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História Depois daquela noite - Parte 138


Escrita por: AmigaDaPaz

Capítulo 138 - Parte 138


Fanfic / Fanfiction Depois daquela noite - Parte 138

 

DEPOIS DAQUELA NOITE

PARTE 138

 

QUANDO Bonah conseguiu superar a aflição e acalmar o choro, Jaebum a permitiu sair de seu abraço, mas não deixou que seus olhos ficassem fora dela por muito tempo, assim como também não conseguiu manter-se calado. Ele tinha um monte de coisas a dizer, ainda que não soubesse bem como organizar os pensamentos e transformá-los em palavras que pudessem ser bem entendidas. Consigo, havia uma espécie de exaustão psicológica caudada por todos os conflitos, discussões e maus entendidos que tivera até então. Ele só lograr as respostas para as suas questões sem ter quer arranjar qualquer tipo de problema para obtê-las. Porém, antes que pudesse encher a futura mamãe de perguntas como gostaria, tentou aliviar um pouco da curiosidade sobre a gravidez enquanto relia o exame de comprovação. Sorriu constatando que a vida poderia, e era mesmo uma bonita caixinha de surpresa, pelo menos a sua vida na última semana! Quando ele imaginou que algo assim pudesse lhe acontecer? Não se lembrava de ter sido tão esperançosamente pretensioso.  Está certo que talvez tivesse devaneado ou sonhado, mas nunca acreditou de fato que algo do que imaginou pudesse vir a se torna real. E não havia problemas naquilo. Era normal. Ele apenas foi vivendo conforme dava, e muitas vezes, conforme outras pessoas diziam que era para ser. Seu longo noivado fracassado constituía-se no maior exemplo daquilo. Mas ele não queria pensar naqueles anos passados. Seu pensamento estava num tempo já vivido, entretanto, mais recente; cerca de três dias antes, também estivera lendo um relatório médico, que informava com todas as letras não haver qualquer tipo de vínculo sanguíneo/genético entre si e a menina que Park Sooyun havia dado a luz. Agora, ele estava lendo informações sobre a gestação da criança que era de Bonah e dele! Maravilhoso!

— Aqui diz que falta menos de uma semana para o quinto mês de gestação. — ele disse intercalando a mirada entre o papel e a inexistente protuberância na barriga feminina, não dava para imaginar que ali tivesse mesmo um bebê, mas o exame dizia que sim, e Bonah também não seria capaz de mentir sobre.

— Nem parece, não é? — riu meio encabulada. — Mas é verdade. Já faz algumas semanas que tenho tido todos os sintomas.

— É muito ruim?

— Ás vezes. Especialmente pela manhã.

— Espero que não seja nada grave.

— Não. — negou um tanto incerta, pois ainda tinha que deixá-lo saber sobre o tratamento e a dieta rigorosa que estava fazendo para que os níveis de sódio baixassem o suficiente para que o bebê não fosse afetado e não tivesse qualquer complicação na hora do parto. — No começo foi mais difícil. Agora posso dizer que estou entendendo como funciona. — acariciou o ventre, sorrindo: — Está tudo bem.

Ouvir aquilo fez o Im sentir como se um peso lhe tivesse sido tirado dos ombros. Estava com o coração aflito de que a Choi pudesse reportar algum tipo de problema mais sério do que todos os típicos sinais, enjoos e mudanças que uma gestação pode causar. Não que fosse um grande entendedor, mas ainda conseguia se lembrar de algumas informações que absorvera durante as aulas no ensino médio. Porém, havia algo que ele queria e precisava esclarecer, então, aproveitando que Bonah parecia estar disposta a conversar, questionou:

— Por que você não me contou antes?

A mudança no semblante feminino foi mais do que perceptível, ele foi rápido em corrigir-se:

— Não estou te acusando ou te pressionando a nada. Quero apenas entender.

— Como eu poderia te dizer pelo telefone?

