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História Depois daquela carta - A decisão


Escrita por: ChattBug

Notas do Autor


Olá! Aqui está o oitavo capítulo, espero que gostem!

Capítulo 8 - A decisão


"Não acredito! Foi ela!", pensou enquanto conferia, mais uma vez, que a caligrafia da carta sem assinatura que recebeu no dia dos namorados era a mesma que estava nos cartões da amiga. Leu novamente aqueles versos que já sabia de cor e, agora que descobrira quem era a remetente, quase conseguia ouvir sua voz proferindo aquelas palavras. "Alguém que escreve tão meloso e enjoativo quanto você deve ser sua alma gêmea!", foi o que Plagg tinha dito quando o loiro leu aqueles versos pela primeira vez. Mas, naquele dia, o modelo não sabia quem era a garota que tinha lhe enviado aquela carta e, quando uma joaninha pousou no papel, tinha pensado que fosse Ladybug. Porém, agora tudo fazia sentido. Ele estava escrevendo um poema para sua lady na escola, mas, não achando bom o suficiente, amassou o papel e jogou no lixo da sala de aula. "Depois que eu saí, a Marinette deve ter encontrado o papel e respondido o poema!", concluiu, lembrando que o cartão era uma resposta aos versos que tinha escrito.

Olhou novamente a carta em suas mãos. Ficou tanto tempo querendo saber quem escrevera aquilo que tinha até começado a acreditar em sua suposição de ser Ladybug. Mas agora que sabia quem era a garota por trás daquelas lindas palavras, ele não estava tão feliz quanto tinha imaginado. O amor que Marinette sentia por ele era bem mais forte do que esperava. Não era apenas uma admiração de fã, a amiga era realmente apaixonada por ele e tinha três poemas para comprovar aquilo. Lembrou-se das diversas vezes em que a menina demonstrou que gostava dele. Pensou nos momentos em que tinha ficado sozinho com ela, quando Alya e Nino não estavam. "Alya e Nino! Será que eles sabiam? Por isso sempre saíam e nos deixavam sozinhos. Queriam ajudar a Marinette! Como eu não reparei nisso?"

Agora tudo parecia se encaixar em sua mente, como as peças de um quebra-cabeça. A amiga nutria esses sentimentos por ele há bastante tempo, talvez até desde a primeira semana de aulas. Lembrou do dia em que a conheceu, toda aquela confusão com o chiclete da Chloè parecia engraçada agora, mas recordou a aflição que sentiu ao causar um desentendimento com alguém logo no seu primeiro dia de aula e por algo que nem tinha culpa. Marinette levou aquilo muito a sério e ficou realmente brava com ele naquele dia. Porém, na hora da saída, o loiro se desculpou e explicou toda a situação, fazendo a menina se acalmar um pouco. Depois disso, os dois ficaram amigos e, agora, estavam ficando bem próximos. Ele gostava muito das conversas e dos momentos que tinha com a amiga, ela era incrível.

Adrien voltou o olhar para as três cartas e suspirou. Marinette era tão maravilhosa, não queria decepcioná-la. Quando ela declarou seu amor por Chat Noir, tinha sido tão complicado para o loiro dizer que não a amava. E agora teria que passar por isso de novo, mas sem a máscara, o que era ainda mais complicado. O herói não falava com a menina com muita frequência, mas Adrien conversava com ela todos os dias na escola. Além disso, Chat Noir pôde dizer que era apaixonado por Ladybug, todos sabiam que os dois eram próximos, já que sempre lutavam juntos contra os vilões. Se Adrien dissesse para Marinette que amava a heroína de Paris, a garota seria novamente rejeitada por conta da joaninha e isso não seria nada bom.

O modelo colocou os três papéis na caixa que ficava em seu guarda-roupa e, assim que fechou a porta, ouviu passos. "Meu pai! Ele disse que voltaria para me ver tocando piano. Não acredito que esqueci!", pensou, correndo até o instrumento musical e começando a tocar aquela melodia que já estava cansado de ouvir. Mas, para a surpresa dele, não foi Gabriel que abriu a porta.

— Nathalie?

