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História Depois daquela noite - Parte 137


Escrita por: AmigaDaPaz

Capítulo 137 - Parte 137


Fanfic / Fanfiction Depois daquela noite - Parte 137

 

DEPOIS DAQUELA NOITE

PARTE 137

 

— QUEM é? — Dabin quis saber, aproximando-se de Bo, que verificava pelo olho mágico da porta, cuja campainha tinha sido tocada segundos antes.

— A polícia.

— Quê? — a resposta realmente a surpreendeu, afinal, o que a polícia poderia querer no apartamento delas tão cedo?

— Relaxa. — sorriu divertida. — É apenas o nosso senhorio. — explicou com uma piscadela sapeca. — O policial Park.

— Ah. — apesar do alívio, a Lee ainda se manteve curiosa, pois em sua mente não aparecia qualquer mínimo motivo que pudesse justificar a visita inesperada.

— Você pode recebê-lo? — Bo pediu meio sem graça. — Preciso ir. — acenou em direção ao corredor que dava acesso aos quartos.

Entendendo que a amiga necessitava ir ao banheiro, Dabin assentiu, ajeitou a blusa e o cabelos antes de girar a chave, destravando a maçaneta, e por conseguinte, a porta, dando passagem para a visão do belo homem uniformizado. A garota não era do tipo dada à fantasias, todavia, não poderia nunca negar que aquele homem parecia mesmo perfeito vestido daquela forma. E oh céus, que sorriso era aquele!?

— Bom dia, senhorita Lee. — Jinyoung disse com simpatia. — Desculpe vir sem avisar.

— Bom dia, policial Park. — deu espaço para que o visitante entrasse. — Por favor.

Ativando o modo investigador, ele olhou rapidamente ao redor, constatando que não havia nada fora do lugar, nada anormal que denotasse qualquer tipo de distúrbio. Entretanto, não ver a outra jovem residente do apartamento apertou aquele botãozinho de alerta por alguns instantes.

— Sua colega de apartamento está?

— Sim. — a garota sorriu, apontando para o corredor. — No quarto.

O homem assentiu.

Um instante de embaraço pairou, mas foi vencido por um pigarro do policial.

— Já disse uma vez. Certo? O que você e sua colega precisarem, podem contar comigo.

Dabin assentiu, lembrando-se perfeitamente bem que, em todas as vezes que interagiu com aquele policial desde que alugara o apartamento, ele fora solicito, gentil e cuidadosa consigo e com Bo. Não como um pai seria, porque ele era muito jovem para tal posto, mas talvez como um tio, ou quem sabe um irmão mais velho. Sim, ela gostaria de ter parente tão atencioso daquela forma.

— Aqui. — estendeu o cartão de visita, contendo não somente os números que usava quando estava na delegacia, ou em diligências nas ruas, mas também o do celular pessoal, o mesmo que estava no contrato de locação que firmara com as duas jovens.

— Obrigada. — Dabin aceitou, sorrindo entre agradecida e sem jeito, pensando que certamente o policial havia ficado sabendo sobre o mal-estar de Bo. Na verdade, estranho seria se ele não ficasse sabendo, pois quem veio atender a ocorrência médica, fora a noiva do mesmo, que sem dúvidas o deixou saber do que tinha acontecido. E como a chinesa tinha tido que ir fazer exames no hospital, aquilo com certeza fez com que a doutora Wang, tomasse como medida cautelar, deixar o noivo saber. E ele por sua vez veio ver de perto a situação.

De um jeito que não conseguia explicar nem para si mesma, era acometida por uma sensação de vergonha por mobilizar aquelas pessoas ao redor de si e da amiga, mas também de certo conforto por ter pessoas tão boas e responsáveis cuidando delas da melhor forma que conseguiam.

— Bom dia, policial Park. — a chinesa cumprimentou, aproximando-se.

— Como vai, senhorita Bo? — sorriu de modo polido. — Espero que esteja se sentindo melhor. — olhou para o rosto rechonchudo da garota, procurando qualquer sinal de doença, não encontrando nada que denotasse qualquer enfermidade grave.

— Ah. — sorriu constrangida. — Já estou melhor. — garantiu com mais ânimo. — Uma boa noite de sono e refeições nutritivas me fizeram ficar praticamente nova em folha.