Certo. Ela tinha um ponto. Aquela definitivamente não era o tipo de informação que poderia simplesmente ser compartilhada numa chamada telefônica. Além do mais, ele estava no meio de um processo para saber se era pai de uma outra criança que havia nascido. Quão perturbada Bonah poderia ter estado tendo que lidar com tudo sozinha! Só de imaginar, Jaebum sentiu-se pequeno e desmerecedor da forma receptiva e feliz como ela o aceitou de volta. Arrependido, a deixou saber sobre como estava se sentindo. Ela o tranquilizou, dizendo que demorou a saber da gravidez. Explicou que não teve qualquer sintoma até cerca de duas semanas atrás.

— Quero dizer, relembrando com mais cuidado, houve uma mudança significativa no meu sono, estava difícil descansar, mas isso, no começo, foi atribuído à tantas mudanças de ambiente e de rotina. — e houveram mesmo muitas mudanças, desde a vinda de New York até Londres, todos aqueles maravilhosos dias na França, depois a volta ao solo inglês e os dias ansiosos de espera por qualquer mínimo contato ou noticio sobre Jaebum quando ele estava em Seul. — Nada preocupante.

— Então como você ficou sabendo?

Um grande suspiro indicou que o assunto era tão delicado quanto parecia. Bonah não sabia bem como começar, mas esforçou-se ao máximo e conseguiu compartilhar o susto que foi tomar ciência de que tinha sido uma das muitas vítimas de uma clínica criminosa.

— Ainda não parei para pensar direito sobre isso, mas sei que preciso de alguém de confiança para me assessorar.

— Conte comigo. — Jaebum afirmou com seriedade. — Eu conheço alguém que com certeza fará um bom trabalho em garantir seus direitos. — estava pensando em seu melhor amigo, Yoo Youngjae, advogado de formação, que atualmente dedicava-se à assuntos administrativos na empresa da família, mas que sem dúvidas não se negaria a tomar a frente no processo que a Choi abriria contra a clínica que além de não ter garantido o serviço que ela contratara, colocou-a em risco; ela e o pequeno ser que estava sendo gerado. Absurdo!

Era irônico que Bonah tenha ficado grávida justamente quando havia buscado meios de não ficar. Era quase como se, o que o Im tivesse imaginado antes, quando se reencontraram — imaginou que seria bom ser pai de uma criança parecida com a Choi —, estivesse se realizando agora. Ele mal podia esperar para poder compartilhar com os pais, com os amigos, os leais funcionários da Yoon and Im Investiments, enfim, com todos que mereciam saber que, agora sim estava exercendo o direito de viver a vida feliz que poucos meses antes lhe parecia impossível.

Realmente...

A vida era uma bela caixinha de surpresas.

 

AUDREY sorriu satisfeita ao perceber que Etienne não mentiu ou exagerou quando disse que ela ia adorar o ar vintage do Soul Sounds, clube de jazz frequentado em sua maioria por veteranos, mas que aceitava de bom grado jovens estilosos que não se importassem em ouvir músicas de tempos em que muitas vezes, sequer seus pais haviam nascido!

— O chope tradicional cubano que eles servem é realmente bom. — Lisa disse assim que a Jones acomodou-se ao seu lado, numa mesa estrategicamente posta na lateral direita, quase em frente ao palco em que a banda tocava.

— Os petiscos fritos são melhores ainda. — Mark disse ao se aproximar, sorrindo de modo simpático. — Boa noite, senhoritas. — sua simpatia era mesclada com surpresa e alegria por rever Audrey. Etie o havia deixado saber que a bela mulher viria à New York, mas não era esperado que fosse tão cedo, porém, ele não ia reclamar pela antecipação, pelo contrário, estava feliz com a perspectiva de poder estender a noite na companhia dela, depois que o clube fechasse.