— Seu pai pediu para avisar que ele não vai poder vir, mas você deve continuar treinando.

— Ah, claro. — Disse, cabisbaixo. "Quer dizer que fiquei tocando todo aquele tempo para nada?", pensou.

— O jantar já está pronto, quer que traga para o quarto? — O modelo pensou naquela grande mesa vazia e achou melhor ficar onde estava.

— Vou jantar aqui mesmo. Por que meu pai não pôde vir? — Aquela pergunta surpreendeu Nathalie. Imaginou que o menino iria apenas concordar e pronto, não que teria que inventar alguma história. A secretária iria avisar para Gabriel que o jantar já estava pronto, mas ele lhe disse, enquanto olhava para o quadro da esposa, que não sentia fome e pediu para dar um aviso ao filho. Ela assentiu e começou a caminhar até o quarto de Adrien, mas conseguiu ouvir o barulho de quando o designer de moda iria para o esconderijo de Hawk Moth. Imaginou que mais alguém seria akumatizado, mas até agora não tinha escutado nada que indicasse isso. Geralmente os programas de televisão davam a notícia ou então os gritos e as explosões anunciavam o novo vilão. Como nada disso aconteceu, imaginou que Gabriel estaria com a esposa adormecida. Lembrou-se da primeira vez que tinha visto o designer de moda conversar com Emilie daquela forma e não gostaria que mais ninguém visse aquele sofrimento. Mas como explicar tudo isso para Adrien? Certamente não lhe contaria que seu pai estava em um esconderijo secreto falando com sua mãe que estava dormindo por tempo indeterminado em uma caixa e que o único jeito de acordá-la seria conseguindo os miraculous dos heróis de Paris. Era muita coisa para o garoto processar e ela deveria manter o segredo.

— Ele… está fazendo uma vídeo conferência com os representantes das novas lojas. — Nathalie quase soltou um suspiro de alívio por ter conseguido uma boa desculpa. Adrien assentiu e continuou a tocar o piano. Antes de sair, ela encarou o menino. Ele já tinha passado por tanta coisa e ainda não fazia ideia do que o esperava no futuro. Se Gabriel realmente conseguisse trazer a esposa de volta, como será que Adrien reagiria? Será que ele iria descobrir tudo o que o pai tinha feito para conseguir aquilo? Com esses pensamentos, a secretária fechou a porta do quarto e desceu as escadas.

***

Marinette estava se preparando para dormir quando ouviu seu celular tocando. "Será que é o Adrien?", pensou. Mas não foi o rosto de seu amado que apareceu na vídeo chamada.

— Alya! Tudo bem?

— Você está viva? Te mandei várias mensagens e você nem visualizou.

— Eu estava arrumando o quarto.

— Há quanto tempo? Faz mais de uma hora! — Foi quando a azulada lembrou que a amiga tinha mandado uma mensagem enquanto estava conversando com o modelo.

— Ah! Antes disso eu estava falando com Adrien.

— Ele foi na sua casa? — Disse a morena, surpresa.

— Não, foi por vídeo chamada.

— Vocês dois em uma vídeo chamada sem ninguém por perto? Me atualiza! Ele finalmente falou que leu seu poema e que te ama também?

— Não, ainda não. Na verdade, eu liguei para falar sobre isso, mas acabamos conversando sobre outras coisas e o pai dele chegou bem na hora que eu ia falar sobre as cartas.

— E mais uma vez a Marinette não declarou seu amor pelo Adrien…

— É… vamos ver se ele fala alguma coisa amanhã.

— Ele? Por que você não fala?

— Toda vez que eu tento acontece alguma coisa.

— E você vai ficar esperando o garoto começar o assunto? Espera sentada que é melhor.

— Você acha que ele nunca vai falar sobre isso?

— Nunca é uma palavra meio forte, mas…

— Então… ele não deve gostar de mim. Por isso não quer falar sobre os poemas.

— Ah, Marinette, por favor! Vai começar o drama? Ele deve estar esperando um bom momento para falar e, se não falar, não é motivo para você ficar triste. Se ele não gostar de você da mesma forma, azar o dele! Está perdendo uma garota maravilhosa que, com certeza, terá outros garotos que gostam dela esperando. Já deve ter até uma fila de caras que estão apaixonados por você prontinhos para roubarem seu coração.