— Espero que continue assim. — o homem de fato estava sendo sincero, torcia mesmo pelo bem-estar da garota. — E, se precisar de alguma coisa, me procure.

— Está bem.

— Vou indo agora. — despediu-se de ambas, já caminhando em direção a porta, que Dabin fechou com um sorriso bobo no rosto, o mesmo que Bo também ostentava, sentindo-se incrivelmente tocada pela visita tão bonita.

 

CINCO minutos. Apenas cinco minutos, foi o tempo que impediu Audrey e Bonah de terem o primeiro contato – ainda que via internet – e serem apresentadas como integrantes da mesma família. O senhor Andrew, animado como sempre, lamentou não poder apresentar à afilhada à enteada.

— Ela acabou de sair para o aeroporto.

Do outro lado da tela do smartphone, a jovem questionou-se se, talvez a Choi pudesse estar começando a fazer seu caminho de volta para New York e por consequência para Mark. Se assim o fosse, elas enfim iriam se encontrar, visto que, ela, a Jones, também estava indo para encontrar-se com o Tuan. Mas seus pensamentos sobre tal possibilidade foram todos deixados de lado quando o tio esclareceu que, a filha de sua esposa estava indo recepcionar o noivo.

Noivo?

De cenho franzido, Audrey não resistiu à a piada interna “puxa, a fila andou rápido mesmo”, esforçando-se para conter riso, enquanto dizia:

— Eu entendo. Não tem problemas. — e de fato não tinha, na verdade, era melhor que acontecesse mais tarde, o momento em que enfim soubessem que, estavam envoltas num embrolho “amoroso” um tanto complicado. — Sei que em algum momento dará certo de sermos apresentadas formalmente.

— Poderia ser pessoalmente, querida? — o tio quis saber, esperançoso de tê-la outra vez perto de si. — Sei que Los Angeles pode ser muito divertida e cheia de atividades, mas ficar um tempo num lugar mais tranquilo com sua família também tem suas vantagens. Sabia?

— Sei que sim, tio. — com um sorriso, sincero, e ao mesmo tempo triste, prometeu: — Antes do Natal isso irá acontecer.

— Obrigado, Audrey. — devolveu com amorosidade. — Agradeço por mim e pelo Nathan. Você sabe, ele adorou conhecê-la.

— A reciproca é verdadeira. — sorrindo com um pouco mais de ânimo, despediu-se: — Preciso ir agora, tio.

— Tudo bem, querida. — aceitou, também sorrindo. — Cuide-se.

— O senhor também. — soltando um beijinho e um pequeno tchau, encerrou a videochamada, visualizando o sorriso do lindo garotinho que seu tio e a esposa do mesmo tinham adotado e estavam criando como filho. Um menino realmente adorável.

Desenfreadamente romântica, sua mente montou todo um cenário de si mesma sendo responsável por uma criança igual àquela, cujo pai poderia ser um certo CEO que sequer imaginava a surpresa que estava por chegar no próximo voo.

 

VICTORIA sentiu-se um tanto culpada por, cerca de uma hora antes ter estado tão animada, conversando com Yugyeom sobre treinarem com mais dedicação para participarem de um dos concursos de dança que o professor Eunhyuk recomendara semanas antes.

Ela sabia que não havia nada de errado em animar-se por algo que pretendia fazer com o namorado, mas ver Lee Jibeom desolado por sequer poder ficar de pé, era de partir o coração. Não sabia o que dizer. Olhou para Sojin, que sorriu fraco, tentando encorajar não somente a melhor amiga, mas também a si mesma. Sentiu o começo de um pequeno, mas incômodo nó instalar-se na garganta, pigarreou para vencê-lo, falando meio incerta:

— Talvez isso possa ser uma transgressão a sua nova dieta, mas acredito que pode ser um incentivo para que você se alimente um pouco mais.

O rapaz sorriu ao ver a vasilha contendo duas generosas fatias do seu doce favorito.

— Se a noona fosse responsável por preparar as refeições aqui da clínica, eu comeria melhor.

Victoria sorriu de volta, adorando a docilidade do irmão de sua melhor amiga. O jovem homem que, ela viu crescer, mas que agora parecia tão pequeno e frágil quanto um outro menino que em breve ela saberia da existência.