— Boa noite. — as duas responderam em uníssono, mas foi a Hill quem aproveitou para ser a introdutora oficial: — Chefe, você já conhece Audrey. — sorriu de modo polido o bastante para que o mais novo ali entre eles não conseguisse sacar a malícia por trás do verbo conjugado na frase. — Kunpimook, ela é Audrey Jones, melhor amiga do Etie. Audrey, ele é Kunpimook Bhuwakul, um dos melhores estagiários da Tuan Imóveis. Aliás! — corrigiu-se. — Ele agora é secretário do presidente da empresa!

BamBam riu constrangido, enquanto Mark se deliciou com a forma empolgada da Hill, e ainda mais pelo sorriso maravilhoso que Audrey concedeu ao erguer o copo de chope:

— Então brindemos a isso!

E aquele foi o primeiro brinde de uma longa e festiva noite que estava apenas começando...

 

JONGIN havia dito que Yixing poderia trazer quem ou o que quisesse para o apartamento, mas ficou positivamente surpreso quando viu o pequeno gatinho amarelo que parecia ser o maior e melhor dos achados para o chinês.

— Espero que você não o tenha tirado da mãe. — disse ao fazer carinhos na cabeça do felino.

— Não. Ela vai poder vê-lo quando quiser.

A resposta soou estranha para o Kim, o Zhang percebeu, e rindo, explicou:

— Quem o resgatou antes de me entregá-lo.

— Hm.

— Está tudo bem, não é?

— Claro, mas ainda não consegui entender se estamos falando de uma gata ou...

— Lee Dabin é o nome da garota que resgatou o Loubo. — mexeu nas orelhinhas do animalzinho. — Não é, bebê? Dabin te salvou e me deixou cuidar de você.

Jongin então entendeu, Yixing de fato estava encantado pelo novo mascote, mas também pela garota que o presenteou. E para si, era ótimo ver o amigo sendo apaixonado e de alguma forma, correspondido, era uma boa maneira de ele próprio sentir um pouco de alívio de sua conturbada vida amorosa. Entretanto, o suposto romance que acreditava que Yixing e Dabin tinham não era tão cor de rosa como estava começando a imaginar.

 

JINYOUNG não tinha intenção de ouvir a conversa da noiva e do primo, mas ao reconhecer as vozes, parou no meio da escada de acesso ao andar térreo da residência; escutou atentamente o chinês desabafar como foi ver Sooyun, saindo arrasada do quarto da UTI neonatal onde a bebê estava internada. Doeu imaginar a cena e mais ainda sentir que de fato o Wang havia sido afetado e sofria impotente.

— Eu gostaria de ter tipo força e coragem para me aproximar e ao menos tentar apoiá-la de alguma forma, mas tudo que consegui fazer foi me deixar afundar na minha própria dor.

O Park não precisou ouvir mais nada para saber que, estava sendo errado em condenar o amigo por tudo que havia acontecido com sua irmã até então, afinal, o outro envolvido não era de ferro, também tinha sentimentos, também sentia dores, e precisava de apoio. Como um verdadeiro soco no rosto Jinyoung caiu em si de que, estava mais do que na hora de deixar de lado suas próprias mágoas e cuidar melhor de sua família, que não se tratava apenas de seus pais, sua irmã, a sobrinha e a noiva, agora e para sempre havia também Jackson Wang.

 

COMO Sojin havia antecipado, Victoria tinha muitas obrigações que a impediam de ir pessoalmente fazer as entregas de refeições para Jibeom, dessa forma, não foi estranho que outras pessoas ficassem responsáveis por aquilo, todavia, nada preparou o rapaz para receber Do Kyungsoo e Lee Dabin. Apesar das poucas e simpáticas interações que tiveram até antes do acidente, o jovem Lee não os tinha como pessoas que poderiam ser categorizadas como amigas. Mas também não eram inimigas, desse modo, foi mais fácil mostra-se agradecido e animado com a visita.

— Perdão não poder ficar de pé para cumprimentá-los direito. — ele disse, tentando fazer graça. — Isso vai ficar um pouco difícil por algum tempo.

