bastante. — "Das duas sessões", completou mentalmente.

— Acho que vou te chamar mais vezes. Acredita que essa sessão de fotos foi uma das mais legais que tive?

— Sério? Vou esperar o convite. — Ela sorriu e ele fez o mesmo. De repente, a menina lembrou de algo que poderia ajudá-la a começar a conversa. — Hoje na escola você disse que queria falar comigo, o que era?

Adrien sentiu seu coração acelerar, parecia que ela sabia exatamente o que ocupava a mente dele naquele momento: a conversa sobre os poemas. Ele queria tanto que demorasse um pouco mais, queria ter mais tempo para pensar em alguma forma de dizer que o amor dela não era recíproco sem machucá-la. Mas agora não tinha como fugir, a azulada parecia estar ansiosa para falar sobre aquele assunto.

— Bom, eu… — Ficou em silêncio durante alguns segundos, tentando pensar no que dizer. — Eu queria… — Foi interrompido pelo barulho de uma buzina. "Gorila, você me salvou de novo!", pensou, tentando conter o sorriso que queria formar-se em seus lábios.

— É o seu motorista? — A menina apontou para o carro cinza, embora soubesse que a resposta seria positiva.

— É sim. Tenho que ir, ele detesta esperar.

— Tudo bem. — O loiro acenou e começou a caminhar até o veículo, mas foi atingido por um leve sentimento de culpa. Ele estava ali, comemorando internamente por ter adiado mais uma vez aquela conversa, mas a amiga pareceu tão triste ao se despedir. "Talvez ela tivesse esperando por esse momento", pensou e virou para trás, encarando a azulada que voltaria para casa sozinha. — Ei! Marinette! — Correu até ela e a menina olhou. — Quer uma carona? Não deu para te trazer no início da sessão porque eu saí de casa um pouco em cima da hora, mas agora dá para te levar.

— Claro, eu aceito sim. — Disse ela, percebendo que gostaria de dar aquela resposta para outra pergunta feita por seu amado. Ele sorriu e os dois caminharam até o carro.

O caminho até a padaria dos Dupain-Chengs foi silencioso. Adrien abriu a boca diversas vezes para falar, mas sempre acabava desistindo. Isso o fez lembrar-se da noite na qual ficou, durante todo o trajeto até a reunião, desejando algum assunto para conversar com o pai. Ele detestava aquele silêncio que insistia em pairar sobre a família Agreste e, agora, também já estava cansado de escutar apenas o barulho do carro. Ficou tanto tempo pensando no que dizer que nem percebeu que o veículo se aproximava da casa de Marinette.

— Tchau, obrigada pela carona. — Disse a menina abrindo a porta, mas, antes de sair, conseguiu tomar coragem para depositar um beijo na bochecha de seu amado.

— Tchau e… até amanhã! — Ela acenou e entrou na padaria, deixando o loiro, mais uma vez, com o silêncio dentro do carro. Porém, não era apenas isso que ocupava os pensamentos dele enquanto olhava para a azulada que se distanciava aos poucos. Sem perceber, ele levou a mão até o local em que Marinette havia lhe beijado e, pelo retrovisor do carro, conseguiu notar suas bochechas coradas. Balançou a cabeça tentando afastar aquele pensamento, mas não conseguiu resistir a olhar para trás e encarar a menina novamente.

***

— Eu tentei, Tikki, você viu. — Falou a azulada, olhando a paisagem parisiense em sua varanda.

— Tentou mesmo?

— Tá, eu podia ter insistido um pouco mais. Mas eu pensei que ele fosse falar.

— Pelo que eu percebi, ele parece tão preocupado com essa conversa quanto você.

— Por que ele estaria?

— Em apenas um dia, o Adrien descobriu que você o ama e que sabe o segredo dele. O que você queria? Que ele chegasse com um pedido de namoro?

— Não seria tão ruim. — A kwami riu e deu um tapa na própria testa, mas, segundos depois, ao olhar para a expressão da azulada, notou que ela parecia ansiosa.

— Acho que ele precisa de um tempo para pensar. — A menina encarou o fim daquela tarde e conseguiu ver as construções adquirirem um tom alaranjado. — E você também.