— Não posso prometer todas as refeições, mas se seu médico autorizar, trago pelo menos uma por dia. — prometeu, já pensando em possíveis pratos que prepararia com amor.

— E a noona mesma fará a entrega?

O jeito sapeca como ele falou e sorriu fez a mais velha sentir-se um tanto embaraçada e simultaneamente alegre, afinal, era um indicio positivo de que, de alguma forma, Jibeom estava conseguindo vencer a depressão que lhe havia acometido após despertar do coma, e saber que o processo de reabilitação para voltar a andar seria doloroso e longo.

— Não seja pretencioso, Beom. — Sojin o repreendeu, ajudando-o a ajeitar as costas no travesseiro. — Você sabe que Victoria tem um grande restaurante para administrar, além disso, precisa dedicar-se ao ensaios, se quiser mesmo ganhar um concurso. — piscou de modo sapeca para a melhor amiga.

— A noona vai voltar a dançar? — interessou-se de verdade porque nunca tinha visto a mulher dançar, pelo menos não pessoalmente, ao vivo e em cores. Vira somente por pequenos vídeos caseiros feitos por aparelhos celulares e câmeras de resolução não muito boas, porém, o que tinha visto, o deixara contente, pois ela de fato tinha um talento para mover-se de forma graciosa.

— Não. — negou, sorrindo meio sem jeito. — Apenas um concurso amador. Meu atual instrutor de dança é bastante empolgado e...

— A noona irá dançar com ele?

Sojin riu. Achou graça de seu irmão estar soando um tanto ciumento.

— Não. — novamente Victoria negou, mas dessa vez seu sorriso foi alegre. — Irei dançar com o Yugyeom. — percebendo que Jibeom não sabia de quem se tratava, esclareceu: — Meu namorado.

A informação o surpreendeu e incomodou.

— Desde quando a noona tem um namorado?

— Desde quando você deve parar de fazer perguntas e comer o seu almoço. — a irmã o cortou. — Vamos. — ofereceu o prato. — Caso contrário, nada de sobremesa. — apontou para pote que a outra Lee ainda segurava. — E aí?

— E aí que, quero saber quem é esse tal de Kim Yugyeom. — Jibeom resmungou, aceitando os talheres que a mais velha estendeu. — Certo, noona? — olhou seriamente para Victoria, que rindo, assentiu como se estivesse respondendo ao seu próprio pai:

— Sim, senhor.

A cena pareceu tão forçadamente cômica que nenhum dos três resistiu aos risos.

 

— VOCÊ está feliz? — Bonah questionou quando conseguiu controlar o choro e sair suficientemente do abraço de Jaebum para olhá-lo de frente. — De verdade?

Porque ela parecia tão insegura, o Im sentiu como se uma pequena mão apertasse seu coração. Foi uma sensação tão intensa que teve que engolir em seco antes de responder com um menear de cabeça e um sorriso bonito.

— Não pode ser verdade. — ela se afastou, rejeitando aquela perfeição.

— O quê? — não entendeu as palavras e muito menos a ação.

— Não faz nem cinco minutos que você estava dizendo estar aliviado por não ser o pai da filha da Sooyun. — o olhou quase com raiva. — Como agora você pode estar feliz por saber que estou grávida?

Outra vez Jaebum sentiu aquela pequena mãozinha lhe apertar por dentro, e junto veio a formação de um nó na garganta, que ele precisou pigarrear para vencer.

— Por que é você, Bonah. — respondeu com sinceridade. — Nunca rejeitei a ideia de ser pai de uma criança, ou de algumas. — concedeu um pequeno sorriso. — Mas ter isso com a Sooyun... — suspirou entre triste e cansado. — Não me parece certo.

— E comigo parece?

Porque ela ainda estava na defensiva e incrédula, ele se levantou e olhando-a dentro s olhos, declarou:

— Parece a coisa mais certa que alguma vez já fiz na vida.

Tais palavras a deixaram atordoada, Jaebum percebeu, mas continuou, pois precisava fazer Bonah entender de uma vez por todas, que a perspectiva de ter uma família com ela não era e nem nunca seria ruim, pelo contrário, era a realidade de um sonho que até então ele não tinha se permitido começar a se iludir.