— Mas você vai ficar bem? — Dabin quis saber, preocupada, lembrando-se de ter ouvido comentários negativos sobre o rapaz talvez nunca mais poder voltar a andar.

— Quem sabe. — deu de ombros, desembrulhando os talheres dos invólucros plásticos. — Por favor, sentem-se. — apontou o sofá disposto perto da janela no lado direito. — E me contem como está a vida lá fora. Já faz algum tempo que estou aqui, então estou perdido do ritmo externo.

A garota não soube como começar a dizer que tudo parecia normal como sempre fora, muitos carros, poluição, uma confusão aqui e outra ali, um vai e vem de gente indo e vindo de toda parte... por sorte, Kyungsoo decidiu quebrar o silêncio:

— Há uma comoção na universidade pela possível mudança da reitora.

— Sério?

— Na semana passada houveram pelos menos umas três denúncias, e hoje de manhã surgiu o boato de mais uma, feita por um ex-funcionário.

— Já não era sem tempo. — Jibeom opinou com certa alegria. — Aquela mulher tem se comportado como a dona de tudo e de todos por lá, faz anos. — misturou a comida. — Eu poderia tê-la denunciado algumas vezes, mas deixei quieto. Sabia que em algum momento alguém faria.

— Ela é tão ruim assim? — a garota estranhou, afinal, não tinha ouvido qualquer mínimo boato que desse margem para tantos pedidos de afastamento da mencionada.

— Você nem imagina o quanto. — o rapaz estalou, explicando: — Teve uma vez que...

Atentos, Kyungsso e Dabin escutaram Jibeom contar alguns ‘causos’ envolvendo a reitora. Não era o tipo de conversa que habitualmente gostavam de ter, mas naquela ocasião, foi a melhor que conseguiram sustentar, os aliviando da realidade de que estavam dentro de um quarto hospitalar, vigiando a refeição de um jovem chaebol que talvez nunca mais pudesse andar.

 

DEPOIS de terminada a conversa, via telefone com o pai, Jaebum confessou a Bonah que não foi capaz de contar a respeito da gravidez, explicou que queria fazê-lo pessoalmente, então propôs que ambos viajassem ainda naquela semana para Seul, proposta que foi recusada.

— É arriscado. — ela pôs a mão no ventre. — Como você leu no exame, faltam poucos dias para que comece o quinto mês. Mudanças bruscas de ambiente, e os estresses que uma viagem tão longa pode proporcionar, podem fazer mal ao bebê. Além disso, eu não me sentiria bem, estando tão próxima da...

Ela não precisou dizer o nome da prima, o Im já sabia, e aceitou as justificativas da Choi, ainda que seu coração se sentisse magoado por não poder olhar para pais e abraçá-los enquanto dizia que agora, sim, iriam ser vovô e vovó.

— Está bem. — esboçou um sorriso. — Podemos fazer uma chamada de vídeo quando soubermos o sexo do bebê. Tem um palpite?

— Hmm. — pensou por alguns instantes. — Ás vezes, penso que pode ser um menino, mas tem vezes que acho que pode ser uma menina. Não sei. — sorriu alegre. — Desejo apenas que seja uma criança saudável.

— Amém. — torceu com sinceridade. — Mas, eu gosto de pensar que é uma menina.

— O senhor Andrew também.

— E a sua mãe?

— Pelo sintomas que estou tendo, ela acredita que seja um menino.

— E por falar em menino, e o seu irmão?

Sorriu com a menção ao pequeno Nathan.

— Ele torce para que seja um menino, para que possam jogar futebol juntos. Tentei explicar que, mesmo sendo uma menina, ela também poderá jogar com ele, mas foi meio difícil, ele já decretou que vai ser um menino e ponto final.

— Garotinho difícil, hum.

Riram, alegres, sem sequer imaginar que, não ia demorar muito para também terem seu ‘garotinho difícil’.