***

Deitado em sua cama, o modelo pensava na sessão de fotos. Conseguira, mais uma vez, não falar com Marinette sobre os poemas, mas, ao contrário do que tinha imaginado, não estava se sentindo tão bem, principalmente depois de ver a expressão de tristeza da amiga quando foi para casa.

Suspirou, sabia que era errado desejar que nunca precisasse conversar com a menina sobre seus sentimentos. Se ela assinou as cartas, era porque queria que ele soubesse de seu amor. O loiro gostava muito da azulada, os últimos dias que tinha ficado um pouco mais próximo dela estavam sendo ótimos e ela era uma boa amiga, mas Adrien queria que ela continuasse sendo apenas isso: uma amiga. O coração do modelo pertencia à heroína de Paris, sua parceira na luta contra os akumas de Hawk Moth. Aquela joaninha mascarada tinha ganhado a admiração dele no dia em que se conheceram e, desde então, ele não conseguia tirá-la de seus pensamentos.

Embora fosse difícil, ele tentou imaginar uma realidade na qual não existia Ladybug. Será que daria uma chance para amiga? Marinette era tão incrível quanto sua parceira, era talentosa, determinada e sempre tentava ajudar os amigos. A menina era realmente a "Ladybug do dia a dia", como ele tinha dito para ela uma vez. Se não fosse apaixonado pela heroína mascarada, talvez seu coração fosse roubado por Marinette. Lembrou do que sentiu quando a menina o beijou na bochecha e sorriu, mas logo percebeu que essa não era a realidade em que vivia.

O loiro tinha de lidar com as dificuldades de uma vida dupla, a superproteção do pai, a cansativa agenda de um modelo famoso, seu amor não recíproco por Ladybug e, agora, com a culpa por magoar a amiga por não corresponder seus sentimentos. "Magoar Marinette", essas palavras rondavam sua mente, deixando o modelo com uma culpa antecipada. Ainda não tinha esclarecido para a azulada que não gostava dela da mesma forma, mas, só em pensar isso, já se sentia o pior amigo do mundo. Ele já tinha feito isso uma vez, como Chat Noir, dizendo que amava Ladybug na frente dos pais da menina. Mas agora seria diferente, ele não tinha mais uma máscara para se esconder e Marinette sabia disso.

De repente, uma pequena possibilidade o atormentou: Marinette sabia seu segredo. "Ela sabe que eu sou Chat Noir e… se eu disser que não a amo de novo, ela pode…", balançou a cabeça, conhecia a amiga e sabia que ela não revelaria sua identidade apenas por seu amor não ser recíproco. Ela tinha perdoado Chat Noir, dizendo que ele tinha todo direito de amar Ladybug. E, ao descobrir quem ele era, tentou declarar seu amor mais uma vez e seria rejeitada de novo. "Mas… se eu falar que gosto de outra pessoa, ela pode ficar triste e os sentimentos negativos podem fazer com que ela seja akumatizada!" Lembrou-se imediatamente da conversa que teve com Ladybug há alguns dias, na qual ele comentou sobre a importância das identidades serem secretas. O modelo levantou-se da cama, atormentado por aqueles pensamentos. "A Marinette sabe quem eu sou, então, se ela for akumatizada, pode contar ao Hawk Moth onde o anel está e…". Respirou fundo, tentando, em vão, se acalmar e afastar aquela possibilidade assustadora de sua mente.

Adrien jogou-se sobre a cama, percebendo que não poderia, de forma alguma, permitir que a amiga fosse mais uma vítima dos akumas que atormentavam Paris. "Não posso contar que ainda amo a Ladybug.", pensou, "Então, de qualquer forma, tenho que evitar a conversa sobre os poemas. Só que, se eu evitar demais, ela pode acabar achando que nem liguei. Caramba! O que eu faço?" Colocou as mãos sobre a face, completamente indeciso e atormentado por aqueles pensamentos. "O único jeito de fazer com que ela não fique triste ou com raiva de mim é… retribuindo os sentimentos dela".


Notas Finais


Opa! Isso está me lembrando outra fanfic… hahah!
Então, o que acharam? O próximo capítulo sairá na sexta-feira. Obrigada por ler!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...