— Acho que já te falei que, passei boa parte da minha vida vivendo conforme as expectativas alheias, era confortável, mas a partir do momento que você me fez perceber que, eu poderia obter mais, sendo corajoso, eu não quis mais voltar atrás. E não vou. — segurou-a pelo rosto, as mãos um tanto trêmulas, devido à emoção e grande importância do momento. — Estou aqui, e vou ficar. Se você permitir.

Que tipo de pessoa eu seria, se não permitisse que meu coração e meu futuro bebê, não tivessem você aqui para cuidá-los?, ela pensou, e tentou verbalizar, mas tudo que conseguiu foi se agarrar outra vez nos braços daquele, que a partir daquele momento seria seu porto seguro.

 

OTTOKE!?

Dabin não sabia o que fazer com o gatinho que havia acabado de resgatar. Alguém sem coração tinha deixado a criaturinha amarela dentro de uma caixa meio amassada, bem perto de uma das entradas do clube, onde dentro se localizava o Lee’s Gourmet. Seu primeiro pensamento foi de, pegar o pequeno felino e levá-lo para o apartamento, mas já estava quase na hora de começar seu expediente no restaurante, além disso, Bo talvez não gostasse do animalzinho, por ser alérgica aos pelos...

Lembrou-se de Kyungsoo. Quem sabe ele pudesse ajudar....? Chegou a pegar o celular dentro da bolsa, mas desistiu de contatar o amigo, percebendo que, naquele horário, ele certamente estaria ocupado com alguma aula ou atividade acadêmica na universidade. Hoje ele viria ao restaurante apenas no final da tarde; tempo demais para resolver a situação do bebebezinho gato.

— Preciso ir! — espantou-se ao ver a hora no visor do aparelho telefônico, faltava menos de dez minutos para o início de seu turno de trabalho, se não fosse agora, iria se atrasar! Seu chefe imediato não recusaria sua explicação para tal, mas seus colegas com certeza zombariam. Melhor evitar. — Vamos. — manteve o gatinho dentro da caixa e segurou-a como se protegesse o maior dos tesouros (e de certa forma o era), durante todo o trajeto até o restaurante. Sorriu para alguns colegas que lá estavam, tentando disfarçar o volume extra, mascarado pela bolsa. Conseguiu chegar até a frente da sala onde os funcionários tinham armários para guardar itens pessoais, mas não foi capaz de atravessar a porta sem ser vista pelo gerente.

— Bom dia, senhorita Lee. — Zhang Yixing sorriu e foi como se Dabin estivesse vivendo uma espécie de déjà vu, afinal, não fazia nem três horas direito que outro belo homem a tinha cumprimentado daquela forma! Sortuda. Se acontecesse de novo, ela poderia tentar a sorte na loteria. Quem sabe?

— Bom dia. — fez uma leve mesura com a cabeça, xingando-se mentalmente pelo pequeno miado vindo de dentro da caixa.

— Parece que você tem um convidado. — o chinês sorriu, apontando para o volume sustentado pelas delicadas mãos da garota.

Sem jeito, ela assentiu com a cabeça.

— Posso ver?

Outra vez ela assentiu, afrouxando o agarre, permitindo que o homem se aproxima-se e abrisse a caixa para revelar o pequeno filhote.

— É um nenê.

O jeito como ele falou e sorriu fez Dabin sentir o coração falhar uma batida para logo em seguida bater feito louco. Ai ai ai...

— É seu?

— N-não. — gaguejou, envergonhada de que talvez o homem tivesse percebido o descompasso que ocorria dentro de seu peito. — Eu o encontrei aqui perto da entrada.

— Alguém o abandonou?

— Parece que sim.

— Quem faria algo assim? — direcionou sua atenção outra vez para o pequeno animal, dessa vez, tirando-o da caixa. — Tão bonitinho.

Sim, bonitinho, mas não mais do que você, senhor Yixing.

Um tanto escandalizada pelo pensamento, Dabin remexeu dentro da caixa, encontrando um pequeno bilhete: “Gatinho sem nome, e sem raça definida, dois meses, já come ração processada. Pode ser muito barulhento ás vezes, quem o adotar, terá que se acostumar”.

— Você vai adotá-lo? — o homem quis saber.

— Eu gostaria, mas minha colega de apartamento é alérgica...

— Posso ficar com ele, então?

Quer meu coração também?

Outra vez a garota sentiu-se surpresa e envergonhada com o atrevido pensamento que lhe passou na mente. Então, sorriu, assentindo.