 

PELO menos ele está tão surpreso quanto eu, Victoria pensou com alívio ao observar as reações genuinamente chocadas de Yugyeom enquanto contava o que o pai havia confessado: que um pouco mais de uma década antes, tivera um caso extraconjugal com uma mulher mais jovem, a relação além de distanciá-lo ainda mais de sua esposa, gerou um filho; um menino que agora tinha onze anos.

— Logo após o nascimento, ele foi entregue ao orfanato onde viveu até poucos meses atrás, quando foi adotado por um casal, que o levou para viver na Inglaterra.

Yugyeom se compadeceu da forma como a namorada parecia meio oca enquanto compartilhava as informações, ela com certeza estava tendo que lidar com um monte de emoções que ele sequer poderia imaginar como seria, afinal, nunca tinha tido a oportunidade de ver dramas familiares assim tão de perto, apenas quando era mais novo, de vez em quando via algumas das novelas que sua omma gostava tanto de assistir, então terminava aí sua familiaridade com assuntos delicados. Se bem que, a história do Jaebum hyung, com Park Sooyun e Choi Bonah não era muito light, porém, ele não fazia parte propriamente, mas com a Lee, era diferente, de alguma forma, ele estava envolto, e apesar de não saber o que fazer, estava disposto a ser o melhor apoio que ela precisasse.

— Eu sinto muito, noona.

— Eu sinto mais. — suspirou entregando um cansaço que não era físico, mas mental, e não era para menos, visto que, lhe foram concedidas muitas revelações e possíveis explicações que ela ainda estava tentando avaliar. — O menino... — engoliu em seco, antes de continuar: — O meu irmão. — pigarreou, esforçando-se para não se deixar vencer pela emoção quase raivosa que crescia lentamente dentro do peito. — Viveu a vida inteira num orfanato, sem eu sequer imaginar a sua existência. — abanou a cabeça em negação, sentindo a dor de imaginar como poderia ter sido diferente para si e principalmente para o pequeno Nathan, se ambos tivessem tido a chance de saberem um do outro e poder viver como uma família, sem dúvidas, eles não teriam se sentido abandonados quando tudo ficou tão difícil, especialmente quando ela própria perdera a mãe. Fazendo as contas, quando o menino nasceu, ela tinha dezessete anos, muito provavelmente, não aceitaria logo de cara aquele novo membro da família por parte de pai, mas mantinha firme a ideia de que, teria sido bom ter visto aquela criança crescer. — Segundo meu pai, ele também não soube desse filho até poucos meses, mas eu não sei se acredito. Ele sempre foi ótimo em esconder muitas coisas. Não sei o que pensar.

— Então não pense. — ajoelhou-se, e segurando num dos joelhos femininos, pediu: — Não se maltrate tanto. Não foi sua culpa.

Ela assentiu, sorrindo meio triste, cerca de meia hora antes, Yixing tinha dito a mesma coisa, num tom muito parecido com o que o Kim usava agora. A diferença era que, ao contrário do namorado, seu melhor amigo já sabia de tudo o que o pai havia confessado. Como ele pôde guardar aquilo durante semanas, Victoria não sabia, a única coisa que tinha certeza era do sentimento de traição que lhe atravessou ao ouvir a confissão do amigo. Doeu. Olhando para o namorado, temeu sentir aquele mesmo tipo de dor com relação a ele, se acontecesse, a destruiria.  Em quem mais poderia confiar? Temerosa, o acariciou no rosto, pedindo quase como numa súplica:

— Não faça isso, Yugyeom. Por favor, nunca guarde qualquer tipo de segredo que possa machucar qualquer um de nós.

Engolindo em seco, emocionado, ele assentiu e levantou-se, acolhendo-a num abraço, enquanto ela chorava todas as mágoas que vinha segurando desde o começo do dia.