— Ah Alya, não exagera. Você sabe que não é bem assim.

— Pelo que me lembro, o Nathaniel gostava de você.

— Acho que ele já perdeu o interesse e, além disso, ele só meu amigo, não sinto nada por ele.

— Se o problema é esse, acho que a solução tem nome: Luka.

— O… L-luka?

— Ele é bonito, talentoso e vocês tem coisas em comum. E não adianta negar, você sentiu alguma coisa por ele. Ou melhor, ele deixou a "bússula" louca. — Disse a morena, referindo-se ao dia em que a azulada conheceu o garoto. Marinette ficou em silêncio e a amiga pôde ver que ela corou.

— Olhe aqui. — Apontou para as fotos do modelo em sua parede — É do Adrien que eu gosto! — Alya começou a rir, mas logo mudou o semblante.

— Olha, vou te dizer uma coisa: para de esperar o garoto falar! Vai lá e pergunta se ele leu os poemas e pronto.

— Se fosse simples assim…

— Sabe, até hoje você não me explicou direito essa história das cartas. Foram quantas?

— Só duas.

— E você nem me deixou ler a outra…

— Quando eu resolver essa situação, peço para o Adrien te mostrar a outra carta.

— Eu ouvi direito? Você vai resolver? É isso aí! — Ela olhou para o lado e ficou em silêncio durante alguns segundos. A azulada conseguiu ouvir vozes. — Eu tenho que ir, minha mãe está chamando. Quando eu voltar, quero ver todas as minhas mensagens respondidas! — Marinette riu.

— Pode deixar! Tchau!

— Tchau!

Depois de responder tudo o que Alya tinha mandado, Marinette percebeu que a amiga tinha razão. Não dava mais para ficar esperando, ela tinha que resolver aquilo de uma vez e iria fazer isso no dia seguinte.

***

 

Depois que Nathalie saiu, o loiro tinha ficado mais alguns minutos tocando piano, mas, quando errou a melodia novamente, desistiu e voltou a pensar em Marinette. Estava claro que a menina era apaixonada de verdade por ele e o modelo não queria magoá-la de novo. 

Lembrou de quando disse, na frente dos pais dela e vestido de Chat Noir, que era apaixonado por Ladybug e a azulada pareceu tão triste naquele momento. E, embora ela tenha explicado, mais tarde, que estava tudo bem que ele gostasse de Ladybug, o modelo não queria fazer isso novamente e ser obrigado a vê-la decepcionada todos os dias na escola sabendo que a culpa era dele. Quer dizer, se a menina, mesmo sabendo que ele gostava de Ladybug, enviou aqueles poemas, era porque tinha esperança de que poderia ter uma chance com ele.

Mas o loiro sabia que seria bem pior se ficasse desviando do assunto. Marinette parecia ansiosa para falar sobre as cartas e seus sentimentos. Evitar aquela conversa não era uma boa ideia, ela acabaria pensando que ele nem deu importância para os poemas.

Foi então que uma ideia surgiu. Ele não precisava necessariamente falar sobre os poemas, poderia escrever. "É isso! Vou responder o poema dela!", pensou, indo logo em seguida procurar um papel e uma caneta.

O loiro começou a escrever o que queria falar para a menina e, depois de um tempo, finalmente ficou satisfeito com o texto no rascunho e passou tudo para um cartão. Quando terminou, leu todas aqueles versos novamente, percebendo que aquilo poderia causar muita tristeza na amiga, talvez ela fosse até akumatizada, o que era terrível, já que pensava que a menina sabia sua identidade secreta.

Adrien encarou o cartão novamente, esperando que aquelas palavras não significassem o fim de sua amizade com Marinette ou até mesmo o fim de seu disfarce. O modelo colocou o papel na bolsa que levava para escola, decidido a acabar com aquela história no dia seguinte.


Notas Finais


Então, o que acharam? O próximo capítulo será postado na segunda-feira. Obrigada por ler!


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