— Certo. — Yixing colocou o gatinho de volta na caixa. — Você pode mantê-lo aqui na sala, por enquanto. Mais tarde quando eu for ao centro, o levarei para o apartamento no qual estou hospedado. — sorriu com amabilidade. — E como foi você quem o encontrou, terá o direito de visitá-lo quando quiser e pode até escolher o nome...

— Está bem. — sorriu agradecida, pensamento que, o Zhang poderia escolher o nome do gato, seria perfeito, como tudo que o mesmo vinha fazendo desde que chegara ao Lee’s Gourmet.

Nenhum deles fazia ideia, mas aquele pequeno filhote de gato acabara de se tornar o símbolo da linda relação que vinham construindo sem nem mesmo perceber a importância.

 

— BEM-VINDA à New York! — Etie acolheu Audrey num apertado e caloroso abraço, daqueles concedidos a quem não vemos a muito tempo. — Você deve estar faminta. Vamos, a senhora Hill, mãe da Lisa, está nos aguardando com um almoço saborosíssimo.

— Não precisa. — sorriu enquanto era praticamente arrasada pelo amigo em direção à rampa de acesso ao terminal de táxis. — Posso comer no hotel. Aliás, preciso fazer o check-in antes das três da tarde. Caso contrário, precisarei fazer uma nova reserva, além de pagar a multa.

— Tire essas preocupações da sua mente, mocinha. — bagunçou-lhe levemente os fios. — Você está apenas chegando à cidade, tente curtir isso, e tudo mais que está por vir.

— Ok. — assentiu, tendo um pressentimento de que sim, iria ter muito o que curtir por ali.

 

FAZIA dias que vinha postergando aquele contato. A cirurgia doía. O coração mais ainda. Andar não seria permitido por alguns meses. As lágrimas quentes, presas nos olhos, de alguma forma também tapavam a garganta seca. Nem em seus piores sonhos, titulados como pesadelos, Park Sooyun tinha pressentido que seria daquele forma.

Certamente, havia em algum recanto dentro de si, a verdade de que, seria emocionante conhecer a filha, todavia, por que tinha parecer uma missão quase impossível? Relutou. Quase pediu para que a enfermeira desse meia volta, empurrando a cadeira para o quarto, onde, desde que passara pela cesárea, refugiava-se não somente da pequena criança, mas também do pai da mesma, da família e por vezes, até de si mesma. Era mais fácil entregar-se a enfermidade do que lutar por melhoria.

Em silêncio, a enfermeira retirou-se.

Até quando você irá se esconder? Uma voz acusativa, sussurrou-lhe em pensamentos. Você não pode ignorar suas obrigações mais do que tem feito até agora.

Por um instante, congelou. Fechou os olhos, indagando-se, se, por um acaso, estaria ficando louca. Afinal, ouvir vozes, poderia ser um forte indicio de loucura, alguns diziam...

De repente, o som da máquina de monitoramento cardíaco, ligada à incubadora onde a neném repousava, soou muito mais alto que qualquer pensamento perturbador que a mulher pudesse ter.

Assustada, Sooyun virou o rosto, tendo pela primeira vez a visão da face que, naquele momento não parecia, porém, dali alguns meses, seria uma mistura muito interessante de traços de seu próprio rosto e do de Jackson. Sorriu e chorou ao mesmo tempo. Sua filha seria bonita. E seria muito bem criada, não tinha dúvidas. Talvez na China ou em qualquer lugar do mundo que o pai decidisse. Sim. A decisão estava tomada, a Park não iria mais hesitar, ia mesmo assinar os papeis que fossem necessários para que aquela frágil criaturinha fosse de responsabilidade total do Wang.

Com medo de que, de alguma forma sua filha pudesse saber da decisão que havia sido tomada, e por ventura, se sentisse rejeitada, Sooyun desviou o rosto, apertando o pequeno botão do bip de comunicação entre si e a enfermeira, que imediatamente adentrou ao quarto, e silenciosamente postou-se detrás da cadeira de rodas, empurrando-a para fora.

Encurvada, com a cabeça baixa, Sooyun debulhou-se em lágrimas. De tão absorta que estava em sua própria dor, não percebeu que, não muito longe dali, Jacson também sofria.

 



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