Graças a Deus que tenho você, em meio as lágrimas, Victoria sorriu, agarrando-se ao namorado como quem se agarrava a uma tábua de salvação, o que de certa forma o era, porque no meio de tanto caos, Kim Yugyeom era calmaria, o porto seguro e certo para o amor.

 

— NÃO foi proposital, mas eu ouvi sua conversa com a Lin. — Jinyoung disse ao se aproximar de Jackson, que encontrava-se sentado na beira da piscina, as calças levantas até a altura dos joelhos e os pés dentro da água fria, mas não tão fria quanto a sensação que lhe tirava o ar desde a última vez que vira Sooyun. Ouvir o melhor amigo naquele instante apenas potencializou a dor e a sensação de sofrimento, algo muito parecido como ter as mãos atadas. Quando aquela agonia teria fim? Quando ele poderia enfim voltar a ter a sensação de total controle de sua própria vida e sentimentos? Que droga! Se pudesse, se fosse um pouco mais corajoso e talvez louco, sairia dali correndo, sem olhar para trás e sem qualquer plano de voltar. Quem ficasse que cuidasse de quem ou que quer que tivesse que ser cuidado. Jackson estava exausto, só queria poder dormir em paz. Era pedir demais? Pelo visto sim, porque o recém-chegado continuava ali e prosseguia falando e falando. Que inferno!

— Você sabe, não importa o que minha irmã faça ou diga, mesmo que seja errado, no final das contas, eu sempre vou tentar protegê-la.

Que caralhos! Por que aquilo tinha que doer tanto? O Wang tinha o mesmo tipo de comportamento em relação a prima, sempre mantinha o senso decisivo de protegê-la e apoiá-la acima de qualquer coisa, ela era, sem sombras de dúvidas, a pessoa mais importante de sua vida, a sua verdadeira família. Ele não deveria se sentir ferido com as palavras de Jinyoung, que com certeza tinha o mesmo senso de dever com relação à irmã; estranho seria se não tivesse, afinal, ela era a caçula e... A questão era que Jackson também queria, nem que fosse um pouquinho, daquele tipo de apoio do amigo.

Como se lendo os pensamentos sofridos e perturbados do outro, o Park aproximou-se um pouco mais, e o apertando levemente no ombro esquerdo, declarou:

— Imagino que não será fácil se tornar responsável pela bebê, mas você vai conseguir. — emocionado, finalizou: — Conte comigo para o que precisar, irmão.

Com apenas um assentir de cabeça, Jackson confirmou que tinha ouvido, então Jinyoung afastou-se, sentido a pressão no peito diminuir conforme aproximava-se da entrada lateral da grande residência. Caminhou firme, sem olhar para trás, caso fizesse, teria visto o melhor amigo caído de costas, na lateral concretada da piscina, chorando como nunca antes.

 

AO contrário do Audrey antecipara, Mark não foi propositalmente lento como da primeira vez. É claro, ele teve a decência de manter-se comportado durante as quase três horas em que estiveram no clube, comendo, dançando e cantando com seus amigos, porém, quando enfim despediram-se de todos, as coisas aconteceram num frenesi quase impossível de acompanhar. Quem visse mais de perto, ficaria perdido na tentativa de entender quem estava fazendo o quê. Por que a pressa? Ela riu em determinado momento. O mundo ia acabar na próxima hora ou coisa do tipo?

— Certo. — Mark pareceu envergonhado. — Podemos ir um pouco mais devagar.

— Está ótimo assim. — e não era mentira, pois Audrey não teve qualquer reclamação dos amassos que começaram ainda no carro, à caminho do hotel onde estava hospedada e depois no elevador. Quando chegaram ao quarto, estavam quase completamente despidos, teria sido engraçado, caso não fosse tão loucamente gostoso.

— Você me deixa louco. — ele disse com voz rouca, cravando as mãos nas laterais da cintura feminina. — Sabia?

Sorrindo, o puxou pelos ombros, fazendo as bocas chocarem-se, e com malícia que o Tuan amou mais do que admitiria, ordenou:

— Mostre-me.

Ela não precisou dizer novo porque Mark mostrou, mostrou e mostrou.

 

NENHUM deles conseguiu dormir suficientemente, Jaebum, em dado momento da madruga, acabou desmaiando depois de ter tomada quase toda a garrafa de vinho. Bonah tirou cochilos sobressaltados, ora sentindo calor e sede, e logo em seguida frio, carente de um cobertor um pouco mais quente, e quem sabe os braços do Im. Foi uma noite longa, mas não se deixou pensar muito nos pontos negativos, ela apenas aceitou com a alegria, a realidade de que seu amor estava ali.

— Oi, futura mamãe. — ele cumprimentou, beijando-a na ponta do nariz, antes de levantar cambaleante em direção ao banheiro.

Ele pode ser mais perfeito que isso?, ela se questionou rindo, igual uma boba apaixonada.

— Você não vem? — Jaebum chamou, encostado ao vão da porta do banheiro.

Sorrindo, Bonah foi em direção a ele.

Cerca de duas horas depois, de banho tomado e alimentados com um saborosíssimo café da manhã, chegaram à casa da família de Bonah, que agora também era de Jaebum.

A senhora KyungMi era a única em casa no momento que o casal chegou; o senhor Morgan tinha ido trabalhar e o pequeno Nathan estava na escola. O Im sentiu-se um tanto pressionado pela forma como a senhora Byun questionava sobre o que eles pretendiam fazer dali por diante. Ela quis saber desde se eles iriam se casar, onde iriam morar, se permaneceriam ali em Londres ou se voltariam para Seul. E o mais importante, já tinham decidido como criariam o bebê? E o nome, escolheram?

Calmamente, eles foram respondendo as questões, e Bonah fez uma anotação mental de agradecer Jaebum depois por ele ter sido claro e firme de que, por mais que o relacionamento deles tenha chegado ao ponto que chegou de formas não muito convencionais e até meio tortas, eles fariam tudo corretamente dali por diante. Se comprometeu a buscar uma casa onde poderiam morar ali mesmo em Londres, no futuro, eles poderiam conversar sobre uma mudança para Seul, caso fosse confortável e viável para os dois e também para o bebê.  Sobre o nome...

— Precisamos saber se é menino ou menina.

— Vocês podem escolher um nome unissex, como Jimin ou Jisoo.

Jaebum gostou da ideia, pois eram nomes bonitos, com belos significados, que com certeza ajudariam a trazer um bom destino para o bebê. Bonah, em contrapartida negou, já tendo algumas ideias de nomes que poderia dar ao bebê, especialmente se fosse um menino. Por isso, rechaçou:

— Não vai demorar muito para que eu tenha que fazer mais alguns exames, então aproveitarei para fazer também a ultrassonografia computadorizada.

— Está bem. — a futura vovó sorriu, pois estava tudo bem mesmo, o que importava verdadeiramente era a saúde de sua filha e do bebê que ela gerava no ventre. E agora Im Jaebum, que por mais que ela tivesse algumas restrições quanto a recebê-lo em sua família, estava disposta a dá-lo o benefício da dúvida, por enquanto, assim, sorriu com amabilidade: — Espero que seu inglês esteja em dia, rapaz, pois aqui nesta casa nós o usamos muito.

— Mom, we're home! — veio o grito estridente desde a porta principal da residência.

— Eu não disse? — a mais velha riu.

— Noona! Hyung! — Nathan veio correndo até os convidados. — Vocês estão mesmo aqui!

— Estamos. — Bonah riu, aceitando o abraço carinhoso do irmãozinho, trocando um olhar cúmplice e feliz com Jaebum, olhar que só não foi mais feliz do que o trocado quatro dias depois, na clínica, quando, após alguns minutos de checagem de batimentos cardíacos, a médica afirmou:

— Congratulations, it's a boy.

